À Prova De Balas escrita por Corrupta


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Enjoy it (:



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 No outro dia acordei atrasada novamente, tomei um táxi e sai até a escola. Pedi para o motorista parar um pouco antes e desci por lá. Avistei Ana e João correndo, pois o portão estava fechando. Continuei caminhando devagar, até que por fim ele se fechou e eu me sentei em um banco um pouco pra frente da escola.

Fiquei lá por mais alguns minutos com a cabeça baixa. Ela doía um pouco. Percebi um vulto passando correndo por mim. Olhei de lado e ele tinha parado, olhou pra trás e com um sotaque estranho perguntou:

- Já fechou, né?

- Claro Caio! Tá vendo ele aberto? 

- Não precisava, não!

- E... - fiz cara de impaciente.

Ele chegou perto e ficou me olhando com cara de espera. 

- O que você quer?

- Posso sentar?

Fiquei por alguns segundo o olhando. 

- Fazer o quê, né?

Tirei a mochila com raiva. E ele se sentou. Ficamos os dois por mais de 20 minutos sem falar nada. Eu continuava com a cabeça abaixada e ele olhando pro nada, mechendo no celular, abrindo os cadernos, rindo sozinho e conversando com os pássaros...

- Que é isso?

- Tô falando com eles, ué! - Ele disse, apontando para as pombas.

- Você é louco! Isso sim!

- Você fica esse tempo todo com a cabeça abaixada, não diz um A. E por eu falar com os pobres passáros, você me condena? Ninguém liga pra eles, tadinhos!

Comecei a rir dele. Lembrando de quando jogavamos pedrinhas nas pessoas que passavam na rua e nos escondiamos atrás das árvores. 

- Tudo bem, então! Bom dia passarinhos! Qual o nome de vocês? - Disse entrando na brincadeira.

Um silêncio se formou. Olhei pra Caio com uma interrogação de todo tamanho no rosto.

- Isso não tem graça! - falei.

- Eles não te responderam? - ele perguntou indignado.

- Não! - olhei com raiva. - É lógico que não, seu idiota! Eles não falam! 

Eu nem acreditava no que eu estava fazendo.

- Ou você que não escuta! Claro que isso tem graça, você que é sem graça demais, pra achar alguma coisa! - Agora ele estava com raiva. - Você contumava ser mais engraçada, sabe...

- Costumava... é...

- E por que mudou? Eu gostava daquela antiga Izzie!

- Eu sei bem do que você gostava!

- Ah, não! Aquilo já passou, meu bem! Para de ficar jogando isso na minha cara! Eu bem sei que no primeiro dia de aula, era o que você e Sophie queriam fazer, mas já passou!

- Com todos os motivos!

- Claro! Vocês tem motivos, sim! Mas vocês não tinham me perdoado?

- Perdoado, sim! Esquecido... Ai é outra história!

- Tá! Mas eu só queria que você soubesse que eu sinto muito!

- Tá! Tá! Você já disse isso... Umas trezentas vezes! Tá tudo bem! Me desculpa também! E força do hábito!

Os alunos já começavam a sair para o intervalo. Olhei às horas. 

- Estão saindo mais cedo!

- Pra nossa felicidade! - Caio completou.

Entramos na sala e novamente me sentei atrás do menino loiro.

- Bom dia! - Sorri pra ele.

- Bom dia! - ele retribuiu.

João puxou uma cadeira e se sentou perto de mim.

- E queria matar aula, porque? - ele perguntou.

- Hã? Quem queria matar aula?

- Eu te vi chegando na escola e dava tempo de entrar!

- Ah, nada! Eu só não queria ter aula de história!

- Agora era matemática!

- Ah, isso! Não queria ter aula de matemática!

- Conta outra, Izzie! Fala o que tá havendo ai!

Olhei pra ele baçançando a cabeça.

- Voltou!

- O quê? 

Fiz silêncio.

- Aquela onda de pesadelos!

- De novo?

- É!

- Eu já te falei pra procurar um médico. Você não em escuta! Isso não é normal, menina!

- Mas... eu ainda não tenho certeza! Começou de novo quando voltei de viagem! Talvez sejam só pesadelos! E não vai durar muito! 

- Não sei não, ein!

- Tô falando sério! Se continuar... eu procuro um médico!

- Promete?

- Eu penso. - ele me olhou e balançou a cabeça de um lado pro outro com sentido de negação, bem devagar. - Você acha que eu mudei?

- Mudou.

- Sério?

- Claro, Izz! Todo mundo muda!

- Não! Não assim! Mudei pra melhor ou pra pior! Há quanto tempo?

- Por que você tá preocupada com isso?

- Não sei! Me disseram que mudei pra melhor, que estou mais feliz e vivendo minha vida. Mas também me disseram que mudei pra pior, que não vejo mais as coisas do jeito que eu via.

- E isso é ruim? Ás vezes elas que não estão te vendo do mesmo jeito!

- O que você acha?

- Não importa! Quem tem que achar alguma coisa é você!

- Mas eu queria...

- Izzie, relaxa! Para de se preocupar com isso! Vai viver!

Ele me deu um beijo na testa, sorriu e saiu gritando, chamando Ana pra ir na lanchonete.

Abaixei a cabeça novamente. Já estava virando mania. E quer saber? Ele estava certo. Preocupação atoa! Se mudei ou não, sei lá, não importa.


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Notas finais do capítulo

Reviews, galera??



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