Reencontro escrita por Karina Nunes


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Meu primeiro texto aqui no site.



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Não era como os outros amigos. Sabia disfarçar, mas não era...

A vida lhe dera muitos obstáculos que não conseguira vencer; apenas tropeçava.

Dizia a si mesma que não iria ter rancor, que iria esquecer. Porém, sua raiva era mais forte. Não esquecia de jeito nenhum! Se fosse necessário, revidava de modo bem mais terrível!

Afinal, se depois de três anos ainda sentia raiva de uma menina que lhe fizera muito mal. Por que perdoaria uma amiga que lhe magoara não fazia nem cinco meses!?

Se sentia péssima em ter tanto rancor dentro de si. Procurava ser forte e esquecer o assunto, mas sempre surgia algo que atrapalhasse seu desempenho. Durante tanto tempo havia se segurado para não falar ou fazer, algo que viesse a se arrepender depois. Era tão comum haver brigas entre seus amigos que já não dava tanta atenção para o assunto.

A partir das tentativas de perdão, decide então, optar pela única saída que não iria magoar ninguém por muito tempo. 

"Esqueceria a garota que lhe magoou mais que os outros definitivamente!''

Até então, tudo perfeito. O possível e o impossível iria fazer para tirar as mágoas e a causadora delas de sua vida.

Tornara seu sofrimento algo digno de honra e respeito. Havia se transformado em uma pessoa forte para a sua própria segurança. Podiam dizer o que quisessem que não se rebaixaria por tão pouco.

Depois de reencontrar a pessoa que lhe fizera sofrer muito, surgiu então uma força desconhecida. Jamais havia sentido aquilo. Conhecera um sentimento de superioridade, que a fez esnobar de modo cruel a pessoa que lhe causara tanta dor.

A própria pessoa se sentiu mal com sua ignorância em relação a ela. Não conseguia entender o motivo de tanta raiva.

Não entendia, porque o sofrimento adquirido foi ocultado de todos, até mesmo de seus amigos mais próximos.

Pretendia esnobá-la até o final do reencontro, que para ambas era uma tortura interminável. As mágoas se soltaram de sua dona e pairavam pelo ar, como se o ambiente fosse um tribunal, uma prestação de contas.

As mágoas retornaram quando sua dona foi surpreendida.

O velho golpe do diálogo fora acertado na direção certa. Havia vindo do nada, para lhe dar um golpe doloroso. O abraço. O abraço que foi o mesmo que um pedido de desculpas oculto.

Não sabia o que fazer, e por isso retribuiu um abraço carinhoso, com um abraço forçado.

Mal lembrava da última vez que ganhara um abraço da mesma pessoa, e no instante em que lhe é dado algo que se tornara raro, decide estragar tudo para deixar bem claro seus sentimentos.

Retribuiu o abraço de modo frio, para descontar todo o tempo em que havia se sentido um nada. Colocou toda a sua raiva, toda a sua mágoa, e todo o seu ódio, naquele único abraço.

Com o término de tal acontecimento ficara imaginando o que a causadora de seu sofrimento devia estar pensando naquele exato momento.

Pensara que talvez não fosse a única a estar sofrendo. Pois um abraço não é dado por obrigação, mas sim por vontade própria.

Sabia que o abraço fora dado de coração, mas queria lhe dar uma lição. Queria que soubesse o significado da palavra ''dor'', para que logo viesse a conhecer na pele o que realmente era; visto que a dor se tornara sua amiga, devido à tanto sofrimento vivido.


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