Sparks Fly escrita por Nathália


Capítulo 4
Capítulo 03 - Tormenta.


Notas iniciais do capítulo

Disse que ia postar ontem, mas fiquei com preguiça, tava frio demais aushduiashd sorry :c
Muuuuuito obrigada à todas garotas que comentaram, sério ganhei meu dia lendo os reviews de vocês! *-*
Espero que gostem!



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Minha mãe com certeza iria brigar comigo por estar saindo à noite em plena quarta feira sendo que teria aula de manhã no dia seguinte, mas eu realmente não estava mais me importando, na verdade eu não me importava com mais nada desde que ele foi embora.

Capítulo 03 – Tormenta.

I can't forget you when you're gone; you're like a song that goes around in my head... And how I regret it’s been so long. Oh, what went wrong could it be something I said? Time make it go faster or just rewind to back when I’m wrapped in your arms.
(Like a Song – Lenka)

Passei novamente meus dedos entre os cabelos e olhei para o relógio que estava pendurado na parede ao fundo da lanchonete. Já eram onze e meia da noite e desde que saímos do cinema eu não escutava uma palavra que Andrew dizia, não estava fazendo de propósito – afinal de contas, eu gostava de passar um tempo com ele –, mas eu estava me sentindo meio agoniada, minhas mão estavam formigando e sem perceber eu batia o pé incessantemente no chão. O que eu mais queria naquele momento era voltar para casa e ver se estava tudo bem.

– Minha companhia é tão ruim assim? – Andrew perguntou e voltei meu olhar para ele.

– Como? Não, não é... Por que está perguntando isso? – Ele me olhou com as sobrancelhas meio arquedas enquanto terminava de tomar o seu suco e deu um longo suspiro.

– Desde que chegamos aqui você não tira os olhos do relógio que está na parede atrás de mim, acho que seria normal pensar que minha companhia não te agrada. – Pelo tom voz que ele usava pude perceber que estava meio frustrado com o meu comportamento. Olhei com pena para ele, mas logo abaixei meu rosto meio envergonhada. Andrew era uma pessoa tão boa, ele não merecia ter que conviver com uma pessoa tão instável como eu. Ele merecia alguém bem melhor, uma pessoa que pudesse fazer tudo por ele.

– Não é isso, eu gosto da sua companhia. Só não estou me sentindo bem. – Me limitei a dizer e só recebi um balançar de cabeça como resposta.

– Quer ir embora? – Perguntou desanimado e respondi um “Por favor” meio encabulado. Odiava desapontar as pessoas, ainda mais Andrew que foi a única pessoa que me acolheu desde que Justin foi embora.

Sim, eu tinha amigos, mas não era como antes. Eu me afastei da maioria deles por proteção. Os meus amigos eram os mesmos amigos que Justin tinha e foi por causa deles que ele acabou virando aquele babaca, não estou dizendo que a culpa de Justin ter se tornado um viciado foi culpa deles – afinal, a vida era dele então ele tomava as decisões que queria –, mas os amigos sempre acabam com uma parcela de culpa por terem o influenciado a isso. E eu acreditava nisso, não cabia na minha cabeça que talvez Justin tenha ido atrás disso sozinho.

Andrew pagou a conta e estendeu sua mão para que me levantasse. Era uma noite fria em São Francisco então assim que saímos da lanchonete pude sentir o choque térmico fazendo com que todos os pelos do meu corpo se eriçassem. Seus braços envolveram minha cintura e ele me puxou para mais perto, sabia que não estava fazendo aquilo por maldade ele só queria me esquentar, ser o cavalheiro que ele sempre era e consequentemente me fazer sentir pior do que já estava.

Minha casa não era muito longe dali então fomos andando mesmo. Andrew não dizia mais uma palavra e tudo que se podia escutar eram nossas respirações descompassadas e o vento batendo violentamente contra as folhas das árvores. Aquilo era estranho.

– Quer entrar um pouco? – Perguntei me soltando de Andrew e ficando na sua frente. As luzes de casa ainda estavam acessas e consequentemente meus pais ainda estavam acordados, provavelmente me esperando.

– Não sei, já está tarde Mel e temos aula amanhã. – Ele segurou minha mão delicadamente e suspirei.

– Qual é Drew, não é nem meia noite ainda e minha mãe vai ficar muito feliz de ver você, ela te ama. – Revirei os olhos com um sorriso contido e ele sorriu.

– Todas as mães me amam. – Se gabou e dei um soquinho no seu braço ainda rindo. – Tudo bem, mas não posso demorar muito. – Concordei e peguei a chave que estava dentro da bolsa para abrir a porta. Minha pequena proposta de passar mais um tempo com ele fez com que aquele clima tenso que estávamos antes passasse, o que era bom, não gostava de vê-lo triste. Coloquei a mão no trinco para abrir a porta, mas logo senti as mãos frias de Andrew sobre as minhas me impedindo. Essa era outra diferença entre Justin e Andrew, as mãos deles. Justin, por mais frio que estivesse sempre estava com as mãos quentes. Sei que são detalhes bobos, mas são esses detalhes que sempre me deixaram extremamente boba por ele.

“Sempre te deixaram boba, mas ele nunca foi e nunca vai poder ser seu Mel.” Minha consciência batia na minha cabeça me deixando frustrada. Eu podia até negar ou ficar brava, mas era a mais pura e dura realidade.

– O que foi? – Perguntei sussurrando, afinal, meus pais podiam estar ali mesmo na sala. Virei meu rosto rapidamente e encarei os olhos de Andrew. Estávamos perto demais.

– Só queria me despedir de você, já que lá dentro seus pais com certeza não vão deixar. – Disse sorrindo e colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. No mesmo momento o meu coração deu um solavanco – não pela proximidade de Andrew porque na verdade eu não sentia nada quando estava com ele, nem minhas bochechas coravam –, mas a angustia que antes eu estava sentindo voltou e eu sentia como se alguém estivesse observando tudo que estávamos fazendo.

– Tudo bem. – Sorri de lado e coloquei meus braços em volta do seu pescoço. O sorriso que ele tinha estampado no rosto antes aumento mais ainda e por alguns segundos me senti bem por fazer alguém feliz, não da forma que ele realmente merecia, mas me senti bem. A verdade era que já tinha conversado sobre isso com Andrew, disse que gostava sim dele, mas que só uma pessoa ocupava a minha cabeça vinte e quatro horas por dia e ninguém ia conseguir mudar isso. Ele concordou, mas pareceu não ter engolido quando disse aquilo.

Justin era como aquelas músicas ruins que tocavam nas rádios de manhã ou até mesmo como aquelas que os professores nos ensinam dizendo ser macetes, mesmo sendo uma droga elas nunca saiam da nossa cabeça. Uma comparação ridícula, eu sei, mas até agora que estou beijando um garoto na porta de casa, correndo o risco dos meus pais nos pegarem, a imagem desse garoto fica martelando em minha cabeça.

Finalizei o beijo com alguns selinhos e empurrei Andrew para o lado que até agora não parava de sorrir, entrelacei nossos dedos e girei a maçaneta da porta. Meu pai estava sentado no sofá assistindo algum jogo de basquete, mas assim que escutou o barulho da porta seu foco foi para mim e Andrew e quando viu nossas mãos entrelaçadas fez um barulho meio desconfortável com a garganta, eu nunca tinha levado nenhum garoto para casa a não ser Justin e pelas nossas mãos entrelaçadas ele sabia que podíamos ser mais que amigos.

Minha mãe conversava animadamente com alguém na cozinha e sabia disso por causa das risadas meio escandalosas que ela soltava, devia ser Pattie ou alguma outra amiga dela.

Coloquei minha bolsa em cima do sofá e soltei as mãos de Andrew.

– Pai, esse é Andrew. Um amigo meu. – Disse e meu pai arqueou a sobrancelha enquanto o garoto que estava ao meu lado deu sorriso meio desconfortável.

– Amigos? Aham... Sei. – Charlie disse e se levantou para cumprimentá-lo – É bom te conhecer garoto. – Apertaram as mãos e Andrew concordou dizendo um “Igualmente, senhor”.

Minha mãe veio sorrindo da cozinha com uma caneca de chá nas mãos e assim que meus olhos pararam na pessoa que estava ao seu lado meu coração deu outro solavanco, minha respiração começou a ficar descompassada e uma vontade louca de chorar me invadiu. Senti como se com aquela pequena troca de olhares o mundo tivesse parado por alguns segundos, eu realmente não conseguia acreditar.



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Notas finais do capítulo

Af gente eu sou melosa demais né? Imagine quando o Justin aparecer na fic haha.
Meu gosto musical é meio duvidoso, então nem liguem para as músicas que eu coloco, só leiam a letra mesmo UAHSDUHASIDU
Desculpem algum erro ok?
Beijos minhas lindas!