Gotta Be You Parte II escrita por Vans


Capítulo 12
I believe in miracles




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O resto da noite correu bem e a promessa foi cumprida. Não importava se em algum ponto acabasse o assunto, em hipótese alguma falaríamos da minha volta ao Brasil. Depois de toda aquela conversa meio melancólica e todo o carinho que estávamos retribuindo um ao outro, decidimos tomar um bom banho para dormir. E sim, fizemos isso juntos mais uma vez, só que agora, sem o sexo. Estávamos num clima não tão animado pra fazer esse tipo de coisa hoje, mas nos esforçamos ao máximo para bloquear esses pensamentos chatos em nossa mente e nos divertimos pelo menos um pouco, afinal, ainda tínhamos dois dias inteiros pela frente só para nós dois aproveitarmos. Fomos para a suíte do quarto e um despiu o outro brincando. Eu tirava a camisa de Harry e lhe dava um beliscão na barriga, ele em contrapartida tirou minha calça e deu um tapa de leve em minha coxa. E assim foi até ficarmos completamente nus. Ficamos do lado de fora do box com os corpos colados num abraço extremamente apertado, falando coisas bobas e rindo por nada enquanto esperávamos a água do chuveiro esquentar. E assim que o vidro do cubículo começou a embaçar, sabíamos que já era a hora certa para começarmos nosso banho. Entramos meio atrapalhados e rindo para dentro do pequeno espaço, o que sem querer fez Harry arranhar as costas na porta do box, deixando um longo vergão vermelho em sua pele branca. Eu ri um pouco dele enquanto a água caia por cima de nós e batia em suas costas, fazendo o machucado do menino arder e arrancar um grito grave dele.

- Awww, meu amor, deixar eu ver isso, deixa. – Disse ainda rindo, tentando ser um pouco atenciosa ao meu menino. Pus ambas as mãos em seu ombro, virando Harry de costas para mim e observando aquele vergão vermelho e inchado. Passei as pontinhas de meus dedos por cima de sua pele machucada e ele logo contraiu todo o corpo, provavelmente sentindo um ardor.

- AHHH! Toma cuidado, Lô! – Protestou Harry.

- Desculpa, meu bem. – Falei, me sentindo um pouco culpada. Deixei um beijinho de leve no machucado, quase nem encostando e abraçando Harry por trás logo em seguida. Envolvendo com um pouco de força meus braços ao redor de sua cintura enquanto espalhava vários beijos por sua nuca, apenas sentindo a presença dele e a água morna caindo sobre nós. Aquilo era tão bom. A sensação de tê-lo tão perto, o seu cheiro, seu calor, sua pele macia e gostosa grudada na minha. Porque o Brasil tinha que ser TÃO distante? Porque minha mãe não vinha morar em Londres? O Brasil é um ótimo lugar, mas qualquer lugar fica sem vida onde não tem Harry Styles perto de mim. Pelo menos na minha visão. Ele era tão cheio de vida, de energia. Era bobo, carinhoso, engraçado, sarcástico, atrevido... Como eu poderia viver num mundo sem ele? Às vezes eu penso comigo que se eu não tivesse conhecido o amor da minha vida, esta seria bem mais fácil. Mas por outro lado não teria cor nenhuma, e eu não saberia qual é a sensação de senti-lo ao meu lado, me amando assim como eu o amo. Harry se virou de frente para mim, envolvendo seus braços em minha cintura enquanto eu apenas apoiei meu queixo de leve em seu peitoral e sorri. Então ele aproximou os lábios dos meus, deixando um selinho tão demorado que se eu tivesse contado acho que daria uns vinte minutos ou mais. Logo terminamos o banho e nos secamos. Harry fez questão de me deixar quite com ele e fazer brotar um vergão vermelho em minha bunda quando deu uma “toalhada” nesta, me fazendo soltar um gritinho agudo e dar um tapa de leve em seu ombro enquanto ele ria. Apostamos corrida até o closet e quase caímos no chão ao entramos todo atrapalhado mais uma vez pela porta. Acho que estávamos meio drogados hoje. Enquanto Harry procurava por algum pijama numa extremidade do closet, na outra eu procurava pela camisa dele que mais gostava. A do Ramones. Harry tinha um amor tão grande por essa camisa que automaticamente já me fazia gostar dela também, só que ela era seu xodó e ele nunca me deixara usá-la. A primeira vez que eu o vi, ele estava usando esta camisa. Eu sempre a achei muito estilosa e sempre tentava convencê-lo a me deixar usar, mas a resposta era sempre a mesma. Não! Lembro até hoje da primeira vez que tentei pegá-la emprestada. Tínhamos acabado de começar a namorar.

*flashback*

Eu estava distraída no closet de Harry, guardando algumas coisas num espaço que ele tinha reservado pra eu deixar algumas roupas de emergência para que usasse quando viesse para Londres caso precisasse. Assim que deixei tudo bem organizadinho, aproveitei que estava ali para dar uma olhada nas roupas de Harry. Ele tinha camisas básicas em excesso e de todas as cores possíveis e imagináveis, e cada uma com um corte ou modelo diferente. Muitas camisas com estampas, outras até um pouco bregas e que me fizeram rir um pouco. Não era possível um menino tão estiloso daqueles usar camisas com estampas de flor, deve ter ganhado de alguma avó. Estava vendo tudo, e quando terminava dobrava direitinho e colocava no devido lugar. Até que achei uma com uma estampa diferente e num lugar que eu julgaria não ser a dela, porque estava numa prateleira só com camisas pretas e sem estampas. Intrigada, resolvi abri-la para ver como era a camisa. Me deparo com a camisa do Ramones. Me lembrei vagamente que já tinha o visto usando aquela camisa e sorri.

- Wooow, ele gosta de Ramones? – Perguntei aos sussurros meio que pra mim mesma com a camisa estendida em minhas mãos. Harry tinha um bom gosto musical. Além de lindo, engraçado, estiloso e fofo eu tinha um namorado com bom gosto musical. Queria mais o que nessa vida, né? Já podia sentar e esperar pela morte porque minha vida tava feita. Bom, Ramones não era a minha banda favorita, mas eu gostava de algumas de suas músicas além das mais conhecidas e sempre achei a camisa da banda linda demais e combinava com absolutamente tudo o que você colocasse. Ainda estava de olho na camisa quando Harry entrou no closet já me abordando.

- Ei, ei, ei! O que a senhora tá fazendo com a minha camisa na mão? – Perguntou ele.

- Você gosta de Ramones, é? – Perguntei com um sorriso desconfiado no rosto.

- Acho que sim, né? Pra eu ter uma camisa deles. – Disse ele rindo tentando tomar a camisa de mim e eu esquivava, deixando a camisa longe das mãos dele. Como iríamos sair a noite e eu estava afim de usar um look mais rock que já tinha até imaginado em minha mente, aquela camisa cairia como uma luva.

- Ah Hazzinha, me empresta sua camisa pra gente sair hoje à noite? Prometo que eu cuido dela direitinho. Por favorzinho, por favorzinho, por favorziiinho! – Eu fui logo pedindo e ainda tentando manter a camisa em minha mão enquanto ele vinha cada vez mais pra cima, tentando me tomar o pedaço de pano.

- Mas NUNCA! Essa camisa é o xodó da minha vida, Lorena. – Ele disse.

- Mas... – E não teve jeito. Eu implorei, esperneei, tentei fugir com a camisa... Mas não teve solução, a resposta definitiva foi um não e eu saí de casa toda emburrada naquele dia por não ter conseguido sair do jeito que queria. Harry fazia de tudo pra me recompensar por ter me negado a camisa, mas eu era mimadinha demais pra ceder fácil. Passei a noite toda de cara emburrada e só fui me animar no final da festa. No fim já estava bem de novo.

(...)

Depois disso eu tentei pedir emprestado mais umas duas vezes, mas ele nunca me emprestava. Agora imagina... Se nem pra sair ele me deixava pegá-la, quem diz pra dormir com ela. Mas o que eu tinha a perder?

- Haaazzinhaaa... – Chamei toda manhosa pelo apelido dele, balançando a camisa do Ramones no ar para ele ver. Ele se virou assim que eu chamei, meio que cambaleando enquanto vestia sua boxer. Ele nem falou nada e eu já fui me prontificando, implorando feito uma criança por doce. – Ah Harry, por favor, por favor, por favor! Só hoje! Eu nem vou sair de casa, é só pra dormir com o seu cheirinho e com a camisa que você mais ama. Deve amar até mais que eu, se bobear. Por favorzinho, Harry! É só por umas horinhas até eu acordar. Eu já vou embo...

- Ei, ei...! Shhh... – Ele encostou o indicador nos lábios fazendo sinal para que eu ficasse em silêncio enquanto vestia uma camisa básica branca e larga. – Você quer usar, meu amor? Tudo bem, eu deixo você usar. – Disse ele com um sorriso todo lindo no rosto, se aproximando de mim, tomando a camisa de minha mão e vestindo cuidadosamente a camisa em mim. Eu não estava acreditando. Depois de três anos juntos, depois de eu tanto implorar pra usar aquela camisa, ele vai me deixar usá-la pra... Dormir? Sério, Harry?

- Ahhh... Agora também não quero mais! Dormir com ela não tem graça! – Brinquei fingindo fazer pirraça e ele riu.

- Então pode ir tirando. – Ele disse, levantando a camisa como se fosse tirá-la de meu corpo.

- Não, não, não! – Protestei abaixando de volta e o fazendo rir mais ainda. Então Harry segurou meu rosto em ambas as mãos, deixando mais um selinho demorado em meus lábios.

- To te esperando no quarto pra você cuidar do meu machucado que ainda tá doendo, viu?  – Ele me deu mais um selinho, só que desta vez foi mais rápido e então se afastou. Não acredito! Finalmente tinha conseguido usar a camisa que mais queria no armário de Harry. E meu Deus, ela tinha um cheiro tão maravilhoso. Assim como todas as outras roupas de Harry, mas aquela ali tinha um toque especial. Terminei de vestir a roupa que escolhi como pijama, peguei numa pequena caixa algum remédio para passar no machucado de Harry e antes mesmo de voltar para o quarto, vi sem querer meu reflexo no espelho. Na mesma hora eu fiquei toda serelepe por ter conseguido vestir a camisa e comecei a dançar abobadamente na frente do espelho, me sentindo especial por estar vestindo a camisa especial do meu namorado especial. Será que Harry estava reservando aquela camisa pra quando tivesse certeza que me amava de verdade? Bom, não sei. Mas parecia que aquilo me passava uma confiança tão grande. Era como se ele finalmente tivesse depositado todas as fichas dele em mim, que eu era a menina dele e nunca nada ia mudar isso. Não importa a distância que estivéssemos um do outro, ia ser eu e pronto. Parei de dançar e apenas sorri para o espelho, olhando a camisa vestida em meu corpo.

- Lôôô! – Resmungou Harry me chamando do quarto e eu fui logo saindo do closet. Ele estava deitado de bruços na cama, todo esparramado.

- Awww meu denguinho! Ta doendo ainda, é? – Perguntei sendo toda carinhosa enquanto me aproximava da cama.

- Uhum. – Balbuciou ele todo cheio de dengo, me fazendo rir baixinho.

- Vou passar remédio e vai passar, tá? – Subi na cama e passei uma de minhas pernas por cima do corpo de Harry, o deixando entre elas e me sentando bem em cima de sua bunda. Com isso, levantei sua camisa até conseguir avistar o machucado que ainda estava bem avermelhado. Então tirei a tampa do antisséptico em spray que tinha pegado e antes mesmo de espirrar sobre a pele dele, fui surpreendia com ele me impedindo.

- CALMA, CALMA!... Vai arder? – Ele perguntou preocupado e eu não consegui segurar o riso.

- Eu não sei amor. Mas se arder eu faço carinho. – Disse toda bobinha. Então com cuidado e um pouco de receio em machucá-lo, espirrei o remédio sobre sua pele, fazendo-o berrar na mesma hora. É, provavelmente deve ter ardido. Coloquei o vidrinho sobre o criado-mudo e voltei minhas mãos para as costas de Harry, acariciando-a por inteiro com as pontinhas de minhas unhas no intuito de tentá-lo fazer esquecer a dor. – Já, já passa neném. – Disse tentando confortá-lo, continuando as caricias. Fiquei assim por um bom tempo em silencio, só fazendo carinho nele com a maior satisfação do mundo. Lembrei até de minha avó. Quando eu era mais nova, ela fazia carinho em minhas costas até eu adormecer. Aquilo era tão, mas tão bom que eu queria que Harry sentisse o mesmo. Pensei que ele já tinha apagado quando fui pega de surpresa pela voz meio grogue dele.

- E eu te amo muito mais que a minha camisa do Ramones. Muito mais que tudo. – O sorriso apenas se arreganhou em meu rosto. Continuei com os carinhos e sem falar nada, julgando por sua voz, ele já estava prestes a dormir e eu não queria despertá-lo. Depois de algum tempinho, eu deitei meu corpo sobre o dele e levei um pouco meu rosto para o lado para observar se ele já havia dormido. E não teve outra, Harry tinha apagado e dormia como um bebê. Eu apenas sorri de ver como ele parecia um anjinho dormindo, com aqueles cachinhos todos bagunçados e aquele rosto sereno e relaxado. Deixei um beijo de leve em sua bochecha e aproximei meus lábios de seu ouvido.

- Eu também te amo muito mais que tudo. – Sussurrei. Eu não sei se o infinito realmente não acaba, mas se isso é verdade, essa palavra mais o meu amor pelo Harry dão a lógica matemática perfeita. Porque eu não me via mais sem deixar de amá-lo por um segundo e cada vez mais. Ficar deitada sobre ele estava tão bom que eu não queria me desgrudar, então fiquei ali mesmo e adormeci segundos depois.


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Notas finais do capítulo

Meus amores, me desculpe pela demora pra postar. Vestibular chegando e algumas de vocês devem entender pelo o que eu estou passando agora. Espero que vocês compreendam. Quando eu passar, vou fazer questão de vir comemorar com vocês e prometo postar mais capítulos com mais frequência, mas no momento eu e a Madu estamos MUITO atarefadas. ): Mas é isso... Espero que vocês tenham gostado, continuem gostando e lendo nossa fic que tá prometendo fortes emoções pros próximos capítulos, hein!
Beijoks pra vocês, amores!
Vans & Madu. xx