Play With Fire escrita por Hanna_21


Capítulo 6
Possibilities I’d never considered


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, obrigada pelos reviews!
Espero que gostem desse capítulo, mas, de boa?
Eu agradeço e tal se deixarem review aqui, mas prefiro que leiam E comentem AQUI: http://animespirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-idolos-avenged-sevenfold-play-with-fire-472947
Porque ESSA é a história de verdade u.u



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6. Possibilities I’d never considered


Foi extremamente difícil não deixar as latas de cerveja caíram das minhas mãos e não deixar a boca aberta. Eu devia estar imaginando, só podia ser. Eu andava pensando muito nela durante aqueles dias, desde que contara a história de como a conhecera para Jimmy. Era impossível, simplesmente impossível que Amethyst estivesse ali.


Eu ainda não entendia o que estava acontecendo e, se realmente fosse ela, o que uma stripper estaria fazendo ali, na garagem da casa dos pais do Matt? Não que uma stripper nunca tivesse ido ali antes, mas caramba, não em plena luz do dia. Além disso, ela não era uma dessas garotas... Sabe, “contratáveis”. Ela não vai até você; você vai até ela.


Os olhos. Eu precisava ver os olhos.


– Já não era sem tempo! Você foi buscar esse troço onde, no Alasca?? Puta merda, hein – reclamou Zacky, rindo e pegando uma cerveja da minha mão. Coloquei as outras latinhas em cima de uma mesa, e Jimmy e Johnny avançaram nelas.

– Chegou quem faltava, enfim! – Matt se levantou e passou o braço pelo meu ombro, naquele estilo camarada – Esse aqui é o Brian. Como se você não soubesse...


A garota sorriu e caminhou até mim. Foi quando ela tirou os óculos Ray Ban, e eu vi seus olhos. Não eram lentes de contato. Não eram roxos.


Eram verdes. E pior.


Eram um espelho perfeito dos olhos do cara ao meu lado.


Realmente, como se ela não soubesse quem eu era! E não estou falando da banda. A garota à minha frente não era Amethyst, embora eu a tenha conhecido com esse nome. Ali, ela se chamava...


– Annabeth. Prazer – ela estendeu a mão para me cumprimentar, dando um sorriso que só eu percebi que era cínico. Filha-da-mãe!

– Essa é aquela minha irmã de quem eu falei, cara – Shadows exibia aquele sorriso “estou mega feliz” que o deixava com cara de retardado.

– Ah, claro. Prazer. Brian Haner. – me forcei a sorrir, e ela retribuiu, desdenhosa.


Observei os dois. Havia pouquíssima semelhança entre eles. Os cabelos dela eram castanho-aloirados, os dele eram escuros. A pele dele era mais clara e coberta de tattoos, enquanto a dela era um pouco mais californiana e imaculada. As covinhas de Matt, aquela porcaria que fazia 99% das garotas quase morrerem de ataque histérico, apareciam até quando ele estava sério; as dela só davam o ar da graça nos sorrisos mais largos ou nas risadas mais espontâneas. Eu sabia bem daquilo. Mas os olhos... Eram iguais.


A única parte do corpo daquela garota que ela conseguira manter escondida de mim era a única que no fundo importava.


A minha stripper é a irmã do Matthew.


Puta que pariu.


Aquilo era algo eu nunca ia imaginar.


– Matt, eu tenho que resolver algumas coisas, você se importa se eu deixar vocês, crianças, sozinhos? – ela perguntou, sorrindo.

– Sou mais velho que você, lembra? – ele sorriu de volta e por um vago instante eles pareceram absurdamente parecidos, com seus Ray-Ban e camisetas xadrez.

– Mas eu sempre tive mais cérebro. Vou indo. Tchau, rapazes – ela se despediu com um aceno e foi em direção a um Mustang preto e antigo do outro lado da rua.


Fez-se um silêncio incomum entre nós, até que Johnny começou a rir, algo entre tímido e malicioso.


– Ela é bonita, então!

– Na verdade, eu diria que ela é gost... – Zacky emendou, empolgado

– Porra, qual parte do “ela é minha irmã” você não entenderam? E você, Baker, eu esperava esse comentário do Brian! – Matt me indicou com a cabeça

– Hey! - protestei

– É, você não era defensor da teoria de que não podemos comer a mãe dos colegas de banda? – perguntou Jimmy, rindo

– Puta que pariu, certas coisas você não precisa compartilhar com a gente, grandão – protestou Johnny, jogando uma latinha de cerveja em Jimmy, que desviou bem a tempo. A latinha explodiu na parede branca, manchando tudo ao redor

– Aaaaaaaaah, porra, desperdiçar cerveja já é sacanagem, né! – reclamou Zacky, apontando acusadoramente pra Johnny

– Pááára de reclamar, cara. Tem mais ali, é só pegar – comentei, rindo

– Se você se comportar, mamãe te compra mais depois, ok? – Jimmy não perdeu a oportunidade de zoar.

– Vão se foder, vocês todos. – o gordo resmungou, e eu ri com os outros, mas em minha cabeça havia uma sirene vermelha girando e chorando escandalosamente. Putz, eu precisava falar com Jimmy o que eu descobrira – Tô com fome – Zacky acrescentou e tive uma ideia

– Hey Jimmy, vamos pegar alguma coisa pra comer – sugeri, batendo no ombro dele. Jimmy me olhou estranho

– Por que eu tenho que ir junto? – ele fez uma careta que eu normalmente acharia engraçada, mas fechei a expressão

– Pra achar alguma coisa na cozinha do Matt. - tentei lançar um olhar significativo a ele

– Eu acho que ele vai te assediar, Jimmy, cuidado! – Johnny disse e saiu cerveja pelo nariz de Zacky

– Puta merda cara, depois dessa eu realmente vou à cozinha com o Brian, mas se eu gritar, vocês já sabem que tem que ir me ajudar!


Impaciente, entrei na casa, sendo seguido pela girafa sem cérebro que eu chamava de amigo, mais lesado que o normal. Quando chegamos à cozinha, me recostei na geladeira, cruzei os braços e olhei pra Jimmy. Ele piscou duas vezes e me encarou.


– Cara, você não tá tentando me seduzir não, né?

– Não – retruquei, sorrindo. Ele ia endoidar quando eu contasse.

– Então é melhor você sair da frente da geladeira pra gente achar qualquer coisa pra comer – ele sugeriu, e fiz o que ele pedia, ainda de braços cruzados, sorrindo e olhando pra ele.


Jimmy abriu a porta da geladeira e olhou pra dentro por alguns segundos, até finalmente perceber que eu ainda o encarava.


– Synyster, está começando a fazer jus a seu nome e ficando realmente sinistro. Que porra é essa de ficar me encarando com essa cara de doido? – Jimmy fechou a geladeira e cruzou os braços também

– Você não vai acreditar.

– Acreditar no quê?

– A irmã do Matt. - comecei

– É, ela é realmente gostosa – Jimmy comentou.

– Não, quer dizer, sim, mas não é isso.

– Então o qu...

Já começaram a se agarrar? – berrou Zacky lá da garagem, sua voz nasalada parecendo ainda mais aguda

– Vá se foder, seu gordo! – retruquei. Ah, como eu adorava o Zacky.

– E então, o que é? – Jimmy agora parecia atento e muito curioso

Ô Brian, a Val disse que tem lasanha no congelador, coloca umas duas no forno! – Matt gritou

– Tá bom! – gritei de volta – Jimmy, pega a porcaria dessas lasanhas aí antes que eu tenha um troço pra te dizer o que eu quero te dizer.

– Tá, eu coloco – disse Jimmy, pegando as malditas embalagens no congelador, tirando-as da caixa e jogando-as de qualquer jeito numa vasilha, antes de fechar o forno com estrondo – Mas eu juro que se eu virar pra trás e você me pedir em casamento eu aceito, hein. – ele virou-se, e eu, bem, não o pedi em casamento

– Aliviado?

– Decepcionado – ele riu, abestadamente – Agora diz.

– Lembra o meu bloqueio? Musical?

– Sim...

– E o que fiz da outra vez pra acabar com esse bloqueio?

– Sim...

– E o que foi?

– Uma stripper.

– E lembra que eu não sabia o nome dela? – ri de antecipação

– Sim. – Jimmy arregalava os olhos, como quem quer logo saber aonde eu queria chegar

– Agora eu sei. – eu devia estar com um sorriso muito idiota na cara

– Como?

– Ela é a irmã do Matt.


Um silêncio estarrecedor se instalou entre nós, e enquanto eu lutava contra o riso, Jimmy me olhava feito um pateta, com a boca aberta, os braços caídos inertes ao lado do corpo. Não me segurei e comecei a rir.


– O quê que você fumou, Brian? Seja o que for, o negócio é forte, hein? – foi a única frase que ele conseguiu formular

– Eu tô falando sério, Jimmy, é ela.

– Mas como poderia ser ela, Synyster? – Jimmy não estava mais incrédulo, e sim... Descrente.

– Eu sei que é ela, eu conheço cada parte do corpo dela! - afirmei

– Então como você não sacou que ela irmã do Matt antes? – Jimmy não parecia muito convencido

– Como eu ia saber, cara? Eu nunca associaria aquela garota ao Shadows! Eles são totalmente diferentes!

– É... Nisso você tem razão. Mas tem uma coisa.

– Os olhos.

– É. São bem parecidos.

– A única coisa da minha stripper que eu nunca vi!

– Por causa das lentes rosas – completou Jimmy, ainda meio relutante

– Roxas, Jimmy, roxas. E é ela sim.

– Brian, amigo, você tá delirando. Vou falar com os caras pra te dar uma folga com esse negócio do álbum e...

– Não, Jimmy, porra! Eu tenho certeza. Amethyst e Annabeth são a mesma pessoa. – encarei Jimmy e ele me olhou de volta.


Nas últimas duas semanas, o processo de gravação ficou ainda mais lento. Enquanto Jimmy e Matt compunham mais músicas, eu ainda estava agarrado nas mesmas, cada vez mais puto da vida e sem inspiração. Até consegui arranhar alguma coisa pra completar Almost Easy, mas não ficou tão bom. Um silêncio ainda mais profundo que anterior tomou conta da cozinha, e por fim Jimmy suspirou.


– Ok. Eu acredito em você. Parece absurdo, mas eu acredito em você. – ele deu um sorriso

– Ótimo – sorri, convencido. Sabia que ele acreditaria – Em breve vou provar pra você.

– Como?

– Ainda não sei – admiti, revirando os olhos, pensativo - mas vou dar um jeito.

– Boa sorte, amigão – Jimmy bateu no meu ombro amigavelmente.


Saímos da cozinha e eu me senti como quem tira um peso dos ombros, até que me lembrei de um detalhe: se Amethyst estava ali, em HB, quer dizer que ela tinha deixado de ser stripper. De repente, toda a euforia de tê-la encontrado e de ter descoberto sua identidade foi embora, e comecei a pesar outros contras.


Primeiro: ela é irmã do Matt. IRMÃ DO MATT. Isso já é perigo o suficiente.


Segundo: o clima entre nós dois não estava... Bem... Muito amigável da última vez que nós nos vimos.


Terceiro: mesmo que, por algum tipo de milagre, eu conseguisse fazer com que ela não quisesse mais minha cabeça fora do corpo, como nós iríamos fazer isso sem que ninguém desconfiasse de que havia alguma coisa acontecendo entre nós? Afinal, ela era irmã da Matt. IRMÃ DO MATT, CARA.


Suspirei. Não ia adiantar de nada. Ao invés de me salvar, aquela garota ia ser minha perdição – de novo. Porque se eu não pudesse ter Amethyst, eu ia querer ter Annabeth mais uma vez.


Mais uma vez... Afinal, quem era a garota por quem eu tinha...


– E aí, cadê? – Zacky perguntou quando chegamos à garagem

– Cadê o quê, criatura?

– Como assim, cadê o quê? A comida! – a voz de Zacky subiu uma oitava e ficou desagradavelmente irritante

– Ih cara, esquecemos! – Jimmy colocou as mãos na cabeça, fazendo drama – Oh meu Deus, e agora?

– Sai da frente, né! – Zacky disse, irritado. É só falar de comida que ele se mexe, o desgraçado. Rimos um pouco e Matt limpou a garganta.

– Digam aí... O que acharam da Annabeth? – perguntou ele, meio ansioso

– Ela parece legal – disse Johnny, abrindo outra cerveja – Eu esperava uma versão feminina sua, sabe Matt? Uma grandalhona forte e com voz grossa, mas me enganei. – eu ri da piada

– Ela não parece sua irmã – comentei, e Jimmy engasgou com a cerveja, rindo da minha cara. Olhei feio pra ele.

– É, ela é mais bonita – concordou Jimmy

EU NÃO ACREDITO! VOCÊS DEIXARAM A LASANHA QUEIMAR! – Zacky berrou da cozinha - QUE PORRA VOCÊS VIERAM FAZER AQUI? EU TÔ FALANDO QUE ESSES DOIS SÃO GAYS E NINGUÉM TÁ ME OUVINDO!

– Matt, pede uma pizza antes que o Zacky roube seu cargo de vocalista, porque os gritos dele estão brutos hein – Johnny comentou e nós todos rimos. O cara tava inspirado naquele dia, hein.


Tentei deixar um pouco a questão em volta de Amethyst de lado. Pelo menos ela estava ali; já era um começo. A ideia, porém, dominou minha cabeça, e mesmo rindo e zoando com meus amigos, ainda fiquei divagando sobre ela.


Talvez se eu conquistasse Annabeth...


Não. Aquela não era uma opção. Annabeth provavelmente me odiava. Se havia uma coisa que Amethyst deixava transparecer de si mesma – no caso, de Annabeth, agora que eu sabia - era a raiva que ela sentia por estar minimizada a tirar a roupa para estranhos. Eu fui o responsável por, aos poucos, tirar esse fardo dela... Fazê-la gostar daquilo, se divertir.


Só que as coisas fugiram dos meus planos de apenas usá-la para dançar e tirar a roupa para eu compor, e quando me dei conta o que eu mais queria era ter aquela garota na minha cama. Quando isso aconteceu, porém, decepcionei-a. Bem, ela sabia com que estava lidando. Sou uma estrela do rock, não é anormal que isso aconteça.


Mas o que havia ali não era normal. Eu não conversava com outras strippers, groupies, vadias e prostitutas que passaram pela minha cama como eu conversava com ela. Nem com minha ex-namorada era daquela forma. Eu não dormia ao lado de garotas sem ter transado com elas antes.


Fugindo do sentimental – afinal, não sou sentimental -, foi bom o que aconteceu. Não dava pra continuar indo até San Diego todo fim de semana. Havia o álbum, havia a banda, havia os shows, havia... Michelle. Se bem que, pouco tempo depois, entramos – quer dizer, ela entrou – em crise; terminamos, voltamos, terminamos e desde então ficamos naquele “volta-não-volta”. Eu chamaria de “amizade colorida”, mas não havia nada de colorido, e o que havia entre nós não era necessariamente amizade. Era mais... Necessidade.

Fingi que ia deixar tudo pra lá, mas a ideia me perseguiu. De verdade.


Na madrugada desse mesmo dia, uma mensagem de texto me acordou. Pensei que era Jimmy ou Zacky falando alguma gracinha, ou Michelle marcando um encontro ou algo assim. Mas quando peguei o celular, o conteúdo da mensagem me surpreendeu. E muito.


A mensagem trazia um número desconhecido, e do lado dizia “Sexta, 23h. JFI”.


JFI. Just Fire It.


Sorri pra mim mesmo. Aquilo só podia ser um sinal. Eu não acreditava nesse tipo de coisa, mas só podia ser. E aquilo significava que Annabeth ainda era Amethyst, e agora eu talvez tivesse uma chance de ter minha inspiração de volta.


O dias se passaram de forma absurdamente lenta, e a ideia de ver Amethyst novamente ia me consumindo lentamente. Jimmy ameaçou me bater duas vezes, e fiquei mais que puto da vida quando ele apareceu com mais uma música no estúdio. Estava praticamente pronta, não daria muito trabalho, então caímos em cima dela. Os outros caras acharam lindo, e a merda da música era realmente boa, mas o que aquele cara tinha na cabeça? Ele só podia estar querendo me enlouquecer.


Na verdade, a música era incrível. Como diabos eu não consigo achar um solo pra ela? E o estúdio cheio de violinistas - por mais que tivesse adorado a ideia – era a última coisa da qual eu precisava. Mas, bem, Afterlife precisava, e eu faria aquilo pela música, porque caralho, era realmente muito boa.


De qualquer forma, quando finalmente sexta chegou, recusei todos os convites que me foram feitos de sair: aquele era o meu dia. Meu e de Amethyst.


O endereço da mensagem me levou a um lugar meio afastado da cidade, mais longe da praia. O local era bem disfarçado e não escapava nenhum som de lá de dentro. Entrei e me deparei com uma recepção vagamente familiar. Lá dentro, porém, era outra história. A boate estava bemdiferente. Meio errante, caminhei por um tapete que levava a três caminhos. Escolhei o do meio, por ser o maior. Felizmente acertei, e quando passei pela cortina, me vi em um lugar lotado de homens que pareciam agitados. Pouco provável que alguma deles estivesse mais agitado que eu....


Não tive tempo de analisar tudo direito, pois a música ambiente parou e um spot de luz foi jogada no segundo andar, e uma vez se fez ouvir. Segui o som e avistei uma mulher. Todos ficaram em silêncio, aguardando.


– Senhores, sejam bem-vindos. Essa é uma noite exclusiva; apenas os indivíduos mais importantes estão aqui. Amanhã será a estreia oficial do mais novo estabelecimento do Just Fire It, e esperamos que os senhores sejam generosos ao trazer amigos, para que estes se tornem tão importantes quanto vocês. – a moça sorriu e começou a descer as escadas.


Ela devia ter minha idade, por aí. Tinha cabelos negros presos num coque, seus olhos eram escuros, e estava vestida de forma provocante, mas discreta. Descia as escadas sem dificuldade, apesar dos saltos altíssimos.


– Meu nome é Agate, e vocês me encontram ali – ela apontou uma porta meio escondida, perto de uma escada obscura – É lá que vocês poderão entrar em contato comigo. Lamento informar que são apenas nove as garotas que temos disponíveis para momentos particulares, a as conhecerão em breve. Aqueles que não conseguirem, não se decepcionem. As Black Garnets – ela apontou para cima, onde um grupo de dez, doze garotas vestidas de preto estavam debruçadas na sacada – estão aqui para entretê-los também, e estou certa de que ficarão satisfeitos com elas. À esquerda daqui, você encontrarão o bar, onde encontrarão as Crystals e o homem da casa, A. – lembrei-me que aquele A era o sujeito que me havia recomendado o lugar. Eu devia uma ao cara. – À direita, temos uma área apropriada para shows para grupos particulares, com despedidas de solteiro.


Houve uma breve comemoração do lado dos homens mais jovens, que deviam ter minha idade. Estavam bem vestidos, mas nem de longe pareciam tão ricos como outros engravatados que enchiam o lugar.


– Espero que estejam bem servidos, senhores. Hoje, por ser um dia especial, começaremos direto com uma apresentação de todas as garotas. A cada semana cada uma delas terá um número particular para que vocês a conheçam melhor. Por hoje, e também amanhã, o que os senhores precisam saber é que aqui na casa, nós temos... – ela fez um breve sinal e de repente pessoas começaram a se levantar da plateia e a se despir. Dei-me conta de que eram as strippers, disfarçadas de clientes o tempo inteiro, vestindo ternos e usando chapéus.


Eu tinha uma pequena noção de quem tinha sido aquela ideia.


– Sapphire! – alguns gritaram quando uma moça loira de olhos muito azuis revelava a lingerie da mesma cor dos olhos – Emerald! – uma morena de cabelos castanhos muito cacheados sorriu para a plateia, os olhos verdes faiscando – Ruby! – aquela eu não conhecia; a outra Ruby era mais baixa e mais magra, mas essa era mais bonita, com feições fortes e os perigosos olhos vermelhos – Onyx! – as lentes negras não funcionavam bem nos olhos daquela garota de cabelos curtos, portanto seus olhos eram de um cinza desbotado interessante – Amethyst! – prestei bastante atenção quando Annabeth passou os olhos, agora roxos, pelo salão, enquanto afrouxava o nó da gravata e subia no palco – Pearl e Black Pearl! – as gêmeas, uma loura e uma morena, caminharam juntas, os assovios aumentando – Jade! – mais uma que não conhecia, uma ruiva de olhos cor de jade que poderiam muito bem ser naturais – e Amber! – uma baixinha com olhos âmbar soprou beijos para os homens, que deliraram; também me era desconhecida. – E agora senhores, fiquem com o número da noite.


As luzes diminuíram e a versão do Muse para “Feeling Good”, começou a tocar. A garota chamada Ruby ficou com o mastro principal, que emitia uma luz vermelha. Ao seu redor, duas garotas ocupavam os outros poles, enquanto as seis restantes se espalhavam pelo palco e nas escadas. Durante os dois minutos e meio de música – pouquíssimo tempo, pro meu gosto – ela se revezaram no pole central, exibindo-se uma de cada vez. Os gritos tomaram o lugar e algumas notas foram lançadas. Mal a músicas acabou e muitos homens se levantaram e foram à porta. Instintivamente, fiz o mesmo.


Não foi fácil, pra ser sincero. Os lances mais altos foram nas gêmeas (ah, almas pervertidas), mas Amethyst também foi bem disputada. Se alguém ali me reconheceu, não deu sinal de tê-lo feito. De qualquer forma, consegui. A tal de Agate me entregou um cartão com indiferença e indiciou a escada que deveria subir, de forma semelhante à que Diamond fizera da primeira vez que coloquei os pés ali.


Cheguei a uma sala que tinha “Amethyst” escrito de roxo na porta negra brilhante, passei o cartão na fechadura e entrei. O lugar tinha um palco redondo no meio, uma grande placa redonda e luminosa. A luz branca permitiu que eu enxergasse que os sofás em volta do palco eram roxos. Sentei em um deles e me acomodei, esperando. Logo em seguida, a porta se abriu, e eu encarei a garota que estava parada ali.


Acredito que sua expressão tenha sido muito, mas muito semelhante à minha quando a vi na garagem de Matt.


– O que faz aqui? – ela praticamente rosnou para mim, adentrando a sala e subindo no palco de costas, raiva transbordando de seu olhar

– Paguei por algo mais particular – sorri, sacana. Ela agarrou o pole com os braços e as pernas.

Como soube?

– Ouviu o que sua nova chefe disse. Sou alguém importante. – eu estava adorando aquilo – E então... Como prefere ser chamada? – brinquei

– Prefiro ser chamada pelo que me chamam aqui.

– Ok, então Amethyst será. Mas Annabeth é um nome muito bonito, embora eu goste do seu codinome.

– Oh sim, você é um sujeito que gosta de codinomes, Synyster Gates. – ela deu ênfase no meu nome de palco

– Jamais omiti meu nome. Sempre soube que Brian Haner e Synyster Gates são apenas formas diferentes de se dirigir a mim.

– Pode ter razão, mas omitiu... Aliás, mentiu sobre muitas coisas.

– Nunca te obriguei a nada.

– Só a dançar pra você.

– Sua chefe fez isso.

– Não teria feito se você não tivesse pedido.

– Pedido ou comprado?


Ela não respondeu. Ao invés disso, bateu palmas e “Rock You Like a Hurricane” começou a tocar. Desejei ter levado minha guitarra. Ela dançou de costas para mim durante o silêncio que se instalou entre nós.


– Você mudou. Está mais bonita. – comentei, quando ela jogou o corpo para cima e subiu até o topo.

– Poupe seu fôlego, pois eu preciso do meu – ela retrucou, enganchando uma única perna no pole e descendo rapidamente de cabeça para baixo.

– Melhorou também – comentei, observando seu cenho franzido, insatisfeita com o elogio, enquanto ela apoiava as duas mãos no chão e abria as pernas no ar, antes de girar, agarrar o pole com as pernas novamente, soltar-se e rolar pelo chão. Os movimentos dela eram tão leves e sutis que ela sequer parecia se esforçar para executá-los. Passando as mãos pelo corpo, ficou de pé e colou as costas na barra, me encarando.

– O que você quer? – virou de frente para o pole, segurou-o com uma mão e girou algumas vezes, jogando o cabelo, antes e parar, ir até o chão e segurar-se com as duas mãos na barra, impulsionando as pernas para cima e agarrando o metal – Eu fiz uma pergunta.

– Sim- disse, abobado. Tinha esquecido como ela era impressionante. Limpei a garganta – Você sabe o que eu quero.

– Para ter a audácia de vir aqui, a única coisa que acho que você quer é um soco na cara – ela retrucou, rude

– Quero que você dance e tire a roupa para mim. – fui direto

– Já estou fazendo isso, seu idiota – ela desceu do palco e veio lentamente até mim

– Haha, você continua engraçada, por outro lado. – disse, surpreso com a atitude dela

– E você continua metido.

– Faz parte do meu charme, você sabe disso – sorri, mas ela não retribuiu - Vamos lá, sei que você está com saudade de mim. Quando foi a última vez que me viu? – ela jogou uma perna em meu colo

– Ano passado. – ela retrucou. Estranhei, e pensar estava começando a ficar difícil com aquela garota tirando o colete transparente bem em cima de mim, passando a mão pela perna

– Mas...

– Eu fui ao show de vocês em San Diego. – ela retrucou, perto de meu ouvido

– Não falei? Sente minha falta. – tentei tocar seu rosto, ao passo que Amethyst desviou

– Fui obrigada a ir.

– Sei. – o assunto “show” lembrou-me de algo que estava louco para perguntar para ela - Agora, me responda uma coisa. Quando te entreguei a música... Como diabos você não reconheceu voz do seu próprio irmão? Ou será que você sabia o tempo todo que eu estava na mesma banda que ele? - Ela ficou muito séria e, quando tentei encostar em sua perna, ela girou e se afastou de mim

– Eu nunca soube que Matt cantava, ok? Além disso, eu não o via há, sei lá, cinco, seis anos, daí pra mais. Não tinha como eu saber. Só fui descobrir bem depois de você ter agido como um filho-da-puta egoísta e me chamado de “puta qualquer”. – ela sorriu debochadamente, e desviei os olhos ao lembrar o fatídico episódio que ela citara - Não é irônico saber que você disse isso justamente para o Matthew, Brian? O que meu irmãozinho ia achar se descobrisse que você me achou dessa forma?

– Não sei. O que seu irmãozinho, que de “zinho” não tem nada, à propósito, ia achar se soubesse que você é profissional em strip-tease? – retruquei

– Talvez eu pergunte a ele quando disser que foi você o responsável por eu ter me tornado profissional nisso. - Como se confirmasse sua frase, Amethyst tirou a saia e jogou-a com violência em minha direção.

– De qualquer forma... Não interessa o que você diz. Quero você dançando pra mim novamente, assim eu escrevo meu álbum e todos ficam felizes.

– Todos?

– Pelo menos a banda, os fãs e a crítica ficam – dei de ombros, sorrindo de lado. Ela abanou a cabeça, devolvendo o sorriso

– Não vai conseguir o que quer.

– Claro que vou.

– Não, pois não vai conseguir me pegar. – ela disse, ao começar a descer do alto da barra se segurando apenas pelas mãos, o corpo girando pendurado lentamente em volta da barra metálica

– Está duvidando da minha capacidade? –perguntei, seguindo seus movimentos até quando parou, na metade do pole, para jogar as pernas mais acima e ficar mais longe do solo.

– Não. Estou afirmando que você não tem essa capacidade. – riu, firmando as mãos atrás do corpo para agarrar o cano de metal e soltando as pernas, enquanto encostava as costas na barra, ficando de cabeça para baixo.

– Assim você fere os meus sentimentos – baixei a voz, num tom provocativo – Achei que com o tempo tivesse aprendido que consigo o que quero. – ela pareceu abalada por alguns instantes, o que me fez sorrir. Subiu o tronco e se segurou pelas pernas e pelas mãos, subindo até o ponto mais alto, de costas. Girou, jogou o corpo para trás, novamente de ponta-cabeça, agora de frente para mim, de uma forma que apenas seus joelhos me segurassem ali, e segurou o cabelo para fora dos olhos.

– Então tente – desafiou, no mesmo instante em que relaxava os joelhos e deslizava rapidamente para o chão, sem dar sinal de que usaria as mãos para aparar a queda. Nem pensei duas vezes. Levantei do sofá e subi de joelhos no palco, estendendo os braços, com medo de literalmente não conseguir pegá-la.


Mas ela não caiu. Ao invés disso, largou os cabelos num milésimo de segundo e se segurou, a cabeça a trinta centímetros do chão, o cabelo roçando em minhas mãos estendidas. Ela sorriu, soltou as pernas do pole, abriu-as no ar, dobrou os joelhos e os recolheu junto ao corpo, girando rapidamente e subindo, ficando de pé.


Foi quando eu percebi que algo estava errado. A cor da iluminação do palco mudara de branca para vermelha, e a música parara de tocar. Olhando-me de cima com os olhos púrpura, ainda com o sorrisinho no rosto, ela disse:


– Até mais, Sr. Haner. Uma pena que sua uma hora tão pouco tempo – abaixou-se e sussurrou em meu ouvido. – Está vendo a luz vermelha? É sinal de que tem um brutamonte da largura de você e Matt juntos, chegando em alguns segundos, porque você ousou subir no palco e ativar o sensor.

– Sen...

– Essa coisa aqui – ela bateu de leve no chão - foi projetada para detectar quando há mais de uma pessoa no palco. E ele – ela indicou a porta que se abria naquele momento – foi projetado para arrancar a pessoa extra daqui.


Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, uma mão gigantesca me agarrou pelo pescoço. Virei a tempo de tentar socar o infeliz que me agredia, e acertei. O sujeito era enorme, tinha a cara gorda e não ficou nada feliz em tomar uma porrada no nariz, então fez questão de revidar, socando meu estômago sem dificuldade. Dobrei-me para frente, ainda de pé, a dor invadindo meu corpo e me deixando sem ar. Consegui acertar o joelho dele com o pé esquerdo, o que não facilitou pra mim, uma vez que isso só deixou o segurança com mais raiva, acertando meu rosto com um belo soco. O sangue começou a escorrer e senti minha visão ficar turva, o olho inchando quase de imediato. Consegui ainda acertar outro soco no rosto do segurança e uma cotovelada em sua têmpora, mas o cara segurou meus braços para trás, torcendo-os e me arrastando para fora da sala, enquanto Amethyst (ou Annabeth, eu já não sabia mais) ria cruelmente.


O grandalhão me puxou até a escada por onde eu tinha chegado e quase me jogou escada abaixo; depois, me levou até uma porta que dava para um beco escuro, e praticamente me jogou na sarjeta. Berrei meia dúzia de maldições e ouvi a porta ser fechada. Escorei-me na parede, cuspindo sangue e pegando o celular, tentando observar meu reflexo na tela e avaliar o estrago. Meu olho estava melhor do que poderia imaginar, e dava pra enxergar bem o suficiente para eu ir sozinho para casa. Xinguei mais um pouco e jurei que Annabeth – sim, Annabeth, e não Amethyst – ia ser minha, ou meu nome não era Synsyter Gates (tá legal, meu nome não é Synyster Gates, eu sei, mas a frase tem mais efeito assim, ok?). Porque meu problema não era com a stripper, e sim com o maldito, teimoso e sexy alterego dela. Não era Amethyst quem tinha sido minha, e sim Annabeth. Agora eu percebia.


As coisas estavam chegando de um modo realmente fácil para mim naquela semana, porque quando puxei as chaves do carro e comecei a sair dali, a porta se abriu novamente e uma moça estendeu meio corpo para fora dela. Analise-a bem, e fiquei surpreso por constatar que se tratava de Agate, a tal substituta de Diamond. Ela sorriu para mim e disse:


– Sr. Haner, será que posso dar uma palavrinha com o senhor?




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Notas finais do capítulo

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se quiser ler a história como foi escrita, leia aqui: http://animespirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-idolos-avenged-sevenfold-play-with-fire-472947 e deixe um review também, me deixaria MUITO feliz.
desculpe estar sendo meio repentina, mas e a pressa, guys!
kisses!



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