O Colecionador de Lagrimas

POV. Bianca:

Eu estava muito assustada, Anne tinha nos dito que a o pendrive tinha sumido, nesse mesmo momento o Pietro correu para verificar se era verdade, enquanto Melissa foi acordar o Bruno e eu tentei acalma-la, Ruan, Roberto, JP e Marisa já tinham ido embora, eu tinha visto quando eles saíam, mas pela ressaca eu disse que iria mais tarde, e eu tenho certeza de que não vi nenhum deles sair com uma caixa, ou algo do tipo, quando Bruno chegou, não me contive.

– Que palhaçada é essa Bruno?

– Em primeiro lugar se acalme, eu estava dormindo nem sei o que aconteceu, não tenho nada haver com isso.

– Ninguém pode ver o que tinha ali cara, eu confiei em você, precisa consertar isso.

Pietro voltou decepcionado por ter confirmado o fato, ninguém estava contente com aquilo, quem quer que tenha pego isso pode nos infernizar, e expor todos os nossos podres, inclusive os meus.

– Espera galera, podemos ver se a câmera de segurança captou alguma coisa, se essa pessoa foi lá, então isso é bem possível.

– Boa ideia, vamos ver as fitas.

Infelizmente as fitas não tinha visão nas partes longe da casa, por isso não conseguimos ver ninguém indo la, mais exatamente as 4:30, uma pessoa enrolada em um lençol passou e voltou para dentro da casa com algo nas mãos, era chocante, certamente era a caixa, mais seja quem for já levou, então resolvemos ir para a casa e deixar esse assunto de lado por hora.

POV. Marisa:

Já era fim de tarde, eu estava terminando de assistir um filme, 500 dias com ela, então imaginem, isso me deixou o mais emocional possível, com um pote de sorvete do lado e meu lindo travesseiro, todos estavam estranhos e queriam esquecer a noite passada, esse era meu jeito, e baseada nisso, o jeito do Roberto era jogando futebol, JP no computador, Pietro na boate do pai dele, Bianca só Deus sabe onde anda, bom e Anne deve estar configurando seu tumblr. Depois de assistir o filme, eu não consegui parar de pensar no quanto a minha timidez atrapalha, e que se eu deixasse ela de lado um pouco eu poderia conseguir o cara que eu quero, eu o amava, e eu acho que ele já tinha percebido, afinal todo mundo sabia, esses últimos meses era só ele na minha cabeça e eu tentei esquecer, mais isso é como se fosse um bumerangue, sempre volta, bastava eu vê-lo e aquele sentimento todo voltava, então não resisti e mandei uma mensagem pra ele, “Oi gatinho, me encontra no Relicário daqui a meia hora, preciso conversar com você é importante.”, fui apenas tomar um banho e passei perfume, eu não era uma garota muito vaidosa, mas me maquiei e tentei ficar linda para ele (http://bozzodiablo.files.wordpress.com/2010/10/531643_bild.jpg), assim que terminei sai, eu iria vencer esse medo hoje, com certeza iria fazer com que as coisas mudassem. Ao chegar lá ele já estava sentado em um banco, com os braços apoiados no balcão, estava bebendo, acho que ele ainda estava meio mal por ontem, ele se virou e me viu, era minha deixa.

– Oi Pietro! – Falei virando o rosto pra que ele beijasse minha bochecha.

– Oi mari, – Disse enquanto me dava um beijo no rosto e me conduzia a cadeira. – Então, o que você queria conversar comigo?

– Por favor senhor, me traz um suco de abacaxi – Falei com o balconista eu logo preparou e me deu o suco, tentando adiar aquilo, pra piorar ainda estava tocando Look After You do The Fray no rádio (http://www.youtube.com/watch?v=mn4M0y7kkTg&feature=fvst), mas não podia mais adiar, era tarde pra voltar a atrás, então criei coragem e comecei. – Tipo, eu não sei como chegar nesse assunto, mas já tem um tempo... Eu acho que você já deve ter notado, pelas nossas conversas no msn e Skype, bom, eu gosto muito de você – Nesse momento olhei pra ele, e não gostei da sua expressão, mas continuei. – Eu queria conter isso, eu queria poder não gostar de você, porque além de você ser um grande amigo, você também é a pessoa que eu gosto – Eu já estava lacrimejando e ele iria dizer algo mais eu não permiti. – Por favor, me deixa terminar, eu sei, que é difícil pra você abrir seu coração para alguém, depois de todas as garotas que te magoaram, eu sei que você se fechou, mais me dá uma chance, me dá uma chance de provar que esse amor pode dar certo,

– Mari, não é tão simples, eu não quero te magoar, desde a Alice, eu não gostei de mais ninguém, e eu não acho que vai ser agora que isso vai acontecer, eu já aceitei, eu não nasci pra amar ninguém e nem para que ninguém me ame, senão ao menos uma das meninas que eu gostei já teriam gostado de mim, mas não, e sem falar que você já pensou em como ficaria a nossa amizade, eu não quero te magoar!

– Eu não sou essas garotas, não me dê motivos para não acreditar, porque não importa quantas evidências existam de que a gente não vai dar certo, no fundo eu vou continuar acreditando em nós dois. – Disse com lágrimas no rosto, ele não dava sequer uma chance.

– É triste, mas você está se iludindo, eu nunca vou poder te fazer feliz da forma que você deseja. – Ele não conseguia olhar nos meus olhos. Quando ele falou aquilo, eu me senti tão mal, meu coração ficou tão pequeno diante daquilo tudo, eu não conseguia conter minhas lágrimas, e eu vi que ter feito ele lembrar da Alice o deixou bastante mal, ele também já estava com os olhos vermelhos.

– Mas então me diz o que eu devo fazer com o que eu sinto?

– Tenta me esquecer, se afasta de mim, você vai encontrar alguém melhor, tenho certeza disso, mas esse sentimento que você tem por mim, eu não mereço ele. – O pior é que ele tratava o que eu sentia por ele como algo ruim, algo que não devia existir.

– Sabe o que é mais triste ainda?! Ver você se achando tão pouco, quando nem você mesmo se toca que você é tudo pra mim. –  Nesse momento ele olhou para mim, ele estava sem reação, na certa ele não queria falar mas nada que me magoasse, mas eu acho que era impossível que meu coração poderia se partir mais do que já estava –  Eu vou embora, me desculpa por gostar de você...

– Mari, perai...

Ele tentou me segurar, mais não deixei, apenas joguei o dinheiro no balcão e fui, eu não conseguia ficar mas nem um minuto perto dele então fui pra casa e o deixei lá.

POV. Pietro:

Eu estava muito mal pelo que tinha feito com a Marisa, eu sei que quando a gente ama alguém, aquela pessoa pode nos machucar muito fácil, eu sei disso porque era o mesmo que eu sentia pela Alice, eu só esperava que a Mari não terminasse como eu, isolado, sem ninguém, não conseguia mais estar ali depois do que aconteceu, então fui pra casa do Roberto. Chegando lá vi que ele estava jogando vídeo-game, e ele notou que estava mal de cara.

– Que foi cara, o que aconteceu?

– Vamos conversar... – Falei conduzindo ele a uma das poltronas, uma coisa boa da casa dele é que dificilmente alguém estava la além dele e seus irmãos.

– Conta cara, o que aconteceu? – Ele disse preocupado.

– Mari disse que me amava, queria que eu desse uma chance pra ela.

– Eu sabia que cedo ou tarde ela ia confessar, mais e ai, o que aconteceu?

– Eu não pude aceitar, eu nunca vou amar ela da mesma forma, seria pior do que dizer que não.

– Tem razão, concordo, é melhor do que iludir, mas me tira uma duvida que eu ainda tenho, você ainda ama a Alice? – O que eu tive com a Alice foi muito forte, e todos que me conheciam sabiam disso.

– É difícil esquecer ela, mas isso vai acontecer, uma coisa boa de ter me tornado tão frio, é não me importar tanto com os problemas que eu tenho, então, diz pra galera, que eu vou viajei, e vou passar uns dias foras.

– Eu entendo, ta bom cara, boa viagem. – El falou me abraçando, então fui direto pra casa arrumar as coisas, ia pegar o primeiro ônibus.

POV. Anonimo:

Uns de vocês não assumem responsabilidades, outros fingem que ela não existe, e poucos consegue arcar com elas, eu vou ensinar a vocês tudo isso. Estão se enganando se vocês acham que eu não vou fazer nada, eu só precisava de um tempo para me organizar, e já tive, então durmam bem, porque a dia de amanhã vai ser longo,