Edward, O Demônio De Devonshire. escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 2
Encontro


Notas iniciais do capítulo

Oi :)
Obrigada pelos reviews, to contente que tem gente me apoiando :) como prometido, to postando hj ^^
a fanfic Edward e a Lâmpada será atualizada, não se preocupem ;)
Gasparzinhas por favor deem oi
E sim gente, o folclore realmente existem
sem mais delongas, boa leitura :)



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Exeter, 9 de fevereiro de 2007

O sinal indicando o fim da aula tocou. Isabella pegou seus materiais e saiu sem pressa da sala. Os corredores rapidamente ficaram vazios, muitos alunos estavam ansiosos para voltar para casa. Mas não a jovem, ela não estava ansiosa para sair dali. Não tinha ninguém lhe esperando em casa e não tinha nada de divertido para fazer quando chegasse. Caminhou tranquilamente até o ponto de ônibus escolar e não percebeu que estava sendo observada.

Em meio às árvores secas, sem folhas e cobertas de neve estava o estranho homem que sempre estava parado em frente à sua casa. Ao contrário do que ela pensava, ele não a observava apenas de manhã e apenas em sua casa. Ele a vigiava quase que 24h por dia e nenhum lugar era empecilho para ele. Isabella, sua doce garotinha pálida, de cabelos e olhos castanhos precisava ser vigiada e cuidada sempre. Nunca se sabia quando um inimigo poderia descobri-la, e isso poderia estragar seus planos.

O ônibus chegou e Isabella entrou nele junto com mais alguns alunos. Ninguém olhou ou falou com ela, as pessoas ali não a achavam muito interessante. Ela não se importava, porque se importaria? Tinha duas amigas no colégio, Jéssica e Angela, e era só delas que ela precisava. Levou dez minutos para o ônibus chegar em sua rua. Isabella pegou sua mochila e desceu do transporte. Teria que caminhar um pouco até chegar à sua casa amarela de cerca branca. Ela andava distraidamente, olhando às vezes para o céu nublado. Fechou a cara quando viu que já escurecia. Considerava esse um ótimo motivo para odiar o inverno, sempre escurecia mais cedo.

Abriu o pequeno portão e entrou. O jardim ainda estava coberto pela neve, seu pai teve que levantar cedo e não teve tempo de limpar tudo. Caminhava com dificuldade sobre a neve quando algo a fez parar subitamente. O que eram aquelas marcas na neve? Não estavam ali mais cedo, ou estavam? Ela saíra correndo de manhã por estar atrasada, então ela poderia muito bem não ter visto aquilo. Mas estava ali, marcado na neve, pegadas em forma de cascos fendidos. Estranhamente as pegadas saiam da entrada da sua casa em direção ao portão. Sentiu um arrepio percorrer a coluna ao lembrar-se do folclore. Hoje eram nove de fevereiro, a mesma data em que o folclore aconteceu, e ainda tinha aquelas pegadas... pegadas do demônio... não! Demônios não existem! Pegadas de um texugo, Isabella tinha certeza. Quanto à data, bem, não passava de uma coincidência. Resolveu ignorar o fato e foi em direção à porta de sua casa. Pegou a chave e em poucos segundos ela já estava dentro de sua casa quentinha. Suspirou aliviada por não estar mais no frio, colocou a mochila em cima da mesa e logo em seguida pendurou seu casaco perto da porta. A cortina da janela da cozinha estava fechada, resolveu abrir pois não gostava de cortinas fechadas.

Assim que o fez ela levou um enorme susto. Do outro lado da rua, lhe observando, estava o estranho homem. Um sorriso malicioso surgiu em seu belo rosto fazendo o coração de Isabella acelerar com medo. Então ela reparou que havia pegadas perto daquele homem, as mesmas do seu jardim. Observou melhor e notou que as pegadas saiam do seu jardim e iam em direção ao homem que estava lhe observando. Mas o que era isso? Ela não sabia, e nem pretendia descobrir. Fechou as cortinas com violência e escutou uma risada que parecia vir do outro lado da janela. Assustada, tremendo e suando frio, a jovem subiu as escadas correndo e lá ficou trancada até a hora em que seu pai chegou.

Exeter, 10 de fevereiro de 2007

 

— Bem, finalmente acabou. – a garota branca, magra e de cabelos negros, chamada Ângela, falou com alivio.

— Sim, não aguentava mais ter que ficar apresentando esse trabalho. – Isabella falou também se sentindo aliviada.

— Sorte da Jéssica que conseguiu um atestado médico com o tio dela. – Ângela falou contrariada.

— E como ficou a questão do trabalho? Ela vai ganhar a nota mesmo assim? – Isabella perguntou curiosa.

— Bem, ela me disse que terá apenas que entregar o trabalho escrito e fazer uma apresentação para os professores na sala deles.

— Não sei o que é pior, apresentar para um bando de estranhos ou para os professores.

— Para os professores, com certeza. – Ângela falou convicta.

— Então de sorte Jéssica não teve nada. – Isabella falou o que fez Ângela refletir por um momento.

— Não mesmo! – Ângela concordou por fim.

As duas amigas terminaram de ajudar os seus colegas de sala a desmontar o estande da turma. A feira cultural acabara, mas ainda havia algumas pessoas andando pelo pátio do colégio. Algumas desmontavam os estandes, outras eram visitantes que chegaram atrasados e tentavam ver o que restava da feira.

— Isabella, você acredita no diabo? – Ângela perguntou de repente.

— O quê? – Isabella perguntou confusa.

— O diabo... você acredita nele? – Ângela insistiu.

— Honestamente não, eu não acredito.

— E em Deus?

— Não acredito em nada que eu não vejo ou consiga sentir. Para mim Deus é só uma expressão.

— Você é uma descrente! Uma cética! – Ângela exclamou surpresa.

— Pode ser, mas porque me perguntou isso? – Isabella falou encarando Ângela com curiosidade.

— Ah, não sei. Ando tendo alguns pesadelos que me fazem pensar em Deus e no demônio... mas são só pesadelos. Melhor deixar pra lá.

— É. – Isabella concordou já que o assunto não era de seu interesse de qualquer maneira.

— Huum, estou com vontade de comer doce. – Ângela resmungou.

— O estande de comidas típicas já foi desmontado. – Isabella falou enquanto pegava sua mochila.

— Droga! Vou ter que passar no mercado antes de ir pra casa.

— Que desespero por um doce. – Isabella disse rindo.

— Hey, estou na TPM. Respeite meus hormônios. – Ângela falou brava, o que fez Isabella rir mais ainda.

— Ok, hormônios em fúria, eu já vou indo. Tudo bem?

— Certo, pode ir. Eu vou ver se convenço meu namorado a me levar no mercado. – Ângela disse apontando para Ben, seu namorado que conversava com uma garota loira. – Urgh, odeio essas vadias que dão em cima do meu namorado.

— Ângela, eles só estão conversando. – Isabella falou achando exagerada a atitude da amiga.

— Quando você tiver um namorado você vai ver que todas as garotas que não forem sua amiga e estiverem falando com ele vão ser vadias que estão tentando roubá-lo de você. – a morena falou fuzilando a loira que sorria de mais para o seu namorado.

— Se você diz. Até mais. – Isabella falou fazendo pouco caso da amiga que já se afastava.

Assim que se virou para ir embora, Isabella deu de cara com o homem misterioso que todos os dias a observava. Dessa vez ele não estava de óculos escuros e Isabella pode vislumbrar os olhos azuis mais lindos e gelados que já vira. Um arrepio subiu por seu corpo e ela deu um passo para trás assustada. O que ele fazia aqui?

— Olá. – ele falou e Isabella ficou impressionada com o tanto que sua voz era doce e aveludada.

— O-olá. – ela se forçou a dizer.

— Vejo que a feira já acabou, uma pena. – Isabella não conseguiu dizer nada, apenas assentiu. – Você fez uma apresentação também? – a jovem assentiu e o estranho sorriu – Sobre o que falou?

— Folclore. – Isabella disse em um sussurro, se sentindo intimidada pelo olhar gelado do belo estranho.

— Qual folclore? – o estranho perguntou curioso.

— O Demônio de Devon.

— Não conheço esse folclore, poderia me contar? – Isabella o olhou incerta, e então se lembrou que já deveria estar à meio caminho de casa.

— Eu já estava indo embora.

— Eu a acompanho e você me conta no caminho, o que acha?

— Eu vou no ônibus da escola.

— Vamos à pé, você não deve morar muito longe.

— Você sabe que não. – Isabella falou encarando o estranho que sorriu abertamente para ela.

— Não vou lhe machucar, você sabe que não. Agora vamos, me conte o que sabe sobre esse folclore no caminho. Estou curioso para ouvir o que você tem a me dizer. – o estranho falou andando em direção à saída do colégio e Isabella o acompanhou.

Isabella não entendia porque o estava acompanhando, mas ela sabia que era verdade o que ele disse. Ele não a machucaria, nunca. Caminharam e conversaram por um bom tempo. Isabella contava tudo que sabia e se lembrava sobre o folclore para o estranho e várias vezes ela ficava confusa ao ver que ele ria de algo que ela dizia. A verdade era que o estranho sabia muito bem sobre o que aquele folclore falava. Ele havia vivenciado tudo e havia chegado a hora de Isabella saber um pouco de sua história.

— Bem, chegamos. – Isabella falou ao parar em frente ao portão de sua casa.

— É, eu sei. – o estranho falou com o seu típico sorriso malicioso no rosto.

— Por que você fica parado todo dia em frente à minha casa? – Isabella disse em um sussurro, não conseguindo segurar sua curiosidade e irritação.

— Isabella, você sabe a história completa desse folclore? – Isabella negou e depois o olhou assustada.

Ela não havia lhe dito seu nome, então como ele sabia? Assim como ele não havia lhe dito o seu. Isabella sentiu medo, sentiu que havia algo de errado com aquele homem mas não sabia o que era.

— Então acho melhor a gente entrar. Você vai gostar da história que tenho para lhe contar. – ele falou rindo.

Podia ser impressão, mas Isabella sentiu que aquele comentário estava carregado de ironia.


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Notas finais do capítulo

E ai reviews? :)