Andy insistiu que eu fosse para sua casa, já que não achávamos Jimmy, e além de tarde, eu não poderia ir sozinha, pois estava um pouco bêbada, e ele não achava seguro. Enfim acabei, ficando de saco cheio, e mandando-o ir embora, que eu me resolveria sozinha.

Continuei a procura de Jimmy, porém, não o achei. De repente me deparo com um lugar quase vazio, e Jimmy há essa hora já devia está bem longe.

– Hey, Vick! – Syn disse vindo em minha direção, e me despertando de meus pensamentos.

–Hey! – disse tentando transparecer alguma animação

– Tá perdida, ou ficou para ajudar na limpeza? – disse tentando parecer engraçado, o que não deu certo com a animação que eu estava no momento.

– Com certeza a segunda opção!

– Imaginei, mas realmente não precisa contratei uma equipe para isso! – ele disse cínico.

– Putz, que pena! Estava realmente querendo ajudar! – disse fingindo desapontamento, e ele deu uma gargalhada assustadora.

– A verdade é que você só queria ficar mais tempo próxima de mim! – disse chegando mais perto, com a voz em um tom sexy.

– Não viaja Gates! – disse empurrando-o.

Ele gargalhou assustadoramente de novo, me fazendo arrepiar, o que infelizmente não passou despercebido por seus olhos.

– Admita Victória, você só está com aquele magrelo por pena! Você na verdade quer a mim!

– Merda, não era para você ter descoberto isso! – falei fingindo desapontamento.

Virei-me, e fui em direção à saída da casa de Brian, porém, antes mesmo de eu ter dado o segundo passo ele me puxou, me fazendo encara-lo novamente.

– Mas eu realmente não creio que era para ajudar na limpeza que você está aqui!

– Realmente não!

– Então por quê? – ele perguntou curioso.

– Ué, você não tinha adivinhado, que era para poder ficar mais tempo com você?! – eu disse um pouco cínica.

– Mas era isso mesmo?! – ele perguntou realmente acreditando que era a razão de eu ainda está lá.

– Claro que não seu tapado! – eu disse rindo, e ele fechou a cara.

– Então por quê? - ele perguntou sério.

– Perdi a carona de Jimmy...

– E seu namoradinho, te abandonou? – disse desdenhando.

– Na verdade, eu pedi para ele ir embora! – respondi seca.

– E vai como para casa? - ele perguntou.

– Era isso que eu estava pensando, antes de você chegar! – respondi, e ele me encarava.

– Quer que eu te leve? - ele se ofereceu.

– E correr o risco de sofrer um acidente pela sua sobriedade?! Obrigada eu prefiro ir sozinha!

– E correr o risco de ser estuprada, sequestrada ou na melhor das hipóteses assaltada? – ele disse irônico. – Com certeza deve ser bem melhor! – ele disse me fazendo fechar a cara.

Ficamos em silêncio, e eu continuava pensando em como eu voltaria para casa.

– Bom... Você pode dormir aqui em casa! – ele sugeriu.

– E correr o risco de ser assediada por você, ou esfaqueada, enquanto durmo, por sua amada esposa?

– Porra, você também, não quer ser ajudada! – ele disse estressado. – E a Mich nem está em casa!

– Não é que eu não quero ser ajudada, é pelo simples fato de que ela me odeia, e me ver dormindo na sua casa, vai a fazer querer me esfaquear e depois comer meus órgãos!

– Eu já disse que ela não está em casa! – ele disse quase gritando, e eu o olhei assustada. – E tem mais de um quarto nessa casa, mas claro se você não quiser dormir aqui, pode ir! – ele disse mais calmo.

– Se eu não tenho nenhuma opção melhor...

– Ah, deixa de ser orgulhosa! – ele disse passando os braços ao meu redor, enquanto nós caminhávamos para dentro da casa, eu o olhei e rolei os olhos.

Entramos na casa e era tão foda, me instalei em um dos quartos de hospedes, o mais perto do quarto de Syn. Não demorei muito para pegar no sono, pois já era tarde e eu estava cansada. Estava dormindo super bem, até os pesadelos começarem, não lembro muito bem deles, mas sei que era aterrorizante. Acordei desesperada, gritando, e com falta de ar.

Minutos depois, a porta do quarto em que eu estava é aberta com força e a luz acesa, me fazendo tremer, encara-la assustada.

– O que houve? – Syn perguntou me encarando espantado, ele estava com o cabelo todo bagunçado, e vestindo apenas uma cueca.

– Nada... – respondi e pude escuta-lo suspirar aliviado, porém continuava com a expressão assustada.

– Então porque você gritou?

– Tive um pesadelo! – disse calma.

– O.k., foi só um pesadelo, pode voltar a dormir!- Ele disse calmo, com a voz sonolenta.

Ele deu as costas, coçou a cabeça, bagunçando ainda mais seus cabelos escuros, e levantou a mão para apagar a luz.

– Syn! – chamei-o fazendo com que ele voltasse a me encarar. – Não apaga a luz. – disse baixo, e ele sorriu com o canto dos lábios, e assentiu com a cabeça.

Virou-se, e voltou a andar para fora do quarto.

– Syn! – chamei-o novamente, e ele voltou a me encarar. – Não vai.

Ele sorriu e sentou na beira da cama, deitei em seu peito descoberto e dormi, enquanto ele acariciava meus cabelos.

Acordei, e encarei a pessoa, em que eu estava deitada, que sorriu, com o canto dos lábios, um sorriso encantador de alguém que acabara de acordar, só eu sei o quanto sonhava com isso dias atrás.

– Preciso voltar para casa! – Disse me levantando e indo ao banheiro.

– Mas não são nem onze horas! – Ele disse com a voz embargada de sono.

– Não importa. Você me leva? – Perguntei enquanto escovava os dentes.

– Levo, só vou por uma roupa! – Ele disse saindo do quarto, me espantei em vê-lo só de cueca.

Fomos calados praticamente o caminho todo, às vezes cantarolávamos algumas músicas que tocavam na rádio.

– Você não vai entrar? – Disse ao pararmos na porta.

– Não, vou resolver algumas coisas, mas tarde quem sabe eu passo aqui! – ele respondeu.

– Tanto faz! – respondi indiferente.

Ele deu um sorriso com o canto dos lábios, aquele sorriso sexy que só ele sabia dar, e puxou minha nuca me dando um selinho.

– Você não devia ter feito isso! – disse séria enquanto saía do carro.

Ele só sorriu e deu partida no carro. Andei até a porta e fiquei encarando-o desaparecer. Entrei em casa, e me deparei com Jimmy sentado em uma poltrona na sala, concentrado em escrever algo.

– Passou bem à noite? – perguntei irônica.

– Aham, e você com o Syn? – ele perguntou levantando os olhos para mim.

Eu bufei e comecei a subir as escadas em direção ao meu quarto.

– O almoço vai ser servido em uma hora! – ele gritou para mim.

Cheguei ao meu quarto e me joguei na cama, porém não fiquei muito tempo, logo fui tomar banho e refletir um pouco em baixo do chuveiro.

Quando desci, Jimmy continuava concentrado no papel.

– O que é isso? – perguntei curiosa.

– Uma música, Death, minha última música. – respondeu, sem muita emoção.

– Como assim última música?! – Perguntei um pouco irritada, sabendo do que ele se referia.

– A ultima música que componho na minha vida. – seu tom era calmo.

– Você não pode prever o futuro, essa não é sua última música! – agora eu era um misto de raiva e tristeza. E ele estava calmo, passou a mão em meu cabelo, e sorriu. – Você não pode, não pode simplesmente desistir Jimmy! – eu estava quase gritando, e as primeiras lágrimas já rolavam de meus olhos. – Porra, pensa, tem seus fãs, você é uma inspiração para eles! Tem o Brian, o Matt, o Zacky, o Jhonny, porra como eles vão continuar sem você?! Tem a sua família, a Leana e todos seus milhares de amigos... E tem eu! Você acha justo, desistir, e deixar todos nós?! – Minha voz falhava, eu chorava desesperadamente.

– Isso não é uma escolha minha Vick! – Ele disse ainda muito calmo, acariciando meus cabelos.

– Eu não vou deixar isso acontecer, não de novo! – Disse enxugando as lágrimas com a parte detrás das mãos.