Enquanto passava pelos corredores, notava como aquele lugar estava vazio.

No decorrer dos meses, todo mundo foi embora, no fim do ano, só restavam uns 15 alunos.

O diretor girava na enorme caderna, e cantarolava alguma musica idiota. Percebeu minha presença, e naturalmente se envergonhou por eu ter visto seu momento criança feliz.

– Ah, ola criança, sente-se.

Eu sentei na cadeira, cruzei os braços.

– Pra que o senhor me chamou? – perguntei, como eu queria estar na cama agora.

– Senhorita, recebi um telefonema da sua família.. –ele disse, com cara de sofrimento, e eu tive certeza, que definitivamente minha mãe tinha descoberto a situação financeira da escola e iria me mandar para casa – Algo muito ruim aconteceu.

– O que?Como assim algo ruim?Minha mãe está bem? – fiquei preocupada.

– No momento, creio que esta triste, mas vai ficar melhor. – disse ele, e fiquei aliviada por um instante... Mas, então, o que teria acontecido?

– O que aconteceu?

– Minha querida, - disse ele, e eu estremeci – seu pai ... – ele parou.

– O que houve com ele?

– Ele faleceu.

– Não, - eu comecei a rir - ele não pode ter morrido... É mentira, certo?

– Eu sinceramente gostaria que fosse, para poupá-la desse sofrimento, que eu particularmente sei muito bem como é, mas infelizmente, é verdade, ele sofreu um acidente de carro, e faleceu.

Eu respirei fundo, fechei os olhos, e esperei as lagrimas.

Mas, elas não vieram, nem a dor da perda, nem nada.

Eu apenas me sentia preocupada com a minha mãe.

No fundo eu sabia que ele havia bebido, como sempre fazia, pegou o carro, como sempre, mas dessa vez ele não deu muita sorte. Eu me sentia tão culpada, eu devia estar chorando, triste, me sentindo sozinha.

Mas, eu me sentia preocupada, queria ver minha mãe, proteger ela acima de tudo.

– Aqui esta sua passagem, mande condolências a sua família.

– Obrigada. – disse, e sai da sala.

Voltei ao quarto, e Clarisse me abraçou.

– O que houve? Ela perguntou.

– Meu pai morreu. – respondi seca, eu não sabia se devia sentir aliviada por ele não poder mais machucar a minha mãe, ou se devia ficar triste, afinal, ele era meu pai.

– Eu sinto muito! E olha que não é o meu pai, porque se fosse o meu, eu morria, meu pai é meu melhor amigo, o único homem em que eu posso confiar. Do que ele morreu?

–Acidente de carro...– ela me abraçou mais uma vez.

Sentei-me na cama, olhando pra passagem.

– Eu vou voltar pra Forks. – disse, num sussurro.

– Quanto você vai viajar? – perguntou Clarisse.

Olhei a passagem.

– Amanhã, às seis da manhã.

– Eu vou um dia depois de você. Vou sentir saudades, mande cartões!

– Não estou preparada pra ir embora - disse eu.

– Nunca estamos preparados pra nada. Mas você precisa... você sabe... – ela sorriu.

No dia seguinte, acordei cedo, Clarisse se levantou comigo para se despedir.

Ela me abraçou, disse que me amava e que eu era a melhor amiga que ela já teve, e eu disse a mesma coisa pra ela. Ela prometeu manter contato, e eu também.

O carro da escola me levou até o aeroporto, e eu fui pra casa, ansiando o que viria a seguir.

O reencontro com todos.

Eu queria abraçar minha mãe, e queria abraçar Alice, ver Ângela, o meu afilhado. Eu sorri, lembrando das coisas boas que veria.

Eu só não tinha certeza de como me sentiria ao ver aquela pessoa. Edward.