Is Anybody Out There? escrita por Manu Gayoso


Capítulo 15
As long as you love me.


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeey babes ;D
Tudo bem?
Mais um cap para vocês. Momento Zayn e Jade.
Espero que gostem *---*



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‘’Desliguei meu celular sem querer ninguém me perturbando. Eu sei que eles vão ficar preocupados, mas nesse momento eu só quero paz, tranqüilidade, quero botar meus pensamentos em dia, se é que isso é possível.’’


As long as you love me by Justin Bieber

Saboreei o sabor doce do meu café e o sabor salgado de minhas lágrimas se misturava. Minha vida é totalmente confusa, sem fundamento. Tudo o que eu faço e penso que não é nada demais ou que não irá afetar ninguém em nenhum lugar vai acaba voltando para mim. Por quê? Nem eu sei. A vida é dura, aprendi da pior maneira que não posso ter tudo o que eu quero, ou no meu caso, não posso ter nada que eu quero. Contento-me com um copo de leite para tomar quando acordo de manhã, ou até mesmo uma maça para mastigar. Sei que existem pessoas muito piores por aí, que não tem nenhum grão de arroz para comer, não tenho o que reclamar. Como se uma luz tivesse acendido na minha cabeça palavras começaram a surgir e a surgir. Preciso de um papel e uma caneta, se não vou perder isso. Fui até uma mesa onde uma menina estava com a mochila da escola e perguntei se ela poderia me emprestar uma folha e uma caneta. Os peguei e comecei a escrever. Terminei de escrever e fiquei satisfeita com o resultado. Era um poema, um poema que eu fiz para a minha mãe.

Esse poema impunha minhas emoções, meus pensamentos. Fiquei orgulhosa de mim mesma. Só falta uma coisa a ser feita, preciso jogar o meu orgulho fora por pelo menos meia hora. Eu vou conseguir, não deve ser tão difícil assim pedir desculpas a alguém, certo? Não. Era difícil e eu sabia. Suspirei pesado e sai da Starbucks. O céu já estava escuro e as pessoas estavam andando mais rapidamente na rua, mas não tinha medo. Morava aqui desde que eu me lembro por gente, nada nunca aconteceu, acho que não vai ser agora que vai acontecer. Andava lentamente, confesso que estava tentando adiar o meu pedido de desculpas. Mas como nada é para sempre, logo estava na frente da minha casa. Entrei nela, tomei um banho rápido e troquei de roupa. Não sou de ferro pra ficar com a mesma roupa durante o dia todo, se é que isso faz sentido. Parei na frente da porta deles, espero que eles não estejam me procurando que nem uns desesperados. Não olhei meu celular justamente para não ter esse tipo de problema, não queria saber quantas ligações perdidas eu tinha mensagens de voz e mensagens.

Toquei a campainha esperando alguém atender a porta. Minhas pernas tremiam prevendo a reação deles. Meus braços estavam cruzados com impaciência e receio. Bufava baixo revelando o meu medo. A prova se abriu e um Zayn apareceu meio descabelado como se tivesse passado as mãos por ele intermináveis vezes, se é que isso era possível. Seu olhar estava preocupado e seu cenho franzido. Assim que me viu deu um olhar assustado e me abraçou, esmagando-me em seus braços fortes.

– Você é louca? Onde você estava?

– Por aí Zayn.

– Por aí? Eu estava preocupado. Te liguei mais de vinte vezes - Disse incrédulo.como se a possibilidade de ele não ficar preocupado fosse absurda.

– Não precisa mais ficar preocupado Zayn, eu estou bem.

– Se está bem então porque seus olhos estão dilatados como se estivesse chorando a horas?


– Merda Zayn, assim você não ajuda.


– O que aconteceu? – Perguntou encostando sua testa na minha e suspirando em seguida.


– Eu... – Fechei os olhos tomando coragem.


– Você...?


– eupercebiquetmbémestavaerradapornãoterteprocurado.- Falei rápido antes que a coragem se esvaísse.


– O que?- Deu um sorrisinho de lado. Quer me matar Zayn? Eu estou tentando tomar coragem para me desculpar e você aí tentando me seduzir.


– Eu- Suspirei, é agora ou nunca. - percebi que também estava errada por não ter te procurado.


– Não estou entendo J. - Disse confuso.


– Porra Zayn, você é retardado. Eu estou me desculpando porque eu também não te procurei. Quando você me prometeu que iria manter contato comigo, mas não fez, eu poderia ter te procurado também, mas não fiz.


– Você está mesmo admitindo que a culpa também seja sua?- Perguntou com seus olhos brilhando em comédia e incredulidade.


– Estou ok? Satisfeito? A culpa também é minha. - Estava nervosa, as palavras estavam saindo pela minha boca sem parar. Passava a mão em meus cabelos a cada segundo em sinal óbvio de nervosismo.


– Estou surpreso isso sim.


– Porque?- Parei de andar de um lado para o outro e o olhei curiosa pela sua resposta.

– Por quê? Você ainda pergunta por que Jade?


– Sim. - Respondi como se fosse óbvio. - Então, me diz, por quê?


– Jade você é a pessoa mais teimosa, orgulhosa, chata, insuportável...


– Ok, já estendi os insultos.


– A questão não é essa, a questão é que você é a pessoa mais orgulhosa que eu conheço Para você vir até aqui para me pedir desculpas...


– Não é como se fosse muito longe sabe? – O interrompi. - São só alguns passos de distância.


– Sem sarcasmo Jade.


– Tudo bem. - Suspirei exageradamente. - Então, vai aceitar as minhas desculpas ou não?


– Por mais que eu quisesse que fosse uma desculpa melhor, eu aceito.


– Se contente com essa, apenas essa Mali, não haverá outra.


– Duvido.


– Eu não. – Nos encaramos.


– Era só por isso que você estava chorando? – Perguntou sério de repente.


– Não. - Abaixei minha cabeça.


– Me conta J. – Disse botando seus dedos de leve em meu queixo e o levantando para poder olhar em meus olhos. - Pode falar, eu estou aqui.


– E-eu... estava pensando na minha mãe também. É que...


– Não precisa dizer se não quiser.


– Não, tudo bem. Eu quero. - Não acredito que eu falei isso, mas eu queria dizer isso. Eu queria compartilhar o que estava sentindo, precisava desabafar com alguém sobre o que aconteceu na minha vida desde quando a minha mãe morreu. E foi isso o que eu fiz.


Contei para ele o que aconteceu após a porta da minha mãe. Quando meu pai se entregou as drogas e esqueceu que tinha uma filha. Até então eu não ligava, mas depois que recebi uma carta avisando que a conta de luz e a conta de água iriam ser cortadas por falta no pagamente me dei conta do que estava acontecendo. Estava completamente sozinha no mundo, sem ninguém. Então consegui arranjar um emprego, besteira, mas pelo menos pagava as contas. Resolvi deixar o meu pai de lado, já que ele parecia um morto vivo na maioria do tempo. Minha vida passou a ser monótona, sem humor, apenas escola, trabalho, escola, trabalho. E foi por isso que eu fiquei assim, fria, insensível, irônica... Antes eu era uma pessoa alegre, feliz, sorridente... Acho que Zayn se lembrava disso. Mas as coisas mudam não é mesmo? A vida muda. Quando terminei de contar a minha história para Zayn, sua cara era irreconhecível. Era um misto de pena, medo por mim e incredulidade. Abriu a boca para falar umas duas vezes, mas logo a fechou, como se não existisse palavras para expressar o que queria dizer.


– Você não precisa dizer nada Zayn...


– Mas eu quero dizer. - Me interrompeu. Sua mão foi para o meu rosto, acariciando de leve. - Você precisa saber que não está sozinha Jay. Não mais. Eu estou aqui, os garotos também. Vamos te ajudar a superar tudo isso. Você vai ser uma nova pessoa. Quero a minha melhor amiga de volta e vou tê-la. Talvez até sendo algo mais. - Sorriu malandro.


– Zayn...


– Estou brincando Jay, mas eu ainda não perdi não se esqueça.


– Estou muito cansada agora para discutir. Onde estão os meninos?


– Saíram para comer.


– E porque você não foi junto?


– Para o caso de você voltar.


– Atá.


– O que é isso no seu bolso?- Acompanhei o seu olhar e vi um pedaço de papel saindo do meu short. Era o poema que eu havia escrito para a minha mãe.


– Quer ler?


– Se você deixar.


– Eu deixo. - Sorri. - É um poema que escrevi hoje pensando na minha mãe.



Viagem sem volta, sem rumo.

Andando sozinha pela rua escura

Será que há uma cura?

Olhares assustados

Passos rápidos

Julgamentos rancorosos

Seus pensamentos estão jogados ao vento

Suas lágrimas espalhadas ao relento

Medo? Não, apenas uma despedida

Sem volta no tempo.



Zayn terminou de ler e me olhou com lágrimas nos olhos.


– Jade, isso é lindo. Uau.


– Não é nada, apenas o que eu queria escrever na hora...


– É perfeito Jade. - Me abraçou enlaçando a minha cintura.


– Obrigada Zayn, obrigada. – Minhas lágrimas estavam sendo derramadas em sua blusa a encharcando, mas ele não estava se importando, apenas continuava a me abraçar. Estava adorando, por mais difícil que seja admitir, era bom receber um abraço assim depois de tanto tempo. O apertei mais forte e pude sentir o sorriso que crescia em seus lábios, sorri de volta sem que ele visse.


– Zayn?


– Hmm?


– E a minha tutela?


– Nós não vamos precisar lutar pela sua tutela, como você faz dezoito daqui a alguns dias não há necessidade.


– Ah, amém. - Sorri com alívio e Zayn me acompanhou.


– Agora vou voltar pra casa Zayn. Tenho que dormir, amanhã tenho que acordar cedo.- Digo me levantando.


– Não vai esperar os meninos?


– É melhor não, se não eles vão ficar me perguntando o que aconteceu, e não estou afim de escutar os gritos do Louis e do Hazza.


– Tudo bem, boa noite amor. - Disse beijando a minha testa.


– Amor?- Fiz careta o fazendo rir.


– Eu disse que não tinha desistido.


– Aff Zayn. - Revirei os olhos e sai da casa dele, pude ouvir sua gargalhada ao longe. Entrei em minha casa, fiz algo para comer e fui dormir. Amanhã seria um dia cheio.




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Notas finais do capítulo

Gostaram? Queria saber de cada um qual nome vocês dariam para o casal Zayn e Jade? Quero nomes criativos em? A poesia que a Jade fez fui eu que escrevi e me inspirei um um amigo meu que faleceu, espero que tenham gostado dela. Se quiserem ler mais das minhas poesias, é só entrar no meu blog: http://pistachemgcg.blogspot.com.br/
Até o próximo capítulo gente liamdas *------*
Xx