Emma‘s POV:

                Eu acordei cedo. A noite não foi muito agradável; o sono demorou a vir, e rapidamente foi embora. Depois da conversa com Niall, fiquei chorando e soluçando até adormecer. A Bárbara passou no meu quarto algumas vezes, mas como eu falava que estava tudo bem, ela ia embora.

                Chorar me faz muito bem, mas eu odeio isso. Desde pequena eu procurava me esconder, fugir dos problemas. Isso era melhor do que enfrentá-los, claro. Mas agora, isso se tornou mais do que um hábito. Fugindo, eu consigo espantar a tristeza e outros sentimentos ruins. Mas quando não funciona, eu me sinto fraca.

                É uma coisa muito rara quando eu choro. Sinceramente, eu só consigo chorar na frente das pessoas mais próximas. Acho que essa foi a segunda vez que Niall me viu chorar em todos esses anos. Eu não gosto de chorar, porque não gosto de me sentir fraca. E para as lágrimas não começarem, eu espanto todos os pensamentos que as provocam.

                Quando saí do quarto, ainda com o pijama de ontem (http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=54783738) , a Bárbara veio me contar que Niall havia ligado mais cedo.

                - Ele perguntou sobre você. Perguntou algo sobre ontem. Aconteceu alguma coisa que eu não estou sabendo? Ele brigou contigo? Ta tudo bem? – ela perguntou a última frase com um tom de voz preocupado. Só então eu percebi uma lágrima teimosa escorrendo do meu olho. Limpei-a e olhei ligeiro para outra direção.

                - Não, ta tudo bem Bárbara.

                - Certeza? Eu ouvi tu chorar ontem a noite. Foi alguma coisa que ele falou, não foi? – por que ela tinha que entender tão rápido a situação?

                - Desculpa, não quero falar sobre isso. – sequei mais uma lágrima e fui tomar o café da manhã.

                Ela não tocou mais no assunto. E eu espantei o mesmo de meus pensamentos. Fiquei prestando atenção ao meu sanduíche. Depois assisti um pouco de televisão, mas nada muito interessante que prendesse minha atenção totalmente. Fui até meu quarto, me arrumei (http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=54784834) e saí. Resolvi que iria ao cinema. Fiquei pensando se chamaria o Harry ou não; quando dei por mim estava subindo no carro dele a caminho do shopping.

                - Então, que escolha inesperada foi essa? Está tudo bem, pequena? – ele perguntou recolhendo uma mecha solta do meu cabelo e colocando para trás da orelha.

                - É, eu acho que sim. Se puder não tocar no assunto, eu agradeceria. – eu disse olhando para ele, sem expressão.

                - Desculpa. Então, que filme vamos ver hoje? – ele perguntou mudando de assunto. Agradeci silenciosamente.

                - Hm... Não sei, que filmes estão em cartaz?

                - Eu não sei. Tu quer mesmo ir ao cinema? Ou podemos ir a outro lugar? – ele perguntou sorrindo de canto.

                - Tudo bem. Para onde vamos, então? – perguntei curiosa. Na verdade eu não queria ir ao cinema, só queria ocupar meus pensamentos. Com o Harry perto de mim, eles ficavam bem ocupados... Até de mais.

                - Na verdade eu não gosto muito de cinema, mas gosto do shopping. O que tu gosta de fazer lá?

                - Ah, eu gosto de ir nas livrarias principalmente. Também gosto de comprar roupas e de comer. – eu disse rindo.

                - Tudo bem então. Vamos nas livrarias, comprar roupas e comer.

                Niall’s POV:

                Eu não entendi muito bem o que aconteceu; por que ela chorou. Ela chorou. Não sei no que eu errei, mas fiz o que deu. Deixei várias mensagens, liguei diversas vezes para ela, mas ela nunca atendia. Liguei para a Bárbara e deixei um recado. Espero que ela tenha recebido.

                Eu não poderia fazer mais nada. Poderia? Resolvi tirar isso do pensamento. Principalmente ela, se não ficaria aborrecido o dia inteiro. Como eu faria isso? Então tive uma ideia. Uma ideia perfeita. Peguei meu celular e disquei o número.

                - Bom dia anjinho.

                - Bom dia linda.

                - Tudo bem?

                - Tudo sim, e contigo? Na verdade eu to ligando para perguntar se quer ir no cinema comigo?

                - Ah, claro. Que horas? As duas, pode ser? Tu passa aqui? E que filme vamos ver? Eu posso escolher? É que eu estou louca para ver um filme... – ela se empolgou com a minha ideia e não parou de falar. Eu só fiquei respondendo “sim” e “não" nas horas certas, sem prestar muita atenção.

                Depois que desliguei, fui comer alguma coisa e liguei a televisão. Estava passando algum programa de comédia um pouco engraçado. Ao meio dia eu almocei e depois fui tomar banho e me arrumar para sair. Quando eu fui buscá-la em casa, ela estava muito linda. Mas eu achei que era um pouquinho de mais para ir ao cinema. Hoje eu conclui que não entendia, não entendo e acho que nunca chegarei a entender as mulheres.

                Duda’s POV:

                Depois daquela noite eu não pensei que Niall falaria comigo novamente. Nós até acabamos saindo e tal, mas achei que ficaria por isso mesmo. Eu sempre o procurando, e ele saindo comigo por causa da falta da amiga dele. Eu não sabia direito o que sentia em relação a ele, mas me fazia muito bem apenas ficar perto, por isso aceitava ser a segunda opção.

                Quando ele me ligou hoje de manhã, não consegui acreditar. Fiquei muito empolgada por ele me procurar e tomar a iniciativa. Fui me arrumar logo depois de desligar. Eu sei que era muito cedo, mas eu não me aguentaria parada em um local apenas.

                Eu tomei um banho caprichado, me vesti (http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=54785332), depois mudei de roupa (http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=54785118), e mais uma vez (http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=54785556), até que decidi ir com essa (http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=54785556). Me maquiei, arrumei o cabelo, e até coloquei um perfume antes de ouvir a campainha.

                Desci correndo, parei para dar uma olhadinha rápida no espelho e abri a porta. Ele estava me esperando do lado de fora do carro encostado na porta do motorista. Eu disso um “oi” rápido e envergonhado enquanto aqueles olhos azuis e penetrantes me analizavam de cima a baixo. Entrei no carro quieta.

                - Obrigada por aceitar meu convite. Eu precisava mesmo sair de casa.

                - D-de nada. – eu gaguejei sem querer.

                Nada mais foi dito e o silêncio predominou. Nós chegamos no cinema e ele foi comprar as pipocas enquanto eu comprava os ingressos. Durante o filme nós também não conversamos – é claro. Como era um filme de terror, certas vezes eu aproveitava para me encolher mais perto dele. Quando ele percebeu minha cara de aterrorizada – eu sei, sou uma boa atriz – me abraçou bem forte.

                O abraço dele era muito aconchegante, mas logo terminou, junto com o filme. Nós saímos do cinema direto para o carro. O caminho de volta também foi silencioso. Esse silêncio só foi quebrado quando chegamos na minha casa. Ele estacionou o carro e deu a volta até minha porta.

                - Hm... Obrigada por me convidar. Eu me diverti bastante. – eu falei envergonhada. Ele levantou uma sombrancelha. – É, só acho que filmes de terror não são para mim. – admiti.

                - Tudo bem. Eu também gostei bastante de sair contigo. – ele disse, e então ficou parado, com o olhar congelado em mim. Eu congelei também.

                Depois de alguns segundos, ele destravou e começou a se mover em câmera lenta. Primeiro a cabeça, que foi lentamente se aproximando da minha. Depois os lábios, que foram se juntando aos meus. Por fim, seus braços, quando prenderam minha cintura junto a ele. Eu percebi ele me girando e me encostando no carro, com seu corpo grudado ao meu. O nosso beijo foi ficando cada vez mais intenso, até que ele o interrompeu. Separou nossos rostos um do outro, mas os corpos continuaram do jeito que estavam.

                - Desculpa. Desculpa. Tu tem que entrar, né?

                - Não agora. – eu falei com sinceridade tentando me aproximar novamente.

                - Seus pais não estão? – ele perguntou me impedindo.

                - Foram viajar. – eu tentei mais uma vez.

                - Abre a porta. – ele falou simplesmente. Eu peguei a chave e fui em direção a porta. Destranquei-a e entrei. Niall me seguiu.

                Quando eu tranquei a porta novamente e me virei, ele estava atrás de mim. Bem perto. Pegou em minha cintura e voltou ao beijo. Nós fomos em direção ao sofá e nos deitamos nele, Niall em baixo de mim. Sem parar o beijo. Nós acabamos adormecendo por ali mesmo.

Quando eu acordei, em cima dele, ele ainda estava dormindo. Aproveitei a oportunidade e fiquei por ali mesmo. Nada aconteceu na noite passada, mas foi completamente incrível. Será que ele gostava de mim mesmo? Ou a saudade de alguém que amamos faz isso? Não queria pensar nisso agora. Queria apenas ficar pertinho dele. Fechei os olhos e dormi novamente.

Eu acordei no colo dele. Ele estava me levando para meu quarto. Para ir embora? Não! Eu abri lentamente os olhos, decidida a fazê-lo ficar mais um tempo.

- Bom dia linda! – ele disse me dando um beijo na testa enquanto me largava na cama. – Te acordei?

- Não. Acho que já dormi demais mesmo. – eu respondi sorrindo. – Acordou faz tempo?

- Não. Acabei de acordar. Estava te colocando na cama e depois ia comprar alguma coisa para o nosso almoço. – Ele não iria embora!

- Almoço? Já? Que horas são?

- Agora são 11h45. É, também me assustei quando vi o horário. – ele falou sorrindo. Que sorriso lindo.

- Bom, então vamos pedir uma pizza. – quando eu sugeri ele abriu um sorriso de orelha a orelha, e logo depois foi pegar o telefone.

                Depois do almoço – e de muitos beijos. – ele foi embora. Fiquei triste quando ele foi, mas logo me alegrei, lembrando de ontem e hoje. Ele era muito especial para mim. Eu acho que realmente gostava dele. Agora precisava saber o que ele sentia em relação a mim.