POV’s Hayley

Mais um ano em um internato. Não aguentava mais aquilo. Eu á tinha estudado em vários internatos, mas nenhum nunca dava certo. No último em que eu estudara, tinha sido expulsa. Por quê? Aquele filho da puta do Jordan, um empregado, me vira tentando fugir pela 47289789327432 vez, e avisou pro diretor, que chamou o meu pai.

Eu o amo de mais, ao contrário de minha mãe. Quando eles se separaram, tive que ficar com ela até os meus 12 anos. Decidi morar com o meu pai nos EUA. Minha mãe morava no México e eu não gostava muito de lá. É, falo espanhol também. Não que eu me orgulhasse disso, muito pelo contrário. Eu fazia de tudo para esquecer da minha mãe. Ela me machucou muito durante a minha infância inteira. Mas ainda não é hora de falar disso.

Bom, voltando ao presente...

Esse vai ser o meu primeiro ano no South Cheshire College, na Inglaterra. Meu pai estava furioso comigo, por causa da minha expulsão. Não ligava muito pra isso, já que todos me odiavam. Nunca tivera nenhum amigo verdadeiro, nem um amor...

Eu estava atrasada, pra variar. As aulas já haviam começado há duas semanas. Cheguei aos portões da escola, e puxa vida, aquela escola era muito bonita. Tentei ir até a sala do diretor, mas acabei me perdendo. Por sorte achei uma garota, que tinha cara de puta. Esse internato não era tão diferente dos outros...

- Com licença... – tentei chamar sua atenção, sem sucesso. Tentei mais uma vez, e ela me ignorou.

-EI GAROTA, SERÁ QUE VOCÊ PODERIA ME DAR UMA INFORMAÇÃO?! – gritei. Ela virou, me olhando de cima a baixo, analisando a minha roupa. –Onde fica a diretoria?

-3º andar, virando à esquerda. – ela falou. Uau, que voz enjoada. Já a odiava, e podia ver que ela também compartilhava esse sentimento por mim.

Fui até a sala do diretor sem esbarrar em ninguém, tentando tirar a terrível voz daquela garota que eu já odiava da minha cabeça. Eu sempre fui assim. Sempre fui fácil para arranjar um inimigo ou uma briga, por isso trocava de colégio frequentemente. Irrito-me facilmente, principalmente quando as pessoas me chamam de rebelde ou de coisas do gênero pelo modo como me visto.

Bati na porta da sala do diretor e me deparei com uma mulher aparentando ter uns 45 anos. Ela estava descabelada, e com suas roupas amassadas, nem imagino o porquê...

O gabinete do Sr. Nico era antiquado, assim como o mesmo. Em sua voz pude reparar um sotaque pegado, que não consegui identificar. Me segurei para não rir. Ele falou das regras, que eram similares as dos outros colégios, e finalmente me liberou, entregando em minhas mãos a chave do meu quarto, número 66.

Caminhei pelos corredores vazios, e notei que naquela manhã não haveria aula. Achei estranho, mas logo descobri que naquela mesma noite aconteceria uma festa, como se fosse de reencontro (ouvi alguns garotos, muito bonitos por sinal, comentando). Decidi ir, para aproveitar e conhecer algumas pessoas novas.

Lá estava eu, na minha nova ‘moradia’. O quarto era esplêndido, exatamente do jeito que eu gostava. Arrumei minhas roupas sem muita demora e troquei de roupa.

Curiosa do jeito que sou, fui dar uma volta pelo colégio. Peguei o meu iPod e deixei as músicas tocando no aleatório, no volume máximo. Enquanto caminhava, percebi os olhares penetrantes de meus futuros ‘colegas’, principalmente das garotas, que me olhavam de cima a baixo. Fingi não perceber, e segui a minha caminhada sem rumo tranquilamente. Desci alguns andares e cheguei num ‘jardinzinho’, onde vi alguns casais. Distanciei-me dali, não suportava isso. Não entendo como uma pessoa pode ficar compartilhando sua saliva com outra. Uma garota com quem eu socializava na outra escola, dizia que eu pensava assim porque nunca tinha beijado alguém. Humpf.

Aquele lugar até que era bem agradável, tinha algumas árvores, que com alguns galhos produziam uma sombra gostosa. Fiquei alguns minutos ali, apenas observando o balançar das árvores, quando uma voz interrompe meus pensamentos.

- O Tom meninas, dá pra acreditar? Ele deixou um bilhete na minha porta, com o número do seu quarto e um horário, que não me recordo agora.

Ela de novo? Não queria mais ouvir sua voz, aquela puta já estava me levando à loucura. Sai dali o mais rápido possível e fui parar na entrada do dormitório masculino. Dei meia volta e por azar bati em alguém. Só o que me faltava...

- Perdão... – falei, sem olhar pro seu rosto. Percebi que tinha acabado de esbarrar em um garoto.

- Não, imagina... Eu que devia tomar mais cuidado. – olhei para cima. O garoto estava vestido no mesmo estilo que eu.

Olhei para o seu rosto e nossa, que olhos hein...

- Sou Zayn, e você?

Ele me olhou de cima a baixo, analisando minhas roupas, como todos sempre fazem.

- Me chamo Hayley, sou nova aqui. – tentei parecer o mais simpática possível, mas não sabia o que mais dizer,

- Você já conhece alguém aqui? Posso te apresentar os meu amigos, se quiser... – ele falou timidamente.

- Isso parece legal – falei sorrindo.

Caminhamos por um tempo, e fomos conversando sobre besteiras.

- Hay... Posso te chamar assim? – concordei com a cabeça. Eu gostava desse novo apelido. – O que você estava ouvindo? Parecia tão concentrada...

- Estava ouvindo Soul To Squeeze, do Red Hot Chili Peppers, conhece?

- AI MEU DEUS, VOCÊ GOSTA DE RED HOT CHILI PEPPERS?

Concordei, rindo da cara que ele acabara de fazer.

- Acho melhor você parar de gritar assim Zayn, meio mundo escutou...

Seguimos o caminho falando sobre a banda, até que o celular do Zayn toca. E que toque bizarro...

- Esse Louis, sempre mudando o meu toque... – ele falou, mais para si mesmo do que para mim.

Ele atendeu o celular, fazendo sinal para esperá-lo.

- Nossa Louis, como você é infantil. Sempre mudando o meu toque! Mas me diz ai, o que você quer Boo Bear?

Dei uma boa risada. O apelido desse tal do Louis era muito engraçado. Acho que ele pode ouvir, porque logo Zayn disse:

- Sim, estou com uma garota... Não, você não conhece, é nova... Ok, coloco no viva voz...

Ele tirou o celular no ouvido dele, fazendo sinal para eu falar alguma coisa.

- Olá? – falei meio tímida.

- E AIIIIIIIIIII GAROTA! Qual o seu nome?

- Me chamo H...

- Chama ela de Hay, Boo Bear, acabei de inventar esse apelido para ela.

- VEADO, PARA DE ME CHAMAR ASSIM. JÁ FALEI 1263438908798 VEZES! Então Hay, que tal você e o Zayn me encontrarem aqui na Salinha?

Zayn desligou na cara do Louis e fomos para lá. Comecei a pensar, e olha só. Estava socializando com duas pessoas, já é um começo.

Depois de algum tempo caminhando silenciosamente com o Zayn, percebi que tinha deixado meu iPod ligado. Tirei ele do meu bolço e desliguei. Aproveitei para olhar o horário, e MEU DEUS, TENHO QUE ME ARRUMAR PARA O BAILE! JÁ SÃO 18H.

- Zayn, me desculpa mesmo, não vou poder conhecer o Louis agora! Tenho que ir, para me arrumar para o baile de hoje. Que horas e onde vai ser?

- Vai começar às 23h, mas a maioria das pessoas chega lá pela meia-noite. Vai ser em um salão. – nesse momento ele apontou para o lugar. - Mas como você sabe do baile?

- Ouvi uns garotos falando sobre o baile enquanto procurava o meu quarto...

- Bom, mas igual, não é muito cedo para se arrumar. Bom, sei que não sou garota, como pode perceber... – Zayn falou rindo, e eu ri junto.

- Claro que não vou ficar todo esse tempo me arrumando né bobão! – o chamei de bobão, não faço ideia do porquê. As palavras apenas saíram da minha boca. – Vou comer alguma coisa, e tomar um banho. E depooooooooooooois vou me arrumar.

- Então tá garota, nos encontramos no baile mais tarde. Só me passa o seu celular, assim é mais fácil de nos encontrar-mos.

Anotei meu número no seu braço, já que ele estava sem o celular. Depois de fazer isso, me despedi, com um aceno.

Liguei meu iPod novamente e fui até o refeitório. Não foi muito difícil de achar, porque eu sentia o cheiro de comida mesmo em uma grande distância. Peguei um cupcake (eles deixavam lanchinhos da tarde para os alunos) e segui para o meu quarto.

Tomei um banho relaxante de banheira, demorando umas duas horas. Aquilo me fez muito bem. Sai de banho, arrumei meu cabelo e coloquei minha roupa. Fiz uma maquiagem, combinando com a roupa e olhei no relógio. 23h45min. Hora de ir!