The Olimpians – Livro 1: True Bloods escrita por Lilliel Sumire Eucaristia


Capítulo 12
Fico Presa no Desfiladeiro da Morte


Notas iniciais do capítulo

Olá para todos.
Passando para avisar os recém chegados e leitores antigos que a série The Olimpians é composta por 4 livros atualmente.
Sendo eles:

Livro 1 - The Olimpians: True Blood
(Concluída/Revisão/Reescrevendo?)

Livro 2 - The Olimpians: Boodlines Time
(Concluída/Revisão)

Livro 3 - The Olimpians: The Other Side Of Time
(Concluída/Revisão)

Livro 4 - The Olimpians: The Last Corwn
(Em andamento)

Sim, o livro 4 está sendo escrito/postado nesse momento aqui mesmo no Spirit e no Nyah!, então se você acompanha qualquer uma das fics e quer saber o termino das aventuras dos personagens não deixe de acompanhar o lançamento de The Last Crown.

O livro 1 será reescrito em breve, para ser postado como uma nova versão e o original vai ficar no ar como um rascunho (sim, terá duas versões do mesmo livro, uma de dez anos atrás e outra revisada, corrigida e reestruturada que vai ser a oficial (quando ficar pronta)).

Dúvidas pelos comentários ou MP.



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by Galatea

 

Minha vida estava calma e tranquila.

Pelo menos para quem olhasse de fora eu era uma pessoa em paz curtindo um longo passeio com a família.

 

Mas eu estava pirando a cada segundo que passava.

Depois daquela fuga louca eu e Rigardo voltamos ao normal, mas ainda tá um clima estranho.

 

Estavamos fugindo a pouco mais de três meses e como havia prometido Teresa estava treinando todo mundo. A proposito ela quase me matou duas vezes durante os treinos, que eram sempre no mano-a-mano, com aquele maldito gancho de direita.

 

Não tinhamos permissão para usar as armas se não fosse vida ou morte. Mas nem de longe estive em uma situação assim, por que quando o tal de Manticore tentou nos atacar Teresa e Percy atacaram ele. Meu irmão com a espada e a doida com socos e lançamento de pedras. Ela abriu uma cratera na perna do bicho que foi decapitado em seguida.

 

A Barragem Hoover já havia ficado no passado, ficamos lá por três semanas. Depois paramos numa cidadezinha no meio do nada e acampamos perto de um lago por mais um mês. Só para ir parar em um bosque no meio do nada por mais um mês. A única coisa boa era que sempre tinha um lago ou rio por perto.

 

Aprendi de uma forma muito dolorida que além de poder respirar debaixo d’água podia também usa-lá como artigo de luta, por que acredite ou não Teresa não é o tipo de pessoa que ensina calmamente e ela tentou me matar dentro do tal lago, ou foi isso que achei até uma lança d’água aparecer na minha mão.

 

Só que a doida riu como se tivesse adorado aquilo e me atacou de novo. Por falar nisso ela parece que não precisa respirar na água já que é imortal. Detestei essa parte.

 

Depois disso ela nos levou para São Francisco e todos odiaram isso exceto eu e Rigardo, mas não demorou muito para mudarmos de idéia.

 

Ficamos enfiados em uma caverna a beira mar que foi lacrada com pedras negras por Teresa. Segundo ela teriamos de ficar ali por uma semana para continuarmos a viagem, só que isso não soou nada bem para ninguém.



==========X==========



Já estavamos lá a uma semana. Cada dia que passava Annabeth ficava mais cansada.

 

Sua barriga estava cada vez maior e eu devo admitir que descobri que morro de medo de barriga de grávidas. Teresa disse que ela está com quatro meses de gestação e francamente não sei se aguento mais quatro meses.

 

Mas naquele dia digamos que as coisas começaram mal. Acordei ouvindo alguns gritos.

 

—Não seja idiota Percy, eu estou bem. Teresa acabou de falar que isso é normal.

Abri meus olhos e vi Annabeth tentado fazer meu irmão se acalmar.

—Para ela pode até ser, mas você ficou muito gelada. -Percy

—Eu já não falei: enjoôs e desmaios são normais em qualquer grávida. No caso dela esse tipo de efeito corpo frio vai acontecer já que a criança está se alimentando da vida dela também. -Teresa falava de forma calma, mas uma de suas mãos estava tão fortemente fechada que pensei que fossem explodir por tamanha pressão.

 

—Você podia fazer alguma coisa não podia. Qualquer coisa que dei... -Annabeth interrompeu Percy:

 

—Ela já está fazendo Percy. Só viemos para cá por que Teresa está indo até o Jardim das Esperídices* todas as tardes comer das maçãs de ouro. Se não fosse por isso estariamos com problemas.

 

—Relaxe Percy. Nem tudo que fazemos é por impulso. -Thalia respondeu ao se aproximar.

 

—Como? Por que? -Percy ficou perdido, mas não mais do que eu ao sentir uma onda de entendimento quanto ao que Annabeth tinha falado.

 

—Venho usando magia de fixação de alma e transferência de energia da vida em Annabeth pelo menos uma vez por semana. Eu sou imortal, mas até o nascimento da terceira Coroa mesmo eu posso enfraquecer muito. -Teresa disse um pouco ausente. -Sem isso, talvez Annabeth...

 

Ela levantou e saiu da caverna. Não sei por que mas eu levantei e fui correndo atrás dela.

 

—Teresa! Espere!

Demorou uns dez metros depois da saida da caverna, mas ela se virou e me olhou um pouco estranha.

 

—Vou te dizer só uma vez Galatea Smith, creio que você acredita que seus desejos deveriam sumir para ainda ter uma vida normal, mas sinto dizer que nem os deuses são capazes disso. Não gosto de ficar destruindo suas ilusões, mas você precisa superar que essa é a sua verdade. Caso contrário sua vida só vai piorar.

 

—Calma Teresa, não é sobre isso que eu vim falar? É sobre Annabeth, você tem transferindo sua energia para ela, não é? Por isso parece mais cansada durante os treinos conosco. Isso também faz mal pra você, então por que faz isso?

 

Sua espressão ficou sombria e ao mesmo tempo cheia de dor.

—Se não for a minha energia vai ser a do seu irmão no máximo a sua. Eu não morro por isso não me importo de ficar com menos energia ou não, além disso não gosto do rumo que essa viagem vai dar a vida de todos vocês.

 

—O que você quer dizer com isso?

 

Ela pareceu notar que tinha falado demais e desviou o olhar.

—Nada. Vou me retirar para o Jardim das Esperídices, volte para a caverna.

Teresa sumiu me deixando sozinha no meio das rochas com as ondas batendo ruídosamente e espirrando em mim.

 

Não sei bem por que mas sai andando pelo meio das pedras e me afastei da caverna. Nem sei o quanto andei até achar aquilo.

 

Não que eu fosse o cúmulo da inteligência, mas depois das aulas de Annabeth e Thalia sobre os monstros e suas características físicas. Aquilo na minha frente era uma Quimera, mas eu me assustei.

 

Aquela coisa era maior que uma van, uma cabeça de leão com a juba untada de sangue, o corpo de um bode gigante (e quando digo gigante é gigante mesmo), sua cauda era uma serpente que nem de longe parecia mas amigável que a cabeça de leão, também tinha losangolos de três metros de comprimento brotando de seu traseiro e (acredite se quiser) uma coleira de idêntificação dizendo: QUIMERA - RAIVOSA, HÁLITO DE FOGO, VENENOSA - SE ENCONTRADA, FAVOR LIGAR PARA O TÁRTARO - RAMAL 954.

 

Cara, eu ia morrer. Tinha certeza disso, mas assim que aquele monstro me atacou eu consegui desviar perfeitamente. Não que a Quimera fosse lenta, mas Teresa era tão cruelmente rígida nos treinos e tão rápida que para meu corpo foi fácil desviar. Meu único problema foi a cauda de serpente que me atacou em seguida e pra desviar perdi por completo meu ponto de apoio. Dei de cara no chão, mas tive que levantar correndo para tentar fugir daquela coisa.

 

Foi quando lembrei dos presentes que havia ganhado dos deuses. Lembrei também dos conselhos de Teresa sobre só usar aquilo em caso de vida ou morte. Hesitei um momento, o que foi péssimo por que a Quimera não estava afim de esperar e investiu contra mim. Não sei por que mas ao invés de usar o Anel de Poseidon peguei o Soco Inglês de Atena e apertei-o com todas as forças.

 

No instante seguinte um braço de armadura estava cobrindo meu braço esquerdo até o ombro. Movi o braço institivamente e a Quimera recuou um pouco assustada.

 

Olhei para meu braço e vi o brilho dourado que a couraça metálica emitia, bronze celestial. Os relevos de coruja estavam com os bicos muito bem afiados em meu punho, as pontas dos dedos eram garras perigosamente finas e do dorso do braço aonde uma cabeça de coruja maior estava desenhada diversas pedras cinzas e pontas de metal que se projetavam. Abaixo da figura estava escrito: Πτtήσsης Αυγή - Vôo do Amanhecer

 

Achei as pontas muito pequenas. Quando pensei que poderiam ser maiores elas começaram a crescer e a Quimera cansou de esperar.

 

Ela avançou contra mim como um torpedo, tive a idéia de tentar arranhar a cara dela e consegui fazer um talho naquele fucinho. A cauda veio em minha direção e pensei no anel, no instante seguinte uma Katar apareceu na minha mão e eu cortei a cauda-serpente enquanto corria para longe da cabeça de leão que deu um rugido horrível.



Olhei para a espada em minha mão. A lamina dourada curva com duas pequenas pontas próximas ao punho. O punho era uma haste de prata de quarenta centimetros escamada gravejada em pedras verde-água, com cabeça de dragão com olhos de pedra verde-água e um tridente na testa preso ao meu braço por tiras de couro. Mesmo assim todo aquele exagero parecia tão leve que estranhei. A lamina também tinha o desenho de um tridente de ambos os lados aonde estava escrito: Κύμα Δράκovτtας - Onda do Dragão

 

A Quimera estava furiosa e pulou sobre mim certeiramente. Sem pensar movi a espada na direção dela. Antes de me alcançar o monstro caiu no chão, metade de sua boca e cabeça haviam sido removidos pelo meu golpe fazendo ela virar pó em segundos.

 

Fiquei aliviada no começo, mas quando olhei em direção ao caminho de volta me apavorei. Uma outra Quimera, com pelo menos duas vezes o tamanho da primeira me olhava muito brava.

 

—Oi. Essa era sua filha ou sua na...

O monstro rugiu e pensei que se matar um já tinha sido difícil esse seria no mínimo impossivel. Tava ferrada de vez.

 

—Tea!!! -Olhei para trás do monstro e vi Rigardo chegando sozinho perto de onde estava.

 

—Fica ai! Não vem! -Ser morta eu suporto, mas causar a morte de outra pessoa não está nem perto da minha lista de “Um Milhão de Coisas que Aceito Forçadamente”.

 

Então Rigardo posicionou a mão esquerda como uma garra e vi sua Pulseira de Hades se transformar em uma estrutura parecida com a do meu. Um braço de armadura indo até o ombro, só que completamente negro, com diversas pontas negras e garras muito, mas muito grandes mesmo no lugar dos dedos.

 

A Quimera avançou em minha direção e eu me esquivei por pouco. Rigardo agarrou a cauda do bicho com a mão direita e arrancou-a com as garras da mão esquerda. O bicho rugiu furioso e tentei acerta-lo com a espada mas ele fugiu.

 

Para piorar a Quimera foi em direção a Rigardo. Tentei para-lo, mas não conseguia ser tão rápida. Me desesperei em pensar que Rigardo poderia morrer naquele momento.

 

Olhei para Rigardo e vi ele apertar o Anel de Zeus que transformou em uma longa Lança Bifurcada presa a sua mão por tiras de couro que foi movida para atingir a cabeça da fera que conseguiu desviar, mas ficou com dois cortes no pescoço.

 

Consegui chegar ao lado de Rigardo quase chorando. Ele me olhou e sorriu.

—Vamos lá, estamos bem. Podemos sair dessa, não acha?

Assenti.

Fechamos nossas mãos em torno de nossas armas e avançamos. Distraimos a Quimera com as armas dos nossos braços esquerdos e depois rasgamos seu tronco com a lança e a espada. O monstro virou pó e nós ficamos aliviados.

 

Abracei Rigardo assim que o recuperei o folego.

—Seu idiota! Retardado! O que tinha na cabeça pra fazer isso?! -Gritei ainda abraçada a ele.

 

—Acho que o mesmo que você. Estava morrendo de medo de te ver morrer. -Ele confessou baixinho.

 

Me afastei dele um pouco (muito) envergonhada e olhei para seus presentes.

 

No braço esquerdo tinha a gravura de uma caveira e abaixo estava escrito: Μαύρη Σελήvη - Lua Negra. No cabo da lança ao seu lado eu podia ler algo um pouco arrogante: Καταιγίδdα Ουράvιoς - Tormenta Celeste.

 

Olhei para o rosto de Rigardo e mesmo sem saber se estava louca ou não e resolvi dizer tudo que passou pela minha cabeça naquele momento:

 

—Você é um idiota que não sabe fazer nada sem me deixar furiosa. Infelizmente pra mim isso é uma droga por que eu amo você. Pode ser que isso seja só coisa da minha cabeça mas acho que não faz diferença já que nosso mundo é uma bagunça. E tem uma última coisa, quero acabar com essa história maluca que estamos passando.

 

Ele pareceu deliberar e então falou:

—Demorou pra dizer, mas valeu a pena esperar por essa declaração. Só uma dúvida, você quer acabar com a história das “Coroas”?

 

Assenti.

Rig suspirou como se aquilo não fosse tão ruim como parecia.

—Eu... também tinha pensado nisso. Somos os únicos que preenchem todos os requisitos e mais alguns de quebra. -Seu rosto parecia ficar mais vermelho, só que esse idiota sabe controlar suas emoções. Ele guardou suas armas na forma de seus disfarces e fiz o mesmo. -Só que a idéia não me agrada de um todo, na verdade agrada muito pouco.

 

—Como você disse, preenchemos requisitos: Zeus, Hades e Poseidon, e não menos importante Atena. Acho complicado outra chance tão perfeita para terminar essa história.

 

Levantei, fui até uma poça d'água cuidar dos arranhões e, principalmente, evitar o olhar dele. Rigardo se aproximou, esticou a mão e falou:

 

—Oito anos e encerramos essa maldita “Profecia Divina”. Juro que vou ficar forte o bastante para te proteger. Você aceita?

 

—Está juntando essa promessa ao pedido de casamento lá do acampamento?

—Sim. Vou fazer tudo isso, mas eu realmente te amo.

Devo ter ficado mais vermelha que um morango cuidado por Dionisio e Deméter.

 

—Eu acredito. -Susurrei o mai alto que pude e ele sorriu.

Segurei a mão dele que me puxou ao seu encontro e me deu um beijo no rosto.

 

Voltamos para a caverna e contamos sobre as quimeras para os demais.

(Claro que eu não iria falar sobre minha conversa com Rigardo e ele também não. Obviamente o beijo também ficou de fora.)

 

Levamos a maior bronca de todos eles.

Só que Teresa pareceu ao mesmo tempo feliz e mais abatida.



Continua...

 


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Notas finais do capítulo

*Segundo alguns mitos as maçãs de ouro do Jardim das Esperídices são uma fonte de poder para os deuses. Nenhum mortal poderia pegar uma com as próprias mãos ou morreria ao tocar a árvore. Porém se um mortal comer a maçã de ouro alguns dizem que se tornaria imortal. Porém o senso comum é que um fruto de ouro poderia restituir as forças de um deus que tenha usado muito poder ou esteja muito ferido.
Mas admito, nunca entendi muito bem essa lenda ou como é possivel o que ela fala...
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NOTA PESSOAL: O medo da Téa sobre barriga de grávidas é inspirado no meu medo pessoal.
Sim, eu morro de medo de tocar ou ficar muito perto de mulheres grávidas com a barriga já visivel.
Por que não sei, mas me dá uma aflição tão grande...
Na verdade tanto Teresa como Galatea tem alguma coisa minha.
Seja a sinceridade desmedida, o medo da solidão, a melancolia, a arrogância, o desejo de mudar o que já passou, a curiosidade, entre outros.
Ou seja, se elas são complicadas é minha culpa exclusiva.



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