Edward, O Demônio De Devonshire. escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 1
Folclore


Notas iniciais do capítulo

Olá :)
bem, eu tive uma crise e não consegui escrever mais nada --'
mas ai veio essa ideia, e resolvi fazer pq achei que seria legal, espero que gostem.
deixem reviews falando o que acharam ^^
Comentando eu posto correndo aqui, ainda mais que eu to inspirada pra essa história
E gasparzinhas, por favor, sejam camaradas e deem "OI"
Acho que vai ser bem curto, 5 cap no maximo
Boa leitura.



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Exeter, 8 de fevereiro de 2007

Isabella Swan corria apressada pelas ruas da capital Exeter do condado de Devonshire. Precisava ir urgente para uma cafeteria no centro da cidade usar a internet, já que a sua estava com problemas novamente. Balançou o braço de forma desajeitada tentando chamar um taxi, mas nenhum parou para a jovem.

— Merda! – praguejou baixinho ao ver que foi ignorada.

Não tinha jeito, teria que ir de transporte público. Iria demorar, mas pelo menos chegaria ao seu destino. Andou mais um pouco até chegar a um ponto de ônibus, conseguindo entrar a tempo dentro de um grande ônibus vermelho de dois andares que se preparava para sair.

— Por favor, qual o destino? – perguntou ao ver que havia se esquecido de olhar para onde o veículo ia antes de entrar.

— Para o centro, e de lá para o sul da cidade. – o motorista barrigudo com barba branca falou rindo da desatenção da jovem.

— Obrigada. – Isabella falou corando de vergonha e indo se sentar depois de pagar.

Sentou-se no fundo no ônibus, em um largo banco vermelho. Arrumou o casaco, cruzou os braços e se encolheu um pouco, tentando diminuir o frio que sentia. Olhou para os lados e viu que só havia ela e mais duas pessoas de passageiros. Também pudera, eram quase 23:00h, quase ninguém saia a essa hora no condado durante o inverno, ainda mais no meio da semana. Suspirou nervosa, seu pai Charlie Swan a mataria se soubesse que ela estava na rua a essa hora. Felizmente hoje houve um roubo a banco, o que manteria seu pai ocupado por um bom tempo já que ele era o chefe de polícia. Ela então poderia ficar despreocupada, iria para algum café 24h e faria a pesquisa para o trabalho do colégio. Sorte que pelo menos hoje ela se lembrou de que tinha que fazer o trabalho, apesar de ter se lembrando um pouco tarde da noite.

A Feira Cultural seria daqui dois dias e a sua turma foi encarregada de falar sobre os folclores da cidade. Isabella ficara de falar sobre o Demônio de Devon, um folclore que ela de nada sabia. Ela já deveria estar com tudo pronto há uma semana, mas andava distraída de mais nos últimos dias lembrando-se do estranho homem que há um mês fica parado do outro lado da rua, olhando para a sua casa todas as manhãs. Ela não conseguia parar de pensar nele e não entendia porque não informava para o seu pai que a casa estava sendo vigiada.

Havia algo de estranho naquele homem. Ele era lindo, era alto, talvez com mais de 1,90cm; cabelos em um tom curioso de bronze, pálido, traços definidos e um rosto que deixava incerteza quanto a sua idade. Tinha 18, 26, 30? Isabella não sabia dizer. Mas ele sempre estava ali, do outro lado da rua. Sempre de óculos escuro, casaco preto e calça jeans. Sempre em meio à neve e sorrindo de forma maliciosa quando percebia que Isabella o observava. E isso às vezes a assustava, pois ela sabia que estava bem escondida pelas cortinas para ser vista. Mas ele sempre sabia, ele sempre sabia quando ela o olhava. E aquele sorriso era direcionado a ela, ela sabia disso. Aquele sorriso lhe causava calafrios, algo ali gritava perigo. Ele era mal, ela sabia disso, mas ao mesmo tempo ela sabia que estava segura.

Isabella balançou a cabeça tentando afastar esses pensamentos. Afinal nada fazia sentido, certo? Era só um cara com uma mania esquisita. Talvez estivesse interessado em comprar a casa e estivesse a observando para saber se vale a pena... quem sabe? Esse pensamento acalmava a jovem, e logo ela se esquecia das sensações e situações estranhas, passando a acreditar que tudo era normal e estava bem.

O ônibus parou. Isabella olhou no relógio e viu que já eram 23:18h. Teria que se apressar, não queria voltar tão tarde para casa. Levantou-se depressa e desceu do ônibus, logo em seguida procurou com o olhar a cafeteria mais próxima. Havia uma ali, há poucos metros, mas estava fechada para reforma. Havia mais outra, mas não era 24h horas e já estava fechada. Suspirou irritada, parecia que hoje não era seu dia de sorte. Andou por um tempo até que finalmente achou uma pequena cafeteria chamada La Musique.

— Por favor, gostaria de acessar a internet. – falou para uma moça com cabelos vermelho cereja, tatuada e de olhos verdes que estava no balcão assim que chegou.

— Qual o seu nome? – a moça falou com descrença.

— Isabella Swan. – a moça assentiu e digitou algo no computador à sua frente.

— Seu nome está cadastrado. Ao sair deve informar o nome novamente para verificarmos o tempo que você ficou e efetuar o pagamento. Você vai usar o computador nove, colocará o seu nome no login e a senha está neste papel. – a moça falou entregando um papel branco com alguns números anotados. – Se quiser café ou qualquer outra coisa chame alguém da cantina para te atender.

— Tudo bem, obrigada. – Isabella disse e foi em direção ao computador que deveria utilizar.

Após efetuar o login ela logo abriu a página de pesquisa e lá digitou “O Demônio de Devon”. 228.000 resultados apareceram e Isabella bufou. Não perderia seu tempo procurando o melhor artigo, pegaria qualquer coisa, não precisava de nota mesmo, ela nunca precisava, ela sempre fora uma boa aluna.

— Trabalho inútil. – murmurou enquanto esperava uma página abrir.

Isabella nunca entendera o porquê desta fascinação do povo local pelo folclore, eram só histórias e nada mais. Nada daquilo era real. Mas todo inicio de ano era a mesma ladainha, já havia se cansado de tanta história boba. Apesar de que esse ano lhe deram algo que ela não conhecia, nunca ouvira falar desse tal Demônio de Devon. De repente sentiu-se ser preenchida pela curiosidade, o que seria esse tal Demônio? Com sorte seria algo interessante.

A página havia terminado de carregar e Isabella quicou na cadeira de ansiedade. Pôs-se a ler logo em seguida o seguinte texto:

 

Quando o Diabo passou por Devon

Em todo o sul da Inglaterra, o inverno de 1854 – 1855 foi o mais frio de que se há na memória. Durante a noite de 9 de fevereiro verificou-se uma forte nevasca que cobriu com 5 cm de neve o condado de Devon. O rio Exe congelou prendendo em seu gelo as aves incautas que sobre ele haviam pousado. Quando a manhã raiou, a neve era um manto branco, onde se notavam apenas as marcas de aves e outros animais que por ela pisaram.

Entretanto ao longo de 160 km, havia um outro rastro de misteriosas pegadas. Pegadas que ziguezagueavam através de 5 paróquias, atravessando jardins; Passando sobre telhados, montes de feno e muros, entrando e saindo de celeiros.

 

As pegadas tinham cerca de 10 cm de comprimento e 7 de largura, eram distanciadas entre si cerca de 20 cm e pareciam ter sido feitas por um animal com cascos fendidos. Deslocando-se ereto sobre duas pernas. Os camponeses da área assustados não demoraram a deduzir que aquelas pegadas não pertenciam a nenhuma criatura desse mundo. Eles acreditavam de verdade, que aquelas pegadas pertenciam ao diabo.

 

As misteriosas pegadas começavam no meio de um jardim na paróquia de Totnes e terminavam tão misteriosamente como haviam começado , num campo em Littleham. Numa das aldeias as pegadas conduziam a um telheiro e saiam do lado oposto. Quem quer que as tivesse feito atravessara um orifício com cerca de 14,5 cm de diâmetro.

 

Em outra aldeia a estranha criatura parecia ter rastejado ao longo de um tubo de escoamento de água, de ambos os lados do qual deixara marcas.

Em alguns locais as marcas pareciam ter sido feitas por cascos incandescentes na neve gelada, ou como em Woodbury, junto a porta da igreja por um ferro em brasa. Centenas de pessoas viram as pegadas. As redações dos jornais da época receberam um numero imenso de cartas sugerindo diversas suposições para o fato acorrido. Nas proximidades da aldeia de Dawlish, o rastro conduzia a um matagal denso e alto. Conta-se que os cães que foram levados a mata para inspecioná-la, recuaram uivando lugubremente. Um grupo de aldeões considerando a hipótese da existência de um animal selvagem a solta organizou uma batida armada, mas sem alcançar qualquer êxito. Os habitantes da região não ficaram convencidos com a teoria de que as pegadas haviam sido feitas por um animal. Muitos recusaram-se a sair depois do por do sol, e as crianças escondiam-se em armários e locais fechados, aterrorizadas pela estória que circulava; E que ouviam contar em torno da lareira: ´´ Que o diabo passara pelo Devon naquela noite de inverno.``

 

Que outra coisa poderia ter deixado um rastro de 160 km de pegadas de cascos fissípides andando ereto?

 

 

Ergueram-se varias teorias na época, foi sugerido que as pegadas pertenciam a um texugo que coloca suas patas traseiras nas marcas deixadas pelas dianteiras. Embora hiberne esse animal arrisca-se por vezes a sair em busca de alimento. Identificou-se ainda o estranho ser como sendo uma raposa, lontra ou talvez um gato selvagem. Um asno ou pônei com o casco partido. Até mesmo a hipótese de um canguru foragido do zoológico foi ventilada. Ratos, coelhos, esquilos, sapos, não faltaram candidatos, entretanto não se chegou a consenso algum. E o mistério continuou a pairar sobre Devon, sem resposta.

Isabella sentiu um calafrio ao terminar de ler o texto. Que folclore mais estranho e...curioso! Especialmente porque várias pessoas afirmaram ser verdade o que houve. Apesar de que na época em que tudo ocorreu as pessoas eram muito supersticiosas...é, deveria ser um texugo, Isabella tinha certeza.

Copiou e colou o texto no Word, editou o trabalho e mandou imprimir. Levantou-se e foi até o balcão onde estava a moça ruiva, fingindo não reparar na expressão de pouco caso que a mesma lhe direcionava.

— Foi você que mandou imprimir isso? – a ruiva falou sem emoção apontando para a impressora em funcionamento.

— Sim, trabalho da escola.

— Tanto faz. – a moça murmurou e pegou as folhas que acabavam de sair da grande impressora. – Aqui, tome. – disse entregando as folhas à Isabella.

— Obrigada, tem grampeador? – Isabella falou enquanto procurava no balcão pelo objeto.

— Tá querendo de mais não acha não? – a ruiva falou sem paciência deixando Isabella corada. – É só isso, já terminou?

— Sim, é só isso.

— O seu nome?

— Meu nome?

— Preciso verificar o tempo que você ficou para te cobrar, esqueceu? – a ruiva falou rudemente.

— Oh, claro. É Isabella Swan.

A ruiva bufou e digitou algo em seu computador. Isabella não a culpava pelo mau humor, possivelmente seu dia não fora bom ou ela tinha problemas de mais para conseguir ser educada. Isabella constatou que ela possivelmente era uma pobre coitada, e logo depois a perdoou por todas as grosserias.

— São oito libras. – a moça falou estendendo a mão.

Isabella lhe estregou o dinheiro e foi em direção à saída. Abriu a porta de vidro e uma rajada de vento frio lhe atingiu. A jovem encolheu e bufou, fazendo um pouco de fumaça branca sair de sua boca. Olhou para cima e percebeu que começava a nevar.

— Ugh, ótimo. – murmurou frustrada, afinal ela detestava a neve e o frio.

Deu meia volta então, resolveu pedir um chocolate quente para ir lhe aquecendo durante o caminho para casa. Foi até o final da cafeteria, onde tinha um rapaz moreno preparando cappuccino e expressos para alguns senhores que ali estavam.

— Com licença, pode fazer para mim um chocolate quente para levar? – pediu tímida e corou quando viu que o alto rapaz lhe olhou com admiração.

— Sim, claro. Quer um pouco de chantilly também?

— Seria bom. – falou simplesmente e o rapaz sorriu.

— Nunca a vi aqui. É nova na cidade? – o rapaz falou enquanto preparava a bebida quente da moça.

— Na verdade não. Nasci aqui, mas não saio muito.

— Entendo. E também não é de se estranhar, é inverno e ninguém gosta de sair aqui à noite pelo visto.

— Você não é daqui. – Isabella afirmou.

— Deu pra notar? – o rapaz falou sorrindo – Realmente não sou. Estou aqui há um mês, vim realizar uma pesquisa.

— Pesquisa, sobre o que? – a jovem perguntou curiosa.

— Não acreditaria se eu dissesse. – ele falou rindo um pouco. – Em todo caso, se souber de algo estranho, me procure. – o rapaz moreno falou entregando à Isabella sua bebida quente. – É por conta da casa. – o jovem falou sorrindo educadamente.

— Ah, claro, tudo bem. E...obrigada! – Isabella falou olhando de forma curiosa e confusa para o rapaz moreno, de cabelos negros, musculoso, de olhos escuros e expressivos.

Bonito, ela constatou. E então ela deu as costas, tomou coragem e abriu novamente a porta de vidro. Não ventava mais, mas a neve caia em maior quantidade e a rua começava a ficar coberta de branco. Olhou para os lados e viu que a rua estava deserta, olhou no relógio e sentiu um calafrio. 00:13h do dia 9 de fevereiro.

9 de fevereiro...exatamente a data em que o estranho evento aconteceu em Devon. Isabella balançou a cabeça espantando aquele pensamento. Uma luz ao longe se aproximava e a jovem percebeu que se tratava de um taxi. Isabella balançou a mão, segurando com força as folhas do seu trabalho para não voarem. O taxi parou para o alivio de Isabella. Entrou no carro e deu o endereço para o motorista. Depois se ajeitou melhor no banco e tomou um gole de seu chocolate quente com chantilly. Delicioso, Isabella podia afirmar. Notou algo estranho no copo, algo escrito com caneta azul.

Jacob Black

555-9873-934

Procure-me se precisar

Riu da ousadia do rapaz e tomou mais um gole de sua bebida. Será que ela algum dia o iria procurar? Provavelmente não. Durante todo o caminho Isabella estava tranquila e relaxada, chegaria antes do pai e conseguira terminar seu trabalho. Tudo o que ela queria agora era sua cama.

Do outro lado da rua da cafeteria estava um homem, escondido em meio à escuridão. Um sorriso malicioso e sarcástico imperava em sua expressão. 9 de fevereiro...a melhor data do ano. De longe ele via um taxi se afastando e foi impossível ele não pensar: “Ah, doce Isabella, se você soubesse...”


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Notas finais do capítulo

E ai, reviews?