Crônicas Do Kiki escrita por Leo Saint Girl


Capítulo 2
Crônica II – Os Tempos Mudam


Notas iniciais do capítulo

Ebaaaa mais uma crônica :)
Devo lembrar que cada capítulo é independente do outro, então não pensem que nos próximos ele vai estar crescidinho assim ok? hahaha!
Ficou maior do que eu esperava D:
Boa leitura! ♥



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Crônica II – Os Tempos Mudam


Já estava no fim da tarde, faltava uma hora para o sol se pôr no máximo. Kiki estava acabando sua corrida. Mu, seu Mestre, tinha mandado ele dar dez voltas por todo o santuário por causa da quantidade de bolo de chocolate que ele comia quando Camus resolvia fazer um agrado. Como estava engordando, Mu quis colocar o menino de volta na linha, nada de se esbaldar de bolo, teria que correr para perder aquelas calorias e voltar a forma.

Já estava crescendo afinal, não era mais aquela criancinha que pulava igual a uma pulga o dia inteiro na frente de seu Mestre, já estava mais alto e mais forte também. Quinze anos. Seu aniversário tinha passado já fazia-se um mês, foi logo depois do de Mu. Realmente, sua cabeça também tinha mudado um pouco, a ansiedade de se tornar o novo Cavaleiro de Áries só aumentava, e prestava mais atenção quando conversava com seu Mestre, tinha certeza que ele falaria apenas coisas sábias que fariam toda a diferença no futuro.

Entretanto, não deixou de ser um menino um tanto que irresponsável. Mu acreditava que aquele espírito jovial e brincalhão permaneceria para sempre em Kiki, esse era ele, não tinha como mudar.

– Mu, eu já dei nove voltas... Posso parar agora ? – Se apoiou nos joelhos e começou a respirar com fadiga.
– Não Kiki, falta uma volta, vamos continue, depois pode parar.
– Awwn... – Gemeu de dor colocando as mãos nas pernas como se estivesse morrendo – Mas eu já corri tanto...

Mu sorriu e levantou o menino do chão. Mandou-o dar a ultima volta e prometeu que ele poderia descansar depois disso. Uma garota chegou correndo ao santuário, diretamente para a casa de Áries, já que era a primeira né... Bem, ela não era muito alta, e aparentava ser bem magrinha, mas chamou a atenção dos dois arianos pela velocidade que chegava!

– V-você é o senhor Mu? – Estava ofegante e tímida.

– Sim, sou eu, aconteceu alguma coisa? – Mu olhou para a menina com desconfiança – Kiki continue sua corrida.

– N-não, vamos ver o que ela está precisando... Hehe! – Sorriu e colocou a mão atrás da cabeça – Está com alguma problema?

– D-desculpe incomodar você Mu de Áries, sei que é um cavaleiro ocupado e que não deve desproteger sua casa, mas eu moro aqui nos arredores do santuário e o meu cachorrinho está com a pata presa embaixo de um tronco de árvore e é muito pesado para mim tirar.

– Entendi – Cutucou Kiki – Tenho certeza que o Kiki pode te ajudar, porquê como você mesma disse, eu não posso descuidar da minha casa.

– Kiki? – A menina olhou confusa e o garoto abriu um sorriso enorme todo sem jeito enquanto Mu o apresentava.

– Este é o Kiki, ele é meu aluno, o aspirante para ser o próximo Cavaleiro de Ouro de Áries, pode confiar Nele.

– Ai que ótimo! – Puxou Kiki pelas mãos e saiu correndo com ele – Venha, você pode me ajudar Kiki!

O atual cavaleiro de Áries ficou dando risada da feição de surpresa que o garoto fez. Ele nunca tem a oportunidade de fazer amigos, muito menos amigas... Seus únicos colegas são todos os Cavaleiros de Ouro mesmo, até Máscara da Morte tinha uma simpatia pelo garoto, ele tinha esse poder de fazer as pessoas se apegarem a ele.

Bem, Mu achou o máximo Kiki ser arrastado pela menina, era pequena e magra mas conseguiu levar ele de um jeito que poucos conseguiriam, devia estar mesmo preocupada com o cachorro.
Chegando lá, o bichinho estava chorando e o tronco estava em cima da pata toda. Kiki correu e se abaixou para ver se tinha machucado muito, e realmente parecia ter quebrado.

Não pensou duas vezes, já que não tinha ninguém por perto, apenas ele e a garota, usou seus poderes de telecinese para levantar o tronco. O pedaço enorme de madeira flutuou pelo ar como se fosse levíssimo e Kiki o levou para o lado caído, para que ficasse deitado na terra perto dali. Pegou o cachorrinho que ainda chorava e o deu para a menina.

– C-como você fez isso?! – Abraçou o cachorro e tirou uma faixa do bolso para começar a cuidar da pata do canino – Foi incrível Kiki!

– Erm, não foi nada... Ele está bem?

– Acho que quebrou a pata, mas eu já vou enfaixar, logo ele melhora... Graças a você. Obrigada Kiki.

– Não foi nada... – Olhou sem jeito – Nós cavaleiros devemos ajudar as pessoas mesmo... – Sorriu e se sentou no tronco olhando a menina cuidar da pata do pequeno animal.

– Ah, que falta de educação a minha! Nem disse o meu nome! – Colocou o cachorrinho no chão já enfaixado e observou ele se acostumar com a faixa na pata – Me chamo Sofia.

Kiki ficou pensando no que deveria responder. Não sabia o que falava porque ninguém nunca se apresentou desse jeito informal para ele antes, era estranho. Resolveu sorrir e acenar com a cabeça como resposta e parece que a menina tinha aceitado isso.

– Acho que ele vai ficar bem.

– Ah vai sim! Obrigada de novo Kiki, você salvou ele. Eu nunca conseguiria tirar aquele tronco dali, você é muito forte!

– N-não foi nada... Hehe, quando se sabe telecinese tudo fica mais fácil, acredite.

– Tele..cinese?

– Ahm, é... São poderes que usamos com a nossa mente.. sabe? As coisas se movem, a gente se teleporta...

– VOCÊ PODE SE TELEPORTAR?!

– Posso...

Nessa altura da conversa Kiki já não tinha mais certeza se ele podia estar contando aquelas coisas para uma estranha, ela não sabia de nada daquilo, parecia ser secreto. Esperava não ter feito nada de errado.

– Pode se teleportar agora?

– Poder eu posso, só não sei se devo...

– A-ah me desculpe, acho que vocês não podem usar seus poderes assim em vão mesmo. Está tudo bem! – Sorriu doce e pegou o cachorrinho no colo – Vou voltar com você até o santuário e depois vou para casa, logo vai escurecer.

Os dois vieram brincando com o cachorrinho que já parecia estar bem melhor, Kiki tinha finalmente se soltado e começado a mostrar o seu lado brincalhão. Disse que ela poderia chamar ele sempre que estivesse com algum problema, não importava qual fosse, afinal ele era o aspirante para Cavaleiro de Ouro.

Pois é.

– Vejo que salvou o cachorrinho Kiki! – Mu estava nas escadarias com Aioria esperando o menino voltar.

– É, você está ficando muito forte kiki! Como levantou o tronco? Com as próprias mãos? – Aioria riu, sabia que o menino tinha usado telecinese.

– Na verdade... Usei telecinese.

– Vim aqui agradecer você senhor Mu, criou muito bem o seu discípulo, Kiki é um menino de ouro.

Sofia sorriu para os dois Cavaleiros de Ouro na frente dela e agradeceu Kiki novamente antes de ir embora. O menino ficou olhando ela se afastar e se sentou junto de seu Mestre e de Aioria nas escadas.

– É moleque, você ta crescendo hein?! – Aioria dava risada – Quando eu tinha quinze anos eu não ficava por aí salvando os cachorros das meninas que moram perto do santuário, que vida boa você tem!

– Kiki ainda tem que dar uma volta no santuário por ter comido tanto do bolo de Camus, vamos, termine sua volta, ou achou que eu esqueci?

– Ah Mestre Mu... Eu fiz muito esforçou salvando aquele cachorro já.. Acho que já deu por hoje! – Sorriu e se deitou no chão olhando para o céu que estava escurecendo, já podia ver algumas estrelas lá alto – Mestre, eu meio que contei para Sofia que tenho poderes de telecinese... Não fiz nada errado, ou fiz?

– Olha Kiki, se você não sabia eu te conto – Aioria olhou sério para o menino que o encarava assustado – Athena sempre colocou uma regra para os cavaleiros dela, que é a seguinte : nunca conte sobre seus poderes para os humanos que não são guerreiros como vocês, esse é o único jeito de perderem seu posto de cavaleiro – Fez cara de chateado para o garoto – Me desculpe mas... Ter contado te faz ficar com uma desonra maior do que a nossa quando usamos Athena Exclamation na guerra contra Hades.

– Aioria pare de falar bobagens! – Mu se levantou e mandou o leonino embora – Kiki não faz mal contar que você tem poderes de telecinese para seus amigos... Só não é bom ficar espalhando.

– Que bom que não fiz nada errado... – Suspirou – Bom, deixa eu dar minha última volta né? Hehe, ta ficando tarde, não quero voltar aqui quando estiver totalmente escuro! – “Puf”, ele se teleportou sabe Deus para onde... Mu suspirou e como de costume, massageou as marquinhas em sua testa.

Sofia já estava perto de sua casa quando caiu no chão assustada. Um menino ruivo tinha aparecido do nada em sua frente. É motivo para se assustar não é? Porque não é sempre que um garoto surge na nossa frente do nada...

– D-desculpa! Não quis te assustar... – Levantou a garota – Me arrependi por não ter mostrado como consigo me teleportar aquela hora que me pediu, então vim aqui.

– Ah, não foi nada, eu só ralei minha mão... – Ela sorriu e colocou o cachorrinho para dentro de sua casa – É incrível como faz isso, me sinto super normal perto de você, haha!

– Que isso! Pode se tornar uma amazona se treinar bastante... Daí ficará forte também!

– Uhm... – Ela sorriu e ficou pensando – Prefiro ser normal mesmo, e saber que você está me protegendo. É bem forte, não preciso treinar, se eu precisar de ajuda, eu te chamo. Se não for incomodar, é claro.

Sofia colocou as mãos nos ombros de Kiki como num pedido, queria que ele dissesse que não seria um incomodo e foi exatamente isso que ele respondeu, é claro! Sorriram e ficaram encarando os olhos azuis um do outro até que...

– Kiki!

Mu apareceu do lado deles quebrando totalmente o clima que tinha se formado ali. Sofia levou um susto daqueles e ficou super envergonhada com a situação, sentiu que estava atrapalhando o grande Cavaleiro de Áries e seu discípulo.

Ser um incomodo para os cavaleiros de Athena parecia ser errado, bem errado.

– A-ah, Mu... Eu estava terminando minha corrida e encontrei a Sofia aqui, Hehe!

– Sabia que não estava correndo! – Ficou zangado – Não é nada com você, Sofia, desculpe pelo susto, mas tenho que levar ele embora agora, vamos ter uma conversinha lá na Casa de Áries.

– A-ah claro.. Desculpe se eu atrapalhei alguma coisa senhor Mu, acho que já tomei muito do tempo de vocês por hoje! – Se aproximou de Kiki rapidamente antes de entrar em sua casa como um gato e deu um selinho rápido nos lábios do menino que ficou encarando o nada por vários segundos até sua mente processar que a garota tinha mesmo lhe dado um beijo.

Mu ficou paralisado, Aioria tinha razão. Que vida boa aquele menino tinha! Nos seus tempos de juventude nada era daquele jeito, chegava a ser injusto! Segurou no menino e se teleportou para a Casa de Áries.

– Kiki, você está bem?! – Acenava na frente dele – Kiki, está me ouvindo?!

– A-ah, sim... E-estou! – colocou a mão na boca e começou a sorrir pulando na frente de Mu como fazia quando era menor – Agora vou correr, prometo que não vou mudar o caminho e volto em menos de dez minutos Mestre! – Saiu correndo como nunca correra antes e dando risada.

– O que aconteceu com ele agora? – Aioria voltou curioso com a situação, sentiu o cosmo de Kiki tenso e desceu para a Casa de Áries com Shaka para ver se alguma coisa estava errada.

– Está tudo bem, Mu? – O indiano perguntou franzindo as sobrancelhas com seus olhos fechados.

– Ah, acho que.. Está? – Ele coçou a cabeça e se sentou com as mãos na testa inconformado – Ele disse que ia correr e se teleportou para a frente de Sofia, então eu senti que ele tinha feito isso e fui atrás.

– O que tem demais nisso?

– Nada. Só que quando eu disse que vínhamos embora, a menina simplesmente beijou ele e entrou para a casa dela!

Shaka abriu os olhos surpreso, Aioria até brincou gritando para que ele não matasse ninguém liberando seu poder que estava guardado todo esse tempo. A menina beijou o Kiki? Era isso mesmo?

– É... No nosso tempo não era assim não! E ele, está aonde agora?

– Foi dar sua ultima volta...

– Pff, que vida boa! – Aioria se levantou inconformado – Sabem quanto tempo demorou para mim conseguir meu primeiro beijo com a Marin? MUITO! Muito tempo... e esse menino consegue assim de graça no mesmo dia que conhece a menina!

– É, acho que tenho um charme natural e você não. Sempre te achei meio feio, Aioria. – Kiki escutou o que diziam enquanto voltava da sua corrida tão sorridente quanto quando havia saído.

– Moleque, corre, se eu te pegar juro te deixo feio igual a mim de tanto que vou te bater!

– Hahaha! Impossível! – Correu e Aioria foi logo atrás.

Mu e Shaka deram risada. Pelo que parece, os tempos mudam... Se tivessem tido essa sorte quando eram adolescentes também ficariam nesse estado de euforia que Kiki estava, então, era perdoável!



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ;*



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