42nd Edição De Jogos Vorazes (por Angel) escrita por Helenation11


Capítulo 12
Azar


Notas iniciais do capítulo

"Sempre acreditei e sorte e azar, e parece que hoje, o azar estava bem presente."



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No papel está escrito:

"Soube da sua queda. Tome mais cuidado"

"Tome mais cuidado" Essa frese faz eu levar uma pancada de dor no coração, porque lembro de casa, e de como minha mãe sempre dizia isso para Mick quando ele tinha uns 7 anos, ela dizia quando ele se machucava, o que acontecia todo dia.

Vejo mais uma coisa no final da pequena folha.

"Sinto por seus amigos, principalmente Catherine" 

Que amigos? Byron? HAHA! – Começo a pensar e mais uma coisa vem em minha cabeça – Como ele já está sabendo de tudo? Será que ele ouviu minha conversa com Andrew? Mas isso não explicaria o fato dele saber sobre Catherine.

Ele solta um botão em sua camisa do uniforme que abre um bolso dentro dele tem um pequeno bloco de folhas idênticas a que está na minha mão. Ele a arranca uma e começa a escrever de novo. Quando ele me entrega novamente estou tomando uma colherada da minha sopa que eu imagino ser de galinha por causa do gosto. Chá e sopa, exatamente o que minha mãe fazia para eu tomar, quando eu me machucava lá em casa, no distrito 4, no meu lar. Não sei como ele lembra disso. Já faz tanto tempo.

Leio o papel, e o que está escrito em sua linda letra:

"Estamos na Capital: o lugar onde todos sabem de tudo. Se eu fizer um rabisco com minha caneta na sua mão, amanhã estarei morto por causa disso."

Isso é mesmo possível? Bom aqui tudo é possível. E é óbvio que ele já sabe, ele deve saber mais do que eu sobre tudo o que acontece aqui. Penso por um instante. Todos já sabem? Será que Mags já está sabendo disso? Provavelmente. Tenho tantas coisas para dizer à ela.

– Obrigada. – digo após tomar umas colheradas da sopa e um gole do chá. 

Ele olha para mim com um olhar de confusão e antes que possa pegar o papel em minha mão eu explico:

– Pela comida, eu realmente não imaginei que você lembraria. – mas a cara confusa não sai de seu rosto. Entrego o papel e ele começa a escrever calmamente.

Quando ele me entrega eu leio as seguintes palavras:

"Fico feliz que tenha gostado, mas não sei do que você está falando"

Se não foi ele? O que foi? Coincidência? Eu duvido. 

– Byron..? – Ele faz um movimento com os braços como quem que não entende nada.

A essa altura já acabei minha sopa, então tomo o último gole do chá e dou um abraço nele.

– Obrigada, a gente se vê amanhã, preciso resolver uma coisa. – ele devolve o abraço e me dá um beijo no rosto. Coisa que eu imagino representar um "Boa Noite".

Saio da cama correndo, antes mesmo dele sair do meu quarto, estou com muita pressa, tanta que bato de cara na porta e caio no chão. 

– Hoje não é seu dia mesmo em... – escuto uma voz calma e delicada, mas de quem? Meu pai? Mas ele não pode falar, então não é uma opção. Minha imaginação? Provavelmente mas a voz era tão real. 

Abro meus olhos e vejo Púrnia olhando para mim pacientemente. Ela grita alguma coisa para meu pai que me ajuda a levantar e logo sai do quarto.

– Hoje não é seu dia mesmo. – ela repete enquanto tenta arrumar meu cabelo bagunçado. – O que acha de um banho? – penso por um minuto, que horas são? Que dia longo, mesmo pensando que fiquei parte dele desmaiada.

– É! – é o único som que consigo fazer meu corpo emitir.

Entro no banheiro e rapidamente tomo um banho. Sinto a água gelada passando por meu rosto e me lembro vagamente de casa e de como eram engraçadas minhas guerras de água contra Matt, mesmo ele sempre vencendo. Esses pensamentos calmos fazem eu me recompor de tal forma que tenho forças suficiente para tomar a decisão de dormir. Ainda bem que ouvi Púrnia quando ela disse que eu precisava de um banho.

Começo a pensar um pouco, porque foi mesmo que eu ia sair do quarto? Não sei, amanha eu lembro, estou com muito sono agora.

Quando saio do chuveiro quente vejo uma coisinha brilhante na pia. Quando me aproximo mais para ver, observo o presente que Mattew me dera. Me lembro desta manha e de como esqueci completamente de colocar o colar depois que saí do banho, talvez essa seja a razão do meu azar de hoje. 

Coloco o colar de sipó no pescoço e sigo em direção a minha cama onde encontro um pijama rosa-pink com brilhos, provavelmente escolhido por Púrnia que felizmente não está mais no quarto, porque dessa força não me sinto culpada por não usar o pijama escolhido por ela. Reviro uma de minhas gavetas até encontrar algo mais discreto. Um pijama cinza parecido com um moleton, perfeito.

Ao retirar o pijama rosa de cima da cama e coloca-lo na gaveta, encontro em baixo de onde ele estava mais uma folha do caderno de meu pai, com um grande bilhete. Mais a forma em que ele é escrito, parece mais uma poesia ou uma canção:

"A noite te assombra mas te protege 

O dia te conforta mas te mata

No final de tudo só restam pessoas

Que um dia morrerão

Mas o começo pode ser pior

Com sangue e luta

Cheio de fugitivos

Fugitivos que esperam encontrar a paz 

Em um local onde só existe a opção da morte

Morte dolorosa e permanente"

E as palavras: FUJA, MATE e SOBREVIVA, estão espalhadas no final do papel.

Medo, é a última coisa que consigo sentir antes de cair na cama de um forma dolorosa. Mas a dor não me preocupa agora. 


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Notas finais do capítulo

Gente, mil desculpas pelo atraso, to em semanada teste e a semana de prova ta vindo, ainda tenho que terminar 1 trabalho os 3 livros da escola e ler um monte de fics aqui. Então me desculpem mesmo.
Sei que vocês não querem saber da minha vida então...
Quero saber quem viu o vestido que eu postei no capítulo 1? Quem não viu, vai lá ver ta lindo!!!
Para pessoas que me perguntaram, NÃO, eu NÃO abandonei a outra fic, mais eu gosto MUITO mais dessa aqui :)