Uma Jornada Ao Resgate escrita por Sally Yagami, TommySan, Vanessa Sakata, MisuhoTita


Capítulo 56
A batalha final: Samira contra Soraya - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Vanessa BR postando! Boa leitura!



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Samira não esperava que fosse atingida pela própria flecha que lançara contra Soraya. Não daquela forma. O ferimento doía bastante, mas não parecia ser tão alarmante, apesar de se preocupar com a mudança de aparência de sua flecha.

Alguma coisa ela sabia que iria acontecer, mas, de imediato não sentia nada além da dor do ferimento. Enquanto isso, a bruxa à sua frente sorria... E esse sorriso a irritava muito, mas ao mesmo tempo a alertava de que algo poderia lhe acontecer.

Decidiu ir ao ataque, para tentar liquidar de uma vez com todas com aquela bruxa nojenta. Pegou mais uma flecha comum daquela aljava e apontou para a cabeça de Soraya. Retesou o arco e disparou, porém Soraya usou uma grade velocidade para se desviar do simples ataque.

Em fração de segundos, ela apareceu cara a cara com a arqueira. Carregou na palma de sua mão uma esfera negra de energia maligna e a disparou à queima-roupa. Samira foi lançada longe com o ataque. Apesar disso, a arqueira não fora ferida com gravidade, graças à sua roupa de tecido grosso.

Só que isso acabou fazendo com que Samira começasse a sentir seu corpo doer de forma torturante, após sentir um estranho formigamento por alguns segundos. Manchas negras começaram a surgir de onde recebera a flechada, parecendo hieróglifos.

O que era aquilo? Soraya logo respondeu à pergunta mental da arqueira:

– Eu amaldiçoei a sua flecha e a mandei de volta. É a maldição da Medusa. Em pouco tempo isso irá se alastrar por todo o seu corpo, deixando-o paralisado como uma pedra... E te tornando uma presa fácil para mim!

Aquele formigamento, aos poucos, começava a substituir a dor. E, pouco a pouco, começava a deixar a perna atingida parcialmente dormente.

Isso não era bom. Não era nada bom.

Precisava reverter aquela situação, e rápido! Mas... Como reverteria aquilo?

*

Tabita só contemplava aquele novo combate, agora protagonizado por Samira e Soraya. Aliás, essa era a única coisa que ela podia fazer naquele momento.

Embora as suas esperanças nunca a abandonassem, elas ficavam lado a lado com os seus temores. Sabia que Tavius, Thales, Valery e Samira estavam em vantagem até agora, causando duas baixas ao então grupo de Mabel, mas tinha medo de que algo ruim viesse a acontecer, permitindo que seus algozes revertessem a situação.

Ainda mais que conseguia ver que a expressão facial de Mabel era uma das piores que já vira até então... O que aumentava exponencialmente seus temores no momento. Claro que queria que tudo ali acabasse, para ter a sua liberdade de volta depois de tanto tempo, mas ali nada era tão fácil assim.

Não dava pra subestimar Mabel e Soraya, ainda mais por esta ter agora o controle da situação em relação à Samira.

Aquela tal da maldição da Medusa preocupava a jovem prisioneira, que procurava rezar muito para que sua amiga saísse viva dessa luta tão perigosa.

*

Encarou Soraya, que exibia um sorriso arrogante estampado na cara. Era um sorriso arrogante e prepotente... Que só servia para deixar Samira ainda mais irritada.

Começou a sentir que sua perna começava a perder quase toda a sensibilidade, e que era necessário um grande esforço para poder movê-la, pelo fato de dar-lhe uma grande sensação de peso.

Soraya, diante disso, gargalhou. Era uma gargalhada insuportável, que refletia toda a sua maldade.

– O que foi, querida? – ironizou. – Já começou a sentir os efeitos da minha maldição?

A fúria começava a assumir níveis alarmantes em Samira, que já estava em ponto de ebulição, enquanto a tal da maldição, com seus hieróglifos, já tomava conta da perna inteira.

Pegou várias flechas e, correndo com dificuldade, atirou-as de uma só vez contra a adversária, procurando não se deixar dominar completamente pela raiva – o que já a atrapalhara por várias vezes nas batalhas.

Soraya se esquivou facilmente do ataque, o que não surpreendera tanto a arqueira. Ela sabia que aquilo poderia acontecer.

E os hieróglifos, nesse meio-tempo, se alastraram para o braço esquerdo, que a arqueira usava para segurar o arco. Seu braço não se movia e parecia não ter forças para levantar o arco e atirar novamente.

– Maldita...! – deixou escapar.

Soraya continuava a sorrir e formou mais uma esfera negra de energia em sua mão, lançando-a contra a arqueira, que tentou em vão se defender. Porém, não adiantou nada, porque ela fora atingida em cheio, sendo novamente lançada para longe pelo impacto do ataque.

*

– O que tá acontecendo com a Samira? – Tavius perguntou.

– É a “maldição da Medusa”. – Valery respondeu.

– E o que ela faz? – Thales questionou, por seu turno.

– Ela vai tirando a sensibilidade do corpo da vítima, até paralisar tudo por completo. Começa pelos membros até chegar ao tronco, paralisando tudo. E, quando chegar a essa região do corpo... Pode ser muito tarde.

– Isso paralisaria o coração e os pulmões, certo?

– Acertou, Tavius. É exatamente isso o que a maldição faz. Paralisa tudo, deixando praticamente rígido como pedra.

– E isso pode ser revertido, Valery? – Thales perguntou.

– Sim. Apenas com a morte de quem a conjurou.

*

Precisava manter a calma e seu sangue-frio a qualquer custo. Nunca precisara disso antes, como estava precisando agora. A maldição da Medusa agora tomava conta das duas pernas e do braço esquerdo, restando apenas sua mão direita com os movimentos livres.

Com muita dificuldade, conseguira ficar sentada. As suas pernas não lhe obedeciam mais, assim como seu braço esquerdo.

Com a mão direita, fincou seu arco no chão e procurou apoiar-se nele, conseguindo assim se colocar de pé com muito esforço, a ponto de gotas de suor escorrerem por sua face.

Soraya permanecia de braços cruzados, assistindo àquele patético espetáculo de insistência e teimosia. Para ela, aquilo era ridículo. Mas logo ficou furiosa após aparecer um sorriso irônico no rosto da arqueira.

– Do que está rindo?

– Do quanto você pode ser displicente num combate, queridinha...!

– Como é?

Samira conseguira fazer seu braço esquerdo segurar o arco, enquanto o retesava com a flecha na mão direita. Enquanto fazia isso, esforçava-se em firmar aquele braço afetado, ao mesmo tempo em que se esforçava o máximo possível para assumir o comando de seu próprio corpo e permanecer em pé.

Precisava da maior frieza possível para conseguir isso, embora as partes afetadas de seu corpo começassem a lhe desobedecer. Seu olhar era frio e calculista, o que denunciava que surgia, em sua mente, uma nova estratégia.

Disparou a flecha, da qual Soraya se desviou e, rapidamente, conseguiu disparar outra flecha que atingiu o ombro direito da bruxa, ao mesmo tempo em que mais uma esfera negra atingia a arqueira em cheio.

Só que, desta vez, Samira não caíra. Pelo contrário, ela continuava em pé, ferida e quase tomada pelos hieróglifos negros, que começavam a se aproximar perigosamente de seu peito.

Mesmo assim, a sua força de vontade e sua persistência eram tamanhas, que ela não se rendia e continuava a lutar para retomar seu controle sobre o seu próprio corpo.

Não iria se entregar naquela luta! Retomaria o controle do seu corpo a qualquer custo... Não iria morrer ali! Estava lutando pela Tabita, e venceria por ela!

E a sua determinação acabava de ser recompensada ao ouvir um berro enfurecido de Soraya:

– MALDIÇÃO!!

Ela havia sido atingida pela mesma flecha que ela amaldiçoara para atingir Samira. E os hieróglifos negros já tomavam conta do seu braço direito, que já estava inutilizado. A arqueira não se conteve e disse com sarcasmo:

– E então, Soraya? O que acha disso? Posso dizer que o feitiço se virou contra a feiticeira?

Soraya ficou possessa, não só por conta da ironia de Samira, como também porque aquela maldição se alastrava ainda mais rapidamente pelo seu corpo. A bruxa não pensou duas vezes e avançou para dar um fim àquela maldita arqueira.

No entanto, Samira, mais uma vez, tinha seu arco retesado após muito trabalho para coordenar seu corpo, que estava praticamente tomado pela maldição. Precisava ser rápida, ou morreria antes de acabar com aquela mulher demoníaca!

Sua respiração já estava bem difícil e seu peito começava a doer muito. Mas isso não a desencorajava, agora que tinha em seu arco aquela flecha especial. Só esperava que a bruxa estivesse no ponto desejado para alvejá-la. E tinha que acertar de primeira, senão morreria primeiro.

Sua vida dependia desse tiro certeiro. Dependia de seu sangue-frio, da sua determinação e de sua pontaria que não bastava ser precisa, mas tinha que ser simplesmente perfeita e certeira.

Samira não iria ter segunda chance.

Sua flecha especial não era especial à toa. Ela estava reservada desde o começo para essa batalha. Ela fora feita com aquele dente que era um reservatório de veneno letal, que conseguira da quimera que abatera tempos atrás. Graças a uma combinação da magia de Valery com a alquimia de Thales, a ponta da flecha era do mais agudo e resistente diamante, tendo cada molécula impregnada de uma altíssima concentração de veneno.

Um tiro só... E liquidaria Soraya. Não apenas isso, como salvaria sua própria vida, e ajudaria a avançar mais um passo rumo ao resgate de Tabita, o objetivo maior dela e de seus companheiros.

“Eu vou conseguir...! Eu vou acertar essa flecha! É a minha única chance e não vou desperdiçá-la!”

Suas mãos tremiam muito, querendo perder a firmeza necessária para segurar o arco bem retesado. Samira estava fraquejando cada vez mais, devido à espera da melhor posição de Soraya, para acertá-la.

Soraya já carregava mais uma esfera negra em sua mão esquerda, ao mesmo tempo em que suas duas pernas já estavam tomadas por sua própria maldição. Assim que viu a chance de ouro, Samira disparou. A flecha, a altíssima velocidade, cortou o ar e encontrou seu destino.

A flecha especial de Samira foi de encontro ao peito de Soraya, perfurando-o e atravessando seu coração a grande velocidade e saindo pelas costas, parando apenas quando se cravou numa árvore.

Samira, completamente esgotada, estava ajoelhada e apoiada em seu arco. Sentiu que sua respiração se normalizava e que os hieróglifos que tomavam conta de seu corpo sumiam instantaneamente, permitindo que a arqueira tivesse novamente controle sobre seu próprio corpo.

Assim que se refez do desaparecimento da maldição, Samira se levantou e foi até o cadáver de Soraya, do qual saía uma grande poça de sangue, constatando assim que sua adversária estava morta.

No entanto, a arqueira não estava ainda completamente satisfeita. Queria arrancar o coração daquela bruxa e mostrá-lo para Tabita como um troféu. Mas passou direto pelo corpo inerte de Soraya e preferiu pegar de volta aquela flecha envenenada da árvore.

Olhou para a projeção, na qual estava a sua amiga Tabita. Ergueu a flecha com a ponta manchada de sangue como um troféu, e disse:

– Tabita, aguenta firme, falta pouco pra gente te salvar! E nós vamos te salvar!


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...



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