The Last Tear escrita por Emis


Capítulo 12
Capítulo 11 - Confusa


Notas iniciais do capítulo

Bom, não prometo nada quanto ao próximo capítulo.

Aproveitem a leitura e comentem!



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–Mãe, Anda logo! - Gritei, quando entrei no carro. - Você não vai precisar de tudo isso! - Falei, ligando o motor enquanto ela jogava uma mala enorme com armas. É claro, era todo tipo de arma que um elfo usaria. Facas, arcos, flechas, lanças, soco inglês e uma... Espada?

Para que ela usaria tudo isso? Santo Deus! Eu não gostaria de enfrentar bestas com essas coisas! Poderia ter uma pistola pelo menos. Eu sou boa com armas e não com espadas ou arcos de elfos!

–Você ainda está com a adaga? - Ela perguntou.

–Sim, por quê? - Respondi enquanto o portão da garagem se abria e ela encarava o nada, pensativa.

–Segure a adaga e não a solte. - Ela disse, pegando a adaga do meu bolso e fazendo com que eu a segurasse firme. - Quando eu der o sinal você vai dizer "Lux" e enfiar a adaga no que vai nos atacar.

–Certo, mas o quê vai nos atacar e por quê? - Perguntei, mas só ganhei um sorriso, para a minha felicidade.

–Você vai ver. É só esperar. - Ela estava gostando, principalmente da minha reação enquanto eu não estava entendendo nada.

Eu sabia, ela não era minha mãe. Minha mãe nunca daria um sorriso como esses, se divertindo da situação.

–Santo Deus, o que que você fez com ela? - Murmurei baixo, esperando o portão se abrir, finalmente.

–Ele só me despertou. - Ela sorriu e eu a olhei incerta. Nós saímos da garagem e um lobo enorme saltou no carro.

–P*** Q** P****!! - Gritei, acelerando. - E agora?! - perguntei para ela, que estava procurando alguma coisa na bolsa, mas o demônio ou, o filho da merda, para ser mais sincera, tentou entrar pela janela e quase que arrancou minha orelha.

–Agora, Kate! - Ela disse, atirando uma adaga na besta, que não fez grande efeito e a deixou mais nervosa.

–Lux! - A adaga que eu segurava brilhou, e a enfiei bem no crânio do animal, que explodiu, virando pó.

Era uma força incrível e nada era comparável aquilo, tinha uma ternura e um calor que percorria por todo meu corpo. Eu nunca havia sentido nada parecido. A força e a energia da adaga, era magnífico. Me dava uma autoconfiança que me deixava com arrepios, e uma sensação de que nada poderia me matar.

–Você está bem? - Minha mãe me olhou, preocupada enquanto eu encarava a adaga, que continuava brilhando,cheia de sangue. Um sangue preto.

–Sim, estou. - Respondi, erguendo meu rosto para olhá-la. - Como que...Como que eu fiz isso?! - Gaguejei nervosa.

–Você fez, porque você têm o poder, filha. - Ela sorriu.

–Você também consegue fazer isso? - Perguntei.

–Sim, todos os elfos conseguem. Mas você, você é diferente. Seu poder é maior. - Seus olhos estavam vibrantes e, com orgulho? - É melhor nos apressarmos ou mais criaturas vão aparecer. - Ela disse.

–Para onde? - Perguntei. - Para onde nós vamos?

–Nós vamos nos encontrar com os outros. - Ela estava séria. - Você vai me guiar até eles. Até os elfos.



O portão estava o mesmo de quando saí. Não tinha nada de diferente. Estava calmo e o prédio também, não tinha nada de suspeito como uma briga ou uma perseguição.



–E agora...Qual era a frase mesmo? - Eu estava tentando lembrar o que o Keith havia falado. - Liberte, liberta..."libertas" o que? Merda!

–Libertas? - Minha mãe perguntou, pensativa. - Não seria, Libertas quae sera tamen?

–Isso! - Afirmei. - Essa é a frase! Como você sabe?!

–Deduzi. - Ela disse, pondo as mãos nas barras de prata, depois falando a frase. - Libertas quae sera tamen!

O portão se abriu, igual quando o Keith o fez, então nós entramos.

–Humana! - Keith gritou, aparecendo do nada bem na minha frente.

–Quem é você?! - Minha mãe avançou, segurando a adaga bem no pescoço do Keith, enquanto ele sorria.

–Sou um elfo, mas pode se referir a mim como um Deus, certo humana? - Keith lançou um olhar perigoso quando sorriu. - Pode tirar isso de mim? - Ele disse, apontando para a adaga.

–Ele não é "perigo", mãe. - Falei para ela, que bufou e deixou seus braços caírem, guardando a adaga no bolso. - O que você está fazendo, aqui? - Perguntei, direcionando meu olhar a ele, que olhava minha mãe com um interesse curioso.

–Não, o que você está fazendo aqui? - Ele me olhava firme. - Esse lugar é nosso território e só elfos podem abrir o portão, o que vocês não são exceção, humanas.

–Bom, eu vim dar boas notícias! - É, ele não entenderia se eu dissesse que sou um anjo e nem eu estava entendendo direito.

–Que notícias, fora que tem uma mulher louca tentando me matar? - Ele enfatizou o "tentar". - E, bom, ela não conseguiria. - Deu de ombros.

–Olha, criança, sou mais velha que você e exijo respeito. - Minha mãe se direcionou ao Keith, que sorriu. - Nunca te ensinaram a respeitar os mais velhos?

–Me ensinaram a respeitar elfos, mais velhos, e não humanos. - Keith respondeu.

–Então é melhor você começar a entrar na linha, criança. - Eu nunca a vi desse jeito, com um olhar ameaçador.

–Por que eu faria algo assim, respeitar os humanos? - Keith perguntou.

–Porque eu fui humana e nessa sociedade eles respeitam melhor que os elfos. - Ela disse rígida.

–Ah, então se você foi humana, o que você é agora? - Keith perguntou.

–Eu sou uma de vocês, uma elfa. - Ela disse, completando. - E... Ela, é uma de nós. - Apontou para mim.

–Como assim você já foi humana, e como que eu sou uma de vocês? - Isso tudo estava dando um nó em minha cabeça.

–Eu fui enquanto eu não tive memórias. - Ela me olhou com um rosto triste. - E você, você nunca foi humana, mesmo não tendo as memórias.

–Que memórias? - Perguntei frustrada por não entender nada.

–As memórias de um elfo, as memórias que tínhamos antes de sermos perseguidas. - Ela dizia. - A visão, o conhecimento e as línguas, foram todas "apagadas" enquanto nós éramos humanas.

–Quem as "apagou"? - Keith perguntou, rindo.

–Os anjos. - Ela respondeu.

–Mas, por quê? Por que eles iriam apagar nossas memórias? - Perguntei. - E por que anjos apareceram na Terra?

–Não sei, mas você é uma deles. - Ela disse e eu fiquei mais confusa ainda.

–Calma, eu sou um anjo e uma elfa? - E comecei a rir..

Essa era a coisa mais estranha do mundo. Antes eu era humana, depois soube que era um anjo e agora eu sou uma elfa? Mas que merda é essa!!

–Sim, você é um anjo no corpo de uma elfa. - Ela disse e o Keith riu mais ainda.

–Qual é a graça? - Perguntei encarando-o.

–Nenhuma, só o fato de você não ter o espírito, muito menos o jeito de um anjo. - Ele sorriu.

–Ótimo, pelo menos você não pode mais me chamar de ''humana''. - Sorri.

–Quem disse? Você ainda continua sendo 'humana' para mim. - Ele estava me olhando de um jeito diferente, como que apreciando um brinquedo novo.

–Onde está o encarregado deste lugar? - Minha mãe interrompeu.

–Ela não está. Só volta amanhã. - Ele disse, seguindo para o prédio, enquanto ficávamos paradas. - Vocês vão entrar ou vão ficar aí, a noite toda? - Olhou para trás e cruzou os braços.

Nós nos encaramos e eu nem me importei de seguir o Keith, entrando no prédio e observando o caminho, para o elevador.

Primeiro nós passamos pela sala que era bem arquitetada, com móveis lindos e uma decoração incrível com cores bem alegres, o que chamou minha atenção. Mas o quadro, que estava pendurado na parede, ao lado do elevador, foi o que mais me atraiu. Eram dois anjos, de sexos opostos, e eles estavam caindo, literalmente caindo, como se suas assas tivessem sido feridas e os dois caindo, um suportando o outro, de mãos dadas, como amantes.

–Que lindo. - Falei, sem perceber que lágrimas começaram a escorrer em meu rosto, mas eu não sentia nada. Literalmente nada, nada o suficiente para que lágrimas começassem a escorrer em meu rosto. Era estranho.

–Você está bem? - Minha mãe perguntou, pondo a mãe em meu rosto, que eu a evitei, enxugando as lágrimas.

–Sim, estou. - Me virei e entrei logo no elevador, antes que o Keith visse meus olhos, que pareciam estar um pouco avermelhados.

O elevador podia ser normal se não fosse pelas grades de prata, ao invés de uma porta normal. E quando digo normal, são aquelas de elevadores comuns, que deslizam ao modo de sensor e não grades que precisam ser empurradas para abrirem.

–Bom, o que vamos fazer? - Perguntei quando saímos do elevador e seguimos para o corredor dos quartos.

–Nada. - Keith parou, em frente a uma porta. - Você vai dormir porque não estou com paciência para ficar cuidando de criança, a essa hora. - Ele bocejou e me mostrou o relógio do pulso, que marcava 5:00 horas.

–Sim, ele está certo, Kate. - Minha mãe falou, me dando um beijo no rosto. Que droga aconteceu com ela? Desde quando ela era tãoooo carinhosa? - Onde me aposento? - Perguntou ao Keith, que apontou para a porta, ao lado da minha.

Ela entrou no quarto e depois fechou a porta.

Quando o Keith estava se virando, segurei seu braço, impedindo-o de ir.

–O que foi? - Ele me olhou cansado.

–Preciso conversar com você. - O puxei para dentro do quarto e fechei a porta.

–Já pode me soltar, eu não vou fugir. - Ele sorriu e eu o larguei rapidamente, reparando em seus braços, se cruzando no peito. Eles eram fortes e isso me lembrava a cena de quando ele me carregou no hospital, como se eu fosse uma pena. Eu corei. Como que ele podia ser tão forte, e meu Deus, seu corpo era perfeito. Parecia um Deus grego. - Kate, você não queria conversar comigo? - Ele sorriu, atrevido, percebendo que eu olhava seu corpo.

–Ah, sim, claro. - Eu me atrapalhei e ele deu um sorriso de lado. - Bom, ahn... É a minha mãe.

–O que tem sua mãe? - Pareceu entediado e bocejou.

–Eu não sei, ela está estranha. - Comecei a andar, de um lado para o outro, pensativa. Ela tem agido de um modo estranho, não? Desde que a vi em casa, depois de ter voltado. Fiquei pensativa.

–Como estranha? - Ele perguntou e eu parei de andar, encarando-o.

–Está parecendo uma mãe! - Me frustrei e continuei a andar, de um lado para o outro. Keith me fez parar quando segurou meu braço.

–Você está me irritando, andando para lá e para cá. - Ele me soltou e passou a mão nos cabelos, parecendo exausto. - E, desde quando uma mãe é estranha por parecer uma mãe?

–Bom, desde quando eu nasci e minha mãe virou mãe, mas ao mesmo tempo não era uma mãe. - Me olhou confuso e entediado. - Enfim, minha mãe NUNCA foi carinhosa. Bom, até hoje.

–Olha, eu não sei qual a relação que vocês tinham ou têm,mas por que ela mudou de repente? - Ele disse. Pensei na pergunta.

–Porque, ela recuperou as memórias e virou uma elfa? - Fiquei em dúvida.

–Talvez. - Ele respondeu. - É melhor você conversar primeiro com ela e não comigo.

–Ótimo. - Falei mais para mim do que para ele. Como que eu iria conversar com a minha mãe? "Mãe, você está estranha e precisa me explicar, o que aconteceu com você?" Era isso que eu iria perguntar? Bosta, isso não estava dando em nada.

–É melhor você ir dormir. - Keith falou, se direcionando para a porta.

–Não, espera! Eu tenho mais dúvidas! - Puxei seu braço, novamente.

–Olha, eu não sou a "central de dúvidas" e estou morrendo de sono. - Respondeu frio. - São 5:00 da manhã, Kate.

–Eu sei, mas eu preciso conversar com alguém. - Eu estava tentando, ao menos um pouco, fazer um tom de meiga. Mas, não deu certo e o Keith levantou a sobrancelha, com cara de quem não iria se enganar com as minhas atuações.

–Não. Você precisa dormir, assim como eu. - Em um movimento só, ele me levantou e me carregou até a cama. "Deus, como um elfo pode ser assim? Ele tinha um corpo perfeito e para mim elfos não eram perfeito", eu pensava enquanto ele me colocava na cama, deixando seu braços fortes fora do meu alcance.

–Como consegue? - Falei sem pensar.

–Consigo, o quê? - Me olhou, sem paciência para ficar me escutando.

–Como consegue ser tão, arrogante. - Falei, depois ri do comentário. Ele me deu um olhar de divertimento.

–É a coisa mais fácil do mundo, principalmente quando se faz isso. - Ele se curvou e me beijou. Foi um beijo rápido e eu quis mais, quando seus lábios se afastaram e eu me aproximei, para beijá-lo. Eu não quis parar e nem ele, então foi ficando cada vez mais intenso, até ele me agarrar e ficar sobre mim. Eu estava perdendo o controle e ele também. Deus, um de nós tinha que parar. E foi ele quem parou, se afastando.

–Boa noite, humana. - Disse frio, sem se virar para me olhar.

–Boa noite. - Falei me divertindo muito, até ele abrir a porta e passar a mão na boca, parecendo estar com nojo e a limpando.

A porta se fechou e eu fiquei incrédula. Mas que merda foi aquela?! Como que ele pôde fazer aquilo?! Ele estava com nojo de mim?

–Filho da mãe! - Gritei, depois joguei o travesseiro na porta.



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Notas finais do capítulo

Gostou? Quero saber como vocês acham que vai ser o próximo capítulo hahaha...



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