Hopeless escrita por Lahey


Capítulo 1
My Damn Life


Notas iniciais do capítulo

ois
eu passei bastante tempo escrevendo, então espero que gostem :)
E lembrem das reviews, não mata ninguém e faz eu postar mais rápido



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/242721/chapter/1

2:00 am.

Vagava pelas ruas, sem um lugar ao certo. Não sabia onde estava, nem para onde ir. Já que não tinha nenhum lugar que pudesse chamar de meu.

Tudo escuro como breu. Ninguém decente ficava fora de suas casas quentes e aconchegantes nessa hora. Ninguém trocaria comida e camas macias pela escuridão de um subúrbio nojento em uma parte nada nobre de Londres. Mas eu não me incluo nesse grupo, pois foi exatamente o que fiz.

Passei meus últimos dias vagando pelas ruas de uma períferia, correndo um perigo mortal, congelando de frio, e quase desmaiando de fome (não comia nada desde que fugi de casa). Isso tudo parece bem mais atrativo do que passar mais um segundo sequer sendo agredida ou abusada pelo meu pai, ficar no mesmo ambiente que suas drogas e armas escondidas e as diferentes vadias que habitavam a casa desde a morte da minha mãe, que também sofria o mesmo tipo de violentação que a gente.

Toda a minha infância foi destruída por ele, meus dias eram preenchidos com medo e dor. A dor física só não era maior que a emocional.

Se não fosse suficente ele ter destruído minha infância, ele também destruiu minha adolescência da pior forma possível: ele usava a mim e minha irmã como parte de seu “negócio”, além de vender drogas, ele também nos vendia sem a nossa autorização, como se a nossa opinião importasse... O esquema era sempre o mesmo, o cliente o pagava e ele nos entregava, e quando o cliente não ficava “satisfeito”, meu pai nos batia muito, para “aprendermos a ser mais ‘satisfatórias’”... Enfim, era horrível. Me sentia horrível, suja. Uma prostituta sem futuro e sem nada.

A dor era tanta, que fui procurando extravasá-la por outros modos. Uma vez roubei um pouco de maconha do meu pai, mas não gostei, foi como se minha consciência estivesse me impedindo de me transformar num monstro igual a ele. Rejeitando a droga, a saída foi a bebida e – principalmente – os cortes. Emily era muito proterora, a minha sorte era que não dava para destinguir quais marcas eram feitas por meu pai, e quais eram de minha autoria. Quanto a bebida, eu não tinha virado uma alcoólatra, bebia apenas quando tinha dinheiro; mesmo sendo poucas, as vezes que eu bebia, – segundo Emily – eu ficava bêbada a ponto de não me lembrar das dolorosas agressões de meu pai, o que era muito bom.

A cada dia que passava, eu me sentia mais parecida com um verme. Sem valor, sem importância. Tinha nojo de mim mesma. Não tinha vontade de viver. A única coisa que fazia eu me obrigar a continuar na minha droga de vida era a Emily.

Ele foi o destruidor de todos os sonhos de um dia ser feliz. E foi a dois dias atrás que eu perdi todas as esperanças, quando ele acabou com o único resquício bom do que era a minha família.

Flashback on (dois dias atrás)

Passei pelo enferrujado portão de casa, desanimada com a idéia de ver meu pai outra vez.

Escutei um grito.

“O que ele fez com a Emily?” foi a única coisa que consegui pensar enquanto corri pra dentro da casa, quase derrubando a porta, devido à força que fiz para conseguir abrí-la.

Entrei na sala e foi como ter voltado no tempo.

Minha irmã, assim como minha mãe a anos atrás, estava deitada no chão, com uma mancha de sangue na altura do estômago. O comum forte cheiro de vários tipos de drogas e outras coisas. E George, meu pai, parado ao lado com uma cara satisfeita e um revólver nas mãos.

– O QUE VOCÊ FEZ? – me atirei ao lado de Emi, comecei a sacudir seus ombros, em meio às lágrimas – EMILY! POR FAVOR EMI, NÃO ME DEIXE, POR FAVOR, NAO FAÇA ISSO COMIGO, EU PRECISO DE VOCÊ EMI! NÃO ME DEIXE IGUAL À MAMÃE. POR FAVOR, VOCÊ NÃO PODE, NÃO PODE.

– Vic, seja forte... estarei sempre contigo, em seu coração. Eu te... amo. – e essas foram suas últimas palavras.

Ao perceber que ela não ia mesmo voltar pra mim, passei uma mão pelas lágrimas, e encarei George com uma fúria fora do comum.

– VOCÊ... A... MATOU - gritei entredentes.

– E o que você vai fazer com isso hein, sangue ruim? – falou indiferente.

– Eu... sei muitas coisas ao seu respeito, posso te entregar à polícia – ele riu.

– Eu ainda sou responsável por você, está disposta a ir para um orfanato?

Eu ri. – Caso você não saiba, paizinho lindo, nós fizemos dezoito anos a duas semanas atrás. Eu sou mair de idade, não dependo legalmente de você. Sou responsável por mim mesma.

– Então pega o telefone e liga pra polícia... Mas fique sabendo que se fizer isso, terá uma morte pior do que a da sua irmãzinha amada. – senti um aperto no coração quando ele falou da minha irmã com tanto desdenho.

– Tudo bem. Posso não te entregar para a polícia, mas eu não fico mais nem um minuto dentro dessa casa.

– Está pronta pra morrer de fome?

Ri sarcásticamente - Já fiquei perto disso várias vezes aqui.

– Por essa porta você não passa.

– E quem vai me impedir? Um drogado imundo e velho feito você? – o empurrei, ele caiu no chão. Nesse meio tempo, corri em direção ao meu quarto, entrei e tranquei a porta. Sabia que levaria pouquíssimos minutos até ele se recuperar do tombo arrombar a porta e me matar.

Peguei uma mochila velha e a joguei contra o ombro, sabendo que nela tinham algumas roupas, meus documentos e meu celular, só tinha esquecido um pequeno detalhe naquela hora: dinheiro.

Nessa altura, George já batia com violência na porta. Comecei a me desesperar. Fui até a cômoda e a empurrei contra a porta. Pus a chave da casa no bolso da frente dos jeans surrados, peguei o casaco mais grosso que tinha e o vesti por cima da minha camisa do Guns N’ Roses. Dei uma olhada nos meus sapatos, botas de cano alto muito desgastadas. Joguei a mochila contra minhas costas e abri a janela. Estava no segundo andar, mas não tinha outro jeito de conseguir sair, sem pensar duas vezes, pulei.

Flashback off

Avistei de longe um grupo de dez pessoas fazendo muito barulho no meio da rua. Como sempre evitava confusão, me virei e entrei num beco, para cortar caminho.

Escutei um barulho e olhei para trás por instinto, não vi niguém então continuei a andar. Me virei para frente e trombei com alguém. Essa não. Problemas.

– Olha, o que uma mulher tão linda tá fazendo no meio de um beco, exposta à perigos? – o cara falou com a voz embolada. Bêbado.

Apenas iria ignorá-lo e correr dali, mas ele percebeu minha intenção e segurou meu braço com força.

– Opa. Nada de fugir ouviu?

– Me solta. Agora.

– Hoje é meu dia de sorte! Quem diria que eu iria encontrar uma menininha tão bonita aqui, num beco no meio da noite?! – juntei toda as minhas forças (que não eram muitas, devido à fome) e dei uma joelhada em suas partes. Ele soltou um gemido de dor e deu um passo para trás. Comecei a correr.

Mas depois de quinze passos, ele agarrou me braço outra vez, mas dessa vez tão forte que eu tinha certeza que deixaria um hematoma muito feio.


“I've tried so hard to fight it but it's hopeless, Hopeless (hopeless),You're hopeless



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Música: For the love of a daughter - Demi Lovato
Esse capítulo tá muito cru. No próximo vai ter mais coisa.
Como ficou?????? Por favor, escrevam qualquer coisa nas reviews que eu fico feliz :)
Vejo vocês no próximo capítulo
E leiam Speak Now, minha outra fic,também de 1D :)