-O que a gente precisa? - Cato perguntou.

-Pensei nisso, não faço a mínima ideia do que precisamos.

-Não pode ser comida, caçamos tão bem.

-Verdade, e também temos armas, não estamos indefesos.

-A gente também sabe filtrar água sem iodo. - ele pareceu pensar por um segundo - Baixinha, deixa eu te falar. A gente é muito foda. - dei risada.

-Não é pra menos né. Mas não desvia do assunto, o que a gente precisa desesperadamente?

-Sei lá.

-Aff, tudo bem. - resmunguei - Então vamos pensar o que os outros precisam, se for de utilidade pra gente, nós não pegamos só a nossa mochila.

-Ta. Distrito 5. Garota ruiva com cara de selvagem.

-Finch.

-Sei. - desdenhou - O que ela precisa?

-Deve ser comida e água, já que ela pegava os nossos. Ela deve estar morrendo por aí em algum lugar.

-Pode ser.

-Ta, distrito 11. Garoto enorme com o dobro do meu tamanho, pra todos os lados. - brinquei.

-Thresh. Odeio ele. Não sei se você sabe, mas ele conseguiu pegar umas armas na cornucópia. - ele disse com raiva.

-Ta Cato, do que ele precisa?

-Não sei, deve ser vergonha na cara. - ai senhor, eu vou matar essa praga.

-Foco, Cato.

-Ta bom, to falando sério, não sei. Ele não deve ter dificuldade para conseguir comida se ele está vivo até agora. 

-Armas ele também tem.

-Não deve ser falta de abrigo.

-Realmente não sei. - conclui.

-Ta. Distrito 12, aqueles esfomeados vagabundos. Sei exatamente do que eles precisam.

-O que? - como assim "sei exatamente"?

-Remédio pro conquistador, claro. 

-Remédio?

-Lembra que a magrela jogou o ninho de teleguiadas na gente?

-Que matou a loira burra. - sorri lembrando do episódio.

-Foco, Clove. - assenti - Ta, quando ela jogou o ninho, o conquistador voltou pra ajudar a esfomeada e tal, eu te contei isso.

-Ah, sei. Você deu uma espadada nele, foi grave pelo jeito.

-Eu atravessei a perna daquele moleque.

-Muito bom. - dei um beijo nele como "recompensa" - Bom menino. - brinquei. Ele forçou uma risada, mas depois acabou rindo de verdade - Ok, a gente sabe o que metade dos tributos precisa. Isso infelizmente não nos inclui.

-Ta, pensa em algo que pode nos matar. - ele me disse. O arco da Katniss, claro. Ela pegou o arco da piranha da Glimmer e agora ta armada.

-Arco e flecha.

-Deve ser alguma coisa que nos defenda do arco e flecha, oras. - ele falou. Até que faz sentido. Dei um sorriso de aprovação.

-Se realmente for isso, a coroa já é nossa.

-Ta bom, então só falta comer o coelho, esperar o amanhecer, e matar esses infelizes.

-Vai com calma, amor, nós precisamos de uma plano. E você disse que eu poderia matar a garota...

 O dia não demorou a amanhecer, os gamemakers podem controlar o tempo, fazendo amanhecer mais cedo e anoitecer mais tarde, esse tipo de coisa. O plano era o seguinte: Eu esperaria até a garota chegar e cuidaria dela, nós pegamos nossa mochila, mais a dela e dos outros dois, e esperamos até que eles cheguem lá, os matamos também. Peeta morreria mais cedo ou mais tarde, se for mais tarde, podemos encontra-lo...