Capítulo 18: Hogsmead

   Antes de dormir, Hermione teve a mente invadida. Ao perceber que era Tom, abriu a mente.

Está muito boa com a Oclumência. Disse Tom.

Obrigada. Tem algo em especial para me falar?

Não poderemos nos ver nesse fim de semana. Tenho algumas reuniões importantes com os comensais no sábado, então não poderemos nos encontrar.

Está bem Disse Hermione depois de suspirar. Tenho que parecer normal, não é?Ir ao passeio á Hogsmead.

Fique longe do Potter e o Weasley! Ordenou Tom.

Ela deu uma risada baixa, para que as suas companheiras de dormitório não ouvissem. As cortinas estavam fechadas, mas ela havia sido pega de surpresa então não lançou o Abaffiato.

Ciúmes? Perguntou divertida.

Com certeza. Ainda tenho a ligação com o Potter, então não quero que ele te agarre no meio do vilarejo.

Não se preocupe. Vou ficar com os sonserinos.

Certo. Vemos-nos depois. E Hermione, as suas amigas, a Weasley e a Lovegood podem ser úteis. São bruxas poderosas. Se acontecer de se apaixonarem pelo Zabini e pelo Nott, poderão ser aceitas nos comensais se quiserem.

Certo. Hermione riu novamente. Eu aviso se algo acontecer.

Eu amo você. Ela se arrepiou, quase sentindo ele junto dela.

Eu amo você. Respondeu ela.

                                                               ***

   No sábado, Hermione acordou, se arrumou e se encontrou com o grifinórios para tomar café da manhã. Todos estranharam, pois normalmente de manhã, a castanha sumia. Ela ia para a câmara enquanto todos estavam no Grande Salão.

-Você está doente, Mi? – Perguntou Rony, assim que a garota se sentou – Nunca aparece no sábado.

   Ela deu de ombros enquanto começava a se servir de torradas com geleia e suco de laranja. Ela comeu calmamente. Rony comia debruçado sobre o prato, como um desesperado que sempre era nas refeições. Como pude gostar dele? Hermione se perguntou Ou melhor, como pude achar que gostava dele? Era um mistério.

   Ela foi para Hogsmead com os amigos grifinórios. Ao chegar lá, puxou Gina e Luna consigo. Os garotos protestaram, mas elas ignoraram. Foram para a Dedos de Mel. Encontraram Draco, Pansy, Blásio e Nott. Saíram para andar e ficaram perto da Casa dos Gritos. Luna e Gina ficaram conversando com Blásio e Nott, respectivamente. Draco, que parecia não ter entendido, teve que ser arrastado por Pansy e por Hermione para longe deles.

-Por que não podemos ficar lá? – Perguntou ele, confuso.

-Oh, meu Merlin! Exclamou Pansy – Será que todos os garotos são lerdos assim?

-Talvez não todos, mas a maioria. – Disse Hermione.

-Do que vocês estão falando? – Perguntou Draco.

-Blásio está se apaixonando pela Luna. Nott está se apaixonando pela Gina. – Disse Pansy – E vice-versa. Eles estão no maior clima lá e você quer ficar e atrapalhar?

-Vocês estão falando sério? – Ele perguntou depois da surpresa passar.

-Muito sério. – Disse Hermione.

-Então eles já estão arranjados e vocês sobraram para mim? – Perguntou Draco em tom de brincadeira.

-HAHAHA. – Ambas riram com sarcasmo.

-Tudo bem. Sobrei. Então vamos ver o que está acontecendo? – Ele sugeriu.

-Não Draco. Vamos andar e você não vai atrapalhá-los! – Pansy disse e as duas seguraram-no pelos braços e os arrastaram para mais longe.

                                                                §***§

   Luna e Blásio saíram para andar um pouco, ainda perto da Casa dos Gritos, longe dos olhares dos alunos curiosos que passeavam pelo vilarejo. Gina e Nott permaneceram no banco.

-Nunca imaginei que isso fosse possível. – Disse Gina sem querer. Ela estava pensando no estranho sentimento que aflorara nela, e acabou dizendo o que pensava.

-O que? – Perguntou ele. Ela hesitou, pois tentava pensar em uma explicação plausível e falou:

-Nunca imaginei que poderíamos conversar normalmente. Quer dizer, nunca conversamos, por acreditar que nos odiávamos.

-Entendo o que quer dizer. Cresci acreditando que os grifinórios não mereciam atenção por serem inferiores. – Ela percebeu que ele disse grifinórios no lugar de traidores de sangue. Não queria magoá-la se estavam se dando tão bem. – Acho terrível, estarmos de lados diferentes.

   Ela corou e concordou com a cabeça virada, como se estivesse olhando a Casa dos Gritos para que o garoto não visse o seu rosto avermelhado.

-Imaginei que preferisse ficar com o seu irmão e com o Potter. –Ele mediu as palavras e falou casualmente, para que a ruiva não percebesse o seu interesse por aquilo.

-Não sei como aguento meus irmãos. Preciso de um tempo longe deles. – disse ela rindo.

-E o Potter? – Teodoro não devia transparecer que se importava com isso, mas precisava saber.

-Eu... Eu gostava dele. – Disse ela de uma vez – Queria sempre estar perto dele. Mas ele não sente o mesmo por mim, e se sente, finge o contrário. Ele já tentou agarrar a Hermione uma vez, mas eu não a culpo. Ela não quis nada com ele e até me disse que ele deve ter caído na real de que gosta de mim. Mas ele insiste em não demonstrar. Se for algo por causa do Ron, eu até entendo, mas antes ele olhava para mim, agora me ignora completamente. Então prefiro ficar longe em vez de tentar me aproximar.

-Então você ainda gosta dele. – Era mais uma afirmação vinda de Nott que a ouvira atenciosamente.

-Ah... Eu não sei. Eu... Achei que sim. – Ela ergueu os olhos e percebeu que estavam muito próximos, embora ela não tenha feito nada contra o fato.

-Como assim achou?

-Eu achava que gostava dele. Chorei muitas vezes por isso. Mas percebi que era só... Admiração. Deve ser a melhor palavra para descrever... Então, não. Eu não o amo. – Ela falou e sussurrou a última frase na esperança de que o garoto a sua frente não ouvisse – Acho que me apaixonei por outro.

-Nunca havia me apaixonado. – disse ele, indicando que havia ouvido a última parte – Até pouco tempo atrás.

-O que?

-Conheci uma garota. – Ele não desviava os olhos dos dela, deixando-a levemente corada – Ela é muito bonita, legal, divertida e eu me sinto bem quando estou com ela. Acho que me apaixonei por ela. Mas não tenho muita fé de que ela sinta o mesmo.

-Eu também conheci um garoto. – disse ela ao entender o que ele queria dizer. – Ele é muito legal, divertido, charmoso e gentil. Estou começando a achar que ele pode sentir o mesmo por mim.

-Quem? – Perguntou Nott. (N/a: Homens são muito lerdos. *Le revira olhos enquanto fala*).

-Você. – Ela disse antes de tornar o espaço entre eles nulo.

   As mãos de Nott foram para a cintura da ruiva. Puxando-a para mais perto enquanto correspondia. Os dois achavam que aquilo estava acontecendo muito rápido. Mas quem se importa? Assim que seus lábios se tocaram, sentiram algo parecido com fogos de artifício dentro deles. Pareciam estar esperando a vida toda por aquele beijo.

   O sonserino não aprofundou muito o beijo. Se controlou, pois não queria que ela achasse que haviam segundas intenções além do que ele começou a sentir por ela. Só que Gina acreditou nele. Ela o puxou para aprofundar o beijo e ele não aguentou e cedeu.

-GINA! – Ouviram alguém gritar devido a surpresa um pouco atrás.

                                                             §***§

   Deixaram Nott e Gina para trás e foram andar. Blásio ia um pouco atrás da loira que andava saltitando. Ela estava usando roupas de frio normais. O gorro colorido da garota se destacava na paisagem branca enquanto ela andava. Blásio apenas a admirava enquanto ela explicava-lhe sobre os zonzóbulos.

   Eram criaturas invisíveis que entravam na cabeça das pessoas e embaralhavam o cérebro. Ele ouvia com atenção, enquanto a observava. Até que ela parou perto de uma árvore e olhou para Blásio. Parecia perdida nos olhos dele. O garoto se aproximou, ficando com o rosto a alguns centímetros do dela.

-Por que parou? – Perguntou ele.

-Tem muitos zonzóbulos na sua cabeça.

Ele riu.

-Devem ter mesmo. – Ele disse.

-Devo estar ficando louca. –Sussurrou a garota.

-Por quê?

-Porque não consigo para de pensar em você. – Ela baixou os olhos como se conseguisse apagar o que havia dito.

-Então eu perdi completamente a minha sanidade.

-Por quê? – Perguntou ela num fio de voz.

-Porque não consigo parar de pensar em você. – Ela ergueu a cabeça surpresa e ele colou os seus lábios nos dela, tornando o espaço entre eles nulo.

   Ela correspondeu na mesma hora. Ele teve vontade de rir e comemorar, mas não ia largá-la. Blásio perdeu o equilíbrio e acabou caindo sobre ela na neve. Apenas continuaram se beijando como se nada tivesse os interrompido.

                                                        §***§

   Eles se soltaram e olharam para direção de onde havia vindo o grito. Viram um Rony – que havia gritado – vermelho e um pouco atrás, vinha um Harry confuso e surpreso demais com a cena para ter uma reação.

-O QUE É ISSO? – Gritou/berrou Rony.

-Um beijo. – Respondeu Gina calmamente.

-VOCÊ... VOCÊ... VOCÊ NÃO PODE BEIJAR ELE! – Gritou o ruivo.

-E por quê? – Perguntou ela.

-PORQUE ELE É UM SONSERINO! – Explodiu Harry – E EU GOSTO DE VOCÊ!

-Demorou muito para admitir. – Gina falava de forma calma, como se explicasse algo muito óbvio para uma criança de cinco anos. Nesse caso, duas crianças.

-Então é isso? – Harry diminuiu o tom de voz, mas ainda falava alto – Você só quer me fazer ciúmes?

-O que? – Perguntou ela um pouco mais alto devido à surpresa de ouvir a opinião dele. A ruiva ficou com medo de que Teodoro acreditasse na besteira que Harry dizia, mas ele sabia que era mentira.

-Você só está fazendo ciúmes a mim? – Perguntou o garoto enquanto ria – Podia ter continuado com o Dino. Estava fazendo efeito. Eu ia te dizer que...

-Potter, não vê o quanto ridículo isso está soando? – Essa foi o Nott – Ela não gosta mais de você!

-Ora, seu... – O grifinório estava com raiva e começou a se aproximar, como se fosse bater nele.

-Chega! – Gina perdeu o controle e uma lágrima escorria solitária por seu rosto – Você não entende? Sempre gostei de você, mas fui ignorada! Até chorei sozinha por pensar nisso, mas percebi que os meus sentimentos me enganaram. É ele que eu amo. – Ela indicou o garoto ao seu lado.

   Não deu para saber quem olhou para ela com mais surpresa: Rony, Harry, ou Nott. O último sorriu quando a ficha caiu e ele entendeu o que ela havia dito. Os dois primeiros saíram dali pisando duro e lançando olhares mortais para o sonserino.

-Você disse a verdade? – Perguntou ele.

Ela corou e respondeu:

-Sim. – Ele a beijou novamente.

                                                    §***§

   Eles perderam a noção do tempo no beijo. Quando Blásio se separou da corvinal para respirar ela disse:

-Cometemos um erro. – Ela tinha lágrimas nos olhos.

-Você... Você acha que foi um erro? – Ele perguntou com dificuldade.

-Acho. Você não vai querer andar por aí com a Di-Lua, não é? Está só me usando.

-Não! – Ele exclamou, assustando-a. Pegou o rosto dela gentilmente. – Não foi um erro. Eu não me importo do que vão falar. Eu amo você e não a quero longe de mim.

Ela sorriu.

-Eu também amo você.