As Duas Faces De Johanna escrita por Lina Pond


Capítulo 16
Epílogo.




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O castigo que Panem vive todos os dias não é a morte. A morte ainda é fácil em tais circunstâncias. Muitos que hoje vivem, preferiam a morte. O castigo que carregamos é o de ter que deixar as pessoas que amamos. É o de vê-los ir em direção à morte. Querer sobreviver não é um desejo ruim. Mas quando pra sobreviver você precisa tirar a vida de outras pessoas, é a coisa mais detestável que existe. Pensar que aquelas pessoas também tem amor. Aquelas pessoas também deixaram uma família que só queria que eles voltassem para o jantar. Pensar que nós somos apenas crianças que ainda tem medo do escuro. Crianças jogadas aos leões. Os leões não são os carreiristas ou os bestantes. Os leões fazem parte da Capital. Usam ternos, vão em festas, aplaudem os vencedores no final. Nós vivemos num inferno que não montamos. Nós não fizemos a revolução. Nós não pegamos nossas armas, não cuspimos no governo, não nos denominamos melhores. Nós não desafiamos a Capital. Mas talvez essa seja a hora. Talvez esse seja o motivo. Talvez os jogos fossem feitos pra que nos preparássemos pra terminar o serviço. E é em meio a tantas dúvidas que nossos corações, que tinham tudo pra serem endurecidos, foram fortificados. E é aqui que o destino para. A próxima peça, a próxima decisão. É nosso dever continuar de onde eles pararam. É nossa obrigação trazer a paz. A esperança. A única coisa mais forte que o medo. Não importa qual vai ser seu papel. Não importa qual vai ser seu dever. Nessa guerra todos são importantes. E aqui começa a verdadeira revolução. A revolução que vai mostrar que Panem não acha as mortes divertidas, que nossas crianças não devem pagar pelos nossos erros que sequer foram erros de verdade. Foram acertos. Nossos corações hoje queimam, não em busca de vingança, mas em busca de justiça. É hora de mostrar pra Capital que nós somos capazes. Que, mesmo sem querer, eles nos treinaram pra isso. É hora de mostrar que nós não temos donos.


A luz do sol já adentrava os cubos. A contagem já havia começado. Eu estava pronta. Vinte e quatro tributos estavam lá, metade deles pronto pra dar sua vida pra salvar quem salvaria Panem. Eu era um deles. E que começasse o 3º Massacre Quartenário. E que começasse a revolução.



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Notas finais do capítulo

E acabou. Meu coração está na mão. Eu amei escrever sobre a Johanna e amei ler cada comentário de quem acompanhou essa história comigo. Eu vou continuar escrevendo e prometo que logo vocês vão ter mais Johanna. Obrigado a cada um que me aguentou nesse tempo. Se isso fosse um livro, meus agradecimentos seriam principalmente pra vocês. E pra Johanna, por me inspirar tanto. Por ser a minha heroína. Minha favorita.