The Rose Of Darkness escrita por Pye


Capítulo 9
Capítulo 5 – A dor daquele que peca - P2


Notas iniciais do capítulo

Olá novamente meus amores. Como disse antes vou ficar sem internet, por isso vou demorar a postar. Espero que gostem. Estarei dedicando esta parte de capitulo a todos os meus leitores, que conseguem apesar de tudo aguentar essa história chata.

NÃO SE ESQUEÇAM DE OUVIR AS MUSICAS E VER AS IMAGENS EXTRAS.



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Capitulo Cinco - A dor daquele que peca - Part 2.



Música de abertura






Aquela biblioteca nunca parecera tão tediante. As cortinas balançavam em um ritmo até rápido demais por conta da chuva forte que teimava em cair do lado de fora, enquanto se passava um programa qualquer na televisão, algo típico de meio de tarde.

Miha, Nathaniel, Mary e Lysandre encontravam-se todos sentados no pequeno sofá aos fundos daquela enorme biblioteca, cada um em cantos diferentes, ou prestando atenção na cor das paredes, ou até mesmo olhando a chuva pairar no lado de fora da janela.

— Alguém pode me matar, por favor? – Miha começou com tom de voz extremamente morto, com o queixo apoiado na palma das mãos.

— Ah, não se preocupe rosada, o tédio fará isso por você. – Nathaniel respondeu também com desanimação, rodando um lápis em cima da mesinha de centro na tentativa de se animar.

Lysandre suspirou, ajeitando seus cabelos esbranquiçados e encarando a janela.

— Porque estamos aqui mesmo? – Ele revirou os olhos.

— Prometemos entregar essas pastas e trabalhos pra professora de literatura, mas parece que ela se esqueceu da gente nesse inferno. – Mary sorriu encarando agora a televisão, qual passava um desfile medíocre na programação. — Argh, que tipo de pessoa agüenta ver esse bando de mulher desfilando? Me poupe. – Ela se agachou um tanto para o lado direito e pegou o controle remoto, direcionando para a televisão pronta para mudar.

Mas antes que apertasse qualquer botão sequer, a programação se tomou em um preto fulminante, logo aparecendo no lugar uma mulher com um microfone em mãos e com expressão nervosa e preocupada. Era um noticiário de última hora da cidade.

Boa tarde. Estamos aqui agora no centro da cidade para informar um noticia de alta importância: Foram novamente identificados corpos de pessoas na região central de SilentStreets. A policia não nos informou muito sobre o caso mas, foram encontrados exatamente sete corpos em diferentes becos da cidade, todos completamente mutilados em variadas partes do corpo, e com uma grande acumulação de sangue no pescoço e barriga. Todos os familiares ficaram em extrema desolação com o ocorrido. Não está completamente certo mas, parece que todos os assassinatos foram iniciados tarde da noite, por esse motivo a academia de policia sugere que nenhuma pessoa saia na rua após as dez da noite. Será que esse é o começo de um massacre mórbido? Quem será o monstro que está praticando esses crimes? Fique atento a qualquer noticia de última hora. Obrigada e ficamos por aqui.

Quando o noticiário finalmente acabou, os quatro jovens estavam com olhares estáticos na TV, não acreditando naquele tipo de noticia. Já havia acontecido em poucos dias um outro caso isolado de assassinato, mas não fora tão grave nessa proporção. Agora houvera sete vitimas, sete! Isso com certeza era caso de policia, mas será que eles teriam tal capacidade investigativa?

— Meu... Deus... – Miha soltou ao piscar algumas vezes com certo horror no olhar.

— Será que é motivo de preocupação? – Nathaniel questionou tirando a atenção da televisão e encarando cada um a sua volta.

Hmm... Sete assassinatos em uma única noite? Poderia ser certo em dizer que somente um assassino houvera de matar tantos em apenas poucas horas? Isso é realmente estranho. Talvez seja uma quadrilha ou algo do tipo, não seria muito inteligente pensar em que uma pessoa sozinha faria tal coisa. Isso é realmente interessante...

Todos a olharam morder um pedaço de seu bolinho de morango, todos estáticos e com certa dúvida.

Maryana tinha realmente um dom investigativo muito aguçado.

— Mary está certa. Quem for que estiver fazendo tudo isso é altamente perigoso, a policia local comum não tem capacidade suficiente pra promover tal investigação. Talvez...

Lysandre apoiou o braço na palma da mão fechada, pensativo, enquanto olhava para o nada. Ficara naquela pose tipicamente vitoriana por algum tempo.

— Talvez oque Lysandre? – Miha perguntou curiosa.

— Talvez pudéssemos dar uma mãozinha...

Nathaniel arregalou os olhos.

— Mas oque? Ficou maluco? Não, não e não. Não podemos interferir nos assuntos da policia. E também, ele é um assassino! Ele poderia nos matar a qualquer momento.

Mary riu animada com a confusão e nervosismo do loiro, tocando gentilmente o ombro de Lysandre.

— Achei uma ótima idéia, afinal de contas, todos sabem como essa policia é incompetente.

Lysandre esboçou um sorriso.

— Bom... Se for pra ajudar eu to dentro! – Miha se apoiou em Mary e sorriu com um pouco de receio, olhando a reação do loiro.

— Isso... É loucura. – Ele soltou ar pela boca se dando por vencido.

Todos sorriram e desligaram a televisão, se ajeitando perto do sofá, no chão, enquanto conversavam sobre o plano.

— Já sei oque fazer. – Mary disse se levantando em um pulo. Sua animação estava claramente visível em seus olhos.


~~











O barulho estrondoso da porta se chocando ao chão era tão perturbador que fez o rapaz loiro se levantar em um pulo do chão da sala. Os pingos da chuva batiam na janela com grande pressão, tornando aquela cena toda ainda pior.





Zero adentrou o cômodo, passando por cima da porta arrombada como se não fosse nada. Estava trajando mais uma vez seu pesado casaco que alcançava a altura dos joelhos, tal casaco com uma forte coloração azul-marinho. Mellanie entrou logo em seguida, de inicio com a cabeça abaixada, fazendo uma cascata de seus longos cabelos jorrar sobre o rosto. Vestia-se de modo incomum; Um batom de um extremo vermelho, sapatos de salto alto de uma cor negra, qual combinava com sua saia curta e uma blusa colada ao corpo, semelhante a couro. Aquela aparência a havia deixado perigosa, que por um momento que a olhasse bem de perto, poderia sentir aquele clima ruim a rondando. Poderia sentir que ela estava ali com extinto de matar.


Ela levantou o rosto calmamente, olhando com certa frieza o rapaz de cabelos curtos e loiros não tão longe, sorrindo em seguida.

— Quem são vocês?! – O rapaz perguntou quase em um grito, aparentemente nervoso com todo aquele alvoroço.

— Não estamos aqui pra dizer quem somos. – Ela respondeu dando alguns passos a frente de Zero, fazendo estrondar seu salto naquele piso de madeira. — Estamos aqui pra cuidar de você, então não se importe conosco.

O rapaz murmurou um suspiro baixo, sentindo se deixar arrepiar com aquela figura sinistra bem no meio de sua sala. Uma figura bela, mas perigosa.

— Mas... Oque querem comig-

— Zero! – A garota o interrompeu, virando apenas um pouco o rosto em direção ao rapaz logo ao lado, falando como em uma ordem.

Zero levantou sua pistola, mirando bem na direção do loiro, com olhar estaticamente frio.

O loiro arregalou os olhos e moveu dois passos para trás, sentindo o medo percorrer a espinha.

QUEM SÃO VOCÊS? QUEREM ME MATAR? – Ele dizia em pleno desespero, não tirando os olhos daquela arma direcionada bem para sua cabeça.

Mellanie sorriu e andou diretamente para ele, ficando bem perto e encarando-o por alguns poucos segundos. Repentinamente agarrou-lhe o rosto com força, deixando tombar a cabeça um tanto, permanecendo o sorriso macabro.

Shh... Sou eu quem faz as perguntas aqui, querido. – Ela disse calmamente. — Diga-me agora... Porque você fez aquilo?

Ele permaneceu com os olhos bem abertos.

— Aquilo oque? Eu não fiz nada, por favor, me deixe em paz! – Ele implorava aos gritos.

Mellanie fechou o sorriso no mesmo momento.

— Deveria saber que, eu odeio cinismo, querido. – Em uma ação rápida, ela afrouxou as mãos em seu rosto e deu-lhe uma joelhada na barriga, tão forte que o fez quase gritar de dor.

Zero a olhou surpreso, nunca em um milhão de anos imaginaria ver uma garota fazendo tal coisa, ela certamente estava lhe impressionando, aquilo estava sendo divertido... Ele encarou em seguida a cara de dor do individuo.

— Por favor... Não façam nada comigo... – O loiro pedia com a cabeça abaixada e com a voz fraca, por conta do golpe recebido há poucos segundos.

Mellanie riu como se aquilo fosse uma piada.

— Me fale, quando ela pediu para que você parasse e não a machucasse, você atendeu a tal pedido? Você parou de agredi-la? – Ela forçou os dedos contra as bochechas do rapaz, encravando as unhas de cada dedo com uma força surpreendente. — Não, você não acatou aos desejos dela, e sabe por quê? Porque você é um animal covarde. E sabe oque covardes como você merecem? – Ela levantou o rosto dele, fitando aqueles olhos azuis com certa raiva. — Merecem morrer.

Ele tossiu duas vezes por conta de tamanha pressão daqueles dedos, que antes poderiam enganar qualquer um com tanta doçura e delicadeza. Ele retribuiu o olhar, mas não era um olhar de raiva ou frieza, não. Era um olhar de medo e horror.

— E-Eu não sei do que você ta falando... Por favor...

Ela riu sarcástica.

— Dakotta... Um nome interessante sabia? – Ela brincou com as palavras, se divertindo com a dor que ele sentia. — Sabe Dakotta... Poderíamos ter sido amigos, mas você preferiu machucá-la. Preferiu o caminho mais complicado...

— Do que você ta falando?! Eu nunca machuquei ninguém! – Ele balançou a cabeça para lá e para cá na tentativa de se livrar das mãos dela.

— Maryana Chie. – Ela pausou, olhando seriamente para ele. — Esse nome é familiar pra você... Ou talvez familiar para suas mãos, Dakotta?

Ele arregalou os olhos assustado, não se importando para a dor que estava sentindo. Esse nome lhe era mais que familiar. Esse nome lhe vinha à mente a linda garota dos longos cabelos claros e loiros, levemente ondulados. A garota doce que gostava de tortinhas e bolinhos de morango. A garota que daria a vida por um futuro brilhante como investigadora. Ela era sua namorada.

— M-Maryana... C-Chie... – Ele repetiu as palavras bem devagar, assemelhando em sua cabeça cada traço de seu rosto delicado.

Mellanie sorriu vitoriosa, apertando ainda mais seu rosto.

— Porque a torturou daquela forma? Você poderia ter vivido uma vida ao lado dela, mas não. Você preferiu maltratá-la todos os dias, bater nela até ela não se agüentar mais em pé. Você é um monstro. Pensa que ela perdoaria um animal como você? – Ela disse bem perto ao rosto dele. — Acho que está mais do que na hora de fazer justiça, querido. Quer saber como vai ser seu castigo... Hoje?

Ele a olhou horrorizado e com um medo surreal, logo em seguida fitando o rapaz sério bem atrás, um pouco distante ainda com a arma apontada na direção dos dois, mais precisamente para sua cabeça. Ele engoliu em seco.

— Por favor... – Dakotta suplicou apertando o braço da garota somente por alguns instantes, vidrando seus olhos azuis nos dela.

— Por favor? Você me diz por favor? Poupe-me de sua falsidade. – Ela apertou os joelhos contra sua barriga com mais força, arrancando dele um gemido. — Diga-me, querido, quando ela gritou de dor todas as noites pedindo por favor... Você atendeu a seu pedido?

Ela foi soltando seus dedos do rosto dele bem devagar, criando um caminho de arranhões por suas bochechas enquanto descia friamente suas unhas pelo local, deixando um grande vermelho.

— Ela... Me desobedeceu... Foi uma menina má e mereceu todos os tapas que eu dei... Ela foi uma vadia que não soube me amar como eu a amei. – Ele dizia erguendo a cabeça e encarando a garota friamente, lembrando de cada golpe dado em sua namorada, cada rejeição e cada desagrado.

Mellanie sorriu, se fazendo de desentendida por algum momento, mas logo em seguida dando um tapa tão forte e tão repentino que o fez cambalear para o lado, quase se chocando com o chão.

— Eu sabia que você não prestava um centavo. Sabe como aquela garota é importante pra mim? – Ela o empurrou com um soco no braço, fazendo-o cair com tudo no chão e a olhar com olhos semi-cerrados. — Talvez você mereça um pequeno castigo.

Mellanie o pisoteou com a ponta do salto em sua perna, que havia se cortado com um pedaço de vidraça da porta, — que fora arrombada — deixando sua coxa ensangüentada. A garota apertou o ferimento com força e raiva, fazendo se abrir cada vez mais em uma mancha de sangue enquanto o loiro gritava de dor.

— Pare... Eu vou morrer... – Ele disse em um tom meio exagerado, tentando empurrá-la pela perna na tentativa de se livrar.

— Você deseja ver mesmo como é a morte? – Ela sorriu e soltou seu pé da perna dele, se virando para o lado na direção do rapaz de cabelos brancos. — Zero, por favor.

A garota sorriu e andou até perto da porta, olhando a expressão do loiro se transformar em desespero. Zero andou alguns passos e apontou a pistola bem em sua cabeça, engatilhando o gatilho pronto para o disparo.

— Eu tenho nojo de você. – Ele disse sério com os dedos prontamente posicionados em cima do gatilho, que por um momento pensara em disparar.

Mellanie limpou a garganta em tom alto, chamando a atenção de ambos.

— Acho que já foi o bastante por hoje. – Ela disse chamando-o com a cabeça. — Vamos embora.

O loiro estava estático e com os olhos vermelhos, com a perna realmente ensangüentada e com o cabelo completamente desgrenhado.

Zero assentiu e voltou a fitar o loiro, e em um ato rápido e com raiva lançou a arma por trás da cabeça do rapaz, dando-lhe uma coronhada certeira o fazendo cair com o impacto da agressão.

Ele caiu no chão inconsciente e com um grande sangramento na cabeça.

Os dois saíram da casa tranquilamente. A chuva havia se cessado, porém o céu daquela tarde permanecia em um cinza fuscante.

— Você me deu medo, sabia? – Ele brincou com um sorriso irônico nos lábios.

Ela riu animada.

— Eu estava tão assustadora assim?

— Ah, sim. Estava muito assustadora. Nunca a vi com roupas tão vulgares desse jeito. – Ele sorriu e arrumou seu casaco, guardando juntamente a arma.

— Ai meu Deus! – Ela parou subitamente no meio da rua, botando a mão no rosto apavorada. — Será que machucamos muito o coitadinho? Será que ele vai conseguir levantar depois daquele golpe?

Zero virou-se para ela e riu divertido.

— Ah, não se preocupe, ele vai ficar bem. – Ele voltou a ficar sério e a puxou pela mão, a abraçando de lado como se a estivesse acolhendo de algum perigo. — Devemos ir pra casa agora, já estamos no meio da tarde sabia?

Ela soltou algumas risadinhas antes de ouvir seu celular vibrar em seu bolso.

Olhou o visor e viu que Mary a ligava naquele momento, tirando-lhe uma feição curiosa.

— Alô? Mary-chan? Aconteceu alguma coisa? – Ela perguntou preocupada.

— Não, não! Será que você poderia vir agora aqui na escola? É algo muito sério. Todos estão aqui, só falta você.

Mellanie estranhou.

— Ahn... Tudo bem, eu estou perto daí, já estou chegando.

— Estamos esperando!

A ligação foi-se encerrada.

Zero rolou os olhos entediado, fitando-a.

— Oque aconteceu dessa vez?

— Tenho que ir pro colégio agora, pode ir pra casa se quiser, Zero. – Ela disse forçando um sorriso enquanto apressava os passos.

— Eu ir pra casa? – Ele riu. — Esqueceu que sou seu cachorrinho de guarda agora? Vamos logo, antes que eles desistam de esperar você.

Mellanie sorriu e continuou a andar, agora ainda mais animada pra descobrir oque tanto eles queriam com ela.


Quando finalmente chegaram à escola, a garota conseguia sentir claramente seus pés arderem de dor por conta daqueles malditos saltos. Chegaram bem em frente à biblioteca e abriram à porta, percorrendo fileiras e mais fileiras de livros de diversos gêneros, até que chegaram ao fundo, onde tinha um pequeno sofá e uma mesinha de centro, e claro, uma televisão um tanto antiga.





Ela chegando lá, foi tirando os sapatos e os lançando em um canto qualquer, batendo os pés no chão para cessar aquela agonia. Com toda a certeza ela não suportava usar esse tipo de sapato, não mesmo.







Todos de imediato fitaram a estranha figura ao seu lado um tanto alta e máscula com um nada comum casaco azul. Toda a atenção estava em Zero, que não estava se sentindo nem um pouco a vontade com tudo aquilo, que logo passou a mão por trás da nuca sem jeito.





— Mell-chan! – Mary exclamou correndo para um abraço na garota. — Temos algo importante para falar com você.


Mellanie a olhou com desconfiança.

— Oque estão aprontando?

— Quero que veja esse noticiário. – Ela ligou a televisão. — Fiz uma gravação pra você ver.

Mellanie olhou atentamente para aquele noticiário que a amiga havia lhe falado. Sua espinha se contorceu em um arrepio e sua cabeça girou. Aquilo era horrível.

— Mais... Assassinatos...? – Ela questionou quase em um murmúrio ao final daquela noticia.

— Exatamente. E de acordo com os meus cálculos, foram oito assassinatos ao total, junto com aquele isolado de alguns dias atrás e mais esses sete da noite passada. Você não acha altamente estranho alguém ter tanta sede de sangue dessa forma? – Maryana sorriu de uma forma pensativa.

— Onde quer chegar Mary-chan? – Mellanie perguntou temendo a resposta.

— Oque acha de formarmos uma equipe de investigação? Pode ser tanto aqui quanto na sua casa, se preferir. Poderíamos ajudar a cidade a combater todo esse massacre horrível. Sei que somos apenas adolescentes e que muitos irão duvidar de nossa capacidade, mas podemos tentar. Não suportaria ver mais ninguém morrer. Entrei no site do jornal local e vi que dentre as mortes, há uma vitima que é desse colégio. Ela era minha dupla em química. Temos que pará-lo antes que ele mate mais gente dessa escola.

— Então ta querendo dizer que... Amanhã pode ser qualquer um de nós? – Miha interferiu com certo medo.

— Exatamente, Miha. Pode ser qualquer um de nós ou qualquer um dessa cidade. Eu achei essa idéia ótima. – Lysandre respondeu enquanto fechava a cortina do cômodo.

Mary assentiu.

— Eu acho uma boa idéia... – Mellanie sorriu.

— Acha é? – Nathaniel disse meio irônico, achando na realidade aquilo tudo uma grande bobagem que poderia colocar todos em risco.

— Claro que sim, Nathaniel. Essa é uma ótima idéia, poderiamos formar uma equipe e formar fatos. Mas devemos esperar por mais assassinatos... – Mellanie andou em círculos pela sala, parando repentinamente.

— Adolescentes tem uma imaginação tão fértil... – Zero sorriu zombeteiro enquanto cruzava os braços.

— Ei, quem é esse cara? – Miha questionou o olhando meio torto.

— Ele é meu... – Mellanie pausou. — Amigo. Está morando lá em casa por um tempo.

Todos assentiram e continuaram a discutir por um bom tempo sobre o plano de investigação. Seria feito reuniões na casa de Mellanie aos finais de semana a tarde ou de manhã, nas segundas e quartas na biblioteca e em outros dias da semana á tarde, na casa também da garota.

— Isso é loucura. – Nathaniel sorriu nervoso.

— Loucuras são as melhores coisas da vida, loiro. – Miha disse afagando o cabelo dele, desarrumando um tanto.

— Eu... Não consigo parar de pensar nisso... – Mellanie disse calmamente, como costumava falar essa mesma frase sempre quando planejava fazer algo que não pretendia desistir até chegar ao objetivo. E dessa vez, não iria desistir até pegar o assassino.

Passou-se um longo tempo, todos estavam sentados no chão daquela pequena sala até olharem as horas. 18h36. Estava tarde, muito tarde.

Todos se levantaram juntos e se despediram. Era sexta-feira, finalmente. Sábado, segundo o plano de todos, havia sido marcado a primeira reunião as 15h35 na casa da garota para a primeira sessão intensa de investigação. Zero havia prometido ajudar, mas somente no mínimo. Não estava demonstrando muito interesse no assunto.

Zero era na verdade um cara estranho, e de fato misterioso. Ninguém sabia de nada sobre sua vida ou passado, somente Kaien. Ele era frio na maioria das vezes e agora estava compromissado a ser por um longo tempo o “cão de guarda” da garota, qual de inicio não havia lhe transparecido nenhum interesse sequer. Mas depois de apenas algumas horas em sua companhia ele pode ver que, ela não era uma simples princesinha, não. Ela era perigosa quando queria ser e acima de tudo; ela era corajosa e muito diferente das outras. Talvez por conta disso, ele se permanecia firme na posição em protegê-la sempre, até que a morte separe esse compromisso. Era esse seu destino.


O começo de noite já pairava naquele céu escuro e acinzentado. Mellanie e Zero caminhavam a caminho de casa tranqüilos, sem se preocupar com nada... Apenas no caminho. Ele a olhou na ponta dos olhos sério, voltando rapidamente a olhar para frente. Ela estava extremamente feliz em participar de um caso tão importante, uma investigação. Isso poderia ser realmente incrível, mas será que poderia ser possível? Era um caso difícil. A cidade era conhecida não só por ter uma beleza inigualável, mas também por ter um grande titulo de melhor segurança. Nem ao menos um simples roubo havia por ali. Claro, que nas noites badaladas no centro da cidade haviam roubos e assédios, mas não era algo de extrema importância. Esse era um caso sério. Quando há um assassinato de tamanha brutalidade em uma cidade isolada de NY é um caso de preocupação... Muita preocupação...





— Chegamos princesa. – Zero disse tocando-lhe os braços nus da garota, que por um momento havia despertado de seus devaneios.







Entraram na casa completamente vazia e escura. Zero acendeu as luzes e tirou os sapatos, subindo para o banheiro para um demorado banho. Mellanie não demorou em fazer o mesmo, logo trocando de roupa e descendo logo em seguida.





Zero já estava lá, deitado confortavelmente no sofá, praticamente estirado nele. Mellanie soltou risadinhas abafadas e se aproximou, sentando bem no braço do sofá, se aproximando e afastando a mecha dos cabelos brancos que caiam sobre a testa dele. Ele abriu os olhos assustado, sorrindo em seguida e pegando rapidamente no pulso dela, a puxando para o sofá no mesmo momento.


— Você deveria parar de fazer isso. – Ela riu.

— Fazer oque? Te puxar pra cima de mim? – Ele disse com um sorriso ao canto dos lábios, apertando o corpo dela contra o seu.

— Zero... Isso é pedofilia, seu pervertido. – Ela riu, sentindo sua barriga formigar em cócegas.

— Tudo bem, princesa. – Ele se rendeu e a soltou a cintura, agora a ajeitando ao seu lado no sofá.

— Porque... – Ela começou, estreitando os olhos pra cima dele. — Todo mundo me chama de princesa? Eu não sou nada disso.

Ele suspirou.

— Talvez não seja, mas querendo ou não, você é uma princesa.

Ela riu sem graça.

— Estou com frio... – Ela fechou os olhos por algum momento, sentindo aquele abraço acolhedor.

— Porque você não vai dormir um pouco? – Perguntou ele ao perceber a sonolência da garota, afagando juntamente seus cabelos.

— Porque eu não sei como lidar com os pesadelos. – Ela respondeu prolongando um suspiro, encarando-o agora com seus enormes olhos verdes.

Sabia que teria tais sonhos horrorosos esta noite, ela sentia que os teria, mas, sabia muito bem que se permanecesse ali, daquele jeitinho, deitada com ele naquele sofá aconchegante, tudo daria certo. Nenhum pesadelo sequer teria porque, ela estaria com ele. Era tudo o que ela precisava naquele momento.


~~











Música de Encerramento, The Last Night- Skillet.






[Imagem Extra do Capitulo ~ Zero]

[Imagem Extra do Capitulo ~Especial, Mellanie]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Extra]


Fim da Segunda parte.



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Notas finais do capítulo

Espero que gostem. Comentem, por favor. AH, E SÓ PRA LEMBRAR: O Zero na verdade, na minha história, tem 23 anos, tá galera? Por isso ela praticamente acusou ele de ser um PedoBear, u.u