Rose piscou para ele. "Não agora." Ele levantou a cabeça curiosamente. Ignorando a questão implícita, ela disse "Você está bem?"

Ele encontrou brevemente os olhos dela antes e olhar para longe. "Eu estou sempre bem."

"Você estava em processo de regeneração."

"E você parou.", disse ele, voltando seu olhar para estudar o rosto dela. "Como você fez isso?"

"Onde estamos", perguntou ela, pondo-se de pé e limpando o pó inexistente de sua roupa.

"Rose", ele disse severamente.

"Estamos em um planeta?"

"Não sei", ele disse; colocando-se de pé, "nós caímos."

"Você não deveria dar uma olhada." ela perguntou, "Na TARDIS?"

"O quê?" ele disse, como se estivesse estado perdido em pensamentos. "Oh, sim. Certo. Eu só vou...", depois de um longo momento olhando para ela, procurando em seu rosto alguma pista do que ela estava sentindo, ele virou de costas e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.

Rose ficou sozinha em seu quarto. Não estava muito certo do porque ela o tinha – sutilmente – expulsado. Ela só queria, de repente, ficar longe dele. Talvez para não ter que vê-lo pensando em uma forma de me deixar novamente, pensou. Ela atravessou o quarto e pousou a mão sobre a porta, enrolando seu outro braço em torno de si. Enquanto isso, a TARDIS gradativamente diminuía as luzes do quarto, e ela lutava consigo mesma para se afastar da porta e ir tomar um banho.

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 O Doutor fechou a porta atrás de si tranquilamente, mas se sentia incapaz de fazer com que seus pés o levassem para sala de controle. Ele virou-se, preparando-se para voltar para o quarto de Rose, a necessidade de mantê-la a vista substituindo seu orgulho ferido por ter sido expulso. Felizmente, o seu instinto de sobrevivência falou mais alto, impedindo-o – sua mão pousou suavemente contra a porta.

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Rose girou a torneira do chuveiro, deixando o calor suave aquecer seu corpo. Ela apoiou as mãos contra a parede do box, permitindo que a água caísse diretamente na parte de trás de seu pescoço.  Ela observou a água cair ao redor do seu corpo.

Eu avisei. Você fez isso.

Rose ofegou quando sentiu uma fúria fria infundir os seus membros.  Havia água por toda a parte, misturando-se livremente com o fogo. A criatura aranha – o Racnoss – gritou. Na borda da plataforma, Donna Noble gritou: "Doutor! Você pode parar agora!" Ele não se moveu. Congelado no meio do fogo e  da água, olhando para o Racnoss, sentindo nada além da fúria fria.

Ela ofegou novamente quando a visão terminou, caindo no piso do box. Ficou lá por alguns instantes, tentando dar sentido ao que tinha visto. Sua mente estava quente.

Acima dela, o chuveiro desligou-se. Ela esperou que o ar frio batesse nela, então se lembrou de onde estava. A TARDIS suavemente enchia o banheiro com ar quente. Ela puxou-se sobre seus pés e pegou suas roupas, colocando-as em cima da pele úmida.

Abriu a porta de seu quarto. Ela, de certa forma, esperava que ele ainda estivesse lá fora. Ela repreendeu-se mentalmente por ser ridícula. A TARDIS precisava de reparação – e ele estaria esperando do lado de fora do seu quarto enquanto isso?

Ela fez seu caminho para a sala de controle. Previsivelmente, ele estava com um dos painéis do piso e estava debaixo do console, mantendo um fluxo constante de tagarelice murmurada.

Silenciosamente, ela entrou na sala de controle e sentou em no assento, fechando os olhos e simplesmente aproveitando a sensação de ter a TARDIS em torno de si.

Algum tempo depois, poderiam ter sido segundos ou minutos, ela não tinha certeza, o Doutor arrastou-se para fora do espaço abaixo do console. Ele não percebeu a presença dela e se levantou, apertando botões e selecionando várias opções. Ele virou-se ligeiramente para olhar a tela, e viu um vislumbre dela atrás de si pelo canto do olho. Ele pulou.

"Olá", ele disse, recuperando-se.

"Olá", ela respondeu, oferecendo-lhe um sincero meio sorriso. "Você viu onde nós estamos então?"

"Hmm... não, realmente, " ele disse, esfregando a nuca. "Eu tive que...", ele apontou para a destruída sala de controle.

Consideraram um ao outro por um momento, em um silêncio constrangedor. De repente, Rose colocou-se de pé, assim que o Doutor estendeu a mão para ela. Os dedos dele roçaram seu  braço e Rose ofegou, sentindo uma fúria maníaca queimar em sua mente e seu peito.

"Levei todos esses anos para perceber que as leis do tempo são minhas! E ELES VÃO ME OBEDECER!" As palavras gritavam em sua mente, machucando, machucando muito.

Rose cambaleou para longe dele. Ele estava olhando para ela, com a boca aberta e os olhos arregalados. "Isso foi- "

"Você! " ela disse, olhando para trás dele.

"Rose", ele disse calmamente.

"Eu preciso de um pouco de ar", ela murmurou, indo para porta, com cuidado ao caminhar ao redor do outro lado do console.

"Você não sabe o que tem lá fora", ele a lembrou, virando para olhá-la.

Ela o ignorou e abriu a porta da TARDIS, deslizando na escuridão da floresta lá fora.

Ele ficou olhando para ela por um momento e, então, seguiu-a, sem se preocupar em pegar seu casaco ao sair.

A TARDIS caiu na beira de um precipício, uma floresta se estendia por trás deles. Rose estava de pé na borda, olhando para a água abaixo. O som calmo das ondas não era muito diferente do som da TARDIS, ele pensou, tinham o mesmo ritmo.

Quando ele se moveu, indo em direção a ela, ouviu outra coisa. Virou sua cabeça para o lado, e viu as criaturas começarem a emergir da floresta. Criaturas que ele não reconhecia. Elas pareciam vagamente humanas, exceto que eram muito pálidas, quase transparentes, e pareciam ter três olhos.

"Rose!" ele disse bruscamente. Ela se virou, mas antes que pudesse correr para o lado dele, duas das criaturas a seguraram pelos braços, mantendo-a no lugar.

"Doutor!" ela chamou. Virando-se para ver duas criaturas aproximando-se dele também. Ele sorriu para elas, "Olá! "

"Você é estranho. Você será classificado. "  a criatura disse. Outro apareceu, caminhando em direção ao Doutor com algo que parecia uma arma em sua mão.

"Classificado? " o Doutor perguntou. "Você quer me classificar? "

Ele ouviu Rose murmurar, "Boa sorte", e virou para olhá-la fixamente. "Oi, você. Menos. "

A criatura com o objeto levantou-o e apontou para a cabeça dele. Quando pressionou o gatilho, o Doutor sentiu uma leve brisa fresca correr sobre ele. Ele não estava em pânico, nunca seria capaz de-

"Local de origem: Gallifrey", o líder retrucou: "Espécie: Senhor do Tempo. "

A boca do Doutor caiu aberta em surpresa. "O quê?", ele perguntou.

Mas a criatura já tinha se virado para Rose, levantando o instrumento para seu rosto. "Doutor...? " ela disse, o medo em seus olhos.

"Planeta de origem: Terra", disse o líder no mesmo tom fatídico. "Espécie... " ele franziu a testa e apertou o dispositivo, então apontou-o pra o rosto dela novamente. "Espécie... desconhecida. "