Acordei com a barriga um pouco dolorida. Me despreguicei e percebi que Frank não estava mais deitado. Me levantei e fui até a cozinha.

Vi Frank tentando fazer omeletes.

Que você ta fazendo? – disse me aproximando.

To tentando fazer esse negocio aqui - ele riu – ta melhor?

Ah, estou com a barriga meio dolorida, nada de mais – disse indo pro banheiro

Aonde se vai? – ele perguntou

Calma, vo no banheiro – ri.

Ok – ele voltou atenção pro fogão.

Fui ao banheiro, e as dores em minha barriga estavam ficando cada vez mais fortes. Aquilo só aumentava. Não queria deixar Frank preocupado. Me olhei no espelho, estava pálida. Aquela dor insuportável continuava. Era como se uma faca estivesse entrando em minha barriga. Era como uma cólica, que estava me matando por dentro.  

Fica com a mamãe filho- disse eu baixinho e passando a mão em minha barriga.

As dores permaneciam . Senti algo meio que “molhando” meu short de pijama. Percebi que era sangue. Me apavorei.

Não faz isso comigo- conversava com o bebê e chorava.

Chamei Frank.

Frank- gritei.

Frank apareceu na porta.

O que foi? O que aconteceu? – disse ele entrando no banheiro.

Eu acho que ele ta morrendo Frank – disse eu ofegante.

Frank percebeu do que eu falava após ver meu short, encharcado de sangue.

Annie, não – ele disse me segurando – vamos pro hospital.

Frank – comecei a ficar zonza.

Annie, deita aqui – ele me colocou na cama – vou chamar sua mãe.

Comecei a ficar fraca, zonza. Desmaiei.

(Frank POV)

Eu estava totalmente nervoso esperando naquela sala de espera. Estava suando frio.

Eu não queria pensar que havia possibilidades de perdermos nosso filho. Não.

Mas que demora, eu odiava esperar e com isso só vinha coisas ruins em minha cabeça.

Fui chamado no quarto aonde Annie estava.

Doutor John, o médico dela abriu a porta pra mim. E não parecia nada bem.

Annie estava dormindo. Tomando soro, com sua Mãe do lado apoiada na cama, segurando sua mão.

O que aconteceu com ela? – perguntei.

Ela perdeu o bebê Frank – ele disse anotando em um bloco.

Porra, não acredito! Porque? – coloquei a mão sobre a cabeça.

De acordo com a sua sogra, ela não se alimentava direito. E isso fez com que o bebê ficasse sem nenhuma vitamina, que é o que ele precisa agora, já que esta crescendo. E essa falta de responsabilidade fez com que ele morresse. – disse ele.

Ah – disse eu.

Enfim, mas vocês são jovens! E podem ter vários filhos. Lembrando que ela precisa de 2 meses sem relações sexuais. – disse ele.

Ok, obrigada por me informar – disse eu indo em direção a cama onde Annie estava.

Dany sorriu pra mim, um sorriso triste. Eu sabia que ela queria ser avó. E alias, eu queria, eu estava pronto pra ser pai.

Dany, pode nos deixar sozinhos um pouco? – perguntei.

Claro – disse ela se levantando.

Me sentei do lado de Annie peguei em sua mão.

Annie, como você ta? – perguntei.

Ela abriu os olhos e sorriu.

Eu to bem Frank – disse ela fraca.

Sorri e fiquei acariciando sua mão. Uma lágrima escorreu em meu rosto. E uma lagrima escorreu no dela.

Frank, porque aconteceu isso? Eu quero meu filho, nosso filho – disse ela.

Annie, eu também queria nosso filho, mas... – disse eu.

Se eu tivesse me cuidado mais, ele estaria vivo aqui dentro de mim, agora – ela disse chorando mais ainda.

Me levantei e a abracei.

Eu prometo, a gente vai ter vários filhos juntos – dei-lhe um beijo na testa.

Ela sorriu e limpou suas lágrimas.

Frank, a gente nem namora – disse ela.

Se o problema é esse... – peguei na sua mão – quer namorar comigo?

Frank, se ta falando serio? – ela não acreditou.

Estou Annie – sorri.

Então é claro que eu aceito e a gente vai ter um monte de anõezinhos juntos – ela riu.

Ah claro – beijei – a lentamente.

Tudo estava dando certo para nós agora. Tirando a morte do nosso filho

***********

Fomos para casa mais tarde. Annie ligou para Bia explicando tudo. Bia chorou no telefone junto a Gerard.

“EU NÃO ACREDITO”- Bia gritou chorando descontroladamente.

“Ah não, vocês só podem estar de brincadeira, eu quero meu sobrinho” – ouvimos Gerard reclamando.

“Gerard calma, vamos fazer vários sobrinhos para você”- disse eu.

“NÃO MEU! EU NÃO CONSIGO PARAR DE CHORAR – disse Bia gritando – VOCÊ TA BEM?”

“Bia, calma eu to bem! Não fica assim, eu também to triste!”- disse Annie tentando acalmar Bia.

“A cara, eu vou ver o que eu faço da vida aqui”- ela desligou.

Annie estava deitada em meu colo.

Frank, eu quero meu filho - ela disse deixando uma lágrima cair.

Abracei-a. Ela chorou mais ainda. Levantei a cabeça dela.

Olha aqui, vou te contar um segredo: eu te amo e to aqui pra tudo, pra sempre – disse eu.

Eu também te amo Frank – ela disse.

Nos beijamos delicadamente. Nossos beijos começaram a ficar mais ofegantes. Aqueles beijos estavam ficando “quentes”. Resolvi parar, até porque eu teria que esperar 2 meses.

Melhor eu parar - disse eu rindo.

É, só daqui a dois meses – ela riu.