Beatriz POV:

“- Piquenique!“

- Pelo amor de Deus! – suplicou Carol.

- Adrianna, meu amor, já entendemos “Piquenique!”, yay. – falei desanimada.

- Vocês são umas vadias mesmo, acordem! – ela parou de pular e voltou para o chão.

- Ok!

- Vou tomar banho primeiro, aproveitem os últimos minutos de sono!

- Pode deixar! – disse Carol levantando a mão com o polegar estendido.

[...]

 As três estavam prontas, eu vestia um vestido com flores meio transparente que apertava no quadril e tinha duas alcinhas fininhas. Coloquei uma sapatilha bege simples e uma maquiagem leve. Fomos até o Salão de Refeições e durante o café da manhã perguntei:

- De que horas começa?

- Na hora do almoço. – respondeu Adrianna.

 Scott e Thayer não estavam em nossa mesa, estavam numa mesa com alguns garotos, entre eles Austin. Jennifer, a garota meio oriental sentou-se conosco hoje. Ela tagarelava demais, ainda bem, hoje todos estavam calados. Quando terminamos Adrianna logo avisou:

- O caminho para o pátio demora, acho que deveríamos ir logo.

- Pátio? – perguntei.

- Sim, o piquenique ocorre em tipo um “pátio” de grama. – terminou Jennifer. Nós levantamos e fomos até o tal “pátio”, ele era depois do Salão de Festas perto da Vila 14. O pátio tinha um grande palco com uma banda. Tinham vários lençóis estendidos pela grama com cestas em cima. Já tinham algumas pessoas lá, com o passar do tempo às pessoas foram chegando e a música começou a tocar. Eu, Carol e Adrianna sentamos em um dos lençóis, nos lençóis cabiam várias pessoas num só. Austin se juntou a nós, logo depois Naomi e Danielle. Para minha surpresa Harry e Liam também vieram sentar conosco.

- Oque tem dentro da cesta? – perguntou Liam.

- Não sei, dá uma olhada. – falei, ele abriu a cesta e começou e olhar oque havia dentro. Thayer e Scott estavam em outro lençol, com alguns garotos e garotas no mesmo lençol estava Zayn. As garotas praticamente se jogavam em cima dele, não que eu estivesse surpresa, afinal, ele é muito bonito. Não estava com fome, então só fiquei conversando.

- Ei – me cutucou Harry – vamos dançar?

- Claro. – falei me levantando, fomos até perto do palco e começamos a dançar junto com muitas outras pessoas.

- Então, cadê seu amiguinho, Thayer?

- Por quê? Esta com ciúmes dele também? – provoquei-o.

- Hm, talvez. – ele sussurrou no meu ouvido chegando perto de mim.  Quando olhamos para o palco tinha um menino nu cruzando o palco com uma cesta. Todos ficaram pasmos.

- Ahn, isso é comum aqui não é?

- Pelo visto.

 O DJ quebrou o silêncio:

- Então, vamos todos correr pelados agora? – todos riram e voltaram a dançar.

- Vamos voltar, preciso sentar. – falei, depois de assistir a essa cena.

- Por quê? O menino de deixou com as pernas bambas foi?

- Cala a boca! – dei uma tapa no ombro dele.

 Vimos uma garota de cabelo ruivo, bronzeada subir no palco e começar a cantar Summer of ’69. Todos cantaram juntos, a menina era uma pilha, pulava e cantava ao mesmo tempo. Ela cantava muito bem, pra ser sincera. Harry me arrastou pra falar com ela, quando ela saiu do palco.

- Você canta muito bem! – elogiou Harry.

- Obrigada – disse a menina, que era um pouco menor que eu e tinha olhos escuros. Percebi que ela tinha um sotaque diferente, talvez fosse brasileira.

- De onde você é?

- Bolívia. – ela respondeu com um sorriso de canto – Então, tchau! – ela saiu correndo até um grupo sentado na grama.

- Simpática. – concluiu Harry.

- Imagine se não fosse.  – segurei o riso.

 Harry fez uma careta.

- Tédio! – falei encostando a cabeça no ombro de Harry.

- Vamos andar um pouco. – ele falou pegando minha mão e me puxando. Nós voltamos por uma trilha dentro da mata perto da cachoeira, vi o paredão de pedras passei as mãos nas pedras, lembrei-me de Thayer e perguntei:

- Por que você não gosta de Thayer? – sem olha-lo.

- Ele que não gosta de mim.

- Ahn? Como assim?

- É difícil de explicar. – percebi que ele escolhia as palavras.

- Foi exatamente oque ele disse. – falei com uma pontada de insatisfação na voz.

 Percebi que ele me fitava.

- Oque? – perguntei.

- Ele só disse isso? – perguntou desconfiado.

- Sim, por quê? – parei de andar e comecei a fita-lo. Ele parou também, mas não me olhava.

- Por nada. – ele balançou a cabeça.

- Como assim? Por nada? – perguntei com mais raiva ainda. Ele chegou mais perto e disse:

- Por nada, só queria saber oque ele tinha dito. – ele deu de ombros fiquei com mais raiva ainda. Tinha alguma coisa muito estranha nessa história ou eu estava paranoica.

- Qual é o problema em me respond... – fui interrompida, ele estava pressionando os lábios contra os meus. Cedi ao beijo.

- Harry – comecei.

- Sh! – ele pôs um dedo na minha boca – Você está me devendo lembra?

 Lembrei-me do dia em que esbarrei em Benjamin.

- Oque você quer? – perguntei colocando as mãos nos ombros dele.

- Vou lhe mostrar. – ele falou com um sorriso cínico, senti um calafrio na barriga. Ele acariciou meu rosto. E me puxou pela mão. Saímos da trilha e subimos por umas escadas até a Vila 9.

- Espera ai! – falei puxando-o.

- Oque foi? – ele perguntou ainda animado.

- E se tiver alguém na cabana? – perguntei tentando evitar aquilo.

- Então nós fazemos aqui mesmo. – ele me empurrou numa parede de uma das primeiras cabanas e colou o corpo em mim. Ele me beijou e começou a passar a mão por debaixo da minha blusa.

- Harry! – gritei empurrando-o. Dei uma olhada no ambiente, ninguém tinha visto aquela cena.

- Oque foi -ele voltou a se aproximar – princesa? – terminou sussurrando no meu ouvido. Não respondi, apenas virei o rosto, eu tinha mania de fazer isso quando não sabia oque responder.

- Você está com medo? – ele perguntou com um tom cínico. Franzi o cenho.

- Com medo?

- Sim, que nem da ultima vez? – ele beijou meu pescoço.

- Eu não estava com medo. – percebi que ele se aproximava, coloquei a mão no peito dele para que ele parasse, mas ele continuou chegando perto.

- É verdade, nós quase... – ele não terminou a frase, ele colocou uma mão na minha nuca – Ou você estava bêbada.

- Bêbada? – perguntei incrédula – Eu só tomei um gole do champanhe!

- Achei que você fosse fraca. – ele deu de ombros.

- Fraca? – agora era questão de honra – Eu bebo mais que você e consigo ficar sóbria por mais tempo! – isso era mentira.

- Aham – ele concordou irônico.

- Oque foi? Esta duvidando? – perguntei levantando as sobrancelhas cinicamente.

 Ele fez que sim com a cabeça.

- O bar esta aberto essa hora? – perguntei sugestivamente.

- Sim – ele sussurrou. Comecei a caminhar em direção ao bar e ele me seguia. Chegando no bar nós sentamos em cadeiras em frente ao balcão.

- Uísque? – perguntou Harry.

- Sim – confirmei.

- Dois uísques! – exclamou para o barman. O barman deixou os primeiros copos, bebi antes que Harry e engoli primeiro.

- Você pegou o copo primeiro! – reclamou rindo.

- Outra rodada! – gritei.

 E assim foi, estávamos na 17° rodada, minha cabeça girava e o liquido descia como fogo na minha garganta, riamos de tudo e todos. Estávamos completamente e irrevogavelmente bêbados.

Adrianna POV:

 O piquenique estava chato, então saímos em busca de Bia. Procuramos em todos os lugares e nada!

- Ela pode estar no restaurante. – disse Carol pensativa.

- O restaurante está fechado há essa hora, só abre de noite. E quase ninguém vai ao restaurante. - fiz uma careta. Minha cabeça se iluminou, era isso! – Ela deve estar no bar!

 Corremos até o bar e a achamos, mas não como nós esperávamos. Ela estava com o Harry. Bêbada e dançando em cima do balcão com o Harry, que por sua vez estava sem camisa. Os barmans pareciam nem se importar e como a maioria dos outros “clientes” estavam bêbados também ninguém estava se importando.

- Desça dai Bia! – gritei correndo em direção a ela.

- Se você chegar mais perto eu me jogo! – ela falou, ela estava totalmente bêbada.

- Esse balcão só tem um metro! Oque vai acontecer, vai quebrar sua unha? – Harry falou. Os dois começaram a rir. Eu e Carol nos entre olhamos, aquilo ia ser pior do que eu imaginava. Eu podia simplesmente deixa-los ai dançando e tirando as roupas, enquanto eu estaria bem longe daqui aproveitando Austin. Eu tinha experiência em bêbados. Mas, dois bêbados é demais. Puxei Bia do balcão e empurrei para Carol que prontamente a segurou. Puxei Harry, mas ele parecia resistir. Tentei de tudo, ameacei, empurrei, puxei, xinguei.

- Não vou sair daqui! – tarde demais, um barman o puxou do outro lado do balcão e me “entregou” o bêbado.

- Hm, vamos indo. – falei enquanto empurrava Harry pra fora do bar, pra minha surpresa, ele não resistiu. Paramos do lado de fora do bar.

- Oque vou fazer com você? – me perguntei.

- Chame algum dos amigos dele! – exclamou Carol enquanto tentava fazer Bia parar de cair.

- Como vou fazer isso carregando Harry? – apontei para ele.

- Vamos leva-los para nossa cabana ai você sai e procura algum amigo deles!

- Boa ideia. – concordei, não era tão boa assim, mas era oque tínhamos.

[...]

- Então, oque pretende fazer? Dar banho nas criaturas? – ou quem sabe afoga-las.

- Não sei, talvez um pouco de água na cara ajude. – e vergonha também.

- Ok, então eu vou indo. – falei enquanto empurrava Harry em cima de Carol, Bia estava um pouco mais consciente.

Carol POV:

 Entrei com eles na cabana e joguei o Harry na minha cama e sentei a Bia na cama dela. Abri um armário da cabana, que por sinal eu nunca tinha aberto, e tinha de tudo. Quando eu digo de tudo, eu digo desde toalhas a camisinhas. Peguei uma toalha de rosto e fui até banheiro molha-la, molhei duas e entreguei uma a cada um.

- Meu estomago dói! – protestou Bia colocando a mão na barriga. Torci o nariz e disse:

- Vou pegar algo para vocês comerem, não saiam da cabana e... – percebi os olhares maliciosos de Harry – não faça nenhuma besteira! – sorri cinicamente para Harry, que agora, prestava total atenção em mim. Ele mordia o lábio inferior.

- Sim senhora! – ele colocou uma mão na testa como fazem os soldados perante suas autoridades. Sai da cabana e fui em direção da cozinha.

Beatriz POV:

O uísque me destruía por dentro, eu estava com fome e com dor. E o pior, é que o efeito da bebida estava passando. Pressionei a toalha na testa.

- Então... – se insinuou Harry.

- Então...? – aonde ele queria chegar? Como se eu não soubesse...

 Ele se levantou da cama e sentou do meu lado.

- Estamos sozinhos.

- Uau! Como você é inteligente! – deixei escapar, eu não controlava minha língua. Em algumas situações eu achava isso muito bom, mas em outras eu tinha vontade de corta-la. Ele riu da minha resposta.

- Hm – ele chegou mais perto e tirou minha mão com a toalha da testa, ele me fitou por algum tempo. Ele inclinou o corpo e eu pude sentir os lábios dele nos meus. Ele me deitou na cama ainda me beijando. Senti o hálito de uísque. Eu estava com a cabeça no travesseiro e ele estava com o corpo entre minhas pernas, senti o calor dele incendiar meu corpo. O beijo ficava cada vez mais cheio de desejo. Não tive o trabalho de tirar a camisa dele.

 Pois, ele já estava sem ela. Ele tirou a minha e começou a beijar meu corpo. Meu busto subia e descia, estava sem ar. Ele passou as mãos nas minhas costas e começou a desabotoar meu sutiã.

- Harry, não! – tentei empurra-lo.

- Oque foi? Você não quer? – ele perguntou me fitando sério.

- Logico que eu quero! – afirmei – Mas, nós estamos bêbados!

- Tem razão. – ele saiu de cima de mim, um pouco acanhado. Vesti minha blusa. Percebi que ele fitava o chão envergonhado.

- Ei – puxei o rosto dele com as mãos – não fique chateado. – pedi.

- Não estou chateado. – ele forçou um sorriso de canto. Beijei ele, um beijo com carinho, ternura. Carol bateu na porta.

- Pode entrar. – falei.

- Ainda bem que vocês não fizeram nada! – ela entrou agitada no quarto e despejou uma boa quantidade de guloseimas. Começamos a comer. Depois de um tempo já me sentia melhor. Ouvimos alguém entrar no quarto. Era Adrianna.

- E ai, oque vocês fizeram nesse tempo? Ménage a trois? – ela entrou no quarto e Liam estava logo atrás dela. Coitado do Liam, sempre tomando conta de bêbados.

- Sim, quer se juntar a nos? – perguntou Carol irônica.

- Ei, não sei do que vocês estão falando só vim pegar meu amigo. – falou Liam levantando as mãos. Nós rimos. – Vem cá. – Liam segurou Harry por debaixo dos braços e o levantou.

- Tá ruim mesmo né? – Adrianna deu uns chutes de leve na perna dele, como fazem para ver se o animal esta vivo.

- Pois é – Liam o arrastou até o lado de fora da cabana – Tchau garotas! E obrigada! – assim que a porta fechou me preparei psicologicamente pra enxurrada de perguntas.

- No que você estava pensando, Bia? – percebi que Adrianna fechava os olhos com força. Minha visão começou a ficar turva, tudo ficou escuro, eu já não escutava mais a voz das meninas. Eu estava dormindo. De repente eu estava na floresta, quanto mais eu andava mais uma voz ficava alta e próxima. Era a voz de Thayer, ele estava conversando com alguém, ele estava com raiva. Quando cheguei mais perto ele me viu chegando.

- Bia! Não! – ele gritou, de repente algo me puxou, eu lutava, mas aquilo me arrastou. Cai no chão, alguém me puxava pelo pé. Eu gritava e tentava fugir.

- Bia? – ouvi uma voz – Bia! – algo me balançou, abri os olhos. Vi o quarto da cabana, Adrianna me fitava preocupada. A luz do sol entrava pela janela. Estava de manhã – Tudo bem?

 Volte a olha-la, me sentei na cama, respirei fundo. Que pesadelo.

- Está, foi só um pesadelo. – suspirei, passei a mão na testa, eu estava suada.

- Fiquem prontas, hoje temos o primeiro jogo. – eu e Carol, que já estava acordada, prestamos atenção nela. O primeiro jogo, refleti.