Acordei de manhã com uma enorme vontade de chorar sem perceber porquê. Uma imagem do Zayn veio à minha mente e foi o suficiente para eu começar a chorar agarrada à almofada. Nunca o iria conhecer, pois não? Ele nunca iria olhar para mim. O dia de ontem, quando choquei com ele, voltou à minha mente. Ele não tinha mostrado nem um bocadinho de interesse em mim... eu nunca teria hipótese com aquele rapaz moreno por quem eu tanto suspirava desde que soubera da existência dos 1D. Desde sempre, ele foi o menino que captou a minha atenção e foi ele quem conquistou o meu coração, mesmo que este ainda pertencesse um pouco ao Alex. Por falar em Alex... o que é que eu sentia por ele, afinal? Será que eu ainda o amava ou só amava as memórias dos momentos que tinhamos juntos? Não sei...

O meu telemóvel tocou e o ecrã acusou o remetente da chamada. Era o Alex.

#Chamada ON#

– Sim? - Disse ao atender, tentando soar normal.

– Hey... Só queria dizer que... Bem, arranjei viagem para a semana que vem. Pode ser? - Perguntou e eu pude ouir a incerteza na sua voz.

– Sim. Tenho de ir, até depois. - Disse eu.

– Ok... - Pude ouvir a tristeza na sua voz. - Adeus, amo-te. - E eu desliguei a chamada.

#Chamada OFF#

Se eu não o amava, então porque é que, cada vez que ele dizia "amo-te", eu me sentia esquisita? Como se ficasse dormente. Não. Isto é impossível... Eu tenho de o esquecer de vez.

Mais lágrimas brotaram dos meus olhos quando me lembrei que eu nunca iria ter uma oportunidade com o Zayn, pelo que estava presa àquele amor falhado com o Alex.

– Danika, vamos sair. Vens? - Perguntou a Ashley à porta do meu quarto, sem entrar. Elas sabiam que eu não gostava que entrassem no meu quarto sem que eu permitisse tal coisa.

– Nãã, quero dormir. - Disse eu, detestando-me a mim mesma quando a minha voz falhou.

– Está tudo bem? - Perguntou ela.

– Sim, acabei de acordar, é só isso. - Disse eu, sempre sem me virar para ela.

– Ok... Então até logo. Ah! E um tal de Afonso veio aqui há uma hora atrás dizer que passava aqui à tarde já que estavas a dormir. - Disse ela.

– Está bem, obrigada, bom passeio.

E ela saíu. Passados poucos minutos, ouvi a porta da casa bater, informando-me de que estava agora completamente sozinha em casa. Levantei-me lentamente e fui até à casa de banho tomar um banho de água quente demorado. Como sempre fazia no banho, meti-me a cantar para não pensar nas coisas más que iam na minha vida. Embora eu não admita a quase ninguém, a minha paixão é o canto e o meu sonho é seguir uma carreira de cantora. Mas para isso era preciso eu ter sorte... muita sorte. Agora que me lembro... Faltava apenas duas semanas para começarem as audições para o X-Factor...

Saí do banho e fui em toalha para o meu quarto. O meu telemóvel tocou avisando que eu tinha uma nova mensagem.

"Pedi às tuas amigas que te dissessem que passava aí à tarde mas não será possível. No entanto, e para te compensar, vou buscar-te a tua casa às 9p.m para irmos a uma festa. Põe-te mais gira do que és, sei que é difícil mas tenta, ahah. Podes levar as tuas duas amigas. Até logo. Adoro-te, menina. Um beijo, Afonso"

Uma festa? Não me apetecia nada... Mas que se dane. Decidi escolher logo a roupa para a festa e vesti um pijama para passar o dia em casa. Almocei e enfiei-me no sofá a ver um filme durante a maior parte da tarde até às miúdas chegarem.

– Meninas. O Afonso convidou-me para uma festa e diz que vocês também podem vir. - Informei-as quando elas se sentaram ao meu lado no sofá e pousaram os sacos das compras no chão à nossa frente, exaustas.

– Boa! Assim posso estrear a roupa linda que comprei hoje! - Exclamou a Ashley e eu revirei os olhos com um sorriso.

– Não sei se me agrada... Nem conheço o rapaz. Já para não falar que fico gorda com qualquer roupa portanto nem vale a pena... - Disse a Ariadne.

– Que parva, Aria. Ficas linda de qualquer maneira, vá, vamos. Vocês têm de ir comigo. - Insisti.

A Ariadne suspirou e acabou por concordar. Sorri e bati palmas que nem uma retardada e informei-as das horas a que tínhamos de estar despachadas. Tomei mais um banho e fui-me arranjar. Olhei-me ao espelho e, honestamente, achei-me bonita dentro do meu estilo meio gótico.

As meninas desceram para jantar uma a seguir à outra.

– Estás linda, Danika. - Disse a Ashley.

– Obrigada, tu também estás oh. E tu então, nem digo nada, Ariadne. Estás linda. - Sorri para as minhas amigas.

– Obrigada. - Disseram em coro e riram.

Jantámos e, às 21 em ponto, o Afonso tocou-nos à campainha.

– BOA NOITEEEEEEEEE! - Gritou ele, entusiasmado.

Ri-me.

– Boa noite, Fomfom. - Disse eu entre gargalhadas.

Ele abraçou-me e beijou-me o pescoço discretamente, escondido pelos meus cabelos, arrepiando-me. Belisquei-o, fazendo-o afastar-se com um sorriso maroto e apresentei-o às meninas.

– Bem, meninas, este é o Afonso, como vocês sabem. Afonso, esta é a Ashley e a Ariadne. - Apresentei-os, apontando para as meninas respetivamente.

– Prazer. - Disseram as meninas.

– Igualmente, meninas. Vamos? - Disse ele, fazendo sinal para que saíssemos de casa e fôssemos para o seu carro.

Assim fizemos e ele conduziu até uma discoteca que parecia prestes a rebentar de tanta gente que lá estava. Espantosamente, já havia pessoal a vomitar à porta.

– Afonso Williams. Trouxe três acompanhantes comigo. - Disse o Afonso ao segurança que estava à porta, que aparentava ter uns trinta anos, era loiro, de olhos verdes e musculado. Minha deusa, e sexy, muito sexy.

– Com certeza, Mr Williams, entre por favor. Divirtam-se, meninas. - Disse o segurança, piscando-me o olho quando eu passei.

– Há alguma coisa que não me tenhas contado, Afonso? - Perguntei-lhe antes de entrarmos.

– Bem... Sim... A verdade é que sou um pintor relativamente famoso e tenho mais dinheiro que a maioria das pessoas com 19 anos. Esta festa é para celebridades e... bem, eu não gosto desta coisa da fama por isso quis que vocês viessem comigo para me sentir um pouco mais... normal. - Explicou ele mas eu senti que ele estava a esconder qualquer coisa. Mas o que seria?

Entrámos na discoteca e, a partir daí, foi impossível manter uma conversa. O Afonso fez sinal pra esperarmos junto a uma mesa ali perto e foi não sei pra onde. Voltou cinco minutos depois com um sorriso na cara.

– BEM, MENINAS, PODEM IR DANÇAR. QUANDO VOLTAREM TERÃO AQUI UMA SURPRESA. - Gritou ele aos nossos ouvidos, parecendo que sussurrava tal não era a potência da música que soava agora na discoteca.

Eu sorri-lhe e puxei as meninas para a pista de dança, onde dançámos que nem loucas. Em poucos minutos, três rapazes - nada atraentes, por sinal - juntaram-se a nós e começaram a tentar dançar connosco. Gentilmente (lê-se agressivamente e quase a matar) disse aos rapazes para saírem pra bem longe de nós porque eramos lésbicas e se eles não se afastassem, ficariam sem o material lá debaixo. Se é que me entendem. Eles foram embora, assustados, e nós continuámos a dançar.

Quando ficámos cansadas, voltámos para ao pé do Afonso, ficando surpresas ao ver quem o acompanhava na mesa.

– OH MINHA DEUSA, ESTOU A SONHAR! - Exclamei, em português, ao chegar ao pé do Afonso e abraçá-lo fortemente.

Quando me afastei, ele sorriu-me e beijou-me o rosto carinhosamente. Virei-me para os cinco rapazes que ali estavam e analisei-os um a um, deixando o melhor para o fim. Vi o rapaz de olhos azuis e cabelo castanho, que eu considerava meio louco - senão totalmente mesmo -, olhar para nós com um sorriso e ele fez-nos um aceno com a mão. Passei ao próximo, este de olhos verdes e cabelo encaracolado sorrindo-nos de forma a denunciar as suas covinhas. Reparei que o seu olhar estava preso na Ashley e gargalhei, passando ao próximo rapaz. De cabelos castanhos e olhos da mesma cor, o rapaz com espírito de criança e personalidade de principe encantado olhava-nos com um sorriso e gritou-nos um "OLÁ MENINAS!" ao qual nós retribuimos com um aceno de mão ou, no meu caso, um aceno à tropa com dois dedos na testa. O rapaz seguinte, de olhos azuis e cabelo loiro era sem dúvida o que mais parecia um anjo. No entanto, a sua atenção oscilava de mim e da Ashley para a pequena Ariadne que o olhava fascinada. Finalmente, respirei fundo e olhei para o rapaz moreno de cabelo negro que formava uma popa (N//A: aquilo a que vocês brasileiras chamam de topete) que lhe dava aquele ar misterioso e sexy que eu tanto gostava. Quando os nossos olhares se cruzaram, foi como se toda a gente à volta desaparecesse e ficássemos sozinhos suspensos no tempo e no espaço. No dia anterior isto não tinha acontecido mas agora... Agora parecia que estávamos destinados. Ele mordeu o lábio inferior e sorriu, mimando um "olá" com os seus lábios molhados que eu sempre desejara beijar.

– TALVEZ DEVAMOS IR PARA UM SITIO MAIS CALMO, NÃO? - Perguntou o Afonso.

Todos assentimos em concordância e saímos em direção a um bar ali perto. O Afonso ficou para trás, dizendo que se juntaria a nós mais tarde e nós fomos para o bar e sentámo-nos a uma mesa a conhecer-nos melhor.

– Então... Agora que não estamos a ficar surdos pela música da discoteca e que é possível manter uma conversa e ser ouvido, digam lá os nomes de tais beldades. - Disse o Harry com um sorriso maroto.

– Eu sou a Ashley - Começou a Ash, piscando o olho ao Harry.

– Sou a Ariadne. - Disse a Aria, suavemente, visivelmente envergonhada.

– E eu a Danika. - Sorri.

– Bem, então é a nossa vez. Eu sou o Liam, este é o Harry, o Louis, o Niall e o Zayn. - Apresentou o Liam, com um sorriso gentil no rosto.

– Não é preciso apresentarem-se, nós já vos conhecemos. - Ri, nervosa.

– É, a Danika a mim conhece-me ainda melhor por ter vindo contra mim. - Brincou o Zayn.

– Desculpa? O menino é que não soube travar a bicicleta. - Ri.

Todos nos olharam confusos.

– Eu fui contra a Danika de bicicleta e tive de fugir das fãs, deixando-a pendurada numa pergunta. Peço imensas desculpas por isso. - Disse ele e pareceu honesto.

– Deixa lá, já me aconteceu pior. - Ri, sem humor.

Nesse momento, o Afonso chegou acompanhado de uma rapariga mais baixa que ele, com aspeto de ter a minha idade, pouco mais, cabelo castanho escuro, olhos castanhos brilhantes e a pele branca. Era realmente bonita, muito mesmo.

– Olá, Afonso. Fala-me da tua amiga. - Disse eu, e sorri para a rapariga.

– Conheci-a há uns dias e temos falado. Apresento-vos a Joanne. - Sorriu, orgulhoso.

– Muito prazer, Joanne, és muito bonita. - Disse eu.

– Prazer em conhecer-te, Joanne. - Disseram os outros.

– Obrigada, o prazer é meu. - Sorriu ela.

E assim, continuámos a conversar e a conhecer-nos melhor.

– A Danika veio para cá para concorrer ao X-Factor. - Disse a Ashley, fazendo-me corar.

– Uau! A sério? - Disse o Zayn, incrédulo.

Sorri envergonhada e assenti.

– Canta um pouco. - Pediu o Niall.

– Eu não sei cantar...

– MENTIRAAAAA! Ela canta bem, a sério! - Disse a Ariadne.

Olhei para as minhas duas amigas, desejando matá-las.

– Canta, por favor. - Pediu o Zayn e eu fui incapaz de dizer que não.

Suspirei, ganhei coragem e cantei.

Today is gonna be the day that they're gonna throw it back to you

by now, you should've somehow realise what you gotta do.

I don't believe that anybody feels the way i do, about you now

Backbeat the word is on the street that the fire on your heart is out

I'm sure you've heard it all before but you never really had a doubt

i don't believe that anybody feels the way i do about you now

And all the roads we had to walk are winding

and all the lights that lead us there are blinding

There is many things that i would like to say to you but i don't know how!

'Cause maybe, you're gonna be the one that saves me

And after all, you're my wonderwall

i said maybe, you're gonna be the one that saves me

and after all, you're my wonderwall...

Parei de cantar e abri os olhos, que tinha fechado para não os ver olhar para mim fixamente, vendo toda a gente de boca aberta a olhar para mim espantada, até mesmo o pessoal que estava à nossa volta no bar. De repente, toda a gente começou a bater palmas e eu senti a minha cara queimar. Aposto que já estava mais vermelha que morena.

– Uau! - Disse o Louis, a rir.

– Tu cantas... - Começou o Niall.

– Maravilhosamente. - Completou o Zayn e eu sorri-lhe.

– Sem dúvida. - Disseram o Liam e o Harry ao mesmo tempo.

– Como é que eu ainda não tinha ouvido a menina Danika a cantar? És maravilhosa, menina! - Disse o Afonso.

– Obrigada... - Murmurei envergonhada.

Eles riram e continuámos a conversar. Já passava das duas da manhã quando fomos todos para casa. Mas antes de seguirmos pra casa, o Zayn aproximou-se de mim e pediu-me o meu número. Claro que eu lho dei. Estava tudo a melhorar de uma maneira que eu nunca julguei ser possível. Ele beijou-me a bochecha e partiu. Fui com um sorriso bobo e a cantar sem jeito para o carro do Afonso que nos iria levar a casa. Minha deusa, isto era perfeito.

– Boa noite, meninas. Dorme bem, minha cantora preferida. - Disse o Afonso e beijou-me a ponta do nariz, fazendo-me rir suavemente.

– Boa noite, pequeno. - disse eu.

– Boa noite, Afonso, obrigada. - Disseram as meninas.

Entrámos e fomos para os quartos, exaustas. Finalmente deitei-me na cama depois de vestir o meu confortável pijama. A última coisa que me lembro foi de ler uma mensagem de um número desconhecido que dizia

"só queria desejar uma boa noite à grande cantora que descobri hoje. Dorme bem e espero receber uma mensagem tua pela manhã. Adorei conhecer-te realmente, depois do nosso encontro brusco de ontem. Espero ter oportunidade de te vir a conhecer melhor :) xx Zayn"

E adormeci com um sorriso no rosto.