As Marotas II escrita por Laura Dias


Capítulo 23
Capítulo 23 - Covil dos Fantasmas


Notas iniciais do capítulo

Então, cheguei.
Quase 2013 e eu postei. Acabei de terminar ele, eu ia deixar pra postar amanhã quase meia-noite, como começar bem o novo ano, só que, decidi não torturar vocês (:
Aproveitem o capítulo.



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"Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom" murmurou Isabelle com o Mapa do Maroto aberto e a varinha apoiada sobre superficie do pergaminho. Madison ia na frente de todas com a varinha erguida e brilhando enquanto segurava a capa de invisibilidade na outra mão. O castelo estava silencioso, e Haver parecia não estar nas masmorras quando as Marotas ali desceram as escadas.

__ Como foi mesmo que Pirraça descreveu a porta? - perguntou Madison se virando para trás e encarando Isabelle, Safira e Emma - Alguém no mapa, Isabelle? - acrescentou quando a garota franziu as sobrancelhas -

__ Não, apenas Almofadinhas tranzitando pelo Castelo - respondeu Isabelle - Seu gato é muito inteligente, Mad - riu a morena -

__ Pirraça disse: "na porta onde há uma pedra cristalina" - disse Emma interrompendo Isabelle com ar de superioridade - Então, a haverá uma pedra na porta, será simples. Bem, eu acho.

Madison seguiu andando na frente enquanto Isabelle continuava checando o Mapa do Maroto. Finalmente chegaram à um corredor onde havia várias portas. Emma tomou a frente e com a ponta da varinha acesa, buscou a porta com uma pedra cristalina.

__ Achei, é esta! - sorriu Emma apontando para uma porta de madeira envelhecida com uma pequena pedra cristalina cravada no centro - Mas, não tem maçaneta, como vamos entrar?

__ Ora, Emma, você é uma bruxa, me poupe... - disse Isabelle revirando os olhos - Use magia, sei lá, você é a inteligente aqui!

__ Ah, saiam da frente - disse Safira nervosa acotovelando as amigas e ficando de frente à porta - Essa porta não abre com magia, fantasmas podem atravessá-la, mas, vivos precisam fazer algo.

Emma quis argumentar, abriu a boca várias vezes, porém, Madison a puxou pelo braço para longe.

__ Olhe, Emma, a Safira sempre se acha inferior à todas nós, ela diz que eu tenho coragem e bravura, você tem a inteligência e Isabelle é divertida. Ela vive achando que não tem utilidade alguma, então, deixe-a fazer as coisas, deixe-a provar a si mesma que é boa em alguma coisa, deixe-a adquirir mais confiança em si. - disse Madison séria. Emma assentiu -

Safira observou a porta por alguns minutos e logo depois, tocou com a ponta da varinha, a pedra cristalina. A pedra brilhou e a luz foi clareando a porta por inteira. Logo, uma maçaneta prateada apareceu e a garota pode girá-la e abrir a porta.

Assim que a porta se abriu, as garotas entraram. Não era um lugar bonito de se estar. Tinha teias de aranha, aranhas mesmo andando pelo chão, baratas e outros insetos. Havia uma substância verde e gosmenta no chão.

__ Eca, o que é aquilo verde? - perguntou Isabelle guardando o Mapa no bolso interior das vestes -

__ Ectoplasma - respondeu Emma - Essa é uma pequena porção. O verdadeiro ectoplasma tampa passagens, é realmente grande e precisamos usar o feitiço. Não podemos encostar no ectoplasma também, porque queima e na maioria das vezes, ficamos grudadas.

__ Então vamos, não é? Ergam as varinhas. - disse Madison caminhando na frente - Ainda não estamos dentro do covil porque há uma espécie de teste. Temos que provar que conhecemos a história antiga.

Madison andou um pouco e foi a primeira a entrar numa espécie de câmara que tinha as paredes cinzentas e sem vida. Logo as outras Marotas também entraram e a porta para a câmara que à pouco tempo elas haviam entrado, desapareceu. Emma tomou a frente, encostando nas paredes como se quisesse achar uma passagem secreta. Encostou na última parede, a que estava diante das outras garotas e uma energia forte a impulsionou para trás.

Tentáculos emergiram do chão e agarraram as pernas de Madison, Isabelle e Safira, outros tentáculos agarraram os braços das garotas. Emma olhou assustada enquanto um rosto cinzento e enorme emergia da parede.

As outras três Marotas foram deitadas lentamente no chão, ainda seguradas pelos tentáculos verdes e asquerosos. Porém, aqueles tentáculos expeliam um gás doce e que causava certa tranquilidade, deixando as garotas quase inconscientes.

__ O que você fez com elas? - Emma quase gritou para o rosto cinzento - Quem é você?

__ Desculpe-me, fui muito mal educado não me apresentando - disse o rosto - Sou Álamo, guardião do covil dos fantasmas de Hogwarts. Não estou acostumado à ver pessoas vivas, os únicos vivos que entraram aqui foram Dumbledore, McGonagall e Longbottom. - Emma abriu a boca para falar, porém, Álamo não deixou - Suas amigas estão apenas inconscientes, apenas ouvem o que acontece, não podem fazer nada. Aquela é uma Planta Serena, é uma planta carnívora mágica que tem o poder de expelir um gás que dá sonolência. Como os fantasmas já estão mortos, eles simplesmente atravessam as paredes, eu quase nunca apareço para eles, mas, adoro visita dos vivos, posso fazer perguntas, posso punir vocês se errarem.

Emma estava assombrada, chegara a pensar em desistir, porém, não podia. Tentou demonstrar confiança.

__ O que acontece se eu errar? - perguntou imitando a expressão destemida e superior que Madison fazia na maioria das vezes -

__ Suas amigas ficaram assim, insconscientes e você se juntará à elas. - respondeu Álamo - A planta só não comerá vocês porque vocês são alunas...

__ Mas se ficarmos presas, os professores vão dar a nossa falta! - disse Emma ainda tentando se manter tranquila -

__ McGonagall vem checar o covil às vezes, quem sabe, num dia desses, ela encontre vocês - respondeu Álamo -

Emma percebeu que, embora Álamo falasse com uma certa crueldade, ele parecia ser bondoso demais, ele parecia injustiçado, infeliz. "Claro, Emma, ele é um rosto numa parede num covil de fantasmas" soprou a consciência da garota.

__ Não vamos perder tempo, me faça logo a pergunta! - disse Emma impaciente -

__ Certo, em que século aconteceu a Rebeliões dos Duendes? - perguntou Álamo dando um sorrisinho -

Emma parou por um tempo, havia decorado o ano, porém, ela sempre tivera dificuldade para saber o século, aprendera com a mãe um modo trouxa que era muito prático. Como era mesmo?

__ Século 17 - respondeu a garota depois de pensar um pouco -

__ Certamente - respondeu Álamo simplesmente -

Os tentáculos se desvencilaram dos braços e das pernas das garotas. Madison acordou com os olhos arregalados. Onde estivera o rosto de Álamo agora tinha uma porta, Emma passou primeiro, depois foi seguida pelas outras garotas. Logo, a porta se fechou atrás delas. É, não tinha volta aparentemente.

Elas seguiram caminhando, até encontrarem uma espécie de uma grande parede de ectoplasma. Emma fez sinal para que as garotas ficassem atrás dela, ergueu a varinha de disse: "Skurge", porém, apenas uma parte do ectoplasma derreteu.

__ Não entendo - disse Emma abaixando a varinha - Eu fiz tudo corretamente.

__ Vai ver você não é poderosa o bastante - afrontou Isabelle - Talvez devéssemos tentar todas juntas - todas as garotas a encararam com espanto - Eu sei, sou inteligente às vezes.

As quatro ergueram as varinhas e disseram: "Skurge". Então, o ectoplasma se derreteu por inteiro. Elas passaram e logo ouviram umas risadinhas estridentes, pareciam fadas azuis voando no teto, porém, eram Diabretes da Cornualha.

__ Cuidado, Diabretes são perigosos! - disse Emma empurrando as meninas para encostarem na parede -

__ Ora, por favor, são um pouco maiores que o meu polegar - disse Isabelle indo até os bichos - Qualquer coisa, dou um tapa que eles voam longe.

Isabelle encarou os bichos e eles voaram até ela rindo. A garota riu da "estupidez" de Emma e das outras garotas que achavam que aquelas minúsculas criaturinhas fariam algum mal. Coitada. Estava terrívelmente enganada.

Alguns Diabretes agarraram o cabelo dela e puxaram com força, Isabelle gritou; um outro Diabrete conseguiu tirar a varinha de suas vestes e começou a agitá-la e fazer os feitiços ricochetearem nas paredes; e alguns outros morderam as bochechas da garota.

__ Socorro! - gritou desesperada enquanto agitava as mãos tentando espantá-los - Eles são piores que eu pensei, ah Merlin, socorro!

__ Eu avisei - Emma sussurrou para Safira e Madison. Madison largou a capa de invisibilidade no chão, sacou a varinha e caminhou em direção à Isabelle seguida pelas outras Marotas - Não sei nem o que fazer. - Emma pronunciou -

__ Me acompanhem! - disse Madison erguendo a varinha e apontando para um dos diabretes - Depulso!

O Diabrete rodou no ar e caiu no chão, tonto. Safira e Emma fizeram o mesmo com vários outros, porém, eles caiam, ficavam tontos e depois voltavam a voar. "Continuem tentando, socorro!" pediu Isabelle desesperada dando tapas em alguns daqueles diabretes.

__ Safira, tente pegar a varinha da Isabelle - pediu Emma.

Safira assentiu, lançou Depulso no Diabrete que segurava a varinha da amiga e ele caiu. A garota pegou a varinha e guardou no bolso interior das vestes, não tinha como Isabelle usar ela agora.

__ Ah, quer saber? - disse Madison erguendo a varinha novamente - Immobilus!

Os Diabretes pararam no ar, pareciam estar em câmera lenta. Isabelle conseguiu tirar as criaturas do seu cabelo e pegou sua varinha de volta. "Vamos, o feitiço perderá o efeito em breve" disse Madison pegando a capa de invisibilidade no chão e correndo em direção à porta aberta.

Havia mais ectoplasma. "Eu realmente odeio ectoplasma, não dá pros fantasmas esquecerem o ectoplasma não?" reclamou Isabelle. "É a mesma coisa que mandar você esquecer de comer" retrucou Madison enquanto ela e Emma lançavam o Skurge.

Depois de muito andar por aqueles corredores de pedra, mal iluminados - as únicas luzes eram as das pontas das varinhas das garotas -, repleto de insetos e aranhas, com substância verde por todos os lugares, chegaram ao que Emma acreditava ser o Covil dos Fantasmas. Era um lugar um pouco amplo, com um tapete amplo no chão, teias de aranha no teto, mais ectoplasma, tinha algumas travessas de peixe estragado e queijo mofado. Frei Gorducho estava conversando com a Dama Cinzenta um pouco acima das garotas.

__ Olhe, pessoas vivas! Grifinórias! - exclamou o Frei. Madison sorriu e acenou - Estão procurando o Nicholas? Sinto informar que ele está lá em cima, enfrentaram este desafio à toa.

__ Não, não viemos procurar o Nick - respondeu Madison percebendo que o Frei Gorducho era daquelas pessoas...não, fantasmas que adoravam falar demais - Viemos atrás do Barão Sangrento.

__ Oh - a Dama Cinzenta pareceu surpresa - Isso é realmente interessante, Grifinórios procurando pelo fantasma da Sonserina! Ele não fica aqui com a gente, ele fica atrás desta porta - indicou a porta com a cabeça - Sozinho, como sempre. Boa Sorte!

Ela e o fantasma da Lufa-Lufa atravessaram a parede.

__ Madison, você fala com o Barão - disparou Emma - Vocês já conversaram algumas vezes, ele parece que responde você e você tem coragem!

__ O quê? Vocês não vão entrar lá comigo? - perguntou Madison encarando-as -

__ Ele não vai falar com a gente lá - explicou Isabelle revirando os olhos - Agora, vai - deu um empurrãozinho em Madison e ela abriu a porta -

Entrou no quarto e logo avistou o Barão. O quarto não era grande, era muito pequeno. Ali só estava o fantasma e um grande piano. "Não sei pra quê, ele está morto, não toca" pensou Madison.

Assim como ela o avistou rápido, ele também a viu assim que ela entrou. Sua expressão era de surpresa e parecia também de felicidade, ou era engano de Madison?

__ Hum, Sr. Barão? - chamou Madison dando alguns passos para frente e respirando fundo aquele ar gelado - Posso falar com você? - perguntou. Se ele dissesse não ela viraria as costas e iria embora -

__ Sim - respondeu o Barão mantendo o silêncio por alguns instantes - Você entrou aqui para isso, não foi? - acrescentou, porém, não esperou a resposta - São poucas as pessoas vivas que vem aqui, principalmente pelo simples fato de falar com um fantasma, então, diga garota.

__ O Nick-quase-sem-cabeça, não sei se o senhor sabe, mas, quer entrar para o Clube dos Caçadores Sem Cabeça - começou Madison tomando coragem - Porém, ele não é exatamente sem cabeça, como se pode perceber. - ela fez uma pausa para observar a expressão do fantasma da Sonserina. Ele estava impassível - Então, o Líder do Clube é o Sir Patrício Delaney-Podmore. Nick soube que ele tem, digamos, um certo medo do senhor - Madison tentou parecer o mais gentil possível, era meio difícil - Nick pediu que eu e minhas amigas viessemos aqui para pedir que você fale com o Sir Patrício para permitir a entrada dele no Clube.

Madison parou de falar. Mirou o chão para mostrar que terminara.

__ Nicholas poderia ter ele mesmo me dito isso - concluiu o Barão.

__ Bem, ele também tem medo do senhor. - respondeu Madison tornando a erguer a cabeça -

__ Mas, diga à ele que farei isso. - respondeu o Barão. Madison arregalou os olhos, mal acreditando que ele aceitara, talvez tivesse seus motivos. -

__ Ah, obrigada. Ele ficará muito feliz. - respondeu Madison, já mirando a porta para sair. Porém, lembrou-se de algo - Mais uma coisinha, Sr. Barão. Como eu e minhas amigas saímos daqui?

__ Como eu havia dito, Srta. Potter - respondeu o Barão um pouco irritado - Não são muitos os vivos que visitam o Covil dos Fantasmas, entrar é fácil comparado ao que se tem de fazer para sair. - Madison continuou olhando, esperando o que ele ia dizer - Está vendo aquele Piano? - Madison assentiu - O banquinho ao lado, é uma espécie de baú. Abra-o, há várias maçãs especiais aí dentro.

Madison fez como ele dissera, abriu o banquinho e observou as maçãs.

__ Você levará uma. Quando estiver chegado por onde Álamo te deixou entrar, morda a maçã, você poderá atravessar a parede. Seria como você estivesse desmaterializada - disse o Barão.

__ Preciso levar quatro maçãs. - respondeu Madison - Não vim sozinha, vim com as minhas amigas, elas estão lá fora agora.

__ Pegue quantas precisar. - foi apenas o que ele disse antes de atravessar uma parede.

Madison pegou três e saiu daquela sala. Entregou uma maçã pra cada garota e explicou o que teria de fazer. Emma ficou assutada, disse que seria como se elas estivessem semi-mortas, porém, era a única maneira. Andaram novamente até onde Álamo havia aberto a passagem para elas, passando pelos Diabretes - que já não estavam mais imobilizados, que porém, Madison os imobilizou de novo -.

__ Então, é agora, vamos morder as maçãs. - disse Madison pegando a dela na mão e analizando-a - Não percam tempo, está certo? Não sabemos quanto tempo dura isso.

Então, Madison mordeu a maçã e engoliu. Sentiu uma extrema leveza, sentiu-se estranha, sem apetite, sem cansaço... Quando se deu conta, estava levitando, então, não perdeu tempo, atravessou a parede à sua frente.











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