Com toda a sua força, Valery tira a espada do coração sem vida de servia, que sai encharcada de sangue e ainda brilhando por conta da magia, assim como seu corpo e seus olhos, que continuam a brilhar. A maga sente-se completamente exausta, pois gastara todas as suas forças na luta contra a maldita da Servia.

Fecha seus olhos e os abre em seguida, e então o brilho de seus olhos, de seu corpo e de sua espada desaparecem. E, enquanto ela leva a mão ao profundo ferimento causado por Servia, olha para o céu, para a projeção criada por Mabel, e seus olhos se fixam na imagem acorrentada de Tabita.

– Tabita, foi por você... – exclama a maga.

Com um sorriso vitorioso em seus lábios, Valery caminha em direção a seus amigos com uma vitória em mãos e a certeza de que estão um passo mais perto de finalmente resgatarem Tabita.

Samira logo caminha a seu encontro e, a ajuda a andar até chegar ao local onde estão Tavius e Thales.

– Eu sabia que você ia vencer. – fala Samira, com um sorriso.

– É, mas eu estou acabada. – diz Valery – Eu usei todas a minhas forças nessa luta.

– Espera só até nós resgatarmos a Tabita, e então nós vamos descansar pra valer! – diz a arqueira.

– Sim. – responde Valery.

E, enquanto o quarteto formado por Tavius, Samira, Valery e Thales comemoram a segunda vitória que conseguiram, Soraya e Mabel encaram os quatro com ódio profundo. A líder da, agora dupla, percebe que não dá mais para subestimar os quatro, e que, agora, estão diante de inimigos que devem ser levados em consideração. E, se dando conta disto, sua raiva aumenta ainda mais, principalmente por não ter previsto até onde esses idiotas poderiam chegar.

Mas, mesmo com o ódio crescente, e rangendo os dentes por conta de mais uma derrota, a bruxa tem observado com bastante atenção seus inimigos e, principalmente, a estranha ligação que notou entre o palerma do Tavius e a mimadinha e, diante disso, um plano começa a se formar em sua mente para quando chegar o momento de enfrentar cara a cara o pamonha do Tavius. E, quando este momento chegar, não pensará duas vezes em usar o ponto fraco do espadachim contra ele mesmo.

Por sua vez, Soraya está tomada pelo ódio tudo por conta da maldita maga que teve a ousadia de tirar a vida de sua irmã. Mas ela irá pagar... Todos eles irão pagar e cuidará disso pessoalmente. Dando um passo à frente, a bruxa se prepara para finalmente lutar.

– O que vai fazer, Soraya? – questiona a líder das bruxas.

– Não está na cara, Mabel? – responde Soraya – É óbvio que eu vou matar aqueles quatro e vingar a morte da minha irmã!

– Só tome cuidado. – alerta Mabel – A esta altura você já deve ter notado que esses quatro já não são adversários que devemos subestimar.

– Tomarei. – fala Soraya – Não sou tão estúpida a ponto de não notar que esses quatro estão bem mais fortes.

– E é bom que você tenha isso em mente. – diz Mabel.

E, após ouvir as palavras de Mabel, Soraya dá mais um passo à frente, a fim de enfrentar o primeiro de seus quatro adversários.

***

Os olhos repletos de lágrimas de Tabita estão fixos na projeção criada por Mabel, onde ela olha, incrédula, tudo o que Thales e Valery fizeram por ela...

Quase não consegue acreditar que Fabian e Servia estão realmente mortos... Em sua mente, lembra-se de todas as vezes que Servia a torturou em nenhuma piedade, de todas as vezes que a bruxa sádica ria ante o seu sofrimento e, do quanto sofreu nas mãos dela... E agora, vendo o corpo sem vida de sua mais cruel torturadora, não consegue deixar de sorrir. Um sorriso tímido e quase imperceptível, mas que é uma prova viva de que valeu a pena ter esperança, pois agora só falta Tavius e os outros vencerem Soraya e Mabel, e então finalmente terá sua tão sonhada liberdade de volta...

***

– E então, qual dos quatro vai ser o primeiro a me enfrentar e morrer? – desafia Soraya.

Tavius tenta dar um passo à frente, a fim de colocar o mais rápido possível um ponto final neste pesadelo e finalmente salvar sua irmã, mas, é impedido por Samira, que se coloca em sua frente com um sorriso no rosto.

– Deixa essa bruxa comigo, Tavius. – fala Samira, confiante – Guarde as suas forças para quando você for enfrentar a Mabel, você vai precisar dela.

– Tem certeza? – questiona o espadachim.

– Absoluta. – responde a arqueira – E além do mais, eu tenho uma flecha especial que preparei especialmente para enfiar no coração desta maldita mulher.

– Então por favor, vença. – pede Tavius.

– Pode deixar. – responde Samira, fazendo um sinal de joia para o seu amigo.

E, sem dizer mais uma única palavra, Samira se aproxima de sua inimiga, ficando cara a cara com Soraya, um momento que sempre desejou. Sua aljava está repleta de flechas e, não vai parar enquanto não tirar a vida de Soraya.

– Então quer dizer que é você quem vai me enfrentar primeiro? – questiona Soraya, com desdém.

– Eu não vou te enfrentar “primeiro”. – fala Samira – Eu vou te enfrentar e vou te matar!

– Veremos.

Sem perder tempo, Samir prepara seu arco e tira uma flecha qualquer de sua aljava, apenas tomando o cuidado para não pegar sua flecha especial, pois esta será a que usará para acabar de vez com a vida desta mulher desgraçada.

Soraya também se prepara para o ataque inicial e, usa sua magia para criar uma esfera negra de energia e, a atira na direção de Samira, que sem pensar duas vezes atira a sua flecha contra a esfera de Soraya.

A flecha se choca com a esfera de energia, causando uma pequena explosão. Sem pensar duas vezes, Samira se joga pra o lado, a fim de evirar se ferir. Sabe que Soraya não é uma adversária que dê para se vencer com facilidade e, se puder evitar algum ferimento logo neste início de luta tanto melhor.

Sem nenhuma dificuldade, Soraya também consegue se livrar d pior da explosão e sem pestanejar volta a atacar Samira, desta vez com esferas negras de energia envolvidas em chamas negras, do mundo das trevas.

Sem pestanejar, a arqueira vai desviando dos ataques de sua inimiga, enquanto em uma velocidade incrível vai atirando uma flecha atrás da outra, fazendo com que elas se choquem contra as esferas de Soraya.

Aos poucos, o sorriso confiante da bruxa vai se esvaindo, enquanto ela vai se dando conta de que não será tão fácil assim vencer a sua adversária. Exatamente como Mabel havia dito, agora esta maldita arqueira não é mais uma adversária que se possa subestimar.

– Vejo que voe melhorou um pouco, arqueira. – fala a bruxa, enquanto se prepara para mais um ataque.

– Mais do que você é capaz de imaginar, sua bruxa maldita! – devolve Samira, assumindo uma posição defensiva.

– Só não se esqueça de uma coisa, sua pequena idiota! Por mais que você tenha melhorado um pouco as suas habilidades, você jamais será capaz de me derrotar!

– É mesmo? Mas olha só, deixa eu te lembrar de um pequeno detalhe, Soraya. O seu amiguinho e a sua irmãzinha andaram dizendo coisas parecidas e agora os dois estão mortos e, só para te dizer uma coisa, a próxima a entrar para a lista de cadáveres é você!

– Arqueirazinha insolente, é você quem vai morrer muito em breve, e vou dar o seu cadáver de presente para a sua querida amiga mimadinha!

– Eu é que vou dar o seu cadáver de presente pra Tabita! Como uma vingança por todo o mal que você e suas amiguinhas fizeram para ela!

Samira para de falar e leva a mão esquerda a sua aljava, tirando dela uma flecha qualquer, porém, tomando um cuidado excessivo para não pegar a sua flecha especial, pois sabe que este ainda não é o momento de usá-la. Prepara seu arco e mira em Soraya, que permanece estática, em um claro sinal de provocação e com um sorriso de zombaria em seus lábios, o que só serve para aumentar a fúria da arqueira que, sem pensar duas vezes, atira a flecha com toda a sua força, esperando atingir e causar algum ferimento em sua inimiga.

Soraya continua permanecendo estática, apenas observando a flecha se aproximar a uma velocidade incrível e, quando está prestes a ser atingida, Soraya faz o impossível e pega a flecha de Samira com uma mão, faz uma evocação em um idioma desconhecido e a flecha se torna negra. Em seguida, a bruxa atira com todas as suas forças a flecha de volta para Samira, que é pega de surpresa e não tem como desviar, sendo brutalmente atingida por sua própria arma em sua perna direita, atingindo sua coxa.