#Perspetiva Sophie#

O Harry tinha saído para atender o telefone e voltou com uma cara muito estranha. Quando o Louis lhe perguntou quem era, ele disse que tinha sido a mãe, mas eu não fui na conversa dele. Ele escondia alguma coisa, e eu tinha de descobrir o que era. Mas pensaria nisso depois. Agora tinha uma festa para organizar com a Lissa, uma festa que seria memorável – por ter apenas 12 pessoas: Harry, Liam, Louis, Niall, Zayn, Eleanor, Danielle, Perrie, Lissa e as suas duas irmãs e eu. Era uma coisa simples, mas, mesmo assim, eu queria que tudo ficasse perfeito.

Despedi-me do Harry e fui para casa da Lissa. Fizemos uma lista do que necessitávamos para a festa e fomos às compras. Devo dizer que foi uma péssima ideia, pois à medida que passava pelas pessoas, elas reconheciam-me como a “rapariga do escândalo Styles”. Tentei abstrair-me disso e focar-me apenas nas compras, mas era muito difícil uma pessoa concentrar-se quando toda a gente está a olhar para ela. Até a caixeira me mandou um olhar desaprovador e começou a mandar-me indiretas. A um certo ponto, explodi.

Eu: MAS SERÁ POSSÍVEL QUE UMA PESSOA JÁ NÃO POSSA TER UM PUTO DE UM MOMENTO DE AMOR COM OUTRA PESSOA?!

Peguei nos sacos e desapareci. Estivemos que tempo à espera de um táxi. Tanto eu como Lissa tínhamos uma Vespa, mas estávamos excitadas demais para conduzir, para além do facto de a minha estar sem combustível e a da Lissa na Oficina. Pequenos pormenores.

Chegamos a casa da Lissa e fomos logo para a cozinha. Enquanto eu fazia os bolos, a Lissa fazia as pizzas. Sim, nós éramos boas na cozinha. A uma certa altura, começamos uma guerra de ingredientes. Eu estava muito bem no meu canto quando Lissa me atira com farinha.

Eu: ELISABETH MARIE SCOTT, TU VAIS PAGAR-MAS!

Lissa: BEM PODES TENTAR, SOPHIE MICHELLE ROTH!

Atirei-lhe com farinha e com chocolate, foi assim que começou a nossa guerra. Resultado: depois tivemos um trabalhão a limpar a cozinha.

Quando acabamos de limpar tudo, já eram 8 horas. Os pais da Lissa convidaram-me para jantar com eles. Eu telefonei à minha mãe e ela deixou. Os nossos pais eram muito amigos, andávamos sempre enfiados nas casas uns dos outros, eramos como família. Eu sempre considerei a Lissa como a irmã que eu desejava e que nunca tive. Sim, porque eu não queria irmãs como a Jessica e a Lindsay, elas eram chatas pa caralho, para além de doidas e convencidas. Bah.

Depois do jantar, estivemos um pouco à conversa. Duas horas depois, voltei para casa.

-No dia seguinte-

Acordei com muita preguiça (again), mas assim que me lembrei da festa que haveria nessa noite, foi como se tivesse apanhado um choque elétrico. Tomei o pequeno-almoço e vesti o meu fato-de-treino. Coloquei os meus phones e saí para correr. Quando dei por mim, estava em frente ao hotel dos rapazes. Como é que eu tinha ido lá parar? Ainda era uma distância considerável de minha casa para o hotel deles. Isso só provava que eu estava em boa forma, o que me alegrou bastante.

Decidi entrar. Quando cheguei à receção, avistei o Niall. Ele também me viu porque foi até mim cumprimentar-me.

Niall: Bom dia alegria.

Eu: Bom dia.

Niall: Então, o que fazes por aqui?

Eu: Isso gostava eu de saber. Estava a correr e quando dei por mim, estava em frente ao hotel.

Niall: Quem me dera ser como tu.

Eu: Como assim, ser como eu?

Niall: Quem me dera gostar tanto de exercício como tu. Mas assim que penso em mexer-me, dá-me logo uma vontade de ficar quieto.

Eu: Oh, Nialler, isso é uma questão de prática.

#Perspetiva Niall#

Sophie: Oh, Nialler, isso é uma questão de prática.

Aquela rapariga parecia uma máquina! Ela devia correr que se fartava, e, mesmo cansada, nunca perdia a postura de princesa que tinha. Estava a pensar se lhe perguntava ou não sobre a Lissa, mas as palavras saíram-me mais depressa do que previsto.

Eu: E a Lissa? Como é que ela está?

Sophie: Ela está bem. Mas ainda está com vergonha do que se passou no shopping.

Eu: Ela contou-te?

Sophie: Sim, Niall. Ela contou-me. Nós contamos tudo uma à outra, eu até lhe contei que tinha feito…

Ela calou-se e pareceu triste.

Eu: Sophie?

Sophie: Nada não, esquece o que eu disse. Mas o que interessa aqui é que ela gosta de ti e tu gostas dela. Vocês precisam de falar. E urgentemente.

Tentei controlar-me quando ela me disse que Lissa gostava de mim, mas não consegui evitar dar um suspiro apaixonado. E Sophie tinha razão. Eu podia só conhecer a Lissa há 3 dias, mas ela era especial.

Iup, estás apaixonado. Nada que tu já não soubesses.

Prometi a Sophie que falaria com ela.

#Perspetiva Harry#

Passei a noite toda a pensar no telefonema da Caroline. Aquilo não era possível. Quer dizer, eu achava que não era possível. Nós estivemos perto, mas não chegamos a fazer. Devia haver algum engano. Ela não podia estar grávida. Não podia.

Mas e se ela estivesse mesmo grávida? E pior, se o filho fosse meu? Puta vida, se isso fosse verdade, nem queria imaginar a reação da Sophie ao saber. Era para esquecer.

Decidi ir espairecer um bocado, por isso, fui para a piscina. Estava a precisar de me refrescar, e, para isso, nada melhor do que um mergulhozinho. Antes de ir para a piscina, passei pela receção para ver se tinha alguma mensagem. Quando lá cheguei, vi o Niall a falar com a minha namorada. Fui até eles e abracei a Sophie por trás, dando-lhe um beijo no seu pescoço.

Eu: Bom dia sol da minha vida.

Sophie: Harry, eu estou toda suada. Como é que tu me consegues beijar?

Eu: Eu gosto de ti de qualquer maneira.

Virei-a de frente para mim e beijei-a, puxando-a cada vez mais para mim. Ela rodeou o meu pescoço com as mãos, também ela me puxava para si. O Niall estava com uma cara de enjoo.

Niall: Mel a mais. Importam-se de arranjar um quarto?

Eu: Desculpa, mas o nosso quarto está ocupado. Por isso…não.

Quando nos largamos foi por falta de fôlego. Dei-lhe um chocho antes de ir para a piscina. Ela despediu-se do Niall e regressou para casa.

#Perspetiva Sophie#

Bem, eu estava mais do que cansada. Como tal, decidi apanhar um táxi para regressar a casa. Esperei, esperei e esperei. Nenhum parava. MAS QUE CARALHO, SERIA TUDO POR CAUSA DAQUELA MALDITA REVISTA? PUTA VIDA! Como nenhum parava, tive de regressar a pé. Quando finalmente cheguei a casa, já não me aguentava em pé e já era hora de almoço. O cheiro a orégãos invadiu as minhas narinas; a minha mãe devia estar a pôr orégãos nalguma coisa, ela sabia que eu adorava orégãos. A minha mãe foi até ao fundo das escadas e começou a berrar “VENHAM COMER, O ALMOÇO ESTÁ PRONTO” para as minhas irmãs virem. Elas desceram as escadas numa correria, seria um almoço de mulheres, já que tanto o meu pai como o meu irmão estavam a trabalhar. Para variar, a única pessoa decente que estaria naquela mesa seria a minha mãe. Bah. Again.

Já almoçávamos quando me lembrei que ainda não tinha avisado a minha mãe da festa.

Eu: Mãe, hoje a Lissa vai dar uma festa e convidou-me para dormir lá em casa dela. Posso?

Mãe: Podes, mas porta-te bem.

Eu sorri como quem diz “não te preocupes, mãezinha, eu vou portar-me bem, sou uma menina muito educada”. Lindsay começou logo com as piadinhas e Jessica ficou chateada.

Jessica: Quer dizer, a mim não me deixas ir a uma festa mas a ela deixas!

Mãe: Jessica, não comeces! A tua irmã vai fazer 18 anos, tu vais fazer apenas 16.

Jessica: Mas eu sei tomar conta de mim!

Lindsay: Sim, claro que sabes.

Jessica: Cala-te sua vaca!

Lindsay: Mas a quem é que pensas que estás a chamar vaca, ó miudita convencida?

Eu: Olha quem fala.

Lindsay: Tu também? Outra que não bate bem da bola.

Eu: Deves pensar deves.

Jessica: Sim, ela pensa que é boa, mas não passa de uma vaca convencida!

Lindsay: *para a Jessica* Tu e a Sophie são mesmo perfeitas uma para a outra. Estúpidas, feias e ingénuas!

A minha mãe levantou-se para ir à casa-de-banho e para se afastar de nós, e eu aproveitei a sua saída para dizer umas das boas à Lindsay.

Eu: Mas a quem é que estás a chamar estúpida, ó sua ignorante?

Jessica: Sim, deves pensar sua vaca de merda.

Lindsay: Vocês são mesmo atrasadas! *levantou-se e foi para o seu quarto*

Eu: Sim, vai-te embora que não fazes cá falta nenhuma. Mas eu não vou lavar a tua loiça! Não quero apanhar os teus germes!

Jessica: Nem eu!

Mãe: Mas uma de vocês vai ter de lavar a loiça da vossa irmã.

Eu: Vai ser a Jessica.

Jessica: Não vou não!

Eu: Ai vais, vais!

Jessica: Por que é que tenho de ser eu?

Eu: Porque eu sou a mais velha e estou a mandar! E, para aprenderes a baixar a bolinha comigo, vais lavar também a minha.

Jessica: ISSO NÃO É JUSTO!

Eu: CALA-TE QUE NINGUÉM PEDIU A TUA OPINIÃO!

Fui para o meu quarto, toda contente com a resposta que tinha dado às minhas irmãs, principalmente à Jessica. Aquela menina tinha de aprender a respeitar-me.

Como não tinha nada para fazer, pus-me a pensar no que levaria vestido para a festa. Enquanto fazia a mala com as coisas necessárias para dormir em casa da Lissa, pensei em vários modelitos. Tinha várias roupas em mente, mas sempre que pensava no modelo perfeito, havia alguma coisa que falhava. Estive a tarde toda a pensar nisso e acabei por escolher um modelo. Era perfeito. E claro, feito para impressionar o Harry. Ele iria ficar literalmente louco quando me visse com aquele modelo.

Eu estava a ficar uma tarada.

Tomei um banho relaxante de duas horas, com sais minerais incluídos. A água quente contra a minha pele era uma sensação ótima, fazia-me relaxar imenso e acho que até me fazia pensar melhor. Se bem que eu não tinha grande coisa em que pensar – a não ser numa nova coreografia inteira, é claro.

Depois de sair do banho, recebi uma mensagem da Lissa. Ela estava a pedir a minha ajuda para escolher a roupa. Combinei ir para casa dela, assim preparávamo-nos juntas. Vesti uma roupa simples, despedi-me da minha mãe e das insuportáveis das minhas irmãs e dirigi-me para casa da Lissa. Demorou algum tempo para conseguir um táxi que me quisesse transportar, até dei uma gorjeta bem grande à senhora por ter a amabilidade de me conceder o seu belo serviço de táxis.

Cheguei a casa da Lissa em pouco mais de 10 minutos. Eu até podia ter ido a pé para casa dela, mas como carregava a minha mala da roupa e a minha mala pessoal (ou seja, eu estava pesadíssima), decidi não me cansar mais e apanhar um táxi. E eu também tinha de conservar as energias para a festa. Se me pusesse para aí a andar a pé, à noite não me aguentaria. Toquei à campainha e a Sara veio abrir-me a porta. Os pais delas já se tinham ido embora e estava tudo pronto para a festa. A casa estava decorada, a comida pronta e a cabine do DJ (ou seja, do Zayn), já tinha os melhores discos de dança. Iria ser a noite perfeita.

Lissa ajudou-me a colocar as malas no seu quarto e começou a mostrar-me inúmeras peças de roupa. Como sempre, fui eu que acabei por escolher a roupa que ela levaria para a festa. Lissa era uma rapariga muito indecisa, não conseguia tomar uma grande decisão sozinha (a não ser quando a decisão lhe agradava). Também lhe mostrei a roupa que levaria para a festa e ela ficou com cara de parva.

Lissa: Ui, ui. Isso é para o Harold.

Eu: E se for? Tens algum problema?

Lissa: Não, não.

Eu: E tu vais toda produzida para o Nialler. Pensas que eu não pensei nisso quando escolhi a tua roupa?

Lissa: Sophie! Eu vou-te matar!

Começamos uma luta de almofadas, que eu acabei por ganhar. Era apenas um momento descontraído antes da nossa festa.

Só esperava que o Niall cumprisse a promessa que me tinha feito e que falasse mesmo com a Lissa.