[AMY’S POV]

Mostrei a casa para Videl, dizendo qual seria seu quarto de agora em diante. Não tivemos tempo de conversar muito, pois ainda teria que passar para pegar Roxy e Avril. Chegando na frente da casa dela buzinei, mas só Roxy apareceu, ela nos disse que Avril havia ido para casa e não iria no ensaio pois tinha marcado de jantar com Deryck para comemorar a volta deles. Estávamos todas bem arrumadas, sabendo que provavelmente teria festa mais à noite. Típico do Simple Plan, só se descansa fazendo festa!

 - Ai meu Deus! Eu estou nervosa. – Videl disse encolhendo-se no banco do carona
 - Por quê? – Roxy perguntou sem entender nada
 - Diz pra ela Amy! – Videl disse para mim sorrindo, pois ela sabia qual seria a resposta
 - Porque ela vai conhecer o Simple Plan! – eu disse olhando para Roxy pelo espelho retrovisor interno - Lembra que na última vez que ela veio eles estavam em turnê na Europa? E também porque ela vai poder ver o Chuck de pertinho. Ele é o favorito dela.
– Tu vai amar ele, ele é super querido. – Roxy disse olhando para ela
– Ah, não sei se eu consigo amar ele mais do que eu já amo. – Videl disse corando as bochechas

– Aí o problema é teu, Videl. – dissemos eu e Roxy rindo dela

Quando chegamos ao ensaio os meninos estavam terminando de afinar os instrumentos. Corri para dar oi para Sebastien, estava com saudades dele. Olhei de soslaio e percebi David nos observando, discretamente dei um selinho em Seb, para não provocar problemas e fui apresentar Videl para os outros. Ela quase entrou em surto quando viu Chuck, mas se controlou perfeitamente bem, se limitando apenas a tremer as mãos e ficando calada, sei que se ela abrisse a boca para falar algo, além de não parar depois ela gritaria histericamente e essa não seria uma boa primeira impressão a se causar. Pierre como sempre fez piadinhas e brincadeiras perguntando por que ela estava tão quieta, eu expliquei que ela estava nervosa, mas os meninos foram legais o bastante para ela começar a se soltar depois. Nervosismo passado ela já estava conversando animadamente com todos, o que foi bom, pois Patrick me confirmou que todos haviam gostado muito dela, especialmente Chuck, o seu favorito.

Convidei as meninas para ir comprar um refrigerante no bar do estúdio e quando estávamos voltando pude escutar do corredor que eles estavam cantando Addicted. Não queria escutar aquela música, pois certas frases não me faziam muito bem.

I can't pretend I don't care... When you don't think about me... Do you think I deserve this? I tried to make you happy... But you left anyway.

Reduzi o passo e sentei em uma das cadeiras de espera que ficavam próximas a porta do estúdio. Roxy e Videl perguntaram o que estava acontecendo e eu disse que se elas quisessem podiam ir para o ensaio que eu esperaria ali fora mais um pouco.

But I want it... And I need it... I'm addicted to you... Now it's over

Não percebi que a música já estava no refrão. Resolvi levantar e voltar ao estúdio antes que sentissem a minha falta. Grande burrada minha. Pensei que era o último refrão, mas estava errada. Quando abri a porta quase dei meia volta, mas não poderia fazer isso, não quando quase todos já haviam me visto abrir a porta.

I can't forget what you said... And I never wanna do this again... Heartbreaker... Heartbreaker

Senti David me olhando firmemente nos olhos enquanto ele se preparava para cantar. Bendita parte da música que ele deveria cantar.

How long will I be waiting? Until the end of time!

Olhei para ele também, sem perceber que estava sendo observada por Sebastien.

I don't know why I'm still waiting... I can't make you mine!

Pierre continuou a canção, o que me deixou bem feliz, porque assim teria motivos para desviar meus olhos para outro lugar. Roxy me tocou levemente no braço indicando Sebastien com os olhos, eu o olhei e sorri, para disfarçar. Parece que ele engoliu essa, sorriu de volta mandando beijinhos.

Passei o resto do ensaio conversando com as meninas, evitando olhar para o palco. Assim que acabaram, os meninos largaram os instrumentos e vieram juntar-se a nós, quem os olhava não dizia que haviam ensaiado durante duas horas. Não estavam nem um pouco cansados e ainda tinham pique pra sair pra festa.

– Que tal se a gente for pra um bar que tem aqui perto? – Jeff propôs
– Isso! Um bar é bom porque é calmo e dá pra conversar. – Chuck concordou, sentando-se ao lado de Videl
– Pra mim tanto faz. O que tu acha Pierre? – disse Roxy olhando para Pierre que não havia se sentado
– Eu acho que a gente deveria ir pra uma danceteria, bem movimentada.
– Concordo! Assim a gente pode mostrar pra Videl a verdadeira Montreal. – disse levantando-me. Nada de bares, eu queria era mesmo movimento, nenhum lugar que pudesse ter uma conversa a sós. 
– É isso mesmo! – Seb disse pegando minha mão indo em direção à porta
– Eu acho que eu não vou! – ouvi David dizer ao fundo enquanto guardava seu baixo. Eu não havia percebido que ele não estava sentado com nós. Ultimamente eram raras às vezes em que escutávamos ele falar. Ele passou de hiperativo, para Sr. Eu Me Nego A Falar com Vocês.
– Não fica se fazendo de vítima, tu vai sim! – Pierre disse olhando para ele
– É David! – todos falaram juntos
– Tá! Eu vou, mas se a festa estiver ruim eu volto cedo, nada de muito barulho na minha cabeça.

Olhamos para ele e rimos, logo ele não querer ouvir barulho. Mas para mim isso não era motivo de risada, pensando seriamente havia algo mais acontecendo com David, algo que ele não havia compartilhado nem com seus melhores amigos e que eu tinha medo de que fosse algo grave. Eu rezava para que fosse apenas minha imaginação.

Sebastien e Chuck foram no carro comigo e Videl, já que Chuck não sabia dirigir, enquanto Roxy, Pierre, Jeff e David dividiram-se em mais dois carros, deixando o carro de Sebastien para Patrick dirigir. Não era seguro deixá-lo lá, nunca se sabe onde crimes ou roubos podem acontecer. Sei que isso parece trágico, mas o índice de criminalidade aqui no Canadá é super baixo e não seria com o carro de Seb que esse dado iria mudar.

Ao chegarmos à Midnight Sun, uma das mais badaladas boates de Montreal tivemos que entrar pela porta lateral. Além de estar uma fila enorme, não seria legal causar tumulto logo na chegada e estragar a festa. Subimos para um camarote, contra a vontade dos meninos, mas o segurança alegou ser o mais seguro, e nos sentamos em um dos sofás para esperar o garçom. O lugar era magnífico e a música de ótima qualidade, nos restava agora aproveitar, porque a festa estava apenas começando.