Dois Caminhos, Um Só Destino escrita por LEvans, Cella Black


Capítulo 18
Capítulo 17 - Dê tempo ao tempo!


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que muitos não devem nem lembrar dos últimos acontecimentos dessa fanfic, mas... voltamos. 'Destino finalmente sairá do hiatus. Não falarei muita coisa, só esperamos que gostem do cap. Nos vemos nas notas finais!
Boa leitura!



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“If I can't have you right now I'll wait, dear

(se eu não posso te ter agora, eu esperarei, querida)

Sometimes I get so tense

Às vezes fico tão tenso)

But I can't speed up the time

(Mas não posso acelerar o tempo)

But you know, love, there's one more thing to consider”

(Mas você sabe, amor, existe mais uma coisa a se considerar)

Patience – Guns N’ Roses

Viviane não esperava ser tão bem recepcionada no Caldeirão Furado. Não que ela pensasse que os funcionários da hospedaria fossem arrogantes ou algo do tipo. Na verdade, aquilo nada tinha a ver com quem trabalhava ali, e sim com quem freqüentava. Obviamente, a movimentação era constante, devido ao acesso que o lugar proporcionava ao Beco Diagonal, mas a batedora não imaginava que iria causar um alvoroço assim que colocasse os pés no local.

Avistou uma parte d’O Profeta Diário nas mãos de uma mulher, então se lembrou da entrevista que havia dado a Gina.

Quanto tempo passara sem dar autógrafos? Uma, duas, três semanas? Não se lembrava bem da última vez que o fizera. Talvez fosse por que aquilo se tornara algo comum no seu dia a dia, ou talvez porque não estava em Gales, não sabia ao certo. Mas se surpreendeu ao perceber que sentira falta daquilo. Viviane adorava saber que era motivo de sorrisos das crianças – que, assim como ela, eram amadoras assíduas de Quadribol- apenas por assinar um pedaço de pergaminho, lenço ou livros do esporte bruxo, por mais que fosse a um curto espaço de tempo.

–Muito bem, crianças, deixem a Keller respirar, sim? –Falou Ana Abbott, a proprietário do Caldeirão Furado, sorrindo amigavelmente para as crianças saltitantes ao redor de Viviane.

–Está tudo bem. Esse é o último. –Respondeu a morena, sorrindo acanhada. Sempre aceitou o fato de ser facilmente sensibilizada por crianças. Viviane entregou um livro para um dos meninos sorridentes ao seu redor e o observou a felicidade estampada nos rosto dos mesmos enquanto corriam ao encontro de seus responsáveis. –Eles são adoráveis.

–Sim. Hã, acho que você não vai querer dar atenção para fãs um pouco mais... velhos, não é? –Indagou a loira, chamando atenção de Viviane em direção ao bar, onde alguns homens bebiam e a olhavam de um modo que deixava bem claro que queriam bem mais que um autógrafo.

–Apesar de não me afetarem nem um pouco, acho melhor não.

–Claro.

Viviane sorriu-lhe agradecida e arrumou uma mecha do próprio cabelo negro atrás da orelha esquerda.

–Soube que está na casa dos Weasley, junto com Gina. Frequentamos juntas Hogwarts, sabia? Eu estava um ano à frente, mas ela sempre foi bem popular e muito gentil com Neville, meu namorado. –Declarou Ana, recolhendo alguns copos de mesas perto de onde se encontravam e mandando-os para a cozinha com um simples aceno de sua varinha.

–Ah, mesmo?

–Uhuum. Você vai para o Beco Diagonal?

Viviane levantou as sobrancelhas diante da pergunta, lembrando subitamente do porquê de estar ali.

–Não. Na verdade, vim ver meu amigo. O de ontem, lembra?

–Oh, sim, sei. –Respondeu ela, rapidamente, lembrando-se de David inconsciente sendo carregado por Gui Weasley com a ajuda de Viviane. - É claro. Geralmente eu não deixo que subam para os quartos sem que os hospedes permitam mas... Bem, ele ainda não tomou café...

–Eu levo. –Falou Viviane. – Não será problema nenhum. Você pode arrumar uma bandeja?

Ana não demorou muito na cozinha, o que fez Viviane se aliviar. Estava preocupada com o amigo e enojada com alguns bruxos que lhe olhavam, provavelmente bêbados e que possivelmente estavam ali desde o dia anterior.

Subiu as escadas estreitas da hospedaria até chegar ao corredor que o quarto de David se encontrava, sendo seguida por uma bandeja flutuante com café bem forte e suco de abóbora. Hesitou antes de bater na porta com medo de que o amigo ainda estivesse dormindo, mas rapidamente ouviu passos vindos do outro lado, provando-lhe o contrário.

Quando a porta foi aberta, o primeiro pensamento que Viviane teve foi de que nunca havia visto David tão mal daquela maneira. Seus cabelos encaracolados estavam bagunçados, a barba por fazer, sua roupa – a mesma da noite anterior- amassada e, no rosto, o roxo proveniente do soco que levara de Harry. Provavelmente estaria bem pior se Viviane e Gui não tivessem cuidado dele horas atrás.

–Você está horrível. – Disse Viviane, nem um pouco incomodada por ter sido sincera.

–Isso me faz sentir muito melhor. – Respondeu David, irônico. –O que está fazendo aqui?

–Vim ver meu amigo recém alcoólatra. –Praguejou a morena, não esperando a licença dele para adentrar no quarto e fechar a porta atrás de si. –Trouxe o seu café da manhã.

–Estou sem fome. – Revelou David, sentando-se na beirada da cama no meio do quarto.

–Eu não perguntei nada. Até porque, acho melhor você comer, a não ser que queira continuar com essa dor de cabeça infernal que eu tenho certeza que você está sentindo.

David levantou o olhar do chão e a encarou sério, para logo depois soltar um suspiro e passar as mãos por seus cabelos. Viviane tinha razão. Sua cabeça estava estourando.

–Tem tônico para ressacas no suco de abóbora, se te interessa. –Completou a morena, de braços cruzados. Sabia que a quantidade que colocara na água que ela dera a ele na noite passada não era o suficiente para aliviar sua dor de cabeça.

Em silêncio, o medibruxo se levantou e parou em frente à bandeja flutuante, pegando o copo de suco de abóbora para beber o líquido em seu interior. Viviane sorriu satisfeita, acompanhando as ações do amigo.

–Estou me sentindo péssimo. –Disse ele, quando bebeu todo o suco e largou o copo de volta na bandeja, voltando a se sentar na cama. Os olhos de Viviane ainda vidrados em cada ação sua.

–A dor de cabeça já vai passar.

–Não estou falando da dor de cabeça, Viviane. Fui chutado pela mulher que eu queria estar e, ainda por cima, levei um soco do idiota do Harry Potter. –Exclamou frustrado.

–Isso não teria acontecido se você não tivesse bebido. O soco, quero dizer. –Viviane o encarou. –Mas você deveria saber que se não fosse de Harry, o soco viria de Rony, ou de Gui, ou de todos os homens Weasley.

–Ela não pode ter feito isso comigo, Viviane. Gina está apenas confundindo uma paixonite de infância com...

–Gina não terminou com você por causa disso, David. E ela deixou isso bem claro, pelo que eu fiquei sabendo. – Falou Viviane, interrompendo-o ao mesmo tempo em que se levantava para ficar de frente para ele.

–Você é a favor de que ela fique com o Potter?

–Eu sou a favor da felicidade da Gina. Por Mérlim, esqueça Harry Potter!

Rapidamente, David se levantou também, o roxo em seu rosto parecendo mais vivo devido a sua expressão tensa.

–Eu quero conversar com ela. –Revelou e Viviane bufou.

–Mas você não vai. Escute, eu sinto muito pelo o que aconteceu, por Gina ter terminado com você, mas você deveria pensar nas suas ações antes de querer fazer alguma coisa. Ontem você foi rude com ela, quase a machucou. Acha mesmo que ela vai querer conversar agora?

–Foi um erro!

–Eu sei, e também acho que vocês devem conversar, mas não agora. Ela está magoada, e os Weasley não vão deixar você se quer se aproximar do jardim. –Viviane se aproximou dele e segurou uma de suas mãos. –Talvez seja melhor você voltar para Gales...

David bufou e riu com o nariz, soltando suas mãos das dela e virando-se de costas, encarando a paisagem além da janela ao lado da cama.

–Não posso. Transferi-me para o St. Mungus, Viviane. Vai levar bastante tempo até que eu possa me mudar novamente. E eu fiz tudo pensando nela...

Viviane ficou calada por um tempo, entendendo a dor do amigo. Podia sentir, olhando-o, o que ele estava sentindo. Podia imaginar o quão seria difícil para David dali pra frente. Por mais que às vezes deixasse Gina na mão, sabia que ele gostava dela. Viviane perdeu a conta de quantas vezes presenciara brigas por causa do ciúme excessivo dele, mas também se lembrava de muitos momentos em que a ruiva se queixou do mesmo ter esquecido de ir em um jogo importante, data e até mesmo dos encontros de ambos.

–Gina teve os motivos dela... Ela... –Viviane respirou fundo, não sabendo mais o que dizer. Sabia que nenhuma palavra seria capaz de aplacar a dor interior de David. –Olhe... Se você precisar de algo, pode contar comigo. Me mande uma coruja.

O bruxo assentiu, mas parecia estar com o pensamento longe, olhando para o nada através da janela do quarto. Sabendo que queria ficar sozinho, Viviane deu as costas ao amigo, direcionando-se a porta por onde entrara.

–Voltarei nos próximos dias. –E, sem esperar que o amigo respondesse, saiu do quarto, deixando David e sua dor de cabeça para trás.

–XXXXX-

O sol estava a pino quando Rony e Harry seguiram até o apartamento de Hermione. Pelo menos, até o final daquele dia, o apartamento ainda pertenceria a ela.

Depois da breve confusão que ocorrera n’A Toca envolvendo David, Gina passava mais tempo em seu quarto do que em qualquer lugar de sua casa. Não estava triste, longe disso. Terminar com David, ainda que não tivesse sido como ela gostaria, aliviara-lhe a alma, quase como se estivesse submersa em um lago por horas e finalmente houvesse retornado a superfície. No entanto, pensar no ex-namorado lhe tirava o sono, pois sabia que ele não superaria o ocorrido tão rápido como ela o tinha feito. Além disso, os dias em seu novo trabalho estavam cada vez mais corriqueiros e cansativos. Segundo o Editor chefe d’O Profeta, suas primeiras matérias como Correspondente Sênior de Quadribol fora um sucesso, o que encheu seu peito de orgulho e felicidade. Assim, ela procurava dedicar-se cada vez mais ao seu espaço no jornal, resultando em uma Gina cansada no fim de cada dia e desejando nada além de uma boa noite de sono.

Apesar de admirar o empenho da amiga com o novo trabalho, Hermione e Viviane sabiam que as olheiras nos olhos da mesma iam além do cansaço. Portanto, Hermione resolvera adiantar sua saída de seu próprio apartamento. Achou que a mudança seria uma bela desculpa para animar Gina e fazê-la esquecer dos problemas com David, além de saber que a ruiva amava sentir-se independente, por mais que houvesse voltado a morar com a mãe há pouco tempo.

Aproveitando a manhã bonita daquele sábado, Harry, Rony, Hermione e Gina estavam, naquele momento, empilhando as poucas coisas que a amiga levaria para o apartamento do noivo, onde permaneceria por tempo indeterminado.

–Droga, Mione. Não podemos usar magia para levar essas caixas? – Reclamou Rony, apontando para duas caixas perto do sofá da sala. Estava trajando roupas leves porque naquele dia o calor parecia não dar trégua. Mesmo assim, o ruivo tinha a costa ensopada e o rosto vermelho devido ao suor.

Harry, que se encontrava agora sentado no sofá tentando chamar a atenção de Bichento, estava da mesma maneira.

–Eu já disse 10 vezes que não, Ron! O que você acha que os meus ex-vizinhos irão pensar caso vejam duas caixas flutuando pelas escadas? –Respondeu a garota, ajudando Gina a colocar alguns dos seus livros em outra caixa.

–O meu braço ainda dói...

–Deixe de ser mentiroso! –Tinha horas que, assustadoramente, Hermione fazia Rony lembrar-se dos gritos da mãe. –Já faz quase duas semanas... seu braço está em perfeito estado.

–Brilhante. Para evitar trabalhos futuros, a nossa casa será em um lugar povoado por bruxos, não por trouxas! –Disse Rony, batendo de leve no braço de Harry para que esse recuperasse as energias e o ajudasse a descer com as caixas para a portaria do prédio.

–Vamos logo. –Suspirou Harry, visivelmente tão cansado quanto o melhor amigo. Pegou uma caixa e acompanhou Rony.

–Coitados. Estão exaustos. –Falou Gina, fechando o que parecia ser a ultima caixa. – Eu também estou. Por favor, me diga que esses foram os últimos livros.

Hermione riu.

–Bem, você se importa se eu deixar alguns? Não são muitos, e eles estão ocupando uma prateleira no quarto menor. Juro que não precisará dela.

–Mione –Gina suspirou- eu não vou precisar de muitas coisas que ficarão aqui, pode apostar. É claro que não tem problema. Além do mais, o apartamento continuará sendo seu enquanto eu não pagar por ele.

–Não tenha pressa com o dinheiro. E não sinta como se você estivesse me expulsando daqui. Estou saindo porque quero, e também porque eu vivo no apartamento do seu irmão. Não tem sentido eu continuar permanecendo aqui enquanto você está louca pra ter o próprio canto. –Falou Hermione, sincera.

–Obrigada por isso. –Gina sorriu-lhe. Com um aceno da própria varinha, colocou a caixa cheia de livros perto de outra, que estava perto da porta por onde Harry e Rony haviam sumido. As duas últimas caixas.

–As últimas, graças a Deus. Harry e Rony ficarão aliviados. –Hermione viu Gina concordar. – Então, cadê a Viviane?

–Foi visitar o David. Ela tem feito muito isso nos últimos dias. –Falou Gina, sentando-se no sofá onde há minutos Harry estava.

–Ele está bem?

–Ele diz que sim, mas nem eu e nem a Viviane acreditamos nisso. E isso é tudo o que eu sei. Ane não me conta nada além disso.

Hermione suspirou e sentou-se ao lado da amiga, notando que essa estava visivelmente incomodada com a situação.

–Eu a entendo. Ela é amiga dele também, afinal. –Gina concordou com a cabeça e deixou a amiga continuar. – Não precisa ficar mal com isso, Gi. O que você fez foi o melhor para vocês dois. Sabe disso, não sabe?

–É, eu sei. Tudo o que eu quero é que ele siga a vida dele, assim como eu estou fazendo. Quero vê-lo feliz novamente.

–Sabe, às vezes sinto falto da Gina Weasley que conheci em Hogwarts. A Gina decidida e confiante, que não temia a ninguém e não deixava ser rebaixada pelos irmãos. –Hermione riu com a lembrança. – Eu adoro a mulher que você se tornou, mas quero ter a minha verdadeira amiga de volta.

–Mione...

–Sem lamentações. Parece que estamos trocando os papeis! Isso não está certo. –Embora houvesse uma pitada de divertimento na voz de Hermione, Gina sabia que ela falava sério. – Quero a Gina Weasley de volta em uma semana, ou eu juro que azaro você.

Gina riu e abraçou a amiga, que também ria.

–Porque você quer azarar a minha irmã, Mione? –Perguntou Rony, o qual acabara de entrar novamente no apartamento junto a Harry.

–Porque eu ameacei contar ao Departamento dos Aurores o seu amor platônico pela tia Muriel quando criança. Acho que o John iria adorar ver uma foto dela, não acha? –Respondeu Gina, olhando marota para o irmão.

–Oh-oh. –Exclamou Harry, rindo da cara de poucos amigos de Rony.

–Haha, muito engraçada.

Bichento, que até então estava entretido com uma bola velha perto da entrada da cozinha, miou alto quando Rony pisou sem querer no objeto ao andar para perto da noiva.

–Não se preocupe, amor. Eu não tenho ciúmes da tia Muriel. Podemos até convidá-la para o nosso casamento, o que acha? – Perguntou Hermione, divertindo-se com a cara emburrada do namorado. Puxou-o pela mão para perto de si e, antes de depositar um breve beijo em seus lábios, Gina já havia seguido para a cozinha.

Harry acompanhou a ruiva com os olhos, assim como havia feito durante toda aquela manhã. Logo depois, Hermione fez um sinal com as mãos por trás das costas de Rony, indicando que ele deveria segui-la. Era o que ele faria mesmo se a amiga não tivesse feito aquilo, pois desde que ela e Rony começaram a namorar, ele evitava atrapalhar os poucos momentos de paz que os amigos tinham quando não estavam brigando.

Com passos tão silenciosos quanto os de Bichento, Harry passou pelo gato para ir até a cozinha.

Não havia falado com Gina desde o curto momento no quarto da mesma. Durante esse tempo, Harry se perguntava se David voltara a procurá-la ou, baseando-se no gênio Weasley de Gina, ele às vezes se questionava se ela própria não havia ido tirar satisfação com o ex. Ex-namorado.

David era o ex-namorado de Gina, e aquilo fora o motivo dos sorrisos de Harry naquela semana. Por vezes, ele pegava-se lembrando do sorriso dela ao dizer que nunca sentira raiva dele. Quando não, o moreno repassava os poucos minutos que ela havia estado em volta de seus braços, dessa vez por livre e espontânea vontade, ainda que estivesse chorando.

Apesar dos pensamentos e da saudade que já invadira seu peito, Harry apenas veio vê-la naquela manhã. Ficara tão feliz quando Hermione lhe pedira ajuda que nem pensou duas vezes em dizer sim. Quando finalmente adentrou na cozinha, ele soube que nem mesmo as vezes que tivera que descer com caixas pesadas em seus braços o fizera se arrepender da resposta.

Encontrou a ruiva virada para o balcão, bebericando um copo de cerveja amanteigada que ele e Rony havia trago consigo. Parecia distraída quando se virou ao escutar seus passos. Instantaneamente, Harry sentiu o monstro em seu peito urrar de desejo e satisfação.

Gina estava linda.

Ela estava vestida com um short jeans surrado e uma blusa lisa preta que parecia ser tão velha quanto a peça de baixo. Os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo mal feito, e os pés estavam livres de qualquer sandália. O rosto vermelho pelo suor –assim como o de Rony- a deixava mais adorável ainda para os olhos de Harry. Deu-se conta que daquela maneira, vestida tão simples, era o modo que ele mais gostava de vê-la, pois aquilo o fazia lembrar-se tanto da sua Gina de 15 anos que a saudade chegava a fazer o seu coração se apertar.

–Essa foi, sem dúvida, a melhor coisa que você e o meu irmão fizeram hoje. –Disse Gina, quebrando o silêncio ao apontar para a garrafa de cerveja amanteigada. Harry riu e aproximou-se mais dela.

–Fico feliz com isso. Carregar os livros da Hermione não foi nada. Eles nem são muito pesados, na verdade. –Ironizou ele, ainda sorrindo. Convocou um copo de vidro e despejou um pouco de cerveja amanteigada ali.

Demorou um minuto para Gina voltar a falar. Enquanto isso, seus olhos o avaliavam tanto quanto os dele o fizeram naquela manhã.

–É sério! –Riu ela. A conversa que tivera com Hermione minutos atrás ainda viva em sua mente. – Com esse calor, não sei se conseguiria arrumar tudo sem essa cerveja amanteigada. Sou eternamente grata a ela!

Ambos riram com gosto.

–Vou me lembrar disso. –Avisou ele, antes de tomar mais um gole de sua bebida.

Gina lhe sorriu sincera e logo depois olhou para os próprios pés. Harry percebeu que ela estava incomodada com algo, mas resolveu não falar nada. Não a forçaria a nada.

As palavras sinceras de Molly Weasley vieram-lhe a mente sem aviso prévio, arrancando-lhe um sorriso, o qual Gina contemplou sem saber o motivo.

Tenho certeza que o tempo se encarregará de deixar tudo no lugar certo!”

–Obrigada. –Disse ela, por fim. – Por vir aqui hoje e me ajudar com a mudança. –Harry assentiu. – Sei que estão tendo problemas no Ministério e...

–Não me importo de ajudá-la, Gina. E como sabe que...?

–Você nunca foi muito bom em esconder problemas, Harry. – Interrompeu-lhe a ruiva, o olhando nos olhos. A distância entre ambos não era muito grande, mas nenhum deles parecia se importar.

–Espero que apenas você tenha notado isso.

–Não se preocupe. Não contarei a ninguém. –Gina riu. – Também queria lhe agradecer por você ter feito o que fez, naquele dia. Não pelo soco, claro. Mas pelo que me disse... é... você sabe.

Harry largou o copo em cima do balcão e, lentamente, ergueu a mão direita para arrumar uma mexa de cabelo ruivo para trás de sua orelha. Sua vontade era de agarrá-la ali mesmo e beijá-la pelo resto do dia. Mas não era o momento adequado. Não com Rony e Hermione há poucos passos dali. Não quando Gina acompanhava cada movimento seu com os olhos, como se temesse que o fizesse.

–Você está bem? –Perguntou ele. A mesma mão que mexera no cabelo dela, agora lhe acariciava na bochecha.

Gina entendeu que a pergunta ia muito além do que aparentava. Pensou nos seus dias cansativos no trabalho, na alegre companhia de Viviane e, por fim, nos momentos que tiveram ao lado de Harry, Rony e Hermione naquela manhã. Descobriu que estava melhor do que pensara.

–Sim. –Foi o que respondeu, olhando fixamente para os olhos do homem em sua frente. Ele ainda lhe tocava no rosto, mas a carícia era tão boa que ela nem pensou em reclamar ou se afastar, pois, de um modo estranho, sabia que Harry não faria nada além daquilo.

–Então não precisa agradecer. –Respondeu ele, afastando sua mão dela.

Mais uma vez, eles trocaram sorrisos sinceros.

–Harry? – Chamou Gina, quando ele começara a se afastar. – Acha que Almofadinhas continuará gostando de mim mesmo eu cheirando a pêlos de gato?

Além de alguns livros, Hermione também pedira à Gina para cuidar de Bichento, uma ver que o apartamento de Harry e Rony não parecia grande o suficiente para ele e um cão extremamente ciumento.

–Acho que, independente do seu cheiro, ele nunca vai deixar de gostar de você.

–Ainda bem. Hermione vai morar lá, então pretendo vê-lo com freqüência. – Gina sorriu-lhe. Se Harry ia responder, ela não soube, pois logo depois um Rony faminto e uma Hermione alegre adentraram a cozinha.

A ruiva suspirou e sentiu que, finalmente, sua vida estava tomando um novo rumo, do qual ela não sabia o que esperar, mas não temia nem um pouco. Apesar das incertezas, as belas companhias sempre a deixa confiante para qualquer situação. Portanto, Hermione tinha razão.

Era hora da velha Gina Weasley voltar.

–xxxxx-

Rony adentrou a sala sabendo exatamente que encontraria o amigo ali.

Mesmo sendo sábado e tendo seu corpo clamando por repouso após uma manhã cansativa com a mudança de Gina e Hermione, Harry estava debruçado sobre sua mesa, utilizando uma pena para escrever algo em uma folha de papel no Departamento de Aurores. O ruivo suspirou diante daquela visão. Como se não bastasse as missões que às vezes lhes ocupavam um final de semana inteiro e, aparentemente, um louco psicopata e chantagista lhes alfinetando, Rony parecia ter um amigo que não se contentava em trabalhar apenas no horário determinado.

–Qual é... É sábado à noite, cara. –Disse Rony, fechando a porta atrás de si. Harry, no entanto, nem direcionou o olhar ao amigo.

–Digo o mesmo. Não deveria estar com a Hermione? –Indagou a ele, ainda com os olhos em sua tarefa.

–Eu vou encontrá-la logo mais.

Rony puxou uma cadeira e se sentou em frente à mesa do amigo, apoiando os pés na mesma. Ele sabia que o amigo não gostava daquilo, mas tão pouco se importou.

–Olha, agora que Mione se mudou, tentem ser... discretos, ok?

–Não estou entendendo o que você está querendo dizer, colega. Ser discreto é o nosso lema, você sabe.

Harry levantou os olhos e encarou o amigo pela primeira vez desde que ele entrara em sua sala. Rony, no entanto, deu de ombros diante da expressão de deboche do auror.

–Eu agüento as brigas, já me acostumei com elas...

– Que bom.

–... mas não quero ter que dormir no sofá caso vocês errem de quarto. –Declarou Harry, molhando a ponta da pena na tinta.

–Muito engraçadinho. Eu sabia que essa carência ia te afetar, cara. Olha, porque você não pede ajuda ao John? Acho que ele poderia te ajudar nisso e...

–Cale a boca, Rony. –Murmurou, arrumando os óculos no rosto. –E tire esses malditos pés da minha mesa.

Rony riu satisfeito, fazendo o que o amigo dissera.

Nos últimos anos, Harry dedicara uma pequena parte de seus dias para zoar com os amigos. Embora os anos tivessem passado, as brigas continuavam sendo sem motivo, Rony ainda possuía seu lado grosseiro – sobretudo nos dias que chegavam exaustos do ministério- e o orgulho de Hermione persistia inabalável. E, agora, tinham as demonstrações de carinho que ambos utilizavam até demais, na opinião de Harry. Não que ele se incomodasse, mas todas as vezes que via os amigos fecharem a porta do quarto aos beijos, imagens nada apropriadas varriam sua mente. É claro que, com o passar do tempo, ele aprendeu a se acostumar com o romance dos dois, mas não perdia a oportunidade de se divertir com a cara envergonhada de Hermione toda vez que acordava e o encontrava na cozinha para o café da manhã.

–O que veio fazer aqui? –Indagou Harry, depois de um tempo.

–Eu tinha que chamá-lo para o jantar. Hermione mandou dizer que azararia você se não fosse comer com a gente na primeira noite como moradora oficial do nosso apartamento.

Harry sorriu. Tempos atrás, arrumaria qualquer desculpa para não ter que ingerir a comida nada saborosa da amiga. Mas, depois que ela fizera um curso de culinária trouxa junto a mãe, Hermione parecia ter pego jeito para a coisa.

–Eu já estou indo. Apenas tenho que terminar essa carta para Kingsley. –Falou ele, voltando a escrever.

–Kingsley? Algum problema? –Perguntou Rony, preocupado. Eles mantinham Kingsley informado dos casos do Departamento todo fim de mês, quando mandavam um relatório feito por algum deles, em geral pelo próprio Harry. A exceção era para os casos mais perigosos e sigilosos, ou quando apresentavam resquícios de ameaça, como as das cartas cujo remetente era desconhecido. Nesses, o Ministro ficava sabendo imediatamente. – Ele já sabe das cartas do nosso amiguinho.

–Não estou falando desse caso. Na verdade, é um projeto pessoal. –Informou Harry. –Lembra do meu plano envolvendo os Dementadores?

–O de acabar com eles? Claro que lembro.

–Quero levá-lo adiante.

–Ok... Você não podia fazer isso outro dia? No horário de trabalho, de preferência. –Disse Rony, inclinando-se para espiar o que o amigo escrevia.

Harry suspirou e largou a pena, encostando-se a sua cadeira. Acabar com os dementadores era seu desejo desde a época de Hogwarts. Eram seres desprezíveis, Sirius os odiava e ele também. Mas, o que o levou até ali naquela noite ia além do seu objetivo de extinguir as caveiras encapuzadas.

–Estou apenas... me distraindo. –Respondeu, passando as mãos por seus cabelos.

Rony franziu a testa. Demorou apenas um minuto até descobrir do que o amigo estava falando e evitando pensar.

–Dê um tempo a ela. –Disse o ruivo, não sabendo exatamente o que dizer. O papel de conselheiro amoroso era de Hermione.

–Eu estou, e isso ta acabando comigo. Hoje de manhã... Na cozinha, eu... –Harry respirou fundo, e fechou os olhos, como se estivesse retomando o controle. –Eu sou um idiota.

–Eu sei.

–Fui para a porcaria do treinamento de auror sem falar uma única palavra para ela, Rony. Ela foi embora, seis anos se passaram e, de repente, ela volta, só que com um idiota de namorado. Logo depois, ela termina com ele e tem esse maldito tempo.

–Eu disse que a carência ia acabar com você.

–Eu sei que tenho que esperar e respeitar essa porcaria de tempo, mas eu não paro de pensar nela. Toda vez que eu a encontro, tenho vontade de... a vontade que eu tenho é...

–Devo lembrar que você ta falando da minha irmã? Ela cresceu e tudo o mais, mas ela continua sendo a minha irmã caçula. –Interrompeu o ruivo, mais uma vez, e recebeu um olhar raivoso do amigo. – O que? Não quero saber seus desejos sexuais com a Gina.

Harry apoiou os cotovelos em sua mesa e passou a mãos por seu rosto. A verdade que ver Gina estava lhe servindo como teste de autocontrole. Seus sentimentos estavam confusos e, ao mesmo tempo, tão certos. O perfume floral parecia atingi-lo de uma forma que o monstro em seu interior – aquele desde a época de Hogwarts- rugia ensandecido, querendo estar cada vez mais perto da fonte ruiva. E, apesar das brincadeiras do amigo, Harry sabia que a carência sexual estava lhe afetando. O estresse no ministério costumava ser aliviado nas noites que passava com Jean. Porém, tudo havia mudado. A loira não queria vê-lo nem pintado de ouro, e seu coração, juntamente com seu corpo, desejavam outra pessoa.

Dormir também era um problema. Os sonhos eram povoados por ela. Gina. Com seu sorriso sedutor, seus cabelos rubros e brilhantes, sua pele alva e macia, suas curvas atraentes... Os banhos frios haviam se tornado freqüentes todas as manhãs.

Harry não era tolo. Sabia que estava apaixonado por ela. Sempre esteve. Desde a época de Hogwarts, durante os seis anos até aquele momento. Cada célula de seu corpo clamava por Gina Weasley. Porém, cinco letras o impediam de tentar algo além da amizade: tempo. Tempo que, até aquele momento, não passava de duas semanas, mas que, para ele, parecia uma eternidade. Maldito tempo! Se pudesse, faria uma magia para que as horas passassem mais rápido. Quanto tempo mais demoraria para ela deixar de se preocupar com David? Quando ela lhe daria uma oportunidade para expor seus sentimentos?

–Olha... Eu não entendo muito disso, é... Você sabe. Vocês voltaram a se falar, certo? Quer dizer, se ela não gostasse de você, nem olharia na sua cara. E hoje de manhã vocês me parecerem bem... hã... próximos. –Disse Rony, chamando a atenção do amigo. –Você sabe como são as mulheres. Eu sei que ela falou que não deu um pé na bunda no David por causa de você, mas cara... Eu... Eu não faço a mínima ideia do que estou falando.

Harry sorriu com a declaração do amigo.

–Tudo bem Rony. Obrigado.

–É um saco ser melhor amigo de um cara que está de quatro pela sua irmã, sabia?

–Não me diga!? –Falou Harry, irônico. – É um saco ter seus dois melhores amigos transando no quarto do lado também.

Rony revirou os olhos enquanto o amigo sorria e arrumava os papéis em cima de sua mesa.

–Sobre a sua irmã...

–Deveria chamá-la para o baile.

–Baile? –Perguntou Harry, franzido a testa.

–Do aniversário do Ministério, seu bundão. Todo ano, lembra?

Havia tantas coisas em sua cabeça que Harry nem sequer se lembrara da data que, todo ano, bruxos e bruxas funcionários do Ministério comemoravam o aniversário do mesmo com uma grandiosa festa. Não que ele gostasse de ter que arrumar vestes a rigor e tentar, sem sucesso, dar um jeito em seu cabelo. Nos últimos anos, só comparecera a pedido de Jean e por ter que receber chefes de Aurores de outros países.

–Havia me esquecido. –Falou, levantando-se e dando a volta por sua mesa. –Vamos. Amanhã falo com Kingsley. Hermione deve estar tendo uma crise.

–Não se preocupe. –Disse Rony, também se levantando e seguindo o amigo. –Eu falo pra ela que você estava desabafando sobre um admirador secreto que manda cartas de amor quase toda a semana e sobre seus desejos pervertidos para com a minha irmã.

–Lembra-se dos filhos de Aragogue? Acho que...

–Opa, opa. Não está mais aqui quem falou.

–xxxxx-

Não muito longe dali, Viviane acabara de se despedir de David. Ambos haviam passado o dia inteiro juntos, ora conversando, ora apenas desfrutando da companhia um do outro. O medibruxo sabia que se não fosse pelas visitas da jogadora de quadribol, seus dias seriam bem mais difíceis do que estavam sendo. O incidente com Gina, gerado por sua embriaguez ainda estava recente e, portanto, ainda o feria por dentro.

Contudo, apesar de saber que a ruiva não estava muito feliz com o seu ultimo reencontro com David, Viviane sabia que ela seria a qual sairia menos “afetada”. Portanto, não se importou de passar aquele sábado inteiro com o amigo, uma vez que muitos de seus últimos dias foram dedicados a Gina.

–Vai querer mais alguma coisa, Srta. Viviane? – A morena teve seus pensamentos interrompidos quando Ana, proprietária do Caldeirão Furado, veio a seu encontro.

–Só mais um copo de suco de abóbora, obrigada. –Respondeu Viviane, vendo os pratos que ela e David usaram no jantar saírem levitando em direção a cozinha. A “garçonete” sorriu meiga, e voltou a deixá-la sozinha.

Já era tarde, quase 19h da noite. As lojas do Beco Diagonal haviam fechado e, assim, a principal entrada para o Beco já se encontrava menos movimentada. Não havia muitas pessoas por ali.

Passando os olhos pelo local, Viviane apenas avistou um homem sentado em uma mesa afastada de onde ela própria se encontrava, concentrado na edição d’O Profeta Dirário daquele dia enquanto bebericava um copo de Cerveja Amenteigada. Em outra mesa, havia um grupo de 5 homens, os quais riam alto de algo idiota que um deles falava. No balcão, perto das bebidas, havia apenas dois caras que certamente deveriam ser hospedes assim como David. Por fim, Viviane classificava o Caldeirão Furado como um lugar não muito freqüentado por mulheres, mas extremamente organizado e limpo para um estabelecimento predominantemente “usado” por bruxos bêbados.

Pensou no que Carlinhos Weasley diria se estivesse ali com ela. Provavelmente soltaria alguma de suas piadas, ou compararia um daqueles bêbados com um dragão. Viviane riu sozinha com o pensamento. O ruivo tornara-se um grande amigo.

Estava tão distraída observando o local que nem ao menos notou o homem que acabara de entrar ali, muito menos viu o momento em que ele a avistou e deu um sorriso surpreso por encontrá-la ali.

–Aqui está o seu suco. – Disse Ana.

–Obrigada. –Viviane sorriu para ela e pegou o copo cheio do líquido laranja para beber enquanto via Ana afastar-se de si, mas o barulho do homem sentando na cadeira a sua frente a assustou. Foi por muito pouco que ela não deixara o copo cair ao reconhecer o bruxo em sua frente. Instantaneamente, a morena ficou pálida e suas pernas começaram a tremer.

–Admito, de todos os lugares em que estive nesses últimos anos, não esperava encontrar você aqui. Pelo o que eu me lembre, você não gostava muito de bêbados, não é? –Disse ele, sorrindo para ela como se estivesse diante de um pote cheio de galeões. –Como vai, Viviane?

Ela sentiu sua boca ficar amarga. O copo de suco em sua mão direita balançava de acordo com o tremor de seu corpo. Sua pernas pareciam tão pesada que ela duvidava conseguir sair correndo dali como assim o desejava. Sentiu-se um pouco segura com a distância que a mesa os impunha, embora não fosse o suficiente. Na verdade, Viviane odiava o fato de estar no mesmo local que aquele homem, independente da distância que os separava.

–O gato comeu sua língua? –Perguntou ele, diante do silêncio dela. Estava divertindo-se com o espanto da batedora e deleitando-se com a beleza que, embora ela estivesse mais velha desde a última vez que a vira, não a abandonara.

–S-sa-saia de perto de m-mim. –Respondeu Viviane, com a voz fraca. Quando finalmente conseguiu mover seu corpo, ela depositou o copo de suco de abobora na mesa, e preparou-se para levantar-se dali lentamente uma vez que não queria chamar atenção de ninguém ali presente.

Viviane não estava crendo no próprio azar. Encontrar aquele homem era algo que nunca desejava fazer. Não obstante, o destino não lhe fora generoso. Ele era o homem que povoada seus piores pesadelos, suas mais tristes lembranças. Vê-lo ali, em sua frente, sorrindo-lhe feito um leão prestes a morder sua presa era como se estivesse dentro de seu pior pesadelo.

–Ora, não seja mal educada. Porque não aceita conversar um pouco comigo?

–Não quero conversar com você. –Sua voz saíra tão afiada como uma faca.

–Não acredito... ainda sente raiva do que aconteceu no passado, não é? –Ele riu. – É errado guardar magoas das pessoas, sabia?

–O que você quer? – Viviane começou a afastar sua mão de cima da mesa, mas ele a segurou antes que pudesse pegar sua varinha dentro do bolso de seu casaco. O toque dele a fez estremecer.

–Conversar. Porque está com medo? Nunca fiz e nunca farei nada com você.

–Sua compaixão me dá nojo.

–Sempre com uma resposta pronta na língua, não é? Você não mudou muito, afinal.

–Está enganado. –Viviane podia sentir a raiva acumulada por anos fervilhar em seu interior. – Não sou mais a idiota que amava você. Hoje em dia eu te odeio. Odeio tanto que sou capaz de esmagar sua mão caso você não me soltar.

Ele riu novamente, segurando com um pouco de força a mão de Viviane contra a sua.

–Vamos lá... se me der sua palavra que não sairá correndo daqui, eu a soltarei. Quero apenas conversar...

–Vá a merda. –Viviane tentava a todo custo disfarçar o medo que sentia. – Me largue ou eu juro que gritarei.

–Tudo bem. Apenas me responda uma pergunta, sim? –Ele, com a outra mão livre, a acariciou no braço pelo qual a segurava. –Como ele está?

–Me solte.

–Eu só quero saber isso. Como ele está? Como vai o nosso filho?

Viviane podia sentir lágrimas escorrendo de seus olhos, embora não soubesse se elas eram pela raiva ou tristeza. Imagens do pior dia de sua vida passavam em sua mente, e cada uma delas eram como uma facada em seu peito, assim como as risadas do homem sua frente naquele momento.

–Me solte. – Ela voltou a dizer, dessa vez mais alto.

Em meio à raiva, nenhum dos dois notou quando outra pessoa se aproximou.

–Acho melhor fazer o que ela mandou, Ryron.


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Notas finais do capítulo

N/A: Oiee!! Primeiramente: Sim, o próximo capítulo continuará de onde este parou. E não, não demorará mais um ano para ser postado. E SIM, nós voltamos pessoal!!! Hiatus nunca mais!! UHUUU!! Aconteceu tantas coisas esse ano que se fossemos contar tudo a vocês, essa NA sairia maior que o cap shausa. Eu (Cella Black) quero dar alguns avisos:
1- Destino será nossa prioridade a partir de agora. Depois de finalizá-la, mais 2 fics Hinny virão, embora nenhum delas será tão grande quanto essa. Posterior a isso, me dedicarei a histórias Originais, com personagens totalmente meus.
2- Acreditem, umas 3 vezes no decorrer desse ano, eu peguei o computador e escrevi. A saudade era tanta que eu chegava a reler todos os caps dessa fic aqui postados. Escrevi uma One inteira em menos de duas horas! Sim, ela é hinny, mas não seii se um dia a postarei. Tem algumas coisas que guardamos para si, não é? SHAUSSHUA
3- Não espero muitas reviews ou recomendações com a postagem do cap 17. Sei que demoramos e, embora isso tenha tido um motivo muito importante, sei o quanto é chato esperar a atualização de uma fanfic.
Enfim... espero que gostem do capítulo! O próximo sairá em Janeiro!
TAVA MORRENDO DE SAUDADE DE FAZER UMA N/A! SHAUSHAUSA
Ta, parei. Feliz ano novo pessoal!
Beijoos



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