Whatsername escrita por gabrielinha_101


Capítulo 8
I wanna be sedated


Notas iniciais do capítulo

Um capitulo especial para minhas rosas de leitoras que me mandaram review. Esse é para vocês Lay, Carooól e Cakau. Eu achei algo que explicasse muita coisa sobre a whatsername, coisas que se encaixavam no perfil dela, mas que levantam muitas duvidas... aproveitem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/242843/chapter/8

O trajeto todo foi muito longo para whatsername. Ela olhava para a cidade inteira pelo trajeto, ainda havia um confronto mental do que era certo fazer. Ela não tinha tanta certeza como ontem sobre o que era certo fazer. Ela ficou em meio a um estado de transe e só acordou quando St Jimmy parou o carro em frente a sua casa.

- você tem certeza? – ele perguntou

- sim – ela disse

Jimmy abraçou ela, foi um abraço bem curto.

- boa sorte – ele disse – que você leve um tiro no meio do seu coração

- o mesmo para você – ela disse – tchau

- tchau – ele disse

Logo ela estava fora do carro em direção a casa e Jimmy já estava ligando o carro e indo embora de lá. Bill tinha levantado mais cedo que todo mundo, começava a amanhecer. Ele desceu as escadas indo em direção a sala que estava fria a essa hora. Ele olhou pela janela e viu um carro parando em frente a casa com Whatsername.

Bill olhou o casal, “parece o casal de ontem” ele pensou, naquele momento ele ficou mais desconfiado de Whatsername. Então ele viu os dois se abraçarem e sentiu uma pontada de ciúmes em coração. O que era isso? Ele se apaixonando pela estranha? E quem era aquele garoto? Por que ele parecia tão familiar? Milhões de duvidas apareceram na mente do Bill naquele momento.

Ele viu a garota entrar na casa. Ela se surpreendeu ao ver que Bill ao lado da janela tentando disfarçar que ele não tinha visto a cena. Ela ficou meio envergonhada e não sabia o que falar, mas o silencio foi logo quebrado por Beatriz descendo as escadas.

- Whatsername? – ela disse quase não acreditando na pessoa em que ela via na sua frente

Ela desceu as escadas correndo e correu em direção a garota que acabara de chegar. O que todos achavam era que ela desceria e abraçaria a garota. Mas o que mais surpreendeu foi quando ela parou na frente da garota encarou ela por alguns segundos segurando o choro e de um tapa na cara dela.

- nunca, nunca mais faça isso de novo – ela disse – quem você pensa que é, você é parte dessa banda também caso você não saiba, que fique na sua cabeça, não existe eu em uma banda e você não vai ficar andando por ai assim, hoje vamos comprar um celular e eu vou te mandar mensagens a cada quinze minutos, vamos ter que cuidar de você igual uma adolescente de 16 anos, vou ter que cuidar de você porque eu acho que sua mãe não cuidou

Ela abaixou a cabeça com a ultima frase. Suspirou bem fundo e em um tom embriagado disse:

-sempre a culpa é minha – ela disse indo para a cozinha – sou uma inútil mesmo, deixo um amigo meu para levar um tapa na cara, sou a pior pessoa do mundo – ela se tocou no que ela falava- ... Droga, preciso dos meus remédios – ela foi até a cozinha e mexeu nos armários

Abriu um desses, foi tirando algumas coisas da frente, lá no fundo tirou alguns pequenos potes cilíndricos de um pasticho transparente e laranja com a tampa branca. Eles estavam praticamente vazios, tinham sobrado poucos comprimidos. Se acumulavam seis potes nas mãos dela. Ela deixou eles na bancada, ao lado da pia e do fogão. Ela pegou um copo de agua. Misturou os poucos comprimidos de cada pote em um só e tomou eles com agua.

Mesmo sendo seis potes não eram muitos os comprimidos. Ela saiu da cozinha, viu o Bill e a Beatriz encarando ela surpresos. E agora Georg, Tom e Yasmim que haviam acabado de acordar também e descer as escadas também haviam acordado.

- bom dia precisam de algo? Posso ser útil em alguma coisa? – ela perguntou

- não – Tom respondeu por todos

Ela subiu para seu quarto deixando todos na sala. Tom foi até a cozinha e pegou os potes e leu os pequenos adesivos colados com os nomes dos remédios e a quantidade de vezes e a quantidade de comprimidos ela deveria tomar por dia. Ele voltou para a sala lendo aqueles pequenos adesivos.

- rivotril, midazolam, Verotina , Cipramil, Daforin – ele lia enquanto se dirigia a sala – fortes tranquilizantes e antidepressivos

- a whatsername... depressiva? – Beatriz não acreditava – porque eu só pioro tudo

- é o perfil dela se encaixa bem de depressiva e eu li em uma reportagem falando de medicamentos que ajudam na perda de peso Verotina e Daforin foram exemplos, Georg vai lá no meu quarto e pega meu notebook, deixei ele ligado dá tras ele aqui – Yasmim pediu

Georg assentiu e subiu as escadas quase correndo.

- mas antidepressivos? – Beatriz ainda não acreditava no que ela havia acabado de ver

- é parece que ela toma alguns – Tom disse – a minha única pergunta é por que?

Georg desceu as escadas acompanhado de Gustav e Lola com um notebook em mãos.

- o que aconteceu? – Lola disse vendo o clima tenso entre todos

- ela toma antidepressivos, adivinha quem? – Yasmim disse

- você tá brincando, a louca da whatsername toma antidepressivos? – Lola disse se juntando ao grupo

- gente olha aqui – Georg disse com o computador em mãos e se sentando no sofá

Yasmim se sentou de um lado, Beatriz do outro, Bill e Tom ficaram em é atrás de Georg e Gustav e Lola ficaram sentados em outro sofá.

- Esse aqui é um dos compostos principais de um dos remédios, se chama fluoxetina e os remédios que ela arrumou são só vendidos no Brasil – Georg disse

- como ela arruma essas coisas? – Lola disse

- não sei provavelmente é ilegal – Tom disse – aqueles remédios que trazem na mala sem que os seguranças dos aeroporto vejam

- mas para que são esses remédios? – Beatriz perguntou

- para tratar depressão nervosa, bulimia nervosa e transtorno bipolar – Georg foi lendo o texto

- depressão nervosa causa alterações no sono, de apetite, sem contar que traz comportamentos suicidas, auto mutilação e humor deprimido – Yasmim pensou – é temos que tomar muito cuidado com ela a partir de agora, sem contar na bulimia talvez ela não tenha entrado em um estado critico, mas a bulimia causa a perda de peso, baixa autoestima, Jejuns prolongados, comportamento depressivo e entre outros

- encaixa-se bem no perfil dela – Lola disse – mas e o rivotril?

- bem.. aqui diz que serve para depressão e distúrbios bipolares, depressão ela pode até ter mas distúrbios bipolares? – Georg disse lendo o texto

- deixa eu ver – Yasmim tirou o computador do colo de Georg e depois leu rapidamente o texto – aqui olha... “Os casos de dependência do clonazepam ocorrem principalmente em pacientes predispostos, com história de alcoolismo, abuso de drogas, forte personalidade, e quando se faz uso em doses altas e por períodos prolongados.”

- bem, ela pode ter começado a tomar quando tinha depressão e se viciado – Bill disse deduzindo

- viciada em drogas? – Tom disse

- “Pacientes em tratamento com clonazepam não devem em hipótese alguma consumir álcool uma vez que isto pode potencializar o efeito da droga ou produzir efeitos indesejáveis e imprevisíveis.” – Yasmim disse lendo um pedaço do texto – sem álcool para ela em hipótese nenhuma

A sorte de whatsername é que há muito tempo que ela não tomava os remédios, mas ainda era um fato horrível ela voltar a toma-los, que não poderia ser ignorado. Sua mente estava em guerra com seu coração, ela se sentia bipolar, contar ou não contar. Era como nos tempos do colégio em que ela era apaixonada, seu cérebro dizia que ela não devia, mas seu coração dizia que era o caminho certo.

Seu cérebro fazia questão de lembra-la constantemente de suas obrigações, de quem era ela e que ela não pertencia aquele grupo. Já o seu coração dizia que era o caminho certo, que ela teria que fazer sacrifícios como em todo jogo de xadrez (sacrificar algumas peças em nome da estratégia para ganhar o jogo) para que ela fosse feliz. Mas ela não poderia abrir a mão de tudo e seguir um amor sem saber se era correspondido e se daria certo.

Era como um jogo de xadrez, cada erro era como uma peça a menos, ela já tinha errado algumas vezes, mas agora tomava cuidado e mais do que nunca para que nada saísse errado, ela tinha se tornado mais que perfeccionista. Ela não sabia dar um passo sem saber se aquilo daria realmente certo, sem calcular todas as possibilidades. Ela sentia que a cada dia que passava o jogo ficava mais difícil e que os remédios eram uma fuga da realidade.

O tapa na cara que Beatriz deu em sua face só fez ela acordar, ela pensou em tudo o que aconteceria se ela aparecesse na mídia, se ela contasse para Bill e Tom quem ela realmente era.  Ela viu que estava agindo sem pensar e que essa altura o jogo estava ficando muito mais complicado do que dois dias atrás. Ela queria virar fumaça e sumir, foram com pensamentos assim de sumir que ela dormiu sob efeito dos remédios.

Enquanto isso todos na sala da casa discutiam o que poderiam fazer com ela. Leva-la a um hospício comprometeria a banda, mas parecia que precisariam de ajuda de um psicólogo. Bill cansado da discussão se levantou, pegou sua carteira e um casaco, calçou um tênis qualquer e disse:

- vou andar um pouco, to levando o celular – ele disse – volto mais tarde

Ele saiu de casa e passou a andar pelas ruas frias da Alemanha. Sorriu pensando na possibilidade de encontrar com Jimmy e Sam, mas algo em seu coração lhe dizia que Whatsername tinha alguma coisa a ver com eles e cada vez estava mais certo disso. O sol começava a se levantar.

Bill pensava na garota, tão misteriosa, deprimida, antissocial, calada, tímida e as vezes engraçada mesmo só falando a verdade, ela fazia com que ele se lembrasse dele quando era adolescente. Ele se lembrou que deixou te ser tão deprimido e antissocial, calado e tímido quando conheceu Sam.

Ele já estava longe de casa, ele se sentia mal por ela, ele queria achar um jeito de animar ela. Eles já haviam levado ela a parques de diversão pizzarias, tentaram animar ela de diversos modos. Ele passava por um parque, sentou em um banco e olhou todos tão cedo caminhando saindo de casa para passear. Bill não tinha percebido que uma garotinha se aproximou dele até que ela puxou sua blusa chamando a atenção.

- oi – ela disse com um sorriso agradável e reconfortante

- oi – Bill disse retribuindo o sorriso

- não pude deixar de notar, mas acho que algo lhe perturba – ela disse

Ele suspirou e disse.

- não é nada de mais – ele disse

Ela se sentou ao lado dele no banco. Era uma garotinha bonita, carregava consigo uma cesta de rosas brancas. Toda delicada com um vestido branco bem solto que batia em seus joelhos e uma sapatilha branca.

- meu nome é Caroline, frequento esse parque junto com minhas amigas, tentamos ajudar algumas pessoas – ela disse enquanto mais duas garotas se aproximavam do banco – elas são a Lay e a Cakau – ela disse enquanto duas outras garotas bem delicadas, Lay e Cakau usavam vestidos amarelo e cor-de-rosa respectivamente e carregavam cestas com rosas

- oi – elas disseram dando um sorriso amigável

- você pode contar para a gente, juramos guardar segredo – elas disseram se sentando na grama na frente de Bill

Ele não conseguia mais guardar tudo o que ele sentia dentro dele e não viu nenhum problema para contar para as garotinhas, elas pareciam muito interessadas.

- bem, há dois anos trás eu gostava de uma garota, ela era diferente, mas era perfeita para mim. - as meninas se entre olharam e deram uma pequena risadinha – eu gostava dela, mas quando eu fui contar para ela... ela sumiu que nem fumaça – o olhar animado das meninas diminuiu um pouco – eu soube que ela ainda estava na Alemanha, aqui em Berlim, ela e um amigo muito querido meu

- vá atrás dela – Cakau sugeriu

- bem, eu ia fazer isso hoje, mas aconteceram muitas coisas nesses dois anos – ele disse – eu montei uma banda com meus amigos e o meu irmão, a banda fez sucesso e lançamos alguns cds...

- você é o Bill Kaulitz, da banda Tokio Hotel? – Lay perguntou animada

- é eu sou – ele disse se sentando na grama junto com as garotas

- vai continua a historia – todas pediram ao mesmo tempo formando uma única voz

Bill deu uma pequena risadinha com a reação das garotas.

- bem, eu estou morando com uma outra banda e nessa banda tem uma garota um tanto estranha, hoje ela chegou de manha na casa, ela tinha sumido por um dia, chegou em um carro com um garoto que era um tanto familiar, bem... uma das colegas de banda dela brigou com ela e o relacionamento da banda com ela não era bom. Descobrimos que ela tomava tranquilizantes e antidepressivos. – Bill suspirou – eu to me sentindo mal, acho que ela é a garota que sumiu dois anos atrás e ainda to me sentindo culpado porque eu briguei com ela por um motivo fútil, joguei tudo o que ela fazia de errado na banda na cara dela e ela estava certa, ainda veio cantar para mim uma musica para que eu ficasse melhor e fez questão que eu ficasse com a musica

Elas se entreolharam, fizeram uma cara pensativa baixando a cabeça e colocando a mão no queixo.

- Bill a gente entende, mas veja... – Caroline começou

- ... tudo o que as pessoas precisam é de amor... – Cakau completou abrindo a mão dele e colocando uma rosa da cor de seu vestido (rosa) que combinava bem com sua personalidade, a frase lembrava a musica dos Beatles

- ... e com ela não é diferente ... – Caroline continuou

- ... as pessoas mais difíceis de serem amadas são aquelas que mais precisam de amor... – Lay continuou colocando agora uma rosa da cor de seu vestido (amarelo) nas mãos de Bill

-... pode ser difícil, mas vale a pena gastar um pouco de tempo para ver alguém sorrir, principalmente se a pessoa for de alguma forma importante para você. Assim quando ela sorrir, você sorrirá também... – Caroline disse colocando mais uma rosa mas essa tinha a cor de seu vestido em suas mãos

-... e assim muitas outras pessoas sorrirão também. É como um efeito dominó de sorrisos e você é o primeiro dominó a começar todo o processo – elas disseram juntas

- talvez seja difícil, mas você tem que se esforçar, não vamos longe sem um pouco de esforço – Lay disse se levantando – nós sabemos que você é um romântico e criativo, você tem tudo para conseguir agora é só você querer e se esforçar um pouco

- Bill, agora confie um pouco mais no seu coração deixe ele trabalhar em parceria com sua mente, deixe eles criarem uma solução para  problema, nós sabemos que você consegue – Cakau disse se levantando

- basta você querer e se esforçar, criatividade e romantismo são ótimas qualidades que você tem – Caroline disse – mas você deve se lembrar, você tem que se esforçar um pouco, ser bem flexível e lembrar que ela está deprimida, não force ela a nada, as vezes um pouco de companhia é o suficiente – ela disse ajudando o Bill a se levantar junto com Cakau e Lay

- um coração precisa de amor, tudo o que você precisa é amor e amor é tudo o que você precisa, assim como ela. Muitas vezes nos sentimos perdedores, ficamos tristes, mas só precisamos que alguém segure a nossa mão... – Lay começou

-... mas não fique mal, pegue uma musica triste e melhore-a, assim você vai começar a melhorar. Não tenha medo, você foi feito para conquista-la. Você encontrou-a, agora vá e conquiste-a... – Cakau continuou

-... As vezes carregamos o mundo nos nossos ombros e precisamos de ajuda, mas não queremos admitir que precisamos. Coloque tudo de ruim para fora e deixe entrar no seu coração novos sentimentos. Não me decepcione, vai lá, conquiste-a, pegue uma musica e faça ela melhor e assim você poderá começar a se sentir bem – Caroline terminou

- obrigado garotas nem sei como agradecer – Bill disse

- estamos sempre aqui nesse parque caso você precise da gente, agora vai lá e conquiste-a – Todas disseram juntas

O humor de Bill estava mudado. Agora ele estava mais confiante. Ele deu um pequeno tchau para as garotas. Ele saiu de lá quase que correndo, a cada passo que dava em direção a sua casa ele ficava mais animado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

bem, vou lá escrever o proximo, espero que minhas rosinhas colorias tenham gostado