Já era final de ano,

E que ano, meus 17 foram perfeitos, mas nada se compararia ao que iria vir. Eu já estava me preparando para a viajem, imaginem só, para Londres o meu sonho de adolescência  se realizando.

Quando eu era mais nova eu estudava muito o Inglês para que minha mãe me deixasse ir pra essa minha sonhada viajem. E se eu encontrasse os meninos? Eu precisava me comunicar, tinha medo de que eles não quisessem me conhecer porque eu não conseguiria me falar com eles, e essa é a minha ambição desde lá.

Minha puberdade toda eu esperei por esse momento, mas eu não sabia como reagir, eu iria para o lugar dos meus sonhos, a terra dos meus ídolos, que eu tanto amei nos meus 14 anos, fazer faculdade e ficar por lá pra sempre seria incrível! Não existia nada que pudesse me fazer infeliz naquele sábado ensolarado.

“Você tem que se alimentar bem, a viajem é cansativa e sei lá o que você vai passar a comer naquela cidade!”

Minha mãe não em deixava em paz, pra ela eu ainda era um bebê indefeso. Eu a intendia, deixar a sua filha mais nova ir embora era difícil, mas ela sabia que o meu futuro não era aqui.

O caminho inteiro para o aeroporto foi recheado de recomendações de como me cuidar numa cidade desconhecida, de como fazer minha própria comida, como arrumar minha cama, não sei como ela não colocou uma fralda na minha mala.

“Passaporte, visto e passagem senhorita.” Minha mãe já chorava.

No caminho para o avião me lembrava de toda minha vida do que eu estava fazendo, e de como aquilo era importante para minha vida.

Estava sentada na poltrona do avião e não podia me conter dentro de mim, sabia que nada iria ser igual daqui para frente, que minha vida estava trocando de rumo, meu destino estava sendo feito, eu estava o construindo e tudo iria ficar bem porque eu confiava em mim.