The Ruler And The Killer escrita por Marbells


Capítulo 17
Thank you


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Peço desculpa por não ter postado antes, mas tenho andado com alguns problemas pessoais e não consegui postar mais cedo. Talvez ainda poste hoje e vou tentar postar amanhã, mas depois vou ficar até ao dia 7 sem postar, porque os meus primos que estão no Luxemburgo vêm a Portugal e eu vou ficar com eles durante alguns dias. Eu até levava o meu pc, mas a minha mãe tem um ódio profundo pelo objeto e probiu-me de o levar. A sorte não está mesmo no meu lado esta semana...
Obrigada pelos comentários e boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/242221/chapter/17

Dez minutos depois, um pequeno pára-quedas caiu no chão, a alguns metros de onde nós estávamos.

–Temos patricionadores! – gritei, enquanto corria até ao pára-quedas.

–Mas é claro que temos, Clove. – Cato riu – Mas, se continuar a saltar como está a fazer agora, talvez já não os tenhamos na próxima vez.

–Cale-se! – retruqui, tentando ignorar a parte “na próxima vez”, porque, por mim, não haveria próxima vez. Eu não aguentaria uma próxima vez.

–O que está aí dentro?

–Não sei, vou abrir agora. – desajeitadamente, abri a caixa arredondada e quase gritei de felecidade quando vi o que estava lá dentro. Ao lado de um pequeno papel em forma de retângulo, estava um pote com uma espécie de creme que devia ser para curar as feridas e queimaduras de Cato. Em letras pequenas e tortas, estava escrito “Vocês dois deviam beijar-se mais vezes, quase fiquei surdo com os gritos da Capital quando vocês se beijaram. Foi isso que atraiu os patricionadores. – Brutus”.

–E então?

–Tenho de pôr isto na sua perna e nas queimaduras. – mostrei o pote com creme e aproximei-me de Cato, levando a garrafa e pote comigo. O papel com a mensagem de Brutus já estava dentro de um dos bolsos das minhas calças.

–Porque acha que mandaram isso? – Cato parecia surpreendido e eu também estava. Os patricionadores deviam ter ficado mesmo impressionados connosco.

–Parece que alguém lá em cima gosta de nós. – brinquei, mas estava muito agradecida por terem mandado tudo aquilo, pois Cato já não tinha de morrer e podia, assim, ganhar os Jogos Vorazes.

–Ainda bem que gostam.

–É verdade, mas pareçe que foram os nossos beijos que pagaram isto. – Cato rolou os olhos e olhou para mim, com um sorriso malicioso.

–Posso beijar você mais vezes, se quiser. – coloquei-me de joelhos, á frente da perna de Cato e abanei a cabeça.

–Não enquanto a sua perna não estiver curada, Cato.

–Porquê? – o garoto bufou e franziu a testa – Os meus lábios não têm ferida nenhuma.

–Mas o seu cérebro pareçe ter! – ri e começei a colocar o creme na perna de Cato, que, ao sentir a temperatura do produto, estremeceu. Parei de colocar o creme quando percebi que aquilo lhe estava a doer – Está a doer muito? – perguntei com preocupação.

–Não, - Cato abanou a cabeça e, de olhos cerrados, fez sinal para que eu proseguisse – continue.

–Está bem, mas se doer muito avise, ok? – Cato assentiu e eu continuei a espalhar o creme sobre e ao redor do corte, que, agora, já parecia um pouco melhor, mas continuava com o mesmo aspeto assustador de antes – Pronto, já está! – anunciei, quando já todas as queimaduras e cortes nos braços, pernas e rosto de Cato estavam cobertos de creme.

–Ainda sobra algum? – ele perguntou e eu mostrei-lhe o pote, ainda com metade do conteúdo intacto.

–Metade do creme. – Cato sorriu e apontou para mim.

–Ainda bem, você precisa. – abanei a cabeça.

–Não, eu estou bem isto é para urgências. – Cato semi-cerrou os olhos e olhou para mim com irritação.

–Clove, faça o que disse.

–Porquê? – perguntei, empinando o queixo em sinal de desafio.

–Porque eu estou a mandar!

–E eu estou a recusar-me a obedecer. – Cato grunhiu e, com impulso dos braços, consegiu levantar-se – Hey, onde pensa que vai?

–Vamos procurar os outros. – levantei-me também e fechei o pote com creme e coloquei-o no bolso do casaco.

A garrafa de água que eu tinha na mochila já estava vazia. Cato tinha quase toda a água da garrafa, mas obrigou-me a beber o que restava, embora eu tivesse insistido que não precisava. Assim que chegássemos ao acampamento eu iria ao lugar buscar mais água. Uma das coisas mais importantes e fundamentais para a nossa sobrevivência era a água. O corpo humano está preparado para aguentar algum tempo sem comida, mas sem água e com as mudanças de temperatura na arena, qualquer tributo morreria em poucos dias.

–Não, você ainda não está bem! – Cato continuou a andar e tive de correr para o acompanhar. Mesmo com a perna lesionada e cheio de queimaduras, Cato continuava a ser mais rápido que eu. Até seria engraçado, se não fosse tão frustrante.

–Já estou bem melhor, temos de ir ter com o resto do grupo.

–Porquê? – perguntei – Podemos muito bem ficar sem eles. Assim que a sua perna estiver curada, seremos mais fortes que eles juntos. O Marvel só sabe usar a lança, a Jean pouco sabe e a Glimmer, tal como o Peeta, é totalmente desnecessária. Podemos ser só nós os dois! – a minha voz estava estupidamente esperançosa, tal como eu, enquanto imaginava como seria se fossêmos só nós os dois á caça de outros tributos. Não teríamos ninguém a chatear-nos a cabeça nem teríamos de ter cuidado quando queriamos estar juntos.

–Não. – Cato negou e eu senti como se ele me tivesse agredido. Não sei porquê, mas, ver que Cato rejeita uma oportunidade de aproveitarmos juntos os nossos últimos dias antes que um de nós (eu) morresse, magoou-me, e magoou muito. Mas coloquei uma expressão serena e não deixei que Cato visse como me tinha atingido com aquela palavra, não valia a pena, pois ele não ia mudar de ideias.

–Tudo bem. – concordei e segui-o pela parte da floresta que não tinha sido alcançada pelo fogo.


*

Voltámos ao lugar onde tinhamos feito o acampamento. Cato coxeava e, de vez em quando, levava a mão á perna, em sinal de dor. Mas, mesmo assim ele já estava bem melhor e era vísivel o processo de cicatrização das queimaduras. Tal como Cato, eu também estava lesionada, mas bem menos. As minhas costas continuavam a doer e cada vez mais, mas eu não podia mostrar dor naquele momento. Já tinha chorado á frente de Cato e das camâras, não me podia dar ao luxo de me ir abaixo outra vez. Além disso, eu tinha vomitado uns cinco minutos depois de termos começado a andar. Cato fez o mesmo, expulsando á força o fumo que se infiltrara no corpo.

Sentia-me mole e queria parar em algum canto da floresta e ficar a dormir até ao dia seguinte, mas sabia que não podia fazê-lo até que encontrássemos o resto dos carreiristas e Peeta. Mais uma vez, vi-me forçada a usar aquela máscara de frieza e indiferença que já me era tão familiar.

Estávamos a uns 15 metros do acampamento, tapados por alguns árvores e arbustos, mas dava para ver Glimmer á volta da fogueira, com uma mochila numa das mãos e um objeto, que não consegui ver qual era, na outra mão. Marvel estava sentado no chão, de pernas cruzadas e o pescoço pendido para o lado direito. Peeta, por sua vez, andava de um lado para o outro e parecia nervoso, tinha o rosto todo suado e, tal como todos nós, com vários machucados. Jean era quem parecia mais calma, mas, de vez em quando, olhava á volta, como se procurasse por alguém.

Sorri maliciosamente, eles não nos podiam ver e, depois de quase ter morrido e de ter perdido Cato, tinha de desanuviar a tensão que se instalara nos músculos doridos e maltratados das minhas costas.

–O que acha de lhes fazermos uma suspresa? – perguntei a Cato, num sussurro.

–Acho uma excelente ideia! – trocámos um olhar que podia ser considerado como telepatia e, mais uma vez, sorrimos – Quero ver como o Marvel vai reagir a isto. – zombou, já adivinhando aquilo que eu ia fazer, quando, rapidamente, abri, com cuidado, o meu casaco e de lá tirei um conjunto de seis facas.

–Aposto que ele até vai saltar de susto! – Cato levou a mão á boca para controlar o riso e eu ergui uma das facas no ar. Mirei no ponto a poucos centímetros da orelha de Marvel e, agilmente, lançei a faca na sua direção.

A faca cortou silenciosamente o ar á sua frente, aterrando com firmeza no solo, mas, antes, passou em linha reta a poucos centímetros da orelha de Marvel.

–HAAAAAAAA! – o berro de Marvel deve-se ter feito ouvir por toda a arena – O que foi isto? – perguntou, assustado e ofegante, apontando para a faca cravada no solo – É uma faca!

–Pareçe uma das facas que a Clove… - os olhos de Jean abriram-se totamlmente e ela olhou, novamente, a seu redor – Oh meu Deus…

–É o fantasma dela! – Cato riu do que Marvel disse e, segundos depois, já outra faca voava, agora, na direção do pé de Glimmer – Estamos a ser atacados por fantasmas!

–Cale-se, Marvel! – Glimmer, também assustada, pegou na faca e girou-a – Pareçe mesmo a faca da Clove…

–Mas ela morreu! – sorri para Cato e ele balançou a cabeça.

Não era estranho que eles pensassem que estavamos mortos, pois se tivesse soado algum canhão na nossa suposta hora de morte, eles não o teriam ouvido porque estavam ainda em choque, a fugir do fogo ou incoscientes por causa do fumo. Era normal, mas não deixava de ser cómico e um tanto ridículo.

–Está na hora. – Cato sussurrou e eu assenti.

Dei alguns passos em frente, fazendo de prepósito para se ouvir os meus sapatos a quebrarem alguns galhos e folhas secas que estavam caídos no chão. Todos olharam à volta, procurando a origem do som, mas Cato e eu ainda estávamos tapados por alguns arbutos, pelo que eles ficaram mais pálidos e com os olhos esbugalhados.

–Eles morreram, - Glimmer repetiu – não podem ser eles!

–Mas é a faca da Clove! – Peeta defendeu, hesitante e temeroso.

–Ela morreu, caramba! – o grito de Glimmer mais pareceu um ganido assustado e por pouco não me ri. Estava na hora de dizer “Olá”.

–Não me pareceu ouvir nenhum canhão. – anunciei, saindo de trás dos arbustos e mostrando-me aos outros, que, assim que me viram, deram pelo menos um passo para trás.

–Então, já estavam a festejar? – Cato apareceu atrás de mim e, lentamente, foi sentar-se ao lado de Marvel, que tremia.

–Na… Não há nada para festejar. – ele gaguejou e Cato, depois de soltar uma gargalhada, bateu-lhe quase amigavelmente no ombro, fazendo Marvel fechar os olhos e gemer de dor.

–Parece-me que você tem algo que é meu, Glimmer. – apontei para a faca que ela tinha na mão – Ora, ia roubar as coisas de uma pessoa morta? – Glimmer, de olhos esbugalhados, negou freneticamente.

–Não, eu… Nós só… Não… - fechei a cara e tirei-lhe bruscamente a faca da mão. Antes de voltar as costas á loira, lançei-lhe um olhar fulminante.

–Nem pense em voltar a mexer nas minhas coisas, muito menos as minhas facas. – Glimmer assentiu e eu fingi um sorriso amigável – Ótimo.


Á noite, já todos agiam normalmente, conversando e, por vezes, discutindo uns com os outros. Desde que chegámos ao acampamento, Cato não saía de perto de mim, sempre com um braço ao redor da minha cintura ou a pelo menos 1 metro de onde eu estava. Essa aproximação podia ser frustrante para uns, adorável para outros, mas, para mim, era preocupante. Cato estava a apegar-se ainda mais a mim e isso podia ser perigoso, porque, em qualquer momento, eu teria de morrer e queria que Cato conseguisse ter força suficiente para ganhar os Jogos. Mas, se Cato se apegasse demais a mim, chegando a sentir o que eu sentia por ele, estaria tudo perdido. E eu não estava habituada a não ter aquilo que queria.

–Vou apagar a lareira, - ele disse, quando estávamos os dois dentro da tenda – já volto. – beijou-me rapidamente e saiu da tenda. As noites eram frias, mas as tendas e os casacos e até os saco camas eram feito de um material que conservava o calor, não nos deixando arrefecer.

–Ok. – deitei-me no chão e tapei-me com o meu casaco. Levei os dedos aos lábios e desenhei linhas invisíveis sobre os sítios onde Cato me tinha beijado, lambendo e mordiscando.

Suspirei e fechei os olhos. Estaria eternamente agradecida a Brutus por nos ter enviado o pote com creme, pois a perna de Cato já estava mesmo muito melhor. Mas decidimos ocultar esse pormenor do resto do grupo, pois teríamos de contar como contar como a perna de Cato tinha melhorado tão rapidamente e seríamos obrigados a partilhar o creme curador. Talvez fosse puro egoísmo, ou então era o instinto de sobrevivência, mas não queria partilhar com alguém que não fosse Cato algo tão importante como um creme que podia ser a diferença entre morrer lenta e dolorosamente e ter uma pequena cicatriz.

Mesmo sabendo que não me podia ouvir ou ver naquela tenda, sussurrei para Brutus:

–Obrigada.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem e eu posto o próximo capítulo ainda hoje!
Ah, já agora, eu vou ter de deletar aquele blog que fiz no Tumblr - o que tem as perguntas dos tributos - porque estou sem tempo para o atualizar e em um mês as aulas começam. Sei que estou no 10º ano - ou vou agora para o 10º ano - mas o meu objetivo é ir para uma boa Universidade e fazer Medicina, por isso, tenho de começar a trabalhar a sério. Não vou parar de postar, claro que não, mas quando as aulas começarem vou postar apenas uma ou duas semanas. Além disso, vou mudar de casa em menos de um mês... É, ando muito atarefada.
De qualquer forma, espero que tenham gostado do capítulo! Comentem!