Depois de algumas semanas,acordei em um pulo,pois estava atrasada. Troquei de roupa,escovei o dente,e sai desesperada para a rua,não queria perder o ônibus. Quando consegui fazer um milagre de chegar até ele,entrei como se nada houvesse acontecido.

Andei pelo corredor do ônibus indo em direção a Betty,ela me olhou,só falou "oi" e virou a cara.

Procurei Nathan,mas não o achei.

Chegando a escola,paramos ao lado de um carro prata - não sei qual a marca,não entendo nada de carros - e percebi que Nathan estava dentro dele,conversando e rindo com mais quatro meninos. Todos muito lindos. Tentei criar coragem para falar "oi" para Nathan,mas a vergonha falou mais alto. Sendo assim,fui para meu armário,e depois para a sala.

Sentei na carteira,e enquanto arrumava meu material,senti um vulto passando ao meu lado,seguido de um curto vento que deixou um leve e delicioso aroma pairando no ar,quando me dei conta Nathan já estava atrás de mim.

-Oi Emily!Tudo bem?

-Oi,tudo sim e você?

-Estou ótimo,e bem melhor agora. - ele disse sorrindo,olhando em meus olhos. Eu estava quase tendo um ataque ali mesmo. Mas disfarcei,bom tentei pelo menos.

-Por quê? - banquei a idiota,esperando algo.

-Porque eu estou ansioso para aprender matemática! - ele disse rindo.

-Ahh. - Não sabia o que fazer.

- Não,estou brincando. Bem melhor por te ver.

Eu sorri e o professor entrou na sala.

Na hora do almoço,sentei junto a Betty,que estava estranha,desde manhã,não sabia o que era.

De longe vi Nathan conversando e escolhendo seu almoço e depois sentando na mesa com os mesmos meninos do carro prata. Ele viu que eu estava olhando,eu tentei disfarçar,mas não consegui,ele sorriu para mim,e me chamou,fazendo um sinal com a mão.

-Você não vai me largar aqui né?! - disse Betty furiosa.

-Calma,vou falar com ele rapidinho. Já volto. - falei já levantando da cadeira e indo em direção a eles.

Ele levantou da mesa e veio em minha direção,nos encontramos no meio do caminho.

-Você quer sentar com a gente?

-Bom não sei,a Betty vai ficar muito brava comigo se eu deixar ela sozinha.

-Então chama ela para vir junto.

-Ok.

Estava voltando a mesa para chama-la.

-Betty quer vir comigo?Ele chamou a gente para sentar com eles.

-Não,estou bem aqui.

-Certeza?Eu vou.

-Sim,pode ir.

Peguei minha bandeja e cheguei a mesa do Nathan. Ele puxou a cadeira para me sentar,coloquei as minhas coisas sob a mesa,e os amigos do Nathan apareceram.

-Emily esses são Jay,Max,Tom e Siva.

-Oi!

-Oi. Então você é a Emily! - disse Jay. O loiro com cabelos de anjo,de olhos azuis.

-A fica quieto Jay. - Nathan disse com carinha de bravo.

-Por quê?O que o Nathan disse de mim? - eu perguntei preocupada.

-O que ele não disse de você haha. - disse Tom levando os meninos a gargalhada,menos Nathan,que estava segurando a risada.

E assim continuou até acabar o almoço,e depois a aula. Fui até o meu armário para guardar minhas coisas,e lá estava ele.

-Oi linda. - opa ele disse linda?!

-Oi Nathan.

-Emily,eu sei que é muito rápido mas,você quer sair um dia desses?

-Claro! - meu coração estava a mil.

-Ótimo,onde você quer ir?

-Não sei,você escolhe.

-Então sábado a tarde,passo na sua casa. Vai ser uma surpresa.

-Combinado. - eu disse sorrindo.

-Você quer companhia para ir até sua casa?

-Hum,pode ser.

Só falamos bobeira no caminho.

-Bom então chegamos.

-Pois é.

-Então,você não vai me dizer para onde vamos no sábado?

-Hum,não. - ele disse com uma cara de safado.

-Ahh,está bem então. – fingi estar triste.

Ele me abraçou se despedindo e foi embora.

Os dias foram passando,eu ficava cada vez mais ansiosa para sábado,a Betty mais estranha e calada,e o Nathan mais lindo a cada dia.

Sábado a tarde eu estava pronta. A campainha tocou. E eu abri a porta.

-Uau!Você está linda!

-Obrigada,você também está lindo.

-Vamos?

-Sim. - eu disse sorrindo.

Conversamos bastante,andamos até o parque,que era gigante. Nos sentamos no gramado. O céu estava lindo,em degradê,do azul escuro,como o da noite sombria,passando pelo azul claro,chegando até o amarelo,e em fim ao laranja,que ia se escondendo junto ao sol. Nathan olhou para mim,nossos olhos se encontraram,ficamos um tempo nos olhando.

-Emily,eu te amo,você é muito especial para mim. Desde o dia em que te vi,fiquei louco por você. – ele disse,logo em seguida,me beijou,um beijo duradouro,delicado. Foi como um sonho.

Depois me abraçou e ficamos em silêncio,até o sol se esconder totalmente.

-Quer andar um pouco?

-Claro. – eu respondi.

Ele me ajudou a levantar,depois andamos abraçados.

-Onde você mora? – perguntei,querendo puxar assunto.

-Em um apartamento aqui perto. Vem vou te mostrar.

Andamos umas duas quadras. Era um apartamento laranja e branco. Passamos pela portaria,e fomos até o elevador.

-Seus pais não vão se incomodar?

-Eu moro sozinho.

-Como assim? – fiquei surpresa.

-Fugi de casa.

-Por quê? – fiquei mais surpresa ainda.

-É uma longa história. Não quero falar sobre isso.

Ficamos em silêncio até chegar ao andar do apartamento.

Ele pegou as chaves e abriu a porta.

-A casa é sua,fique a vontade.

-Obrigada.

-Quer beber alguma coisa?

-Não,estou bem,obrigada.

-Vamos assistir um filme?

-Pode ser!

-Terror?

-Sim!!

Fui ligando a televisão,quando vejo Nathan trazendo pipoca,e apagando todas as luzes. Ele já estava sentado,tentei ficar do lado dele mas haviam almofadas entre nós.

~Momento de suspense no filme~

-PAAAAAAAAA!!

-AAAAAAA!!! - gritei abraçando ele.

-Desculpa,não resisti!! Hahaha - ele começou a rir.

-Doido!

-Doido por você. - disse me abraçando e dando beijo.

Estava chovendo muito. O filme estava na metade e Nathan estava acordado,eu já havia tirado um cochilo. Me mexi um pouco,minhas pernas estavam formigando.

-Te acordei?

-Claro que não.

Nos olhamos um pouco,ele me abraçou mais forte,nos ajeitamos no sofá,e voltei a dormir.

Acordei com Nathan fazendo carinho em meu rosto.

-Bom dia! - ele disse baixinho.

-Bom dia. - eu disse sorrindo,levantando e abraçando ele.

-Precisamos conversar.

-Pode falar.

-Não podemos construir um amor em uma base feita de segredos.

Assenti com a cabeça.

-Emily,sou diferente de você. Pode parecer loucura – ele esperou um pouco – mas eu sou um ...

A porta do apartamento abre,fazendo com que Nathan fique calado.