Atraídas Pela Morte escrita por Kuchiki Hiruno, Art4mis


Capítulo 12
A Verdadeira Fairy Tail


Notas iniciais do capítulo

Yooo minnaaa!! Que saudade de vocês!!Hiruno aqui !
Eu sei que ficamos muitoooo tempo sem postar, mas foi culpa do colégio! Eu e a lari só entramos de férias dia 17 e estamos a 3 dias escrevendo esse capitulo para vocês! Ficou beeemmmm grande !
Eu e lari pedimos mil desculpas !
Só não postamos mais rápido por que lari está sem internet e ela teve que escrever a parte dela toda pelo celular!
Enfim... boa leitura e espero que não tenham desistido da fic T...T
PS: O CAPITULO NÃO FOI REVISADO AINDA!



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O homem sentava na cadeira no centro da sala, como um rei em seu trono. Parecia pensar. Pensar na vida, em suas conquistas e próximos objetivos, quase como se arrumasse peças de xadrez em sua cabeça, fazendo cálculos e prevendo o movimento inimigo. Ele sempre conseguiu prever muito bem as atitudes dela. Séculos sentados juntos, desde crianças, rindo, planejando. Conhecia-a; mais do que qualquer coisa ou pessoa, ele a conhecera.

Chacoalhou a cabeça, tentando afastar aqueles pensamentos indesejados. Ele possuía um grande número de aliados, todos em seu comando, prontos para a luta a qualquer momento. Ele possuía maior força, maior poder, maior território, e tinha destruído duas das mais poderosas armas dela. Ele com certeza venceria, olharia em seus olhos bondosos enquanto a garota imploraria por sua vida.

E daria o golpe final – O golpe que lhe daria o mundo.

– Mestre – ouviu-se uma voz. Ultear estava de pé, ao lado da porta, olhando-o assustada. Ele se recompôs imediatamente, trazendo uma feição profissional, endurecendo novamente seu coração. Como não ouvira a mulher entrar?

Ultear fechou a porta e caminhou ansiosamente até ele, parecendo preocupada. Ele ergueu uma mão, cansado.

– Poupe-me – disse – trouxe notícias, espero.

– ...Sim, senhor. Acaba de chegar um relatório. Juvia Loxar sobreviveu ao ataque. Provavelmente reporta à ela neste momento, senhor.

O mago socou o braço da poltrona, irritado. Juvia Loxar era irritante em todos os aspectos, e agora voltava ao lado de sua inimiga – um problema.

– Mate os homens. Não preciso de escória em minha casa. É só isso?

– Não está preocupado, senhor? Todos os sinais apontam que ela começou a agir. Devemos imediatamente pensar num plano de aç-

O mago repentinamente estava bem na frente dela, e bofeteou-a com força no rosto. A mulher caiu sob o impacto, surpresa e humilhada.

– Não preciso de conselhos seus, Ultear – riu o homem – acha que ver meu rosto faz de você elitizada? Acha mesmo que preciso de você? Em qualquer segundo que eu deseje – ele pisou levemente no lugar onde tinha batido – eu posso destruí-la. Você não é nada para mim, nada além de uma arma. Estou sendo claro?

– S-sim, senhor. – gemeu a mulher, aterrorizada.

– Então ouça. Não há com o que se preocupar. A garota nunca conseguirá me destruir. Agora, saia e vá realizar a tarefa que mandei. Agora.

Ultear correu para a porta.

– Ultear? – pediu ele. Ela virou-se, assustada. – Torture um pouco os outros. Faça-os lembrar a quem devem servir.

Correndo, a mulher saiu antes que ele pudesse ver as lágrimas em seu rosto. Mas ele viu, e sorriu para si mesmo enquanto ouvia os soluços ecoarem pela escada. Nada, nada, nada eles eram. Apenas uma pessoa podia mexer com ele, podia acordar coisas que se mantinham bem escondidas.

Ele abriu uma página de seus livros cautelosamente escritos, e sorriu.

Por isso, a garota devia ser destruída.

(...)

Narrado por Gerard

Tanta coisa aconteceu em tão pouco tempo! Como isso é possível?

Mesmo com tanta coisa confusa acontecendo , eu estou muito feliz... meu Deus vou ser pai!! E a mãe do meu filho é a mulher da minha vida! Minha felicidade só não é maior porque .... bom, por que a situação não permite .

Estava deitado na cama com minha ruivinha ao meu lado. Por sorte ela estava virada para o lado oposto do meu e não podia ver minha expressão de preocupação ou meu olhar perdido- sempre fico assim quando estou muito pensativo .

Acariciei seu lindo cabelo escarlate com uma de minhas mãos e cheguei mais perto dela . Podia ouvir sua respiração, sim ela dormia tranquilamente, ou talvez nem tão tranquilamente assim, afinal ela descobriu que eu sou um mago e que trabalho para uma organização de assassinos.

Por mais que Erza ou as meninas queiram ver nosso trabalho como uma coisa “boa”, nós somos assassinos. Matamos pessoas , magos corrompidos, mas não deixam de ser pessoas .

Já matei muita gente ,mas não me orgulho disso. Se você nasce com poder magico, você tem que entrar para a Seven Black – ou melhor, rezar para entrar .

Só os bons magos entram na organização, por isso que “eles” passam anos treinando cada um dos candidatos , aplicando testes cruéis que testam cada um até o limite . Chega a ser ... desumano .

Quem passa em todos os testes é convidado a ingressar na Seven Black .Eu passei por tudo aquilo e hoje sou um mago rank –S .... um assassino rank –S ....

Tenho tanto medo que algo aconteça a minha ruivinha, ao nosso filho ... fico atordoado só de pensar .

Não estava conseguindo dormir, não estava conseguindo me desligar de tudo por algumas horas e permitir que o meu corpo e a minha mente tivessem seu merecido descanso , mas eu precisava descansar . Não podia lutar nas condições em que eu estou , não tem como proteger ninguém assim.

Resolvi descer para tomar água e tentar relaxar um pouco. Desci bem devagar para não acordar ninguém . Alguns minutos depois de eu ter chegado a cozinha , ouvi passos pela casa .

– Imaginei que estivesse com problemas para dormir, Lucy .- Disse antes que ela pudesse aparecer na cozinha .

–Como sabia que era eu ?- ela indagou confusa.

–Seu poder magico .- ela me olhou ainda confusa, então expliquei melhor- cada mago tem um poder magico diferente, se é uma pessoa que você conhece fica fácil de identificar pelo poder magico , entende?

–Acho que sim, tudo isso é muito confuso para mim ainda – respondeu ela com sinceridade .

– Eu entendo.

–E você? Por que não está dormindo?

–Você não é a única confusa ou incomodada com toda esta situação .

–Está preocupado com a Erza e com o bebê não é?

–Se algo acontecer a ele... eu nunca vou me perdoar .

–Gray me disse que você é forte , então não se preocupe ! Vai dar tudo certo e nem a Erza , nem o bebê vão se machucar.

– Esse “forte” é muito relativo. Existem magos bem mais fortes que eu ,Lucy. Mas não posso negar que eu não sou fraco, mesmo assim eu ...- parei de falar por alguns instantes .

–Você .... ?

–Pela primeira vez eu estou com medo – confessei .

–Sentir medo é normal! Eu estou morrendo de medo, mas quero seguir em frente .

–Claro que quer. Não existem coragem sem medo. Se alguém é corajoso é por que já sentiu medo antes .

–Você tem razão ...

–Pensou que era o Natsu não foi? Por isso hesitou em entrar ?- indaguei indo até a geladeira e enchendo outro como com água para Lucy .

–Sim, não quero vê –lo.

–E por quanto tempo você pretende se esconder dele?

–Não estou me escondendo!

–Está fazendo o que então?

–Ele matou os meus pais! Ele acabou com a minha vida! Por que você não entende o meu lado?

–Se sua vida tivesse acabado você não teria dito o que disse la na sala mais cedo, não estaria tão disposta a seguir em frente. Eu não posso dizer que entendo o seu lado Lucy ,pois nunca passei por uma situação parecida com a sua .Mas por que você não pode tentar entender o lado do Natsu também?

–Não quero entender um assassino!

–Não quer entender um assassino e está falando com um agora?

–Você não é um assassino , Gerard!

–Ah , sou sim Lucy. Garanto-lhe que já matei mais pessoas que o Natsu, Gray e Gajeel juntos.

– Isso é impossível! Você é gentil , educado, atencioso, carinhoso e ....

–Eu sou isso agora , Lucy. Eu não era assim antes.

–Mas...

–Eu era uma coisa que nenhum dos magos que estão aqui já foram. Eu fui uma pessoa muito maldosa , Lucy .

–Impossível você ter sido assim ... – disse ela incrédula

–Sim, mas eu fui e mudei. Conheci a Erza e ela colocou a minha vida de cabeça para baixo. Eu mudei por ela, eu mudei por mim . As pessoas mudam por amor, saiba Lucy? Natsu mudou muito desde que te conheceu.

–Gerard ...

–Ele mudou por que te ama, ele mudou por que queria ser alguém melhor para você Lucy , tente reconhecer isso! Não é todo mundo que faz uma coisa dessas.

–Ele matou os meus pais... ele mentiu para mim!!!

–Não Lucy, ele nem se quer tocou em seus pais. Natsu ficou responsável por matar você e não o fez! Ele não conseguiu fazer.

–Mas ele foi cumplice , ele arquitetou .. ele...

–Ele se arrepende de cada segundo, tenha certeza. Diga-me Lucy, você nunca quis uma segunda chance? Você nunca fez algo errado e se arrependeu amargamente depois? Você nunca pediu o perdão de alguém ?

–Sim, claro mas...

–Então tente entender nem que seja um pouco o Natsu e pare de agir como se você fosse a única vitima aqui. – Não queria se grosso, mas precisava falar isso para ela.

–Gajeel falou que todos estão em perigo por minha causa...

–Não, todos estão em perigo por que o Natsu não quis mata-la e escolheu ama-la ao invés disso - Lucy arregalou os olhos. Lagrimas começaram a escorrer por sua face – Não estou falando isso para você chorar, estou falando isso para tentar abrir seus olhos. Sei que você ama o Natsu e pode apostar que talvez você nunca ame alguém como você o ama. Ele escolheu te proteger e vai continua fazendo isso mesmo que você o odeie para sempre. Lucy, vai mesmo deixar tudo isso escorrer entre seus dedos?

–Por que ninguém entende o meu lado? Por que eu é que tenho que levantar a cabeça e fingir que nada aconteceu? Por que só eu tenho que entender o lado deles? POR QUE?

–Imagino o quanto deve ser difícil , Lucy ..

–Não, você nem tem ideia! Eu perdi as pessoas que eu mais amava no mundo! Eu perdi .. eu .. eu... perdi ..- Lucy começou a chorar novamente . Não gosto de ver nenhuma mulher chorando, meu coração dói , não sei explicar ... Cheguei mais perto dela e a abracei .

–Lucy, você deve estar muito cansada , suba e tente dormir nem que seja um pouco . Não podemos fazer mais nada agora , apenas descansar e nos preparar para amanhã .

–Eu.. vou tentar . – Lucy afastou-se de mim e começou a andar em direção da porta- Obrigada pela conversa Gerard !

–Sempre que precisar desabafar estarei aqui.- disse tentando conforta-la .Lucy deu um sorriso e subiu as escadas . Fiz o mesmo em seguida , voltando para a cama pertinho da minha ruiva .

Narrado por Gerard OFF

Todos saíram, Gajeel apoiando Levy, que ainda não estava completamente recuperada. Juvia andava com segurança, mas os meninos olhavam sempre para os lados, atentos à qualquer ameaça.

Gray ia à frente com Juvia – o que esta parecia adorar, visto que irrompia de tempo em tempo em crises de “Gray-sama está acompanhando Juvia! Gray-sama um dia irá acompanhar Juvia quando forem marido e mulher!” ou “Gray-sama!!! Não olhe para as pernas daquela moça!” irrompendo uma pobre cidadã em uma bolha de água até esta desmaiar -, seguidos por Gajeel e Levy, Erza, Gerárd e Lucy, com Mirajane, Freed e Natsu fechando o cortejo.

Natsu parecia triste – sentia falta da loira, que andava a frente dele, evitando contato a mais que o essencial com os garotos que arquitetaram o fim de seus pais. Sentia saudade da praia, do dia que se conheceram, de uma Lucy despreocupada, segura, feliz em seus braços. Queria mais do que tudo ser normal, ser um entregador de sushi com um carro só com um nome só que não precisava matar pessoas ou ter um cabelo rosa ou se encher de chamas. Na verdade, queria sua família de volta também, ver seus pais, seu pai estranhíssimo e misterioso e quente, abraçar sua irmã. Queria não ter feito tudo àquilo com a vida de todo mundo, como se tudo em que tocasse virasse cinzas (literalmente).

E estava sendo um idiota, choramingando à toa. Passado era passado. Voltou-se ao objetivo - seguir Juvia para... o que quer que seu destino lhe reservasse.

O grupo caminhou durante longo tempo, parando de vez muitas vezes, batendo-se um nos outros, para checar se estavam sendo seguidos.

Uma hora e meia hora depois, o primeiro ataque aconteceu. Eles apareceram por trás das árvores, mas os magos se recuperaram rápido, contra-atacando e defendendo as meninas. Juvia e Gray uniam seus poderes para destruir seus inimigos, Natsu queimava tudo que via – inclusive um terço da floresta em que estavam e quase alguns aliados – com Freed e Gerárd e Gajeel mais atrás, protegendo as garotas de qualquer coisa que chegasse perto demais, ajudados pelas runas de Freed, que criavam uma barreira entre elas e a luta.

Um pouco depois, os últimos atacantes caíram. Os meninos comeram – Lucy e Mira olhando enojadas para a “comida” de Gajeel e Natsu – e seguiram viagem sem mais ameaças até chegarem à um determinado local da selva, onde um coelho pulava animado por entre as folhagens.

– Chegamos – disse Juvia animada. Todos olharam abismados, sem entender, e a maga sorriu, falando uma série de palavras em língua desconhecida, os olhos vidrados em uma espécie de transe. Todos olharam surpresos, mas não havia volta daquele ponto – nem os meninos, altamente treinados, saberiam se deslocar de volta para o fim do que parecia ser um enorme labirinto.

Juvia pareceu voltar à si. Chamou-os, seguindo o coelho para de uma clareira.

Ao pisar no local, eles viram. Uma construção gigantesca, mais ainda acolhedora, estava diante deles. Fadas voavam ao lado do grande logo, em que se lia “Fairy Tail” em letras garrafais. A mansão, em tons de branco, bege e dourado, parecia mais um santuário. Todos encararam, boquiabertos, inclusive a própria Juvia, que inspirou profundamente o cheiro de lavanda e ar puro, e disse com um suspiro “estou em casa”.

Então olhou para eles, como se tivesse acabado de se lembrar de seus deveres, e sorriu.

– Venham, a Mestra vai querer conhecê-los.

E eles a seguiram para dentro. No piso de mármore liam-se instruções, algumas acolhedoras, outras inidentificáveis, lembrando-lhes magia antiga. Grandes escadas, parecidas com a da Seven Black, levavam aos andares onde pessoas riam e brincavam. Traziam bebidas e faziam piadas, os risos altos, a barulheira muita; e brigavam também, mas nunca pareciam se dividir. Era como se todo o lugar, todas as pessoas, fossem uma só família.

– Ela deve estar na biblioteca – a maga abriu uma das várias portas no andar de baixo, no aposento amplo abaixo das escadas, e deu um passo para o lado de modo que todos pudessem entrar.

Obviamente o cômodo era encantado, a menos que houvesse uma maneira de possuir uma mansão dentro de uma mansão – parecia uma grande casa, mas não havia nada além de livros. Tudo estava completamente quieto, a não ser pelo som das pessoas abrindo livros e tirando-os de suas estantes. Milhões de títulos estavam ali presentes, sem nenhum tipo de organização óbvia, com livros espalhados pelo piso de mármore, onde pessoas se deitavam para ler ou pesquisar. Altas estantes impediam a completa visão do ambiente.

– Meu deus – suspirou Levy – vamos mesmo morar aqui?

– Pare com isso – riu Gajeel – quem você acha que é, a Bela daquele conto infantil bizarro?

– Não é bizarro! É o meu favorito! Aposto que deve ter uma versão dele aqui em algum lugar...

Gajeel revirou os olhos. Juvia fez sinal para que todos tirassem os sapatos e assim fizeram, deixando-os na porta da biblioteca, e todos a seguiram, tentando ao máximo não tropeçar ou cair em títulos robustos.

Encontraram uma garota em uma das estantes no fundo. Ao contrário deles, ela pulava por entre os livros, os pés sem fazer ruído algum, como se estivesse flutuando – como se fosse uma das fadas brincalhonas ao lado do grande logo. Parecia estar pesquisando à séculos, visto que quase não haviam mais livros nas estantes; Todos estavam aos pés dela, junto à vários cadernos completamente escritos com uma caligrafia perfeita.

– Mestra, desculpe interrompê-la – disse Juvia educadamente; a garota, que parecia mais jovem que todos eles, olhou para ela por entre os longos cabelos louros e deu um sorriso juvenil – mas aqui estão os jovens de quem lhe falei.

– Sejam bem vindos – ela disse, de um jeito calmo e angelical; contudo sua voz se projetava de forma majestosa, mostrando sua liderança. – Eu sou Mavis. Sejam muito bem-vindos à verdadeira Fairy Tail, onde poderão treinar e ficar em segurança.

– Como assim, verdadeira Fairy Tail? – perguntou-a Natsu.

– Bom, Natsu, a minha intenção ao criar a minha guilda era um lugar onde magos poderiam confraternizar e aprender juntos, tornando-se irmãos e irmãs na guerra. Um lugar em que todos os magos que assim desejassem poderiam chamar de casa e ter um local para voltar. Era uma época em que magos viajavam em cidade a cidade, sem nunca descansar, nunca parar, nunca fazer amigos. Então, a Fairy Tail foi criada com esse objetivo – para que parceiros se tornassem nakamas, para estreitar nossos laços e melhorar nossas magias, vivendo em constante aprendizado.

“E fomos felizes por muito, muito tempo, até um velho amigo... voltar de viagem.” o olhar dela pareceu vacilar, mas a garota continuou firme. “Juntei minha guilda a dele, mas deixei a sede na guilda dele; seu mal nunca atravessou os portões da Fairy Tail. E criamos a Seven Black.

“Porém um dia eu descobri que ele possuía planos malignos. Ele ansiava me destruir e assim assumir controle pelo mundo da magia, usando os magos de algum modo. Descobri seu plano, e batalhamos. Eu fugi. Não consegui ganhar naquele dia; estava muito fragilizada pela mudança em meu melhor amigo. Então voltei à minha guilda, e ele governa desde então um mundo de crimes e assassinatos... tudo porque não consegui pará-lo.”

Ela olhou para baixo, parecendo decepcionada consigo mesma.

– Mas - disse, respirando fundo -, agora temos chance de detê-lo. Com a minha saída consegui falar com meus contatos na Seven Black, que imediatamente vieram a mim, e reunir alguns de meus amigos mais poderosos e puros, que aquele homem não havia influenciado ainda. Trouxe-os pra cá, e o vigiamos de perto; agora, com a ajuda de vocês, Natsu, Gray, Gajeel, Gerárd, Lucy, Erza, Mirajane, Freed, Levy... poderemos mudar isso. Podemos destruir todo o mal que ele causou. Isso, claro, se aceitarem ajudar-nos e chamar essa casa de seu lar.

Todos se entreolharam, nervosos.

– Espera – pediu Gray – nem todos na Seven Black são maus, certo? Eu não quero machucar meus amigos.

– Não, nem todos – disse ela – por isso vigiamos todos de perto, prestamos atenção nas maiores influencias dele. Alguns poderiam até mesmo ser magos daqui. Alguns foram... e nunca voltaram. Porém, é claro que não machucaremos todos. Desejamos apenas extirpar o mal que ele e seus seguidores querem alcançar.

– Devo falar com meu time, se não se importar – pediu ele, e se juntou à Gajeel e Natsu. Gerárd e Freed conversavam baixinho num canto, enquanto as garotas observavam, surpresas, Mirajane com uma expressão incomodada.

– Eu não confio nela – disse Natsu de cara – não quero deixar as meninas em nenhum lugar desconhecido. Nunca quiseram saber nada sobre nós na guilda, desde que matássemos as pessoas.

– Eu concordo com o rosado, por incrível que pareça. A garotinha não está contando tudo que sabe. Mas ainda assim, algo sempre me cheirou mal naquela guilda. Ultear, e todo aquele mistério com o Mestre. Acho que ela está certa. Ficamos, mas não confiamos em nada daqui.

– O problema é que isso é difícil – admitiu Gray com uma risada – o lugar parece tão rico e acolhedor, e acho que ela acredita no que diz. Não precisamos saber de toda a verdade no momento. E além do mais, eu confio na Juvia. Ela é meio louca, mas eu confio realmente nela.

(Juvia, que ouvia a conversa escondida, rodopiou no mesmo lugar várias vezes de emoção, espalhando páginas e páginas.)

– Tudo bem – concordou Natsu contrariado – ficamos. Mas tomamos cuidado. Não quero as garotas sozinhas.

– Tudo bem – disseram os outros em uníssono.

Enquanto isso, Freed e Gerárd conversavam.

– Estou preocupado – confidenciou Gerárd – com Erza aqui. Quero dizer, tem o bebê agora. Às meninas nunca entraram nesse mundo.

– Sim, eu concordo. E além do mais, olhe para Mira; está abatida desde que saiu de casa. Diz que está com dores de cabeças terríveis, e só pioraram no caminho... esse lugar não faz bem a ela.

– Mas não temos outra escolha. Qualquer outro lugar estaria à mercê de toda a Seven Black.

Eles suspiraram juntos, nervosos.

Lucy observava a longa estante, esperando a decisão dos rapazes, quando Mavis foi até ela.

– Lucy, querida – disse a garota – você tem uma decisão a fazer, também. É uma maga, pode escolher.

Lucy surpreendeu-se. Não esperava por aquilo.

– Eu... não sei. Não sei se devo confiar em você... mas também não confio mais neles. Se só tenho duas opções, é claro que ficarei aqui. Não faria com ninguém... o que eles fizeram comigo. Nunca.

Mavis sorriu.

– Você tem os olhos e a determinação de sua mãe, criança. Fará coisas incríveis, mas precisará de muito treinamento e dedicação. Está pronta para isso?

Lucy arregalou os olhos, surpresa; a garota havia conhecido sua mãe? Então se decidiu. Suspirou, engolindo em seco.

– Sim, estou.

– Muito bem, então – ela sorriu. – Bem vinda à Fairy Tail, nakama Lucy Heartfilia.

Lucy deu um sorriso fraco; mas talvez o único sorriso que dera desde a descoberta da verdadeira face de Natsu.

– A senhora conheceu minha mãe? – perguntou ela, morrendo de curiosidade.

– Treinei Layla por um tempo – explicou ela. – era uma menina extraordinária, sua mãe, você sabe. Ela sempre lia comigo. Era muito gentil, muito amada por aqui. Grandes habilidades também.

Lucy sorriu encantada.

Narrado por Natsu

“Bem vinda à Fairy Tail” , “precisará de muito treinamento e dedicação. Está pronta para isso?” , “nakama Lucy Heartfilia.” ????!!! Por que ela está fazendo isso? Por que está empurrando Lucy para o mundo dos magos? Um mundo hostil , cruel , desumano ! Por que? Sei que nossa decisão foi ficar aqui por enquanto, mas não consigo aguentar calado . Fiz menção de interromper a conversar , mas senti uma mão em meu ombro , impedindo-me de faze-lo .

–Você não deveria fazer isso, Natsu. – Gerard olhou-me sério .

–Não consigo ver isto e ficar de braços cruzados! – trinquei os dentes ,de raiva.

–Terá que ter muita paciência! É um momento delicado para todos nós. Tente entender o lado dela também! Se fosse você, em? o que faria? Se você tivesse perdido toda sua família e tivesse descoberto que Lucy matou todos, o que você faria?

–Isso é completamente diferente!

–Não, não é completamente diferente ! Você não vai conseguir voltar a falar com ela se continuar sendo egoísta deste jeito –Gerard tirou a mão do meu ombro e voltou para perto da Erza.

Egoísta? Eu estou sendo egoísta ?

Narrado por Natsu OFF

As meninas pareciam nervosas. Não tinham realmente escolha, dado que morreriam caso saíssem. Então pairavam ansiosas pelo ambiente, esperando pela resposta dos garotas. Exceto Mirajane, que estava encolhida ao lado da estante, apertando as têmporas.

– Você não pode ajudá-la? – perguntou Lucy, preocupada. Odiava que a amiga sofresse por essa dor, era como se a machucasse também.

– Temo que ninguém possa no momento – disse Mavis, olhando atentamente para Mira e sorrindo levemente – mas ela ficará bem.

Ela pareceu saber exatamente o problema de Mira, mas Lucy não teve a chance de pedir detalhes, posto que os meninos se adiantaram para dizer sua decisão – assim como ela, lutariam pela Fairy Tail. Mavis pareceu muito satisfeita, e mostrou a todos seus quartos: o time Dragon Slayer junto, Gerárd com Erza, Freed com Mira, Lucy e Levy juntas. Juvia ficou muito triste com esse arranjo, sugerindo várias vezes que Gray fosse dormir com ela, mas ninguém lhe deu atenção.

Lucy e Levy foram para seu quarto, onde havia duas camas de casal, próximas uma da outra. Ambas deitaram e se olharam.

– Espero que isso funcione, Levy-chan... você acha que consigo ficar forte o bastante para ajudá-los?

– É claro que consegue, Lu-chan – sorriu a outra – relaxe. Vai conseguir fazer tudo. Vai tudo melhorar – falou baixinho, já pegando no sono; tivera um dia cheio. – tem que melhorar.

– Você tem razão – disse Lucy baixinho – tem de melhorar.

E fechou os olhos, adormecendo instantaneamente.

Lucy estava num corredor escuro, iluminado por archotes, correndo. Algo a perseguia. Era um homem que não parecia um homem, um homem obcecado pela matança, pela dor que iria causar. Lucy sentia tanto medo, seu coração palpitando em seu peito. A boca estava seca, as vestes rasgadas, o cabelo destruído; havia sangue em suas mãos, e ao observá-lo, ela se sentiu forte como nunca havia sentido. Parou, virou, e esperou, pronta, sabendo que venceria. Era forte e sabia o que fazer. Preparou-se. Estava vindo, estava vindo, e veio.

Era maior que um homem, era negro e corpulento. Ele parou em sua frente e Lucy preparou o ataque. Ele observou, e ela atacou.

Seu chicote prendeu o monstro, seu chute o acertou, mas ele não saiu do lugar, olhando diretamente para os olhos dela.

Os olhos do monstro eram absolutamente negros.

Ela não sabia desviar o olhar, não podia desviar o olhar, embora quisesse tanto. O monstro levantou a mão, a garra negra, e colocou em seu rosto.

Toda sua força pareceu ser extraída – toda sua magia, toda sua vida – Lucy gritou. O monstro olhava para ela, e ele crescia, e ela caía, caía, caía...

De volta ao corredor. Ela estava apavorada, nunca se sentira pior, e corria. Agora passos a seguiam, passos humanos, e ela sabia o que estava por vir. Iriam matá-la. Ela correu como nunca correu antes, tentando ao máximo escapar. Alguém gritava. Talvez fosse ela. Então tropeçou.

Olhou para o que a fez cair – sangue. Gritou, aterrorizada, e rastejou para longe, onde bateu em algo.

Não queria olhar, não queria olhar... Mas não estava no controle. Virou-se.

O rosto de sua mãe, empoçado em sangue, sorria para ela.

Ela gritou, apertando as mãos no rosto. Não, não, não! Não conseguia desviar o olhar. Os olhos de Layla estavam arregalados, o sorriso, maníaco. Os braços estavam quebrados à um canto, bem como os outros membros. Lucy se forçou a não vomitar. Então os passos pararam.

Ela virou, e o rosto de Gray, Gajeel e Natsu sorriram maldosamente para ela, ensopados de sangue.

Lucy suava em bicas. Levy, graças a deus, não havia acordado – tinha um sono bastante pesado. A cama estava molhada de suor, e a garganta da garota estava arranhada. Passou as mãos pelo rosto, fitou-as – limpas, perfeitas. O rosto da mãe não saía de sua mente. Suspirou. Não conseguiria dormir assim, tão assustada.

Sentou-se à escrivaninha, e passou a escrever, tentando desesperadamente se acalmar.

(...)

Narrado por Lucy

Nunca tive pesadelos tão reais! Não estava conseguindo dormir , só consegui levantar, sentar à escrivaninha e escrever.

Querida Mãe ,

Minha vida foi virada de cabeça para baixo ! Não sei mais onde piso, não sei mais nada sobre meus “amigos” , não sei mais o que eu sou .

Por que nunca me disse que era uma maga? Que eu herdei isto de você? Por que eu tive que descobrir tudo deste jeito?

Estou com medo mãe, eu não quero morrer! Minha raiva só aumenta cada vez que eu olho para eles, as pessoas que fizeram você e o papai sofrerem ! Descobri que eu estava vivendo uma mentira e já nem sei mais o que foi verdadeiro durante a minha vida até este momento .

O pior de tudo é que cada vez que eu olho para o Natsu , dois sentimentos totalmente opostos crescem dentro de mim. Minha raiva quando vejo o Natsu é monstruosa ,mas eu ... eu.... eu sinto falta do abraço dele, dos beijos, do carinho, das conversas. Mamãe , por que isso está acontecendo?

Narrado por Lucy OFF

Lucy andava pelos zilhões de títulos da biblioteca, tentando pescar um que falasse de magia celestial. Tentava, também, encontrar Mavis; ela provavelmente conhecia cada canto do local. Cheirava tal como sua casa; o cheiro de milhões de páginas esperando para serem abertas, milhões de segredos aguardando revelação. Lucy adorou o lugar. Descobriu que alguns magos podem ocultar espinhas e até criar barreiras mágicas, que algumas das chaves da mãe não ajudavam na luta, mas também davam informações cruciais ao invocador, o que ela achou interessantíssimo.

Havia mais livros do que esperava sobre Magia Celestial – afinal de contas, era uma magia um tanto rara. Mas sempre achava por cantos do salão livros gigantes que explicavam algumas de suas tão bem protegidas chaves. Havia um Guia de Contrato, que Lucy copiou cuidadosamente para testar depois, bem como explicações sobre o ataque de cada uma, como utilizá-las, como aumentar sua energia mágica de modo a liberar mais de um espírito e combiná-los. Todos os livros traziam múltiplas anotações e setas escritas rapidamente e difíceis de entender, mas muito interessantes, com dicas de treinamento.

– Lu-chan – disse Levy, aparecendo ao lado dela com seus óculos de leitura e quatro pesados livros nas mãos, quase caindo com o peso – essa biblioteca não é tão interessante? Estou descobrindo tantas coisas novas! Já sei da maioria das partículas dos meninos e aprendi um monte sobre a sua também. Eu vim te mostrar esse livro, olha-aaaah! – a pequena caiu ao pegar um dos livros na base – como eu sou idiota. Enfim, é a base de qualquer mago iniciante – fala sobre características importantes para todos eles, energia mágica, destreza, etc – e como treiná-las. Achei que poderia usar.

– Obrigada, Levy-chan! Vou usar sim, já tenho vários explicando a minha magia aqui, também. É tipo seu paraíso aqui, certo?

Levy lutava para levantar do mar de livros que chegava à sua cintura. – Sim! É incrível! Enfim, tenho que ir. Quero saber mais sobre a criação da Fairy Tail e visitar Mira-chan... ela parece mal...

E a pequena garota saiu, tropeçando nos livros pelo caminho e enchendo seus braços. Lucy achou graça, mas voltou a se mexer logo – leu aquele livro com seu recém adquirido “óculos de leitura rápida” (um presente de Mavis, que parecia gostar muito da garota), e anotar todas as partes que considerava importantes – percebendo que já precisava de outro caderno. Ela correu para pegar, deixando o livro onde estava, e voltou para caçar mais alguma coisa importante antes de também dar uma olhada na amiga. Estava muito preocupada com Mira-chan, embora Mavis, em quem confiava inteiramente, dizia que não havia necessidade. A loira se perguntou se haveria uma maneira de amenizar as dores com alguma mágica, e pôs-se a procurar.

Andando pela livraria, encontrou Gray Fullbuster de pé, em meio a uma estante com livros sobre a magia de formação de gelo, magia muito rara – Lucy havia lido um pequeno resumo sobre a magia dos garotos.

– Gray – cumprimentou ela educadamente. O garoto se surpreendeu, assustado; Lucy não falava com ele há um bom tempo. – Estudando?

– ...Sim, estou tentando descobrir um pouco mais sobre minha magia... Só tive uma professora, então deve ter algo que eu não saiba.

– Deve ter sido uma professora muito boa – começou Lucy com leveza – para você destruir famílias diariamente assim.

Gray se resetou como se tivesse levado um tapa. Era um golpe baixo, ela percebeu, mas não estava nem um pouco arrependida.

– Lucy, eu sei que você está com raiva – falou devagar – mas entenda. Eu nunca gostei do meu... trabalho. Antes de saber da Fairy Tail... você entra na Seven Black sem saber com o que vai trabalhar, entenda, você acha que pode escolher... Mas você só sai morto.

– ENTÃO VOCÊ DEVERIA TER MORRIDO! – gritou Lucy, enchendo-se de raiva – DEVERIA TER MORRIDO, E NÃO FAZER ESSAS COISAS! Não importa seus motivos – ela disse, tentando se controlar, já que as pessoas estavam olhando – Não há desculpas para o que você fez!

Gray baixou a cabeça, e suspirou.

– Eu entendo, Lucy. – e virou-se para sair da biblioteca, mas a garota o puxou pela camisa.

– O que você fez, hein? Quem você aterrorizou antes de matar? Vocês usaram armas? Você matou aqueles criados inocentes? VOCÊ OS OBRIGOU A FALAR COMIGO SOB A MIRA DE UMA ARMA! VOCÊS SÃO MONSTROS! MONSTROS!

– Você quer ouvir mesmo? – rosnou Gray, perdendo a paciência. Suas feições pareceram mudar, ficarem mais escuras; era o Gray do sonho, procurando a próxima vítima. – Eu encontrei sua mãe na escada. Apontei uma arma para ela. Ela torceu o tornozelo. Prendemos-na junto de seu pai e dos criados, e contamos o motivo pelos qual fomos contratados. E eu dei um tiro no peito dela.

– Você... – Ela parou, surpresa. – Você matou minha mãe? Ela... ela...

Lágrimas quentes envolveram o rosto de Lucy sem a garota perceber, e ela tocou a face molhada como se tocasse a um estranho. Olhou para as mãos, ensopadas de sangue naquele sangue, e olhou para Gray, completamente envergonhado e pesaroso.

E o atacou.

Ela não era muito forte, mas estava determinada, e tinha o elemento surpresa. Socou cada canto que pode, arranhou todo o rosto do mago de gelo enquanto gritava e chorava de dor pela mãe que nunca mais poderia ler um livro para ela, tudo por causa do homem parado à sua frente. Chutou-lhe em todos os lugares que podia, socando o peito dele, até mãos fortes a segurarem. Conhecia as mãos – tentou ao máximo se livrar do aperto de Natsu, gritando “Me solte, seu monstro! ME SOLTE! VOU MATÁ-LOS!” até todos da biblioteca a prenderem, usando-se até de magia.

Gray sangrava. Arrastaram a garota numa barreira mágica, em que ela socava, tentando se soltar e machucá-los. E então começou a soluçar, soluçar alto e nervosamente, cheia de desespero, segurando o rosto em posição fetal, até duas mãos – mais delicadas e hesitantes dessa vez – segurarem-na e acalentarem a garota. Quando o choro diminuiu, Levy a deixou em seu quarto, dizendo que a loira deveria descansar, trazendo os cadernos e a pesquisa da amiga. Lucy sentou-se na cama. Não conseguia pensar.

(...)

Lucy acordou cedo no dia seguinte. Colocou algumas roupas confortáveis, prendeu as chaves no cinto, amarrando o cabelo alto. Seria seu segundo treino com Gerárd, e havia estudado muito. Confiava que conseguiria pelo menos um espírito dessa vez. Tomou café no salão principal da Fairy Tail ao lado de Levy e Erza, que parecia adorar o local, e foi até um dos terrenos de treinamento, à oeste da mansão. Era uma clareira ampla e iluminada, onde Gerárd já estava sentado, aguardando-a. Lucy sentou-se ao lado dele.

– Bom dia, Gerárd – cumprimentou a garota.

– Bom dia, Lucy – sorriu ele. – O que vamos fazer hoje é tentar canalizar sua magia espiritual de modo que consiga trazer um espírito para este plano. Tudo bem? – Ela assentiu. – Então vamos lá. Eu quero que você se sente o mais confortavelmente possível, e respire fundo.

Lucy fez o que ele mandava, calmamente, concentrando-se.

“O segredo da manifestação de poder mágico é a concentração e o toque. Provavelmente não conseguirá muito hoje, mas tenho esperanças que você o identifique. Feche seus olhos e respire fundo. Preste atenção nisso. Esqueça qualquer coisa que te incomode e siga este comando.”

Lucy fechou os olhos e de repente o mundo sumiu. Afastou os pensamentos sobre sua mãe, seu medo, seu ódio. E respirou.

“De novo Lucy, e de novo. Respirar, prestar atenção na respiração. Você sente o oxigênio fluindo para sua cabeça, clareando sua mente. O sangue bombeia seu corpo.”

Lucy sentiu – o sangue percorria todo o seu corpo, enchendo-a de força e clareza. Seus cabelos se agitaram, e Lucy sentiu frio. De repente havia algo perto dela, um ser, uma sensação entranha. Tocou sua pele. Lucy abriu os olhos, surpresa e assustada.

– Calma – Gerárd riu. – foi bastante perto Lucy, bastante mesmo. Você a identificou?

– Aquilo era energia mágica? – perguntou a loira. – Parecia estranho.

– Sim – respondeu Leo; Lucy surpreendeu-se, pois não tinha o visto ao seu lado. – Você está aprendendo a canalizar agora, portanto a energia soa estranha para você, e até mesmo invasiva. É por isso que muitos magos aprendem em sua juventude. Mas é necessário deixá-la entrar e dar-lhe forças, ou só conseguirá me invocar ou apenas espíritos que não servem para a luta.

A garota assentiu.

– Tudo bem... Deixem-me tentar de novo. Que horas são?

– Passou-se pouco mais de uma hora.

– Uma hora? Tudo isso? Pareceu menos de um minuto.

– É como normalmente acontece. Vamos lá, tente novamente.

Lucy fechou os olhos, voltando a sentar-se na grama. Ouviu os sons da floresta, sentiu o cheiro de grama molhada, e respirou. E tudo sumiu. A voz dos outros desaparecera; Parecia completamente sozinha. Lucy inspirou, e expirou. Acalmou-se. A força voltou para ela, e a garota podia ver – ver a trajetória de seu poder passando pelo seu corpo, iluminando-o. E algo tocou nela, algo forte, poderoso. Deixou-o entrar, e entrou; sentiu a mágica preencher seus sentidos, preenchendo-os, envolvendo-os em seu poder maestral. Sentiu seus cabelos voarem sem vento algum, sentiu sua cabeça explodir, e se concentrou.

“Lucy, tente liberar esse poder agora”

Lucy empurrou, tentando soltar a magia de dentro dela, liberá-la... E caiu, exausta.

– Calma, tudo bem – disse Leo, levantando-a. – você quase conseguiu. Um grande avanço, Lucy.

Lucy assentiu, cansada; parecia confusa, e percebeu que sentia fome. Sua cabeça estava estranhamente leve. Os garotos ajudaram-na a se levantar.

– Venha, vamos almoçar – disse Gerárd, o que a surpreendeu – jurava que tinha acabado de tomar café. – Mas você entendeu a mecânica básica? Vai precisar fazer isso sozinha, treinar, todo dia, se quiser liberar um espírito, entende? Tente “achar” algo para liberar ao invés de soltar todo o seu poder mágico, ou vai se exaustar muito rápido. Tente treinar o Leo primeiro. Depois, passe a treinar com a chave. Entende?

– Sim – assentiu ela – farei isso.

Quando o trio saiu da clareira, Natsu e Gray – se recuperando dos estragos de Lucy – saíram de seu esconderijo. Natsu se espreguiçou, cansado.

– Estou preocupada com ela – disse com calma – isso a exauriu demais.

– Comece a se preocupar com ela ficando forte demais e vindo matar a gente. – brincou Gray, se encaminhando para a mansão.

Narrado por Freed

Estou muito preocupado com Mira. Desde que começamos a andar para chegar neste estranho -porem acolhedor - local , Mira está sentindo muita dor de cabeça , chegando até a desmaiar uma ou duas vezes. Isso me preocupa muito! O que está acontecendo com ela?

Estávamos no quarto , ela deitada e eu em uma cadeira ao lado da cama, pensativo e fitando o nada.

–Será que ela está gravida também?- indaguei preocupado

–Não meu jovem, ela não espera um filho seu , ainda não.- Dei um pulo da cadeira e saquei minha espada .

–Mestra? - indaguei aliviado . Estou tão atordoado esses dias que qualquer barulho estranho ou presença eu fico em alerta – Pensei que...

–Você estão seguros aqui Freed , não se preocupe- ela delineou um sorriso que estranhamente me deixou mais calmo .

–Como assim a Mira ainda não está esperando um filho meu?

– Você não a ama? Vocês dois estão em completa sintonia , e seu amor, apesar de ser tímido, é forte .

Não consegui falar nada. Ela simplesmente viu tudo isso em tão poucos dias? Ela ...

–O que ela tem? Por que não faz nada para pelo menos diminuir a dor da Mira? Eu não consigo vê-la sofrer tanto e não conseguir fazer nada!

–Ninguém pode fazer nada por ela agora.

–Este lugar não faz bem para ela!

–Lá fora ela corre risco de vida, prefere ela lá fora ou aqui dentro?

–Por que só ela? Por que todos estão bem? Não entendo!

–Por que Mirajane é diferente da Erza, levy ou Lucy.

–Desculpe, mas não entendi.- fiquei confuso, como assim minha Mira era diferente?

–Não se preocupe , ela ficará bem – Ela delineou mais um sorriso e saio do quarto.

Agora eu estava mais confuso do que antes. Mavis sabe alguma coisa, mas não vai falar . Estou mais confuso do que antes! Minha Mira? Deferente....?

Narrado por Freed OFF

Duas semanas depois, Lucy ainda não havia conseguido evocar nenhum espírito – o que era mal, segundo os rapazes, mas nenhum deles tinha aprendido tão tarde. Mesmo assim, Juvia convidou a garota para uma luta.

– Vou pegar leve com você – prometeu ela enquanto as magas se encaminhavam ao centro de treinamento. Alguns rapazes estavam lá para ver, incluindo o time Dragon Slayer. – Só desejo que tenha a necessidade de aprender. Talvez, na marra, você libere o poder mágico, entende? É no que estou apostando.

Lucy assentiu. – Parece uma boa idéia. Conversei com Loki sobre isso. Eu chego muito perto de liberar, mas algo me segura... talvez eu finalmente consiga assim.

– Sim – concordou a outra. – Não ligue para os rapazes, também; não vão nos atrapalhar.

Chegaram, postando-se no meio da clareira, uma de frente para a outra.

– Ok, Lucy – Juvia sorriu. – Pronta?

Lucy assentiu, e a outra atacou.

A água de Juvia fazia cortes em seu rosto, afogando-a, jogando-a nas árvores.

– Vamos lá, Lucy-sama! Você consegue fazer melhor do que isso! – incentivou a outra. Lucy forçou-se a se concentrar, liberando um pouco de poder mágico. Leo sorriu para ela, surgindo em sua frente – era a primeira vez que a garota o invocava por conta própria.

– Minha dama – o espírito fez uma referência.

– Leo, ataque! – Gritou ela, percebendo o movimento de Juvia. O espírito voou para a inimiga, cegando-a com seu brilho celestial, enquanto Lucy procurava uma brecha. Enfim achou, e chutou a maga, forçando-a para o chão.

– Wow! – fez Gajeel, rindo – Lucy virou uma ninja, Natsu! Olha só isso!

Porém, Natsu não parecia achar muito engraçado. Tentou correr em direção a luta, mas os outros puxaram-no de volta.

– Temos que parar isso! Ela está se machucando! Parem! – Natsu socou seus aliados, tentando encontrar uma brecha que fosse, mas sem sucesso. Só parou quando os olhos cálidos de Mavis apareceram em seu campo de visão.

– Deixe estar – disse ela – se ela não se machucar, nunca vai aprender.

Juvia defendeu-se criando uma grande bolha de água, porém Leo a quebrou; todos atacaram ao mesmo tempo, Juvia batendo em Lucy com seu elemento enquanto o espírito a machucava com o poder de Leão.

Lucy voltou a chutar a maga, fazendo esta perder o equilíbrio – porém, Juvia ainda se defendia muito bem dos ataques, mas sem ter a chance para atacar, até ficar completamente imóvel. A dupla sorriu e se preparou para finalizar a luta, quando de repente uma grande onda jogou-os para longe, a água cortando ambos devido à velocidade de ataque. Lucy tentou se levantar e forçar mais poder mágico, mas não conseguiu – a luta acabara.

– Boa luta – disse Juvia, levantando-se calmamente, alguns arranhões no rosto – mas não conseguiu invocar ninguém além do Leo. Ainda assim, foi um grande progresso. Não tinha lutado antes, tinha? Você não é ruim.

– ELA É UMA NINJA! – Gajeel gritou ao longe.

Lucy sorriu enquanto o espírito a ajudava a levantar; estava com cortes por todo o corpo, o rosto cansado. – Não. Deveríamos fazer isso mais vezes, parece que ajuda mesmo. Não sabia que conseguia fazer essas coisas.

– É só marcar – disse Juvia com um sorriso. Agora, deveria passar na enfermaria.

Lucy acatou imediatamente – estava cheia de dores, mas realmente feliz por todo aquele progresso. Pela primeira vez desde que descobriu que era uma maga, acreditava de verdade que poderia fazer isso, que poderia ser forte e ajudar a todos, honrando a memória de seus pais. Afastou-se sozinha – Leo voltara ao reino espiritual por si só, para cuidar de seus ferimentos -, encaminhando-se à enfermaria, quando Mavis a alcançou. Andaram juntas, sem se falar, até Lucy chegar à porta do local.

– Lucy? – chamou a mestra, e a outra se virou. Mavis tinha um largo sorriso no rosto enquanto se encaminhava para as escadas. – Sua mãe ficaria realmente orgulhosa.

Lucy deu um largo sorriso, seus olhos se enchendo de lágrimas, e entrou no cômodo, seu coração em paz pela primeira vez em muito tempo.

Narrado por Natsu

Mas o quê todos estão pensando? O corpo da Lucy é muito frágil, não foi feito para lutas!

–Por que a feriu tanto?- gritei com juvia .

–Natsu, ela nem usou 30% do poder dela-Gray tentou me acalmar.

–Pior ainda! Se ela tivesse usado mais um pouco , Lucy estaria morta!

–Não iria machucar fatalmente a Lucy-sama, fiz cortes superficiais !

–Não importa! Ela estava sangrando! – Dei as costas e sai em direção a enfermaria .

Ela estava sangrando, ela... tinha sangue por todo o seu corpo. O sangue que a um tempo atrás eu fui encarregado de derramar , eu iria machuca-la, ela iria sangrar por culpa minha, mas agora.... é diferente! O que eles querem que eu faça? Veja ela sendo machucada e fique parado apreciando? Não consigo fazer isso! Não dá!

–Vejo que está um pouco atordoado, Natsu- encontrei Mavis a alguns metros da enfermaria

–Ela está muito machucada?- indaguei preocupado .

–Você sempre foi assim? Se a resposta for não, você mudou muito meu jovem.

–Você não me respondeu! – Mavis deu um sorriso bem calmo, o que me deixou mais irritado e apontou para uma porta.

–Ela não corre risco algum de vida. – e continuou andando.

Corri até a porta indicada e a vi . Lucy estava deitada em uma das camas que havia lá. Estava dormindo , cheia de curativos e algumas partes do seu corpo estavam roxas. Aproximei-me devagar , não queria acorda-la , provavelmente ela me expulsaria do quarto se acordasse e eu não queria isso. Se não posso toca-la nem conversar com ela, quero pelo menos ficar olhando. Agora a única coisa que posso fazer é ficar aqui olhando- a , agarrando-me as minhas lembranças , lembranças estas que são muito mais felizes que o presente. Queria tanto voltar no tempo e para-lo em um desses momentos felizes que passamos juntos.... sei que vai ser difícil , mas será que algum dia ela vai me perdoar ? Será que algum dia ela vai sorrir para mim novamente , me abraçar e dizer que me ama? Será que... ainda teremos dias felizes ?


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Notas finais do capítulo

é isso Minna! Espero que tenham gostado e ja começamos a planejar o capitulo 13 ! Em breve postaremos !
Mais uma vez, pedimos mil desculpas !
Eu e a Lari desejamos um feliz natal para todos e um ótimo ano novo!!!!
Comentem por favor T..T deem sinal de vida ! T...T