Lembranças De Um Outro Mundo escrita por Luan Snow


Capítulo 1
Prólogo




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Era um pesadelo, e também um vislumbre do futuro, mas Thomas não sabia. Caminhava por um corredor, semelhante aos corredores hospitalares, e o que o iluminava eram poucas lâmpadas, quase queimadas, que oscilavam entre a luz e as trevas internas. Destrancava portas, mas não encontrava uma saída.
Viu uma porta com uma maçaneta dourada que continha, na parte superior, letras borradas com o que parecia ser tinta vermelha.
A porta o levou a um outro corredor, longo e totalmente branco. Podia ver o rosto refletido no chão, como se estivesse olhando para a superfície de um lago; era o lugar mais limpo do que parecia ser um hospital, disso tinha certeza. Quando avistou uma curva no corredor, olhou para trás, como para assegurar-se de que estava sozinho, e voltou sua atenção novamente para frente.
O que viu tornou esse pesadelo o pior que já teve.

Se isso fosse um quadro, com certeza se chamaria "O Labirinto de Corpos”,pensou Thomas. Havia corpos espalhados no chão, feridos e sangrando; todos mortos.Thomas conhecia todos que estavam ali. Viu seu pai, Dave Lewis; sua mãe, Coral Young; os irmãos Moore; e outras pessoas que faziam parte da sua vida. Sentiu uma vontade imensa de olhar para trás, desviar sua visão daquela cena, e então encontrou uma parede branca onde antes havia uma porta, e nela um espelho.

Viu-se refletido nele, com a camisa branca que usava manchada de sangue seco, o cabelo bagunçado, como se tivesse acabado de acordar. Enxergou também um volume em seu bolso direito, e colocou sua mão dentro dele. Havia uma faca coberta de sangue, e o que parecia ser pele e um recorte de jornal com nomes de conhecidos e a causa da morte de cada um. Thomas só pensou em uma coisa: eu matei todos eles?
De repente, o recorte de jornal começou a pegar fogo, e Thomas o lançou ao chão, pisoteando-o, incansavelmente, para apagá-lo. O pegou, mas a única coisa que conseguiu ler do que restara foi: Thomas Lewis – suicídio. Decidiu continuar o caminho, já que a porta em que entrara não existia mais.

Passou com cuidado pelo corpo do pai, que parecia estar olhando-o. Continuou e encontrou a primeira curva do corredor.
Havia mais pessoas mortas no que parecia ser um labirinto. Encontrou muitas outras curvas, e finalmente uma porta vermelha, como o sangue das pessoas que estavam no corredor.

Antes de abrir, sentiu estar sendo observado, e olhou novamente para os corpos que estavam atrás dele. Todos estavam com os olhos abertos, e com um sorriso estampado no rosto. Viu minhocas em algumas bocas, o que tornou o sorriso assustador, pelo menos para Thomas.
Dessa vez notou algo diferente no monte de corpos. Era ele. Ele estava entre eles. Viu um Thomas morto sentado no chão, sorrindo para ele, com um ferimento na barriga, o que mudara a camisa branca que vestia para um vermelho igual ao da porta.
Ouviu o seu corpo moribundo falar alguma coisa e todos os mortos levantaram-se, como zumbis, tentando pegar o Thomas sem ferimentos. Nessa hora a porta se abriu, e então Thomas viu-se deitado na cama, e foi transportado para lá.



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