Distrito 5 - A Força Da Inteligência escrita por BelleJRock


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Oii gente! Desculpa a demora para postar, é que eu estava estudando para as provas. Mas eu estou de férias (YAY) haha e agora eu poderei escrever mais tranquilamente hehe. Boa leitura.



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                 O impacto da explosão me jogou á alguns metros de distância da árvore onde eu estava. Parei de costas no chão, e a cabeça que bateu contra o solo duro ficou latejando junto com minhas costas. Fiquei de olhos fechados e tentando respirar normalmente, mas o ar que eu puxava estava composto pela acidez da fumaça da explosão.

                 Desejei ter saído de lá antes que aquelas maçãs tivesse tocado o chão. Quando abri o olho, vi a fumaça passeando com o vento acima de mim. Durou muito mais do que eu pensava, então conclui que a reação em cadeia deu certíssimo.

                 Tentei me levantar uma vez e falhei. Meus ossos pareciam moídos e meus músculos doíam muito. O pior foi o meu ouvido: ele está zunindo sem parar. Só com o esquerdo funcionando minha audição diminui para 50% e isso não é suficiente, principalmente á noite. O barulho das explosões diminuiu, de acordo com o meu ouvido não defeituoso, e pensei que os carreiristas já devem ter chegado há um tempo e agora procurando o causador dos destroços, então eu espero que coincidentemente eu não esteja no caminho deles.

                  Por mais que o meu corpo suplique para que eu fique deitada ali no chão, eu me levanto e vou aos tropeços me distanciando. Passo algumas quarenta árvores, de acordo com minhas marquinhas, e pretendo voltar naquela macieira. BUM. Um canhão finalmente soa. Alguém iria morrer no meio daquilo tudo. Pode ter sido Rue enquanto acendia as fogueiras. Pode ter sido Katniss. O mais provável seria o garoto do 3, foi ele que reativou as minas e foi ele que estava tomando conta do local. Imagino a brutalidade que os três carreiristas devem tê-lo matado.

                   Assim que eu chegar a macieira abrirei meus novos pacotes de comida e raízes. Isso me deixa um pouco mais feliz. O zunir do meu ouvido me deixa irritada, mas tento esquecê-lo. Pelas pernas, ossos, músculos, braços e cabeça doendo levo quase duas horas para chegar perto do local onde estava. Fiquei tensa o caminho todo, pois os carreiristas podem estar atrás de mim, e duas horas de vantagem não é lá muita coisa. Chegar a macieira foi um dos momentos mais felizes depois da destruição. Aliás, nunca fiquei tão feliz por subir em uma árvore.  

                   Amarrei-me com minhas cordas,e coloquei a mochila á minha frente. Fechei os olhos depois de dar uma olhada ao sol aparecendo somente uma pequena extremidade enquanto desaparecia na linha do horizonte. Um dia fomos todos juntos ver o pôr do sol, mas meu irmão e eu ficamos discutindo o caminho inteiro. Essa lembrança me levou um sorriso com lágrimas, afinal a briga era para aonde iria o sol depois que se põe. Eu tinha cinco anos.

                   Do nada reabri os olhos e percebi que dei uma cochilada por alguns minutos, o sol já havia ido embora. Essa explosão realmente me deixou atordoada. A fome e a sede era tamanha que ouvia meu estômago roncar. Foi aí que deu vontade de rir novamente.

                   -Vamos ter um banquete. Pena que os carreiristas chegaram atrasados. – Disse a mim mesma.

                   Abro a mochila e fico observando com prazer aqueles biscoitos, pacotes de maçãs e amorinhas. Ia começar pelas maçãs, porque eu realmente gostei delas e elas estragariam mais rápido.  Peguei duas e começei a comer. Depois comi o resto das raízes e bebi um gole d’água, que mais tarde teria que encher mais. Guardei tudo na mochila e percebi que teria que caçar amanhã, pois minha fome estava mais para carne.

                   Só agora vejo que nem vi a explosão direito, nem as expressões furiosas do garoto loiro e seus parceiros. Uma vontade me faz querer levantar dali e ir atrás do local. Recuso essa vontade, mas a ideia não é descartada. Teria que ir ali mesmo para pegar água no lago. Está decidido. Irei até o local amanhã. Nem vejo o tempo passar e começo a escutar o hino da Capital tocando. Meu coração começa a acelerar enquanto a ansiedade de ver quem morrera cresce. Um primeiro rosto aparece: O garoto do 3. Já era óbvio que ele iria morrer. Depois aparece o garoto do 10. Fiquei tentando lembrar de algum segundo canhão... Ah! Um tocara de manhã. Então foi ele que morreu. Os rostos desapareceram e eu adormeci no mesmo instante.

                 Acordei com um farfalhar na árvore. Meus olhos se arregalaram e olhei para todos os cantos. O barulho do vento estava estonteante e refrescava meu rosto. Será que iria chover? Minha esperança gritava por sim. Meu ouvido estava sem nenhum zunido, mas doía bastante. Eu realmente odeio dor de ouvido. Rodney bem que podia me mandar algum remédio. Desamarrei-me , tomei um gole de água e saí da árvore. Minha cabeça está com um galo, e meu corpo ainda continua dolorido cheio de roxos pelos cantos, mas consigo andar bem melhor.

                Eu já decorara o caminho de volta ao lago. Cheguei dessa vez em questão de uma hora. Quando estava perto do local, atirei uma pedra, mechi nas folhas e fiz arbustos se mexerem. Ninguém aparecera, ou nenhum barulho foi feito além de mim. Arrisquei um pé na clareira e nada aconteceu.

                Fui até onde ficava as minas e vi a bela paisagem. Tudo estava em destroços. Era difícil acreditar que existiam várias pirâmides com diversas comidas e armas. O chão estava todo preto e ainda sentia-se o cheiro da fumaça. Ainda consegui objetos que não foram destruídos: uma garrafa de água vazia e uma lámina de faca... E desatei a rir. Eu não consegui me segurar. Ver essa cena era ainda melhor. Eu ria alto e com uma felicidade. Ver que finalmente os carreiristas se deram mal me deixava feliz. Uma vontade de avançar nos pescoços deles e dar uma bela cortada com as suas próprias lâminas aumentou. Eu ria mais alto ainda. Queria torturá-los e mostrar o estrago que Katniss fez. Rir da cara deles e ganhar esse jogo estúpido. Mataria qualquer um com essa lâmina que peguei aqui. Eu ria ainda mais. Porém a graça acabou quando ouço barulho de graveto quebrando. Não vi ninguém. Eu voltei a normalidade e pensei melhor no que eu estava dizendo. O que deu em mim? Eu não sou capaz de matar ninguém, além disso ver essa cena deve ter mexido comigo no pior sentindo. Mesmo que eu odeie a pessoa, matar vai contra meus princípios na arena e na vida. É por isso que se eu não tivesse parado com esses pensamentos psicóticos, eu poderia ter ido agora mesmo nos carreiristas e tentar algo. Eu seria morta no mesmo instante. Ter sanidade mental é importante.

              Ouço de novo um farfalhar. Decido que é hora de sair dali. O lago está á algumas passadas de onde eu estou. Vou andando cautelosamente até que ouço um risco no ar e algo raspa em meu braço direito cortando-o. Olho para frente e vejo uma faca altamente cortante. Foi aí que pensei num tributo, olho para trás não sei porquê e vejo a garota. A tributo do distrito 2. A lançadora de facas. A carreirista. Ela nunca erra... Vai ver só estava chamando atenção. Numa fração de segundo eu a encaro e ela sorri de um jeito assustador. Saí correndo, do mesmo modo em que corria no começo dos jogos. Ouvi sua mochila balançar junto com suas facas atrás de mim. Uma outra faca é lançada e raspa na lateral da minha coxa. Pelo menos quando ela corre, erra mais vezes.

             Meu coração estava acelerado demais e agora percebo o quanto meus ossos e músculos realmente estão piores. Minha velocidade diminui pelo cansaço e ela lança outra faca. Estou desesperada. E ainda não consegui pegar água. Ela lança outra faca que raspa no meu braço novamente e dou um grito. Por algum motivo ela para e pega a faca que lançara e eu continuo a correr. Sem mais forças me escondo atrás de um tronco. Tento prender a respiração e fico olhando para trás procurando-a. Ela desparecera. Uma folha se mexe ao meu lado e vejo-a bem perto, vou para o outro lado do tronco enquanto uma faca passa direito. Corro para outro tronco e ela está me seguindo. Tudo silencia. E volto a ouvir outro farfalhar nas folhas:

                  - Você não me escapa, espertinha. Estava rindo da nossa cara? Quero ver o que você vai fazer sem uma boca, ou talvez com o rosto todo desfigurado.

                   - Talvez você devesse ter ficado quieta, Clove.  – Falo enquanto me dirijo a outro tronco.

                  Ela parece no local onde eu estava e ia lançar uma faca, mas desistiu:

                   - Onde você está, sua idiota? – Rapidamente pego um tronco pequeno e velho que estava no chão e fico atrás dela:

                   - Aqui. – Dou-lhe uma batida nas pernas com o toco e antes dela cair começo a correr.

                   Ouço seu grito de raiva e ela volta a me seguir. Infelizmente deixei o tronco para trás. Eu pego minha faca e aperto contra o peito. Ouço ela se aproximando e começo a correr em zigue-zague. Sei que a velocidade diminui, mas ela não conseguirá lançar uma faca assim. Os ossos começam a doer demais e fico atrás de uma árvore novamente. O local para onde estávamos fugindo era desconhecido, eu nunca estivera naquela parte.

                   Fico trocando de troncos enquanto ela fica me provocando e chegando perto de mim. Ouço uma faca caindo ao meu lado e antes que eu corresse para o lado oposto ela está lá. Vem em minha direção e quando me viro para trás ela puxa meu casaco e eu caio de frente. Quando ia colocar a faca em meu coração consigo me virar e ela coloca a faca na mochila, felizmente a lâmina é curta demais para chegar ás minhas costas. Clove retira a lâmina e eu lhe dou um chute na barriga. Ouço algum objeto caindo de minha mochila e saio correndo sem olhar para trás. Felizmente não dá tempo de ela tentar me alcançar já que está sem ar.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Odiaram? Amaram? Algum erro? Por favor mande reviews! Obrigado ^^



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