O Reinício escrita por likeadragomir


Capítulo 1
O duelo ao meio-dia


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo, espero que gostem.



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O dia em Poolsvill estava nublado hoje. Trovões ribombavam no céu. Alice apertou mais a varinha contra o corpo, pelo casaco, só por precaução. Tinha a estranha sensação de que algo ruim iria acontecer hoje.

Estava quase chegando na escola quando avistou seu amigo Rixon Collins encostado no portão. Não, *escorado no portão. Ele sorriu timidamente ao ver ela, e ela sorriu também. Eles haviam passado por uma situação embaraçosa uns dias antes, e Alice sabia que precisavam conversar, precisavam colocar a verdade na mesa.

-Posso falar com você? -pediu ele.

-Já estamos falando, certo? -Alice deixou escapar, um pouco rude demais.

-A sós -ele apontou para dentro da escola.

Alice deu de ombros e começou a segui-los.

Antes de desenrolar a história, vamos conhecer os personagens. Alice era uma garota de 15 anos, de altura média, cabelos morenos e lisos. Poderia parecer normal, mas era uma bruxa. E sim, viera de Hogwarts. Havia saído por força da escola, no terceiro ano, e vindo morar com uma familia trouxa, que havia tido a memória alterada. Alice não podia praticar mágica perto deles. Isso corroía seu peito. Seus pais verdadeiros , bruxos, haviam sido capturados por poderosos bruxos das trevas, e desde o seu primeiro ano em Hogwarts, Alice não os via.

Rixon era um menino calmo, meio magro, de pele branca a cabelos escuros. Eram sedosos que só eles. Seu estilo de roupas era meio punk. Isso era proibido na sua escola, mas mesmo assim ele usava livremente. Havia sido tirado da escola no seu quarto ano, para vir para essa cidade mortal. Não havia nada pior que isso. E ainda: ele viera ali para protejer a cidade: pode isso?  Fazia tempo que ele não via amigos e parentes. Mas por outro lado... Ele havia conhecido Alice. Ele tinha medo que ela descobrisse seu segredo mais profundo. Ela ia se assustar, mesmo sendo como ele. No caminho com ela para o corredor principal da escola, ele apertou mais a varinha no bolso do casaco.

Por coincidência, Alice fez o mesmo com a sua.

-Sobre o que precisamos conversar? -perguntou Alice, embora já soubesse o por que.

-Não vou dizer nada. Apenas leia essa carta -falou Rixon, entregando a carta a ela.


Caros Rixon e Alice,


Não vamos continuar com baixarias. Se preparem. Estaremos ali, na escola trouxa de vocês, ao meio dia em ponto.

Não queremos interrupções. Não queremos nada de mais. Vamos duelar, se é o que querem. Vocês sabem que vamos em maior número. Alertem os outros.

Boa sorte.

Ps: Alice, querida, quer que mandemos um "oi" para seus pais depois de hoje?




Alice largou a carta no chão e seguiu para o fim do corredor, já apinhado de gente, esbarrando em um menino loiro, que a fitou por uns segundos, depois foi embora. Rixon seguiu ela.

-O que houve? -perguntou ele.

-Eles...sejam lá quem for, estão com meus pais...eles capturaram meus pais! -disse ela em voz alta.

-Por favor, não fale alto! -implorou Rixon -Espera...seus pais? -perguntou, se aproximando dela.

-Não te interessa! -disse ela, tentando passar por ele, mas ele segurou a mão dela.

-Alice, o que houve? -perguntou ele gentilmente.

-Nada com que você deva se preocupar -disse ela, tentando se acalmar.

-Alice Hunter -disse Rixon gentilmente, puxando ela para perto -Você mente muito mal.

Ela se deixou cair nos braços dele, e deixou as lágrimas traiçoeiras caírem, silenciosas. Ele apenas a abraçou forte. Meio que uma corrente de energia passava de um para o outro. Rixon não exigiu que Alice explicasse a situação, ele apenas entendeu pelo seu silêncio.

-Mas agora falando sobre a carta...-disse Alice, temerosa - Um duelo? Realmente?

Por dentro, Rixon riu dela.

-Vai me dizer que não sabe o que é um duelo de bruxos? -perguntou Rixon.

-VOCÊ TAMBÉM É UM BRUX...? -Alice não terminou de gritar a frase, pois Rixon tapara a boca dela com uma das mãos.

-Sim! Mas por agora, por favor, faça silêncio. Vamos, eu te explico no caminho da aula.

Ela seguiu ele, muito mais interessada agora, para o caminho da sala de aula. Aula de literatura. Na verdade, eram três seguidas. Rixon sentou na carteira do lado de Alice, como sempre, mas nesta aula a garota nem estava prestando atenção, ela dormiu mesmo. O professor estava fazendo uma descrição do livro "O Morro dos Ventos Uivantes", e aqui e ali pedia opiniões de alunos. Alice porém, não foi incomodada durante as aulas. Na hora do recreio, ela seguiu com Rixon para um corredor mais particular da escola, onde poucas pessoas entravam.

-OK -disse Alice -Agora só me diga uma coisa. POR QUÊ você nunca me disse nada antes?

-Você poderia, digamos...enlouquecer, é, e sair contando pra todo mundo o nosso segredo.

-Por que eu faria isso? -falou ela.

Rixon deu de ombros.

-Onde estuda? -perguntou Alice.

-Durmstrang -respondeu Rixon, ligeiramente -E você?

-Hogwarts, claro.

Rixon riu.

-Eu gosto de pessoas de Hogwarts. Elas tem muito senso de humor -falou.

Alice bufou.

-Na carta, a pessoa mencionou que haviam outros aqui, de nós. Quem são?

-Acho que são eles -disse Rixon, apontanto para o inicio do corredor.

Quatro pessoas estavam vindo. Dentre eles, uma menina.

Ela tinha cabelos loiros e cacheados, batendo na altura dos ombros. Olhos verdes e perfurantes. Só dali, Alice não havia se dado bem com ela.

Um menino, que andava a sua esquerda, tinha cabelos lisos e da mesma cor que os meus, mass seus olhos eram mais estilo oriental.

À esquerda da manina, um garoto moreno, pele bem escura, olhos como azeitonas negras e a superfície da sua pele estava coberta por queimaduras.

Do lado desse moreno -o coração de Alice deu um salto- estava o garoto loiro com quem ela trombara mais cedo no corredor. Não era muito detalhista, mas tinha certeza que era ele. Olhando mais devagar, Alice percebeu os traços dele: pele branca quase pálida, tímidos olhos, que variavam do verde para o azul, e um sorriso pequeno, mas acolhedor. Sem pensar, sorriu de volta, mas foi interrompida pela garota:

-Então, é você. A famosa burrladorra de rrregrrras -disse, com um forte sotaque francês.

-Como assim burladora de regras? -perguntou Alice.

-Não liguem. Ela está tendo um dia difícil hoje -disse o menino de olhos puxados.

-Precisamos nos apresentar, não? Se vamos trabalhar juntos... -disse o menino moreno -Enfim, sou Frank Millar.

-Eu sou Lewis Longbottom -disse o de olhos puxados -E essa é Angelina Diggory -ele apontou para a garota.

-Rixon Collins aqui -disse Rixon.

-Ernesto Bensby -disse o loiro. E acrescentou para Alice após uma pausa: -E você?

-Alice Gryff...Hunter -falou, rapidamente.

Pois eles eram bruxos, mas não precisavam saber seu real nome. Saberiam mais tarde.

-Então. Porr que fez isso? -perguntou Angelina.

-Isso o que? -insisti.

-Porr que chamou eles para virrem aqui?

-Como assim eu os chamei?! Eu NÃO chamei ninguém! -gritei.

-Que eles vieram aqui é uma coisa, Angelina. Mas não vai adiantar nada ficar colocando a culpa na primeira pessoa que vê na frente -disse Frank.

-Eu não faço isso!

-Oh, claro que não -zombou Ernesto. E acrescentou, faando mais baixo -Ela fez isso com todos nós.

-O que devemos fazer? -perguntei, em meio a discussão que se criava.

-Oh, como sempre, a coitadinha vem pedirr conselhos -essa foi a vez de Angelina zombar de Alice.

-Ora, sua... -disse Alice, partindo pra cima de Angelina.

Ernesto e Rixon tentavam segurá-la, enquanto os outros afastavam Angelina de lá. Foi uma tarefa difícil, é claro, mas eles conseguiram. Após uns minutos. Quando as duas se acalmaram, eles sentaram de duplas, conforme as escolas em que estudavam, para conversar. Rixon e Frank de Durmstrang. Angelina e Lewis de Beauxbatons. Alice andou na direção de Ernesto, que estava mais distante dos outros.

-Hogwarts também? -perguntou.

Ernesto acenou com a cabeça, afirmativamente.

-De qual casa?

-Lufa-Lufa. Você é uma Gryffindor, certo?

-Claro, sou da Grifinória -Alice franziu a testa.

-Não. Estou perguntando: você é da familia de Godric Gryffindor? -perguntou Ernesto.

Alice estava sem palavras.

-Er....eu...digamos que...

-Não precisa dizer nada. E eu também vou guardar segredo -disse Ernesto, rindo fracamente. Alice riu também.

-O que vamos fazer? Vamos chamar reforços? -perguntou Alice.

-Não. Vamos lutar. Talvez eles chamem uns dementadores para dificultar mais o nosso lado...

Ernesto parou ao ver a cara de indignada de Alice, fitou seu rosto (que esquentou um pouco) e sorriu.

-Não tem problema. Eu estava brincando, certo? -disse.

Alice ficou pensativa e deu de ombros.

-Só por curiosidade... Você não se lembra de mim, né? Da última vez que esteve em Hogwarts? -perguntou Ernesto.

-Não -disse Alice, com sinceridade.

-Jura que não? Não tipo...não mesmo? -disse.

Vendo que Alice não se lembrava mesmo, falou:

-Um maldito sonserino havia tacado fogo nas minhas calças durante o jantar!

Alice começou a rir descontroladamente, e Ernesto ria junto dela.

-Pelas barbas de Merlin! Como eu pude esquecer isso? -dizia, enquanto dava risada -Você é o calças de fogo!

Alice notou os traços familiares de Ernesto, agora. Ele estava muito diferente. E mais bonito, digamos.

Se afastaram mais um pouco dos outros, que haviam formado um quarteto e sussurravam rapidamente um para o outro. Começaram a conversar sobre as suas saídas de Hogwarts, e sobre as suas famílias. Ernesto, sem saber, perguntou se Alice tinha noticias dos pais verdadeiros. Ela, seguiu suas emoções, e começou a chorar. Levemente, para não atrair atenção. Ela odiava ser o centro das atenções. Mas Ernesto era detalhista: notava tudo ao seu redor, e viu que ela estava chorando. Ele estendeu os seus braços e acolheu Alice neles.

Rixon arriscou um olhar na direção de Alice e Ernesto, que se afastavam cada vez mais do grupo. Angelina tagarelava sobre as estratégias que eles deveriam utilizar no duelo. Por Merlin, ela não parecia ser de Beauxbatons. Rixon cerrou um pouco os olhos quando viu Alice abaixar a cabeça e chorar baixinho, e quando Ernesto a abraçou. Ele e Alice eram apenas amigos, e ela havia acabado de conhecer, ou reconhecer o garoto, mas nesse momento, ele sentiu uma pontada de ciúmes de Alice.

Aaah, estar nos braços fortes de Ernesto era uma delícia. Alice adorava ficar perto de uma pessoa assim. Ela podia sentir o olhar fulminante de Rixon nas costas dela, mas não largou Ernesto apenas por isso.

Onze horas, bateu o sino, e todos os alunos da escola foram pra casa.

Alice começou a aquecer a varinha adormecida.

Faltando cinco minutos para as onze, eles ouviram o mais alto estrondo já escutado: os Baddica haviam chegado.

Todos correram para a frente da escola, que estava parcialmente destruída, graças ao estrondo que os bruxos do mal fizeram. Sim, eles vieram em maior número. Alice quase riu. Sete. Sete bruxos. Um a mais do que o nosso grupo. Todos estavam vestidos de preto e com capas e capuzes. Somente isso deu um medo em Alice. Eles conseguiriam vencê-los?

-Preparados para morrer? -perguntou a garota do centro. Deveria ser a líder.

-Nós lhe fazemos a mesma pergunta -disse Rixon, sorrindo.

-Tem certeza que quer ficar do lado desses perdedores? Você tem muita beleza. Seria um disperdício -disse uma menina, de uma das pontas.

-Ele só irá para o grupo de vocês quando chover vacas, querida -falou Alice, em voz alta.

-Quer ver isso acontecer? -perguntou a garota, dando um passo a frente.

-Estarei ansiosa para isso! -cuspiu Alice, chegando mais perto dela, e puxando a varinha disfarçadamente.

A outra garota virou as costas para rir, e em um segundo, Alice brandiu a varinha e gritou:

-Estupefaça!

Por sorte a garota se virou na hora, e mandou o feitiço na direção de Ernesto, que o desviou para uma construção da escola.

-Garota esperta, você... Arremessus! -gritou a Baddica.

-Protego!

-Estupefaça!

-Retornus!

As duas estavam lutando, e os outros também. Angelina havia derrotado o Baddica a mais. Ernesto estava em sérios apuros, então Alice imobilizou a Baddica ali e foi para perto dele. Mas, logo Rixon foi abatido por dois crucio e um estupefaça, então eram dois Baddica contra Alice e Ernesto. Os dois mandaram ver. Alice estava sem forças. Nunca havia estado em um duelo de verdade. Foi se cansando...cansando... E parou um pouco para respirar, quando:

-Avada Kedavra!

A maldição da morte passou a centímetros do seu rosto vermelho. Era a Baddica líder. Alice se virou para encará-la, mas...

-Estupefaça! -gritaram três vozes.

Alice desabou no chão, ouvindo os gritos triunfais dos Baddica. Sentiu um barulho. Pessoas estavam aparatando e os gritos de alegria viraram gritos de ódio.

A última coisa que Alice sentiu foi um par de mãos a puxando para cima. Isso, antes de desfalecer.


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Notas finais do capítulo

Gostaram, povo??



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