POV’s Sté on

– Olá? – fumaças saiam pela minha boca devido ao frio – Tem alguém aqui?

Eu estava em um lugar escuro, gelado sem nenhuma movimentação. O frio arrepiava meu braço, meus pés descalços raspavam devagar os pedregulhos azuis escuros daquele lugar desconhecido. Uma luz suave foi clareando um pouco longe da onde eu estava, apertei os olhos para analisar melhor e avistei uma sombra, parecia que algum rapaz estava ali, com passos calculados me apressei para descobrir quem era.

– Você não vai conseguir... Desista... Você é idiota de acreditar - A cada passo que eu dava podia escutar vozes soprarem meus ouvidos balançando meus cabelos – Você ama ele? Ele não sabe quem é você... Desista... Você não vai conseguir...

Eu tentei não dar ouvido as vozes, mas elas pareciam nunca me deixar em paz, continuei andando, agora com mais pressa, olhava para frente e a sombra do rapaz parecia estar mais perto, e aos poucos seus rosto foi se formando para mim, me dando a certeza de que era ele.

– Oi? – estiquei a mão e o rapaz me puxou delicadamente

– Oi, princesa – seu rosto estava claro para mim, Thomas alisou meu rosto com a ponta do dedo e arrumou uma mecha teimosa que estava em meus olhos - Eu sabia que vocêchegaria aqui, mesmo com as vozes tentando de segurar – Pude sentir suas mãos descendo pelos meus ombros chegando agora a minha cintura - Por que você é forte você conseguiu, e esta aqui agora, comigo, - Sua voz baixa e calma me hipnotizavam - Quero te agradecer por sempre me ajudar, por sempre me ouvir – Thomas me puxou para perto em um abraço envolvente, ergui os braços apoiando em seu pescoço sentindo seus cabelos nas pontas dos meus dedos - Nunca mais me solte, por favor !

POV’s Sté off

Acordei devagar sorrindo, havia sonhado com Thomas essa noite, que sonho ótimo, queria que se tornasse realidade. Pisquei os olhos esperando que eles se acostumassem com claridade do quarto, me espreguicei bagunçando o cobertor e olhei para o relógio, três horas da tarde, meu Deus como eu durmo. Sentei na cabeça e observei os colchões espalhados pelo quarto, Leticia e Carol aparentavam mortas.

E em questões de segundos uma ideia maluca veio na minha cabeça. Desviei dos colchoes e desci para a cozinha pegando duas tampas de panelas nas mãos, subi apressada, entrei no quarto, me posicionei entre as duas e bati com as tampas o mais forte que eu podia.

– PODE ACORDAR BANDO DE PREGUIÇOSAS – as duas pularam da cama assustadas olhando de um lado para o outro em desespero

– Sté você bebeu? – Leticia colocava o travesseiro na cabeça amenizando a batucada que eu fazia com as tampas de panela.

– Meu Deus alguém tira isso da mão dela! – Carol tapava os ouvidos.Aquela cena me fazia gargalhar como nunca.

– Tem escovas de dentes fechadas novinhas para vocês na segunda gaveta do banheiro, podem ficar a vontade – Sai rapidamente fechado a porta atrás de mim antes de ser atingida por travesseiros jogados pelas meninas.

Desci para a cozinha para preparar o café da manha e notei algo diferente na geladeira, parecia ser um bilhete.

”Sté, tive que viajar a serviço, volto daqui um mês tem dinheiro no meu quarto naquela caixinha que você sabe qual é o suficiente para você comer e se divertir beijos se cuide xx quero que você me ligue todos os dias! Beijos te amo... Mamãe “.

Fui até o quarto da minha mãe para ter certeza de que ela não tinha esquecido de colocar o dinheiro na caixinha. E lá estava, era uma boa quantia. Peguei o telefone e fui para o meu quarto contar a novidade para as meninas.

– Meninas é o seguinte – falei alto atraindo a atenção das duas que estavam no banheiro – Minha mãe viajou e vai ficar fora um mês, ou seja, eu preciso de vocês aqui comigo! Aqui está o telefone, agora é com vocês, usem o seu charme para convencer as mamães que nos vamos ficar super bem aqui sozinhas.

Subimos todas na cama e o telefone foi primeiro para a Leticia, eu conseguia escutar os gritos da Tia Ju dizendo que nunca a deixaria ficar um mês na casa de uma amiga ainda por cima sozinha, a voz da Le foi ficando melosa, mas quando tia Ju diz que não é não. Lê desligou o telefone desapontada. A vitima da vez era Carol, tia Renata também não quis deixar, percebi então que ficaria aquele mês inteiro sozinha, não gostei nada da idéia, mas tive que aceitar!

Continuamos em meu quarto conversando um pouco, até que ouvi a campainha tocar, era mãe de Lê que foi buscá-la, perguntei se Tia Ju poderia esperar eu me trocar e nos deixar no shopping Anália Franco, ela concordou. Subi coloquei uma calça jeans num tom escuro e umas blusas num tom rosa, claro, de ombro caído, soltei meu cabelo e fiz uma maquiagem leve. Desci as escadas com um pouco de pressa e pude ver que as meninas já me esperavam no carro, tranquei a casa guardando a chave no bolso e fomos para o shopping. Nada melhor do que sair e gastar com as amigas para aumentar a autoestima.