Distrito 5 - A Força Da Inteligência escrita por BelleJRock


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Estava esperando muuuuuito para escrever esse capítulo haha. Boa leitura!



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            Eu estava na floresta andando. Era um dia chuvoso e meu cabelo estava todo encharcado e caindo no meu olho, por isso mal conseguia enxergar. Vi o acampamento dos carreiristas. Era uma tenda enorme que os protegia da chuva, fiquei procurando o garoto que tomava conta dos suprimentos, vi-o de costas com uma lança enorme só que ele estava mais alto do que parecia.  Foi algo chocante quando ele se virou e vi meu irmão mais velho. Em algum momento ele me viu e foi correndo atrás de mim com a lança, mas quando ele estava no meio do caminho vejo Ed e a Rue explodindo os suprimentos e eles voando em pedaços para longe. Quando finalmente meu irmão chega até mim ele grita:

            - Vá embora!! Saia!!

            - Mas o quê?! –Eu gritava em resposta, tentando entender algo. – O que você faz aqui?!

            - Saia!

             - Ed! O que ele faz aqui? – Eu dizia enquanto chorava. Eu fiquei tentando entender algo enquanto gritava com ele. Vi a cadeira de rodas de Ed andando sozinha pela arena enquanto os carreiristas viravam os habitantes da capital e riam de tudo isso. Tudo de repente ficou preto e o chão desmoronou.

             BUM

             Um canhão estourara, e eu abri os olhos. Eu fiquei apavorada. Seria aquele um canhão do sonho? Ou foi real? Eu estaria sonhando agora? Olhei para o céu e vi muitos pássaros voando. Acho que foi real. Senti na testa e no pescoço suor frio e meu coração batia no mesmo ritmo que eu tremia freneticamente o corpo. Foi aí que comecei a pensar: e se esse pesadelo fosse para eu não ir ao plano de Katniss...

               - Não! Eu irei e fim. Eu preciso daquilo. E vai dar tudo certo. – Disse a mim mesma. Fiquei pensando também no canhão que tocara agora á pouco. Por um breve momento achei que o plano já havia ocorrido e alguém morreu nisso tudo. Mas quando olho para o céu não vejo fumaça de nenhuma das fogueiras que elas haviam programado.

                Agora eu mesma ia pensar na minha parte do plano. Primeiro eu vou comer algo. Pego o último pedaço que restara do esquilo e como ele. Dou um gole de água e como a última maçã. Desamarro-me da árvore e guardo tudo na mochila. Hoje não daria tempo de caçar, então antes de descer da árvore vejo o solo e acho muitas raízes comestíveis. Verifico o estilingue e a faca em meu cinto. Água bem presa, mochila bem fechada e a confiança dentro de mim. Fecho os olhos, pulo da árvore e caio agachada.

                Colher raízes parece um trabalho fácil, principalmente quando se via Rue colhendo elas com seu grande conhecimento, mas caçar é bem mais simples. As raízes possuem muitas pragas e elas são difíceis de diferenciar. Você pode pegar uma de ótimo gosto ou pegar aquelas que lhe deixariam doente, ou adormecido pelo resto da vida... Como alguns tipos de amoras.

                 Depois de colher algumas raízes de bom estado e guardo-as na bolsa. Comecei a pensar nos tributos que restaram novamente. Eu, Katniss, Rue, o garoto enorme do 11. Três carreiristas e o menino que acompanha eles. O garoto loiro do 12 e algum outro tributo que não me lembro.  Um desses morreu.

                Agora eu iria ao acampamento dos carreiristas e ver como é. Vou num caminho em que eu já decorara e tudo fica bem mais fácil quando em questão de alguns minutos vejo minhas marquinhas nas árvores. Fico andando e seguindo elas com uma grande ansiedade. Em questão de uma hora começo a ver umas árvores mais verdes, com arbustos cheios de vida e lírios d’água. Diminuo o passo e quase não ouço minha própria respiração de tão quieto que está. Ao fundo vejo um buraquinho que é a clareira enorme do lago em que eu ficara.

                Minha boca se abriu num grande O quando cheguei ao local e vi a base dos sanguinários. Havia oito grandes pilhas lá. Pilhas de comidas, armas, e tudo que possa se imaginar. Era como se a cornucópia estivesse ali sem seus tetos em chifres. Os carreiristas estavam lá sentados enquanto se deliciavam com biscoitos e uma jarra de suco. Minha fúria subiu em altamente perigoso: Enquanto nos matávamos por comida, eles estavam mais corados e saudáveis. A minha vontade de ver aquilo em cinzas, destruído, roubado ou o que seja que Katniss faça com os suprimentos era enorme. 

                 Minha barriga deu um grande ronco quando enxerguei pacotes de biscoitos, tortinhas, sucos, muita água, diferentes tipos de frutas, geleia e até pequenos pães. Também continha armas e containers de água, e ainda várias vasilhas de plásticos. Não é á toa que sempre ganham os Jogos.

                   Eu conseguiria pegar muita comida dali, mas pegaria somente o necessário para que eles não percebam nada. Como se estivesse fazendo uma listinha de compras começo a escolher os alimentos que eu irei pegar. Um pacote de biscoito, um punhado de maçãs que havia num pacote de estopa e algumas pequenas amoras.  Observei que o chão dessa pirâmide escolhida tinha o solo reto, mas em algumas partes havia um punhado que o tornava mais fofo e alto e que formava uma espécie de trilha até bem perto dos alimentos. Foi aí que deduzi que algo embaixo do solo continha. ‘’ O local fica bem próximo da cornucópia e eles empilharam tudo numas pirâmides. ’’ Lembrei o que Rue dissera. Então... Minas! Era isso. Alguém ativou algumas minas e colocaram embaixo das comidas empilhadas. Na arena quando você está dentro daqueles pratos de metais, se você sai alguns segundos antes você é explodido. Então alguém pegou essas minas e reativaram. A engenhosidade desse plano foi tão grande que eu acho que ninguém tentara fazer isso há anos nos Jogos Vorazes. Os comentaristas devem estar muito impressionados. No começo achara que os Carreiristas fizeram aquilo, mas lembrei do garoto que toma conta da comida e pensei que fosse ele. Até que me lembrei do distrito 3: Tecnologia.  Por isso soube das minas.

              Concentrar naquela trilha foi algo difícil. Tive que pensar que o garoto do 3 pode até ter reativado as minas, mas os carreiristas precisam saber como ir até lá e não querem algo muito complicado caso contrário demoraria demais. Observei o solo de novo e fiquei fazendo possíveis relações com os tributos. Vi que num ponto tinha um montinho de solo numa forma de um pequeno círculo, á frente tinha mais quatro numa linha e assim seguia por uma caixa no chão e ao lado um barril, e mais a frente tinha mais cinco montinhos de terra enfileirada seguida por três montinhos de terra, e no fim dava uma pequena trilha próximo suficiente da pirâmide.

                Os carreiristas, pelo que lembro são um garoto do 1 e o menino e a menina do 2. Cada tributo recebe um montinho de terra de acordo com o número de seu distrito. Logo o único tributo do distrito 1 recebe um montinho. O menino e a menina do 2 recebe, logo, dois montinhos dando um total de quatro. Vem uma caixa e um barril que provavelmente separa carreiristas do garoto do 3. Depois vem cinco montinhos, o que não faz sentindo ou ligação alguma com os tributos, então aquilo provavelmente é para enganar alguém e assim os próximos montinhos são três que representa um tributo do distrito correspondente. Eu tenho que pisar leve para não ativar nada, e mais para a base do montinho e não exatamente na ponta. Os montinhos mais baixos e com a ponta mais chapada eu pisaria em cima. E na hora da caixa e do barril escolheria a caixa, pois o barril tem uma base menor o que dá mais concentração lá embaixo e consequentemente mais peso. A caixa é mais larga e distribui mais o peso lá embaixo. Também teria muito cuidado quando pegar algo, porque eu poderia ativar uma mina se derrubasse uma maçã, por exemplo.  Parecia algo um pouco difícil de compreender, mas eu finalmente consegui. Dei um sorriso irônico e disse á mim mesma:

              -Minha tática está pronta, carreiristas. E a sua?

              Recuei um pouco para a floresta e escalei a árvore mais alta das proximidades. Fiquei olhando para o céu a procura de uma fumaça e nada aparecia. Fiquei um pouco preocupada demais, ou talvez somente fosse ansiedade, pois a cada cinco minutos perguntava-me onde elas estavam. Abri minha mochila e comi algumas das minhas raízes, dei um gole d’água e fiquei olhando para aqueles pacotes de biscoito. Enquanto eu ficava escondida e esperando, eu olhava para as outras pirâmides descobrindo suas outras trilhas. Muitas eram o mesmo segredo só que em ordem diferentes. Outros até tinha haver com Katniss com doze montinhos e assim chegava á uma grande faca extremamente cortante. Eles realmente á querem.

              Passara-se uma hora até que vi algo de diferente no céu, algo meio cinza. Foi aumentando até que começou a se alastrar por toda aquela proximidade. A primeira fogueira foi acesa. Uma adrenalina em mim subiu e eu dei um sorriso, desci da árvore e voltei ao local. Fiquei atrás de um tronco do lado da clareira esperando que os carreiristas saíssem. Eu tinha muito pouco tempo até eles descobrirem que a segunda fogueira vai ser uma armadilha e voltarem. Assim que eu pensei nisso eles viram as fumaças e um garoto loiro disse:

                - Clove! Marvel! Olhem ali. Alguém se esqueceu de apagar uma fogueirinha. Vem logo, gente! –Ele ficava gritando – Pode ser a garota ou o conquistador dela – Ele disse e deu uma risada assustadora – Ei, garoto do 3, você fica aqui e toma conta, se algo acontecer você paga com sangue. Estou de olho. – E saíram correndo balançando suas armas, tintilando suas facas. Os outros dois carreiristas chamavam Clove e Marvel e eles não só estão atrás de Katniss como o outro garoto do 12, o tal de ‘’ Seu conquistador’’.

                    Assim que eles saíram, não tirei o olho do garoto do 3. Ele era muito desatento porque de vez em vez ficava olhando para trás e ficava um bom tempo observando o horizonte. Foi aí que do outro lado da floresta vi Katniss. Ela olhava para as pirâmides com uma expressão duvidosa e tinha um arco e flecha á mão. Então essa era a arma. Pensei. Ela era boa em arco e flecha. Por um momento me senti perdida, pois enquanto eu pegava comida ela poderia me matar com uma flechada bem na nuca, ou na cabeça. Ir ou não ir? E sem pensar novamente numa resposta dei uma geral na área e pisei um pé na clareira.

                      Eu não poderia pensar muito, nem olhei para Katniss ou para o menino. Arrastei-me com passos pequenos, porém silenciosos. Até agora o menino não viu, afinal não tinha nenhuma faca no meu estômago ou algo do tipo. Cheguei ao primeiro montinho. Coloquei as mãos sobre a terra e senti que lá embaixo estremecia. Lá continha minas. Coloco meus pés nas laterais do montinho e nada acontece. Vejo os quatro á frente. Pontas bem chapadas. Piso em cima. Dois com pontas íngremes. Piso na base. Dou um leve passo para frente e vejo a caixa. Subo nela sem muito esforço e fico em pé lá. Vejo os cinco montinhos. Três montinhos mais a frente. Tenho que pular e meus pés escorregar para a base. Respiro fundo e dou um pulo. Meu pé cai um pouco nos cincos montinhos. Dou um grito de susto, porém o garoto não ouviu nada. Levo um impulso para frente, mas nada demais. O garoto ainda não me viu. Piso alguns passos leves nos últimos três montinhos e o garoto está se mexendo muito. Ele vai virar-se. Chego à pirâmide, pego um saco de biscoito, um pacote de maçã e uma vasilha pequena com amorinhas. Do outro lado da pirâmide tem o mesmo trilho e faço o caminho de volta. Faço tudo perfeito e em alguns míseros segundos saio dali correndo. Não olho para trás, não deixo cair nada, só me adentro na floresta e me sinto novamente saindo dos pratos de metais onde o chão parecesse pegar fogo.

          Vou até o local da árvore onde eu estava e guardo minha nova comida sem olhar, escalo a árvore e espero o espetáculo. O garoto não me viu, depois ficou olhando para os lados procurando por algo, e Katniss nem se atreveu a me dar uma flechada. Dei uma risada, uma risada satisfeita.

          Fiquei orgulhosa de mim mesma por ter acertado aqueles segredos da trilha e agradecida por Katniss não ter me matado. A segunda fogueira está lá em cima queimando muito. A primeira está diminuindo a fumaça. Acho que os carreiristas acharam, e agora, estão perseguindo a segunda. Estava prestando atenção nas fogueiras quando ouvi ao longe um pequeno zunido bem rápido. E vi uma flecha do lado oposto onde Katniss estava. Ela acertara um pacote de Maçãs e um pedaço rasgara.  O que ela estava fazendo? Uma segunda flecha acerta o mesmo pacote e ele abre um buraco maior. Observo atento e só agora percebo que quando as maçãs caírem, só o simples toque com o solo vai fazer uma grande explosão que vai fazer com que a outras explodam surgindo uma reação em cadeia. Brilhante. Uma terceira flecha é atingida. Parece que tudo acontece bem rapidamente, pois percebi que eu estava perto demais de tudo aquilo e no momento em que pulava da árvore, as maçãs tocaram no chão e uma grande explosão surgiu. 


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Notas finais do capítulo

Por favor mande reviews??? Eu gosto muito porque me motiva a escrever ^^ Obrigado.



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