Ten – New... Friend? And... Wait, What Happened?

V i c t o r y

– Ai... – murmurei, ficando de joelhos e juntando novamente as folhas.

– Ah! Sinto muito! Me desculpe! – ouvi uma voz e logo um par de mãos grandes me ajudando a juntar as folhas.

Ergui os olhos e deparei-me com um rapaz, parecendo ser um pouco mais velho que eu. Possuia os cabelos castanho claro e os olhos da mesma cor, mas havia algo diferente nele.

Sorria de forma meio sem-graça, com um leve rubor espalhado por sua face.

Ele levantou-se e ergueu a mão, me levantando gentilmente.

Devolveu a letra da música para mim e curvou-se, pedindo desculpas novamente.

– Ah... Não tem problema... E-Eu não estava prestando muita atenção... – sorri puxando alguns fios soltos que caiam por minha testa e colocando atras da orelha.

– Eu também não... – soltou uma risada nervosa – Bom, meu nome é Khang Jin. É um prazer conhece-la.

– Victory Cadhill – estendeu a mão me comprimentando.

Ouvi um pigarro particularmente alto de EM e soltei a mão dele, me virando e apresentando os outros.

– Como não percebi antes? Vocês são as garotas da Invasion! – disse ele, animado assim que comprimentou Deyun – Vocês são incriveis... Oh, é mesmo, eu tenho que fazer uma coisa, sinto muito!

Para minha surpresa ele virou-se para mim e sorriu.

– Espero te ver novamente, Victory...

Dizendo isso saiu correndo na direção que ia antes, deixando-me parada, atonita, sem saber o que fazer.

– Anda, Julieta... – EM me puxou pelo pulso rindo e depois murmurou – Você é ótima nisso sabia?

– O que? No que? – perguntei confusa, vendo que haviamos deixado os outros um pouco para trás, podendo falar normalmente – Do que esta falando, Ellie?

– O que? Você não fez de proposito?

– Não fiz o que de proposito, menina? Seja clara!

Ela suspirou, vendo que seja lá o que for, eu não havia feito de proposito.

– Fingido que não tinha visto o gatinho e esbarrado nele de proposito, para mostrar para o JR que você também pode pegar uns a mais, já que provavelmente aquela marca nele é um chupão e um dos bem dados... Alias, você tinha que ter visto a cara de poucos amigos dele... Eu me pergunt- nhg.

Tapei rapidamente a boca dela quando notei que estavamos chegando nos elevadores e que os outros estavam se aproximando.

– Eu não fiz de proposito, muito menos para provocar ele... – resmunguei, entrando no elevador.

Nos dividimos nos dois elevadores, de modo que apenas as Invasions estavam conosco agora e todas elas já estavam cientes da aposta que eu tinha com JR.

– Você sabe provocar quando quer, não é? – provocou Lin, assim que as portas se fecharam.

– Ah, por favor... Eu não fiz de proposito! E-E não aconteceu nada... Eu só conheci ele, só isso... – falei, cruzando os braços e fazendo bico.

– Eu gostei daquele tal de Jin... – Deyun sorriu, olhando sujestivamente para mim – Por que não nos encontramos com ele depois?

Suspirei.

– Primeiro, porque a unica coisa que sabemos é o nome dele. Segundo, foi só um acidente, e além do mais, o que ganhariamos com isso?

– Nós, nada, mas você uma arma. Provoque o JR, garota! Esta disposta a ganhar ou não? – disse Seoyang.

Não falei mais nada.

Ao chegarmos, fomos para a sala onde gravariamos as músicas do album.

Era um mini-album, ou seja, seriam apenas 4 músicas, sendo uma delas, a que teriamos que cantar com eles.

Nosso empresario achou melhor gravar uma de nossas músicas primeiro, já que eles ainda não haviam pegado a letra da outra direito. Enquanto faziamos isso, eles ensaiariam a música principal.

Tudo correu bem e conseguimos gravar a primeira música tranquilamente.

Era agora que seria um pouco mais complicado, pois cantariamos com eles e o clima estava meio tenso.

Eu poderia descrever tudo o que aconteceu, mas para resumir, não nos saimos tão bem quanto antes.

Ficou combinado então que tentariamos no outro dia e que naquela tarde, deveriamos ensaiar juntos.

Ótimo.

Iriamos para o nosso apartamento e depois o empresario deles os levariam para casa.

E para completar, na saída, encontramos com Jin novamente.

– Já vão? – perguntou ele, sorrindo para nós, gentilmente.

Senti uma cotovelada no meio de minhas costas e nem precisva me virar para saber que era de EM e que ela queria que eu me aproveitasse da situação.

Como eu não dizia nada, por estar mesmo pensando em como em aproveitar, EM se adiantou, dizendo:

– Vamos sim! Por que não nos acompanha até a van? – sugeriu, me empurrando de forma nada discreta um pouco a frente dos outros.

Aquela garota é impossivel.

– Sua amiga não é muito discreta não é? – riu Jin, andando ao meu lado.

– Nem um pouco... – respondi – É que ela não liga muito para o que os outros pensam...

– Eu percebi... – deu um sorriso de canto.

Geralmente, é nesses momentos que o assunto morre, mas ele não deixou isso acontecer, engatando várias conversas pequenas, que duraram até o tempo de chegarmos em frente a nossa van.

Passei o número de meu celular para ele sem nem mesmo pensar, afinal, é bom ter outras pessoas para conversar.

Jin se despediu de nós e voltou para o prédio.

Não havia nem me lembrado de perguntar o que ele fazia lá.

Finalmente, chegamos em nosso apartamento. EU fiquei olhando pela janela todo o percurso, sem conversar com ninguem, envolta em meus pensamentos.

Ensaiamos por algum tempo, até que nossos empresarios acharam que já era suficiente e resolveram sair para comprar uma comida pronta, enquanto descançavamos um pouco.

Peguei meu celular, vendo uma mensagem nova e estranhando, afinal, isso quase nunca acontecia.

Eu estava em meu quarto, sentada na cama.

Abri a mensagem, mas não tive tempo de ler, pois alguém arrancou o celular da minha mão, erguendo-o em frente ao meu rosto, mas quando estendi a mão para pega-lo de volta, ele puxou-o.

– Opa! Olha só! – disse JR, enquanto lia a mensagem – Há, é o do tiozão de hoje...

– Ei! Me devolva! – levantei-me da cama, tentando pegar o aparelho, mas ele era mais alto que eu, de modo que só precisou levantar um pouco o braço enquanto respondia a mensagem e vai lá saber o que ele falou para Jin, pois assim que enviou, ele apagou a mensagem – Seu...

Não consegui achar um palavrão a altura.

– Você já disse o que queria, sera que pode me devolver agora? – falei, pulando novamente para tentar pegar.

Antes que pensasse, eu já havia agarrado os cabelos dele, puxando para baixo, fazendo-o ficar da minha altura e gemer de dor.

– Devolva.

– Toma... – largou o celular na minha mão e eu soltei seu cabelo. Ele levou a mão até a cabeça, massageando o local que eu havia puxado – Ai, também não precisava de tudo isso...

Dei de ombros e fiquei incrivelmente frustrada ao ver que além de ter apagado a mensagem que havia mandado ele apagou a de Jin, de modo que eu não tinha como saber o número dele para esclarecer as coisas.

– O que foi que você disse para ele? – perguntei, colocando as mãos na cintura.

– E isso te importa? – replicou ele, sentando-se na minha cama sem nem pedir permissão – Você conheceu ele hoje...

– Que eu saiba isso não é da sua conta. – respondi, revirando os olhos.

– Então nunca vai saber o que eu disse... – sorriu, se levantando.

Grunhi de raiva, pronta para sair do quarto, mas JR fechou a porta, ficando a frente desta, dessa vez com um olhar mais sério.

– Vai desistir da aposta?

– E porque eu faria isso? – perguntei, erguendo uma sobrancelha.

Ele deu de ombros enquanto falava:

– Por que talvez você quisesse começar a correr atras dele...

Arregalei os olhos.

– O que?!

– Exatamente o que você entendeu. Se você quiser algo com ele, vai ter que desistir da nossa aposta...

– NUNCA!

– Era exatamente o que eu queria ouvir...

Para minha surpresa, JR se aproximou ainda mais de mim, enlaçando seus braços em volta de minha cintura, unindo nossos corpos. Dessa vez, ele parecia cauteloso, estava prestando mais atenção em minhas reações, eu percebia isso, porque ele estava um pouco tenso.

E estranhamente eu não sentia tanto medo em seu toque suave em minha cintura e costas. Claro, não era confortavel para mim estar daquele jeito com ele tampouco, mas eu não senti o medo daquela primeira vez que ele havia tentado me tocar. Minhas mãos estavam paradas sobre seu peito, mas não faziam nenhum tipo de pressão, apenas estavam lá.

Fiquei... Sem reação, sem saber como agir ou o que fazer.

Quando percebi ele já havia erguido meu queixo com a ponta dos dedos e agora olhava em meus olhos. Os olhos tão famosos por seu charme, realmente conseguiam prender-me de uma forma que eu não sabia explicar. Seu rosto estava quase sem expressão, como se ele também não soubesse bem o que estava sentindo, mas eu achava isso improvavel.

Afinal de contas, ele sabia o que estava fazendo. Ele havia começado com aqueles toques, ele havia me puxado para si, então eu suponho que ele saiba bem o que esta fazendo.

Arregalei os olhos, recuperando a razão, quando senti leves cocégas em minhas bochechas, causadas pelas pontas de seus cabelos, que já tocavam levemente ali.

– JR já chega, me sol-

Eu não cheguei a terminar a frase.

Afinal minha boca estava bem ocupada e selada pela dele...