Rapunzel ficou toda feliz quando ouviu a palavra ‘’nós’’ isso significava que ela finalmente iria por seus pezinhos para fora daquela torre, após longos dezoito anos.

—Então eu vou trocar de roupa para irmos — Rapunzel toda animada disse.

—Como assim ‘’irmos’’? Quem disse que você vai?— Lola rapidamente disse.

—Mas... Mas eu pensei que...

—Deixe a menina ser feliz! Nós estamos indo atrás do motivo que você a deixou trancafiada aqui, acho mais do que justo que ela nos acompanhe-Regina disse, e com essas palavras acabou virando objeto de veneração de Rapunzel.

—Concordo com a tia Rê – Rapunzel disse alegremente.

—Ei! Que intimidade é essa? Não se empolga não garota, mais uma dessas e eu mesma te tranco em uma masmorra!

Rapunzel ficou corada, e olhou chateada para Lola.

—Tudo bem! Eu deixo você ir, mas você tem que me jurar que não vai sair de perto de mim, nem por um minuto!- Lola disse

—Tudo bem, eu prometo agora vamos logo! Espere um momento, eu vou ter que apoiar vocês duas para descer desta torre com o meu cabelo?

—Nossa! Não precisa nem de DNA para saber que esta menina é realmente sua filha, Lola! Lenta igual à mãe! Nós temos magia, acorda menina! Em um instalar de dedos chegaremos ao castelo do Rumplestiltskin.- Regina disse impaciente

—Ele tem um castelo?- Lola perguntou confusa.

—Nossa Lola! Você às vezes insulta minha inteligência! Sim, ele tem, ele tem poderes, sabe transformar palha em ouro, então obviamente não mora num quartinho dos fundos de uma casa de aluguel! Se liga mulher!

E realmente em um instalar de dedos Regina se locomoveu junto a Lola e a Rapunzel para as proximidades do castelo de Rumplestiltskin.

Já era anoitecer, e a fachada do castelo estava mais tenebrosa do que nunca. Ele era colossal, tinha torres e mais torres, o que causava certa náusea em Rapunzel, era como se fosse uma frota, enorme um dos maiores castelo que Lola já havia visto em toda sua vida.

Rapunzel por sua vez estava extasiada por outro lado, pelo simples fato de estar caminhando na grama, de estar respirando outros ares, e aparentemente ela era a única empolgada em estar indo ao castelo de Rumplestiltskin.

Rapunzel andava saltitando, tocava em tudo que via pela frente e até cantarolava.

—Menina, se você quer nos alarmar, sugiro que vá até a frente do castelo e grite! Estamos tentando entrar silenciosamente se você não notou! Agora me faça o favor de parar de se comportar como uma gazela, e se você realmente quer conhecer mais o mundo, do que apenas um castelo, que em instantes todas seremos mortas se você não parar de fazer barulho! —Regina furiosa disse.

—Ai! Tudo bem, eu vou tentar me conter, tudo é tão lindo, glamoroso, espetacular e divino! —Rapunzel dizia.

—Eu não devia ter deixado essa garota tanto tempo presa! Se comporte, e pare de ficar maravilhada, afinal estamos indo praticamente em direção a morte... Espera um pouco, aquilo é um guarda, ali na frente do castelo? —Lola perguntou.

—Aparentemente Rumplestiltskin é muquirana o suficiente para ter apenas um guarda, e ele não parece dos melhores, vejam ele esta... Não é possível ele está lendo um livro! Este deve ser o pior guarda que existe! – Regina disse sorrindo.

—Espere um pouco, eu conheço este guarda! Oh meu Deus! Flynn! Flynn é você meu amor! —Rapunzel começou a gritar, mas desta vez baixinho, para chamar a atenção de Flynn, mas não alto o suficiente para que alarmasse Rumplestiltskin.

Flynn desviou o olhar dos livros, e foi ver quem o estava chamando. Mas a esta altura Rapunzel já estava correndo em direção a ele.

—Rapunzel! Gata, o que você tá fazendo aqui, a essa hora da noite, peraí você saiu da torre?

—Flynn! —Rapunzel exclamou beijando-o — Eu que pergunto o que VOCÊ esta fazendo aqui, já que você supostamente é um dos guardas do palácio real de Heaven’s Land.

—Olha gata, o que eu ganho mal dá para comprar um cogumelo, então eu to fazendo uns bicos aqui e ali, e descolei esse trampo de guarda do castelo do Rumple-alguma coisa. Mas me diga o que você veio fazer aqui? Ver-me?— Flynn soltou um olhar galanteador para Rapunzel.

—Não! Eu vim acompanhar minha mãe e a minha tia, elas vieram acabar com o tio... Com o Rumplestiltskin, nada de mais.

—Ah sim! São aquelas duas ali atrás? A barra ta limpa, podem ir entrando, mas sugiro que seja pelas portas do fundo, porque pelos portões da frente iam dar muita bandeira.

Lola e Regina se aproximaram de Flynn quando viram que ele e Rapunzel estavam se beijando, Lola deu uma olhada para o jovem rapaz, que aparentava ser um ou dois anos mais velho que Rapunzel, usava uma roupa prateada de guarda, tinha um queixo comprido, olhos verdes penetrantes e um ligeiro cavanhaque.

—Uau! É com esse tipo de pessoa que você deixa sua filhar andar? Isso não importa, vamos, temos que entrar logo— Regina disse.

—Muito obrigada... Qual é o seu nome mesmo? Flynn! E nossa conversa não acaba aqui, nós temos assuntos sérios a tratar mais tarde moçinho! E você Rapunzel, entre o ruim e o pior escolho o ruim, fique aqui fora com este rapaz, enquanto eu e Regina entramos para tratar de alguns assuntos! E juízo vocês dois! — Lola disse.

—Pode deixar madame! Tá com Flynn, ta em boas mãos!— Flynn disse com mais um de seus sorrisos sedutores.

Lola receosa foi sendo arrastada por Regina até a parte dos fundos do castelo. Era uma parte um tanto quanto menos glamorosa do castelo. Era sombria, gelada, escura e feia, a cara do dono!

Elas subiram um lance de escadas, munidas de uma tocha para não tropeçarem e seus poderes, apenas isso, nada mais, nada menos. Chegando ao final das escadas havia uma porta de madeira entre aberta, e dessa brecha elas podiam observar Rumplestiltskin sentado em um banquinho de madeira, próximo a uma roda de madeira, muito semelhante a que Lola tinha quando ainda morava na masmorra do castelo de Leônidas. Ele estava sentado de costas para a porta, enquanto transformava palha em ouro. Era uma sala luxuosa e enorme, mobilhada com antiguidades.

Regina soltou um olhar para Lola que dizia ‘’ é à hora’’ mas antes que qualquer uma das duas pudesse fazer qualquer movimento Rumplestiltskin disse:

—Regina, Lola, que adorável surpresa! Eu estava esperando por vocês, até deixei a porta entre aberta, para que pudessem entrar. — Rumplestiltskin disse sem nem ao menos se virar da roda.

Regina chutou a porta e disse:

— Corte a palhaçada Rumples, você deve saber por que estamos aqui!

—De fato eu sei minha querida. — ele disse calmamente se virando para a direção das duas — Não precisa quebrar minha porta, eu já disse que estava aberta, talvez a convivência com Lola esteja afetando seus neurônios.

—Não fale assim de mim, seu miserável! — Lola disse, e levantou a mão para soltar um raio de poder em Rumplestiltskin, mas sua magia foi bloqueada, por um raio negro, que surpreendentemente não vinha de Rumplestiltskin, mas sim de outra pessoa.

—Dolores! Guarda seus poderes de meia tigela para si própria. — O Rei Leônidas disse, saindo de trás de uma estante.

—Leônidas! O que você faz aqui? — Lola atônita perguntou.

—Demorou, mas, finalmente eu lhe encontrei Dolores! Bom é uma longa história, e acho que nenhum de nós quatro estamos com pressa, não é mesmo Rumplestiltskin?

—Sim senhor! – Rumplestiltskin de uma meneira um tanto quanto mansa respondeu, causando espanto em Regina e Lola.

—Quando se é um rei e riqueza é sua maior virtude, certamente se faz de tudo para sempre ter mais e mais, não me entendam mal, mas a ganância sempre foi uma de minhas maiores virtudes. Eu sempre quis mais e mais, eu olhava para os céus e não me contentava e não ter aquelas estrelas que estavam lá em cima, eu sempre quis ter tudo, absolutamente, tudo. Certa vez ouvi algumas lendas sobre um ser místico e muito poderoso, que as pessoas desconheciam seu nome, mas apenas uma pessoa conhecia este nome, esta pessoa era você Regina, minha cara. – Leônidas disse apontando para Regina que estava parada perto da porta junto a Lola.

—Por isso você sempre teve certo interesse em manter nossa amizade, não é mesmo?- Regina disse.

—Mas é claro, convenhamos que você não é uma pessoa muito agradável de se socializar. Após alguns anos de amizade, e algumas taças de vinho com algumas substancias alucinógenas que a faziam falar mais do que você falaria em seu juízo perfeito. Descobri o nome deste tal ser mágico, Rumplestiltskin. E tudo isso apenas aprimorou minha tese de que havia uma adaga mística e mágica, que quem a possuísse, teria total e absoluto controle sobre ele. Rapidamente me prontifiquei de achar esta adaga, e devo admitir que não foi tão difícil com a ajuda de meus guardas. Quando eu finalmente a encontrei, sabiamente a usei, ordenando que este homem deplorável, fosse meu escravo para sempre, eu teria tudo o que eu desejasse todas as riquezas e ouros possíveis, pois eu nunca estava satisfeito! Era o plano perfeito, a não ser por um pequeno detalhe, sua existência Dolores!

—A minha?- Lola perplexa perguntou.

— Quando eu descobri por meio de Regina, sob o efeito de meu ‘’vinho batizado’’ que ela possuía uma irmã, fruto de um trato com Rumplestiltskin, tratei de tê-la por perto de mim, para não deixar que Regina a encontrasse, e juntas pudessem acabar com minha fonte de riquezas: Rumplestiltkin. Eu sabia dos problemas financeiros do seu ‘’pai’’, e a desculpa perfeita foi falar perto dele que eu precisava de uma garota para salvar meu reino da falência, transformando palha em ouro. Mas é claro que ele topou, e você conhece o resto da história, eu tinha tudo sob controle, se não fosse pelo fato de Rumplestiltskin e sua fome por acordos, tivesse á abordado, Dolores, naquela noite na masmorra! Quando eu descobri que você também tinha um trato com ele, fiquei louco com a possibilidade de que você tomasse minha ‘’ galinha dos ovos de ouro’’, sem ofensas Rumple, de mim, e tratei de lhe expulsar do reino! Mas eu não contava que você e Regina iriam se unir contra Rumplestiltskin e arruinar todos os meus planos! — Leônidas quase espumava enquanto falava— Vocês não irão tirar os poderes de Rumplestiltskin e arruinar toda a minha fonte de renda inesgotável.

Rumplestiltskin ficava de cabeça baixa enquanto ouvia ‘’ seu mestre falar’’

—Eu sempre soube que você não passava de nada! Você apenas é um REI NADA! Olhe o que sua ganância fez com você, você arruinou minha vida, de minha filha e a pior de todas, a de Lars, seu filho. — Lola tentou soltar mais um raio de poder em Leônidas, mas foi impedida por uma luz negra que saia das mãos de Leônidas.

Lola acabou sendo amarrada na parede, com uma corda invisível, feita pelos poderes de Leônidas.

—Não me cause problemas! Fique quietinha ai, Lars nunca foi ambicioso como eu, o coitado nem imagina que eu tenho poderes, graças a minha dominação por Rumplestiltskin e nem imagina as coisas horríveis que sou capaz de fazer por poder. — Leônidas ria alto.

—Você esta satisfeito? Mas é claro que não, você quer tudo, e não passa de um monte de nada, um homem fraco, mas com poderes, aprisionando outra pessoa para ter seus desejos atendidos. — Regina disse, e quando foi tentar usar seu poder contra Leônidas, foi amarrada na parede junto a Lola.

—Você só quer brincar de rei, e nem ao menos sabe o que é isso! Você não tem honra para poder usar uma coroa! Aliais a onde esta sua coroa, você é um rei nada, seu coração é tão duro quanto ouro, e no final das contas você não terá nada, tudo ira desmoronar, e sua coroa ira quebrar, e você ira apontar o dedo, mas não terá ninguém a sua volta, pois você ira perder tudo e a todos com sua ganância! Todos os bens que você desperdiça todas as coisas que você buscou você ira perder tudo isso, por sua ganância. – Lola dizia.

—Eu quero tudo, e não me importo como! E vocês irão pagar o meu preço, perdendo a vida inútil de vocês!- Leônidas levantou a mão para soltar mais uma bola de feitiço sobre Lola e Regina.

Enquanto Lola e Regina se preparavam para seu fim, a boca de Leônidas começou a sangrar, e quando elas viram, havia uma adaga atravessada na barriga de Leônidas.

— E isto é por você ter tudo e não me dar um salário decente! – Flynn disse, após enfiar a adaga nas costas de Leônidas.

Leônidas caiu no chão e rapidamente virou poeira, e poeira se desintegrou e virou nada, como se nunca estivesse existido.

Lola e Regina caíram da parede, e quando olharam para trás uma nuvem preta cobria o lugar a onde Rumplestiltskin estava sentado, quando a nuvem baixou no lugar de Rumplestilskin havia um homem caído no chão, que se não fosse por algumas semelhanças não lembraria a fera que antes ali habitava.

Rumplestiltskin foi se levantando devagar, ele tinha uma pele normal, como a de qualquer ser humano, e cabelos lisos um pouco grandes, mas nem tanto para um homem.

Ele olhou para Flynn, que estava com Rapunzel ao seu lado e o abraçou.

—Muito obrigado Flynn! Você me livrou desta terrível maldição, eu sabia que não foi à toa que o contratei para ser meu guarda, agora me diga, a onde você achou esta adaga?

—Bom, um dia eu estava com fome, e foi cortar um pedaço de queijo para comer, e achei-a perto de uma de suas estantes, achei que você não iria se incomodar se eu a pegasse para mim, eu só usava ela pra cortar comida, eu juro! Ela tinha seu nome escrito nela e tudo. De nada eu acho. —Flynn disse.

—Há muitos anos, o Rei Leônidas se apossou desta adaga, e me aprisionou neste corpo escamoso que eu tinha. Eu era obrigado a ceder todos os seus desejos, e para manter meu poder eu tinha que realizar acordos com as pessoas. Por isso Regina, eu havia tomado sua irmã quando nasceu. Mas agora eu estou livre desta maldição, e vocês duas também não tem mais poderes e posso viver minha vida. Muito obrigado Flynn! – Rumplestiltskin não parava de abraçá-lo.

—Ei! Vou ficar com ciúmes em! – Rapunzel disse e todos riram.

Lola olhou para Rapunzel e disse:

—Filha, temos que ir, temos algo muito importante para fazer!

— O que é agora, mãe?

—Tenho que fazer algo que eu já devia ter feito há muitos anos atrás! Ir atrás de meu amado Lars, seu pai. - Lola disse indo em direção a porta, e Regina, Rapunzel, Rumple e Flynn a acompanharam.

—Nós iremos fazer isto, mas juntos! —Regina disse, abraçando Lola.