Assim que ele fez isso, atirei a faca no maior desespero. Cato gritou e caiu. Thresh gritou também, mas apenas se afastou de Cato.

-AH. – nisso, comecei a atirar várias facas no garoto. Uma na cabeça, no coração, e só para garantir, gastei mais umas cinco no corpo todo dele, assim, ele cambaleou e caiu. O canhão soou – CATO! – eu só falava gritando nesses momentos.

-Oi, oi. – ele falou com um pouco de desespero, mas fraco, enquanto levantava – O que houve contigo pequena?

-O QUE HOUVE COMIGO?

-Ah, droga. – ele parecia ter se lembrado – Onde está o Onze?

-Só olhar pra trás, grandão, a baixinha acabou com ele. – dei risada.

-Ai, - ele resmungou – pelo menos agora só faltam dois... – sorriu de lado.

-Levanta daí, fraco, precisamos acha-los. Tipo agora. – ele riu.

 Todas as minhas facas que acabaram com sangue de Thresh, foram devidamente lavadas no lago, a espada de Cato estava bem afiada – com tanto “tédio” nos últimos dois dias, ele deve ter passado um bom tempo afiando mesmo.

 Peeta e Katniss, os únicos que me afastam de minha vida quase perfeita de volta a meu distrito. Penso com raiva neles, e saio andando rápido para acha-los. Cato me segue e começamos nossa busca.

 Andamos, andamos e nada. Será que já olhamos toda a arena? Evidente que não... Eles mal deram sinal de vida. Minha frustração estava ao ponto de me fazer gritar, quando arrumei um problema maior do que não achar os esfomeados apaixonados. Uma chuva devastava a floresta atrás de mim e Cato. Cada toque do líquido com as folhas a faziam queimar, dissolver, desaparecer. A chuva tinha coloração escura, o que me dava medo. Os efeitos eram inesperados. As chamas rápidas que pegavam nos troncos da árvores, e depois a distorção do desenho de tais coisas... Não precisei nem pensar para começar a correr.

-Cato! – chamei, ele apenas me olhou, e saiu correndo da chuva-fogo. Corri atrás dele. Nós fugíamos com uma rapidez estranha, depois de termos andado tanto. Parecia que a chuva-fogo só nos queria tirar da floresta, não nos matar realmente. Quando quase bati de frente com a cornucópia, percebi. A chuva estava lá para nos aproximar. Do outro lado do grande chifre metálico, estavam Peeta e Katniss, ofegando assim como eu e Cato. Assim que os vejo, me escondo deles, trazendo Cato comigo. As armaduras nos servem para muito, mas não quero que eles nos vejam, quero pegá-los de surpresa. E por mais estranho que possa ser, quero mata-los rapidamente. Quero ir pra minha nova casa, quero viver da minha maneira.

-O que foi, Clove? Porque esse sorriso? Quase morremos!

-Os esfomeados estão ali do outro lado. Fale baixo. – alertei.

-Então vamos! – ele disse. Se não fosse por minha mão em seu pulso, ele sairia correndo para as flechas de Katniss. Ela sabe bem onde deve mirar.

 Decidi ir pelo outro lado da cornucópia e ataca-los pelo lado. Preparei cinco das minhas mais afiadas facas na mão esquerda, e duas na mão direita. Puxei Cato para o outro lado. Olhei para eles, que estavam ainda parados. Deve ter sido mais difícil para eles sair do esconderijo, que a propósito, era muito bom – sim, nós tínhamos passado pelo lado do qual eles vieram.

 Uma faca no ar. Ouço Katniss gritando e a vejo se preparando para correr. Algo a impede. Peeta está fraco, não consegue correr. Menina burra, ela prefere morrer ao lado dele. Ela ainda não havia me visto, mas sabia que eu estava ali. Minha faca a atingiu no ombro. Pelo menos pude acabar com seu tão estimado talento com o arco.

 Katniss esperou. Ela queria ver se eu atiraria novamente, para saber de onde veio. Miro em Peeta, e por mais que Katniss esteja ao seu lado, meio que me bloqueando dele, consigo acertar sua barriga. Katniss vira e atira uma flecha. Ela vem precisa até nós, e bate na base de meu tórax. Nada acontece. Ela já me viu, eu me pus ao caminho dela. Cato estava a meus lado. Peeta já estava caído no chão. “Há algo errado”, ela devia estar pensando. Chego mais perto e atiro minha faca em Peeta, bem na cabeça. O canhão soa. Katniss vira ao lado e deixa cair um lágrima. Isso antes de sair correndo para o meio da floresta.

-Muito bem, princesa. Menos um. – Cato me parabeniza com as mãos em minha cintura. Sinto sua boca perto de meu ouvido.

-Acho que teremos um bom trabalho para encontra-la. – falei – Vamos, quero ir pra casa logo. – dou um rápido beijo em sua boca, e saio para a floresta devastada.