Entre Caçadores E Presas escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 20
Marcas que não saem tão fácil.


Notas iniciais do capítulo

Ok gente... demorei um tempão pra postar, eu sei, me desculpem por isso... vou tentar postar mais rapidamente agora que eu estou de férias ok? E... pfvr a fanfic tem bastante leitores mas só a MINORIA está comentando, então... deixar um review nem é nada demais, é? Eu não mordo ok? Só um "gostei" serve para mim. é isso. Não se esqueçam de comentar, beijos! E ah... quem ainda não foi ver minha nova fanfic beward, vão lá! http://fanfiction.com.br/historia/296081/Alexithymia



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Os pesadelos eram meus constantes companheiros durante o tempo em que eu levei para me acostumar com o ambiente calmo e reconfortante que era o apartamento. Tinha sangue, morte e coisas que eu queria esquecer, mas que, no entanto, minha mente cruel forçava a recordação de tudo que eu tinha presenciado.

Não era tão mal assim. Quando eu me acordava Edward estava lá, me abraçando com toda a paciência do mundo e sendo a pessoa que toda e qualquer criatura viva nesse mundo merecia. Ele era perfeito, cada pedaço dele. Não sei, nem nunca o perguntei se ele já era assim, se ele tinha mudado ou se aquilo era só o que ele escondia. A resposta não me importava por ora, tudo que eu queria saber era que ele estava sendo paciente com a minha fragilidade.

Eu odiava a dependência que eu tinha assumido somente por ter sido sequestrada e ter passado coisas as quais nunca cogitei viver. Ou sobreviver. Eu deveria ser mais forte para não dar trabalho e uma parte de minha mente ignorava essa ordem, sendo bastante frágil durante o sono.

Pesadelos e mais pesadelos, embora estivesse tudo bem quando eu retomava a consciência.

― Você tem que me ensinar a fazer isso. ― Declarei após experimentar o pudim que Edward tinha feito para a sobremesa. Ele riu debochado e em alguns milésimos de segundos depois um pano de prato tinha lhe atingido o rosto de leve. ― Qual é? Você acha que é o único que sabe cozinhar dentro dessa casa? Eu sei cozinhar também!

― Tudo bem então… o que é mesmo que você sabe cozinhar? ― Ele estreitou os olhos, cínico.

― Muitas coisas. ― Me defendi, o olhando superiormente. ― Quem é que faz o café da manhã mesmo? Não escutei você falando o meu nome, Edward. Eu que faço o café da manhã porque você sempre é preguiçoso e não se levanta cedo.

Ele inclinou o rosto para o lado, sorrindo com as minhas bochechas vermelhas de raiva.

― E o que é que sempre comemos no café da manhã? ― Eu iria responder se ele não tivesse sido mais rápido e respondido sua própria pergunta. ― Sempre comemos cereal ou ovo com bacon, ou pão com pasta de amendoim.

― Bom… ― Levantei-me da mesa e fui para a pia, lavar os pratos ― Isso também não é fácil de fazer para sua informação.

O bairro que estávamos morando era calmo, silencioso, mas ainda sim muito seguro e povoado. Ontem ele me dissera que seus familiares moravam a duas quadras de onde estávamos agora e isso me agoniou por algumas horas, afinal como Edward me apresentaria a sua família? “Oi, mãe, essa é… a garota que eu sequestrei, mas que a salvei”.

Não tinha como se sentir confortável naquela situação. Tudo para ele tinha solução, ele falava que sua família não iria ligar, eles eram gente boa e iriam me acolher, mas não tinha como se sentir acolhida sabendo que você não pertence àquele lugar. Eles até poderia ser legais por algumas horas, porém eles sempre iriam me olhar torto.

Não tinha como vistoriar os pensamentos deles. Eu dizia isso para ele, implorava para que ele pensasse em alguma mentira boa o suficiente e ele não me escutava. Verdade acima de tudo, esse parecia ser seu lema idiota e inútil. O que sua família iria pensar de mim? “Olha, a garota estava tão desesperada que aceitou uma pessoa que a fazia mal” porque, sim, apesar de Edward ser parte da família, esse pensamento ainda seria presente.

Se acalme, ele sempre sussurrava quando eu tocava no assunto, mas ele não estava em minha situação. Eu que iria passar vexame, não ele. Edward tinha merda em vez de cérebro na cabeça, só isso para ele não perceber a situação em que estava me colocando e colocando ele mesmo. Por favor, nós não estávamos em uma situação normal.

Se acalme, se acalme, se acalme ― eu juro que eu tentava com todas as minhas forças. Entretanto eu não estava tendo êxito nisso, não como Edward estava querendo.

― Por favor, Bella. ― Ele murmurou, pegando meu rosto entre as mãos e forçando-me a olhar para ele. ― Eles vão ser legais com você. Eu te falei isso um milhão de vezes, não dá para confiar uma vez sequer em mim?

Troquei o peso de meu pé, o olhando com os lábios prensados.

― Se eu não confiasse em você, Edward, eu não estaria aqui. Agora. ― Tentei ser suave ao lhe dizer aquilo e completei minha ação colocando uma mão em sua nuca, ficando na ponta dos pés para beijar seu queixo.

Ele fez uma careta e desmanchou para abaixar seu rosto, capturando meus lábios em um beijo breve.

― Eles vão ser legais com você, prometo. Aliás, eles não podem te culpar por nada a não ser por eu ter te seduzido. ― Um sorriso largo vindo dele, um beliscão leve em seu braço por cima do casaco. ― Ah que garota fraca você foi por ter me deixado seduzir você. Que garota fraca, Bella.

Ele balançou meus ombros, de um lado para o outro quando eu fiz uma carranca e depois sorriu, brincalhão, roubando-me outro beijo. Edward puxou-me delicadamente pela mão, entrelaçando-a com a sua enquanto íamos pegar o elevador e ir para a garagem do apartamento, onde estava o carro de Edward.

Eu nunca tinha vindo para Forks, porém eu a achava bem melhor que Nova York e toda a sua correria. Aqui era tudo calmo e lindo, a cidade perfeita para se morar quando se quer sossego e paz. Josh nunca nos encontraria aqui, nem mesmo se estivesse colocando todos atrás de nós.

Eu me sentia culpada em fazer a família de Edward também mudar-se do Arizona. Sentia-me culpada por estar virando a vida deles de cabeça para baixo, e às vezes eu fazia uma proposta irrecusável para Edward. Ele nunca aceitou ou me deixou terminar o que eu tinha a falar. Era só que… bom, as coisas seriam mais fáceis se eu não estivesse.

Eu poderia ir embora e nunca mais voltar. Eu nunca mais o procuraria.

Ele era completamente contra isso, mesmo sabendo ― e não assumindo ― que seria a melhor coisa que ele um dia poderia querer. Até para sua família. Eles estariam sempre se escondendo por minha culpa, minha culpa. Somente minha. Eles poderiam viver no calor confortável do Arizona se eu fosse embora, poderiam ficar em sua cidade de origem, mas não. Pareciam acatar tudo que Edward lhes falava.

Como se fosse normal.

― Sabe uma coisa que eu não sei sobre você? O seu aniversário? Quando que é? ― Disparou enquanto dirigia, olhando-me quando o carro parou em um sinal vermelho.

― É em dezembro. Dia 20. ― Mordi meus lábios ao lembrar-me do presente que eu havia ganhado. Uma passagem direta para o cativeiro. Tinha coisa melhor que essa? Ah, mas não tinha mesmo.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, ponderando o que eu havia lhe dito. Ele sabia muito bem quando eu tinha sido sequestrada, e sabia também que eu estava a um dia de pegar meu diploma e poder fazer alguma faculdade decente. Eu tinha lhe contado aquilo, sobre a faculdade e Edward me dissera que eu poderia fazê-la quando eu quisesse.

Mas não era assim tão fácil retomar minha vida. Tinha coisas das quais eu ainda sentia medo ou tinha alguma mania, que, na minha cabeça, me fazia ficar segura. Eu sempre fechava a porta do closet, sempre juntava as cortinas para que ninguém visse nada dentro de quarto e nunca, nunca mesmo, saia de casa sozinha.

Claro que depois de tudo eu não voltaria na mais perfeita normalidade. O cativeiro me deixara marcas as quais não iria sair tão fácil assim, mesmo Edward me incentivando e me ajudando toda vez.

― E o seu? ― Indaguei para quebrar o silêncio.

― Ah é só daqui a três meses.

Eu assenti, baixando meus olhos para minhas mãos que estava começando a formar uma fina camada de suor nas suas palmas. Esse era um problema, minhas mãos sempre ficavam geladas ou molhadas quando eu estava com medo ou nervosa a respeito de alguma coisa. E esse era o único jeito de saber que eu estava nervosa ou com medo, eu, antes, costumava saber fingir muito bem os meus sentimentos.

Eu tinha perdido essa prática na fraqueza do cativeiro. Meus muros tinham caído e eu tinha assistido a isso com um sorriso divertido em meu rosto. Talvez isso fosse bom. Talvez fosse ruim. Dependia da situação.

Edward olhou para mim, um sorriso em seus lábios perfeitos. Ele estava tranquilo, quase tão tranquilo quando acordou pela primeira manhã que estávamos no apartamento e não me encontrou na cama, achando-me sentada no balcão da cozinha, olhando para o nada como uma idiota.

― Vai ficar tudo bem.

Tentei confiar naquilo que ele me dizia. Mesmo sendo impossível para mim. Claro que melhorou um pouco quando ele pegou minha mão e a apertou com a minha, estacionando o carro de frente a uma casa bege com acabamentos em preto. Ele se inclinou um pouco, grudando seus lábios nos meus e uma promessa muda nos mesmos. Nada iria me acontecer, eu sabia.

Ou não.



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Notas finais do capítulo

Heyy again -q espero que tenham gostado, posto mais em breve! Feliz natal pra vocês! beijos ♥