POV BELLA

Corri para a porta assim que ouvi a campainha tocar.

Edward estava do outro lado da porta, lindo, com uma camisa verde que realçava os seus olhos e umas calças de ganga.

- Bom dia – disse beijando-me o rosto.

- Bom dia. Tens a certeza que não há problema que eu vá?

- Certeza absoluta. Aliás, estás linda. O azul fica perfeito em ti.

Corei com o seu comentário.

- Obrigada. Tu também estás muito bem.

Eu vestia uns calções de ganga, um top em tons de azul  e umas all star.

Quando chegámos ao carro, Edward abriu a porta para que eu entrasse, dando em seguida a volta ao carro para ele próprio entrar.

Assim que me sentei senti o seu cheiro que dominava o ambiente.

A caminho da sua casa exteriorizei o meu pensamento.

- A minha mãe vai ficar chateada quando souber o que estou a fazer.

Ele franziu a testa.

- Porquê?

- Porque ela não vai concordar que eu vá assim para tua casa, sem ser convidada e sem conhecer ninguém.

- Que disparate. Tu és minha convidada e eu posso apresentar-te todos os convidados se for esse o teu problema.

- Não, deixa estar. – recusei rindo

Quando chegámos olhei de boca aberta para a casa.

-Edward a tua casa é linda.

- A minha mãe vai gostar de saber isso.

http://2.bp.blogspot.com/_iFf6e_nxXB8/SwiZXgyZWsI/AAAAAAAAAYc/cVOusoeAdeI/s1600/Mans%C3%A3oAP.jpg

Edward estacionou o carro na garagem.

- Espera aqui.

Ele saiu do carro e deu a volta, abrindo a porta para mim.

- Que cavalheiro.

- Faz parte do meu charme – recrutou, piscando-me o olho e fazendo-me rir – Para de gozar comigo e vem.

Assim que entrámos para o jardim, uma senhora lindíssima, com os cabelos castanho caramelo e pele delicada veio na nossa direcção.

- Mãe, esta é a Bella. Bella esta é a minha mãe, Esme.

Esme sorriu e puxou-me para um abraço.

- é um prazer conhecer-te minha querida.

- O prazer é meu Sra. Cullen.

- Ah por favor. Apenas Esme. Sra. Cullen era a minha sogra – respondeu com uma careta, fazendo-me rir – Gostaria de conversar um pouco contigo, mas infelizmente não posso.

- Não se preocupe Esme.

 – Fica à vontade querida.

- Obrigada.

- Vem um dia visitar-me, sim?

Assenti com a cabeça e ela afastou-se, sendo chamada para receber alguém.

- A tua mãe é um doce.

- Sim, não há melhor que ela.

Sorri e vi um homem loiro, lindo a vir na nossa direcção.

- Edward, quem é a tua bonita acompanhante?

- Esta é a Bella. Bella, este é o meu pai, Carlisle.

Tal como a esposa, Carlisle também me abraçou e deu as boas vindas antes de se afastar.

- Anda – Edward disse, puxando-me pela mão – vamos sentar.

Encontrámos uma mesa livre e Edward fez-me sentar, indo buscar umas bebidas antes de se juntar a mim.

- Então, achas que a festa vai ser assim tão má?

- Não, o ambiente é muito mais descontraído do que eu estava à espera. - comentei

- Eu sabia que ias gostar.

Sorri e olhei em volta, vendo vários grupos conversando animada e descontraidamente em volta da piscina. Na varanda da casa, uma mesa com comidas e a um canto do jardim estava montado um bar que servia as bebidas.

- Prepara-te para conhecer um mini furacão – Edward alertou.

Olhei em volta, vendo um vulto passar por mim e atirar-se nos braços de Edward.

- Olá maninho – cantarolou uma voz de sinos.

Edward sorriu e abraçou-a de volta.

- Olá Allie. – quando se separaram sorriu para mim – Allie esta é a Bella. Bella, esta é a minha irmã Alice.

Alice sorriu-me de forma tao contagiante que automaticamente um sorriso foi desenhado no meu rosto.

- Bella, finalmente te conheço – disse sorrindo.

- Posso dizer o mesmo. – falei, retribuindo o abraço - Já ouvi falar muito de ti.

Ela sorriu e sentou connosco.

- Bella, conta-me. Estás a gostar de Nova Iorque?

- Estou a amar. É completamente diferente de onde eu venho.

- Tu és de Forks não é?

- Sim.

- Como é?

- Eu sempre gostei muito de viver lá. É bem mais pequeno do que isto. Uma cidadezinha com poucas pessoas.

- Devias ter visto a animação da Bella ao ver o tamanho da Universidade – Edward brincou

Sorri para ele que me devolveu o sorriso e quando voltei o olhar para Alice vi-a a sorrir para nós.

- A mudança é brusca, não? – comentou.

- Nem imaginas o quanto.

- E o que queres estudar?

- Letras. E tu?

- Moda, sem dúvida alguma.

Continuamos animadamente. Alice conseguia pôr todos ao seu redor a rir, sem qualquer dificuldade.

 Até que senti vontade de ir à casa de banho.

- Edward, onde é a casa de banho?

Ele prontamente se levantou, afastando a minha cadeira.

- Vem, eu levo-te.

Ia começar a reclamar mas o seu olhar fez-me calar.

- Certo.

- Até já, Alice.

- Até já.

Edward pegou-me a mãe e puxou-me por entre os vários convidados até que entrámos dentro de casa.

- Uau. Edward o interior ainda é mais bonito que o exterior.

Ele riu.

- Um dia destes combinamos e eu trago-te aqui. Assim apresento-te a casa, sem ser no meio desta confusão.

Assenti enquanto parámos em frente a uma porta.

- Decoraste o caminho para poder voltar sozinha ou queres que te espere?

- Podes ir. Eu encontro o caminho, obrigada.

- Certo.

Vi-o afastar-se, entrando em seguida na casa de banho.

Quando estava a procurar o caminho para o jardim, passei por uma porta entreaberta e reconheci a voz de Lauren, que conversava com outra mulher que reconheci como uma tia que Edward me apontara.

- O principal objectivo do meu sobrinho devia ser entrar para um consultório e não andar por aí com uma mulher com idade para ser mãe dele – estaquei imediatamente e apurei os ouvidos. – Ele sacrificou-se, estudou horas e horas e agora não o vejo a chegar-se à frente para pôr em prática os conhecimentos.

- Eu acho a profissão de médico maravilhosa – Lauren opinou com a sua voz esganiçada

- É. Acho que podias convencer o Edward minha querida. – continuou a tia de Edward, de quem eu não me conseguia lembrar do nome - Podia ser que a conversa com uma mulher jovem o ajudasse. Afinal é assim que devem ser as coisas. Gente jovem com gente jovem e não mulheres de quase 50 anos a correr atrás de rapazes de 25 anos. São mulheres que só assim se sentem bem com a idade delas mas que prejudicam o sonho dos outros de casar, ter filhos. Espero que o meu sobrinho se livre disso.

Não aguentei ficar a ouvir mais daquela conversa e corri para o jardim, de onde segui pra a rua, pelo caminho por onde entrámos. As lágrimas corriam-me pela cara.

Por sorte um táxi passava pela rua e eu quase me atirei para a dentro, ouvindo Edward a gritar o meu nome.

Disse o nome da rua ao motorista e fechei os olhos, tentando afastar da cabeça as palavras venenosas sobre a minha mãe.

Cheguei a casa e sentei-me no sofá, cruzando as pernas e permanecendo nessa posição até ouvir baterem à porta.

Não foi surpresa ver Edward parado à minha porta, com uma expressão preocupada.

- Podes, por favor, dizer-me o que aconteceu para saíres a correr de minha casa?

- Entra – afastei-me da porta para que ele entrasse e sentámos os dois no sofá onde eu estivera anteriormente.

Edward olhou-me atentamente.

- Estiveste a chorar – desviei o olhar – Bella, olha para mim – com o dedo debaixo do meu queixo ele fez com que eu o olhasse – alguém te tratou mal? – apenas balancei a cabeça – então o que aconteceu?

A sua voz preocupada levou-me a contar-lhe a conversa que tinha ouvido. Quando acabei ele suspirou e passou a mão pelos cabelos.

- Peço-te imensa desculpa pela minha tia.

- A culpa foi minha. Eu não devia ter ido lá. Eu disse-te que era uma má ideia. Tive que sair de lá, para não entrar naquela sala e dizer alguma coisa.

- Eu sei. Eu vou falar com a minha tia. E não só com ela. Isto já está a ser adiado…

- Desde o princípio?

- Sim.

- Fiquei a pensar na tua família, naquilo que eles deviam de estar a pensar. A tua vida deve estar de pernas para o ar.

Ele deu de ombros

- Isso, eu aguento. Não me preocupo comigo. Preocupo-me com a tua mãe e agora contigo. Eu não vou deixar que essa briga te atinja, porque tu não tens nada haver com a história.

- A minha mãe vai ficar tão chateada por eu ter ido assim à tua casa sem que todos soubessem quem eu sou.

- Não te preocupes com isso. Assumo a culpa toda.

Sem me conter abracei-o, inspirando o seu cheiro.

Edward estreitou-me nos seus braços, acariciando-me o cabelo.

- Vai ficar tudo bem, querida.

…

Ficámos horas na conversa até que Edward olhou para o relógio.

- Bella, importas-te que eu vá embora? Quero ver se os encontro ainda em casa.

- Não, vai lá. Só não te aborreças muito.

- Não te preocupes.

Levantei-me para levá-lo à porta.

- Edward, que tal irmos à praia um dia destes?

Ele riu.

- Praia não. Mas podemos ir para minha casa, para a piscina.

- Ah não sei.

- Vá Bella. São só os meus pais e a minha irmã. Com eles não tens que te preocupar.

- Eles aceitam o teu namoro?

- Eles preferiam que eu namorasse alguém mais novo. Mas o que lhes importa é a minha felicidade, por isso aceitam a pessoa com quem eu estiver.

- Então nesse caso aceito. Eu tenho de apanhar sol. Estou branca demais.

- Estás linda assim, não te preocupes. – elogiou fazendo-me corar. Edward inclinou-se beijando-me a bochecha – descansa. Até amanhã.

- Até amanha.

Fui tomar um banho e a conversa com Edward não me saia da cabeça.

Como será ter de enfrentar a família para viver um amor, como ele estava a fazer?