Memories From Those Moments escrita por Agatha Fawkes
"Do you believe in love stories?" Ele me perguntou certa tarde de domingo, quando conversávamos no parque, pertinho da Privet Drive. Eu, por fim, sorri e respondi: " I haven't found the one who will make me believe in them yet..."
Não éramos muito de conversar, ficávamos horas e horas sentados um ao lado do outro, ou então deitados olhando o movimento das nuvens no céu. Fazia dez anos que eu me mudara com a minha família para a Inglaterra e como tinha dezessete, não lembrava muita coisa do Brasil... Ele gostava de me perguntar sobre como eram as coisas por lá, mas o que eu dizia era muito pouco e muito sem graça, então ele fazia piada com a minha cara, me chamando de persona non grata e me fazia cócegas. Ele era o meu melhor amigo e até hoje acho que foi meu único amor.
Nos conhecemos no primeiro dia de escola, ambos estávamos começando o quarto ano do ensino fundamental. Eu sempre fui pequenininha e ele sempre foi maior, mais forte. O sinal tocou e quando estava na saída, uns meninos começaram a zoar comigo por causa dos meus óculos. Ele então apareceu e me ajudou, enfrentou-os e me tirou dali, até então eu era conhecida como a "Little Brazilian", para eles eu não tinha um nome, tinha uma nacionalidade. Ele perguntou meu nome e eu disse: "My name's Agatha, Agatha Fawkes", mas quando ele ia se apresentar, minha mãe estava buzinando no carro e gritando: "Vamos, Agatha, já são 4:05pm, se não você vai chegar atrasada na aula de dança!" Então me despedi dele e fui. Mas alguma coisa nele não me deixava quieta, talvez fossem seus olhos incrivelmente castanhos, muito bonitos por sinal, talvez fosse o fato de nunca um garoto ter feito algo de bom por mim e ele o fez... Passei a aula inteira de dança e os três outros dias seguintes pensando nele. Hoje eu percebo que desde aquele dia minha vida nunca mais foi a mesma. Desde então repasso aquele momento milhares de vezes em meus pensamentos, cada detalhe, cada palavra, cada gesto. Repasso milhares de momentos, na verdade, este e os muitos outros que se seguiram. Às vezes considero que esta história deveria ter tido uma continuação, de forma que eu nunca tivesse tempo o bastante para rever tudo, apenas viver. Só que as coisas nem sempre são do jeito que queremos, a vida tem rumos muito mais sinuosos que os de nossas vãs fantasias, foi uma lição que eu aprendi com a ausência dele por todos estes longos anos... A dor me vem agora como uma foice seifando o mundo dos sonhos e rasgando os véus da dura realidade que enfrento há muito tempo, acho que devo voltar a lembrr mais um pouco, afinal, não tenho outra coisa a fazer aqui, melhor que fazer tricô e ouvir as conversas vazias de minhas colegas encurvadas pelos anos. Pelo visto sou a única que tento fugir a esta sina...
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Gente, o próximo capítulo será escrito em breve! Postem seus comentários, dicas etc. Vou adorar saber o que fazer para deixar a história melhor! Bjinhos