1 mês e meio depois...

   -Acho que não vai dar certo, Emily. Onew não pode ser tão tonto assim, nee!

   -Aish, JongHyun! Escuta o que eu estou te falando. Vai dar certo! Confie em mim, por favor?! – disse Emily a Jong, com uma carinha pidona à TaeMin, fazendo o outro suspirar e reconhecer a sua derrota diante os olhos castanhos brilhantes do ser a sua frente.

   -Tudo bem, Em! Mas eu não quero machucar ninguém com isso, principalmente o Key. – Jong disse pesaroso, suspirando novamente.

   Emily abriu um sorriso exageradamente grande, que Jong pensou que o mesmo poderia rasgar as bochechas da mulher/garota. Digo mulher/garota, pois é isso que Emily é.

   Uma mulher de vinte e cinco anos, que trabalha em uma agência de modelos, como fotógrafa e modelo, que podia ser séria e extremamente concentrada no seu trabalho. E uma garota que, principalmente quando estava com seu primo, o JongHyun, podia ser tão infantil quanto uma criança, mas sem o lado inocente. Inocência é algo que passa longe de Em.

   JongHyun as vezes se perguntava como alguém como ela podia ser sua prima legítima, eram tão diferentes, tanto física quanto mentalmente, que algumas pessoas até se assustavam ao descobrir que realmente são primos e que, praticamente, cresceram juntos.

   Mas, agora que Emily voltou da Inglaterra, estava decidida a ajudar seu primo que estava com problemas de coração. Não era nada de saúde, mas, sim, de paixão.

   Desde que os caisais 2min e OnKey se declararam, Jjong ficara sozinho, remoendo suas dores e se afogando nas mágoas. Pensando nos ‘e se’ da vida:

   “E se tivesse se declarado antes?”

   “E se seus sentimentos fossem recíprocos?”

   “E se não o amasse, talvez fosse mais fácil?”

   “E se...” “E se...” Já estava cansado disso. De apenas pensar e não agir.

   Era inegável: estava apaixonado por Key. Não saberia dizer quando e como isso começou. Talvez sempre o amasse, mas apenas agora percebera seus sentimentos pelo mais novo. E não sabia o que fazer para acabar com essa dor que assolava o seu coração.

   Já perdera a conta de quantas vezes chorou por ver as demonstrações de carinho entre Onew e Key – que não eram poucas.

   Aquele JongHyun brincalhão, que ria de tudo, não existia mais, não mais. Doía muito amar Kibum.

   Jong sentia que se tivesse um Death Note, com certeza, escreveria o nome de Onew. Sabia que o líder não tinha culpa, mas era impossível não sentir inveja e ódio de seu Hyung, até porque, era ele quem abraçava, beijava e fazia não sei o que com o “seu” Key.

   Mas, agora que tinha sua prima ao seu lado, sabia que tudo daria certo. Acreditava cegamente nesta afirmação. Emily nunca falhara consigo, mas tinha que admitir que temia que algo não saísse como planejado. Sabia perfeitamente que Emily não media forças para conseguir o que quer.

   E também temia que o ódio que passara a sentir de Jink atrapalhasse seus planos, mas isso parecia mais forte que ele, tinha que aprender a se controlar. Era inadmissível sentir aquela vontade de socar a cara de Onew toda vez que o via com Kibum, com quem acreditava ser seu e apenas seu.

   JonHyun, que se encontrava jogado no grande sofá que existia na sala espaçosa, tentando assistir algo que prestasse na televisão, fora tirado de seus devaneios por alguém que parecia ter esquecido o dedo na campainha, pois essa não parava de soar. E o barulho não era nada agradável e já estava irritando-o.

   - KIM JONGHYUN! Vai atender, sua anta! – Emily disse – gritou -, e só agora percebeu que a mesma estava deitada no sofá menor – que nem era tão menor assim. E ela não estava com uma cara muito boa. Provavelmente estava dormindo e acordara por causa do ser problemático e impaciente que estava do outro lado da porta. E por saber que Emily não era nem um pouco simpática quando era acordada, ainda mais desse jeito, tratou de correr à porta para bater em quem quer que fosse. Não estava com muita paciência.

   -Aigoo! Já estou indo, seu inconveniente!

   Ao abrir a porta, já com os punhos cerrados, deu de cara com TaeMin, que estava com um sorriso que não soube interpretar. Olhou para os lados e viu que MinHo estava junto de Tae, com um sorriso semelhante no rosto.

   Jong levantou uma sobrancelha, franzindo o cenho, num olhar confuso e questionador.

   -Quando vocês saíram e onde foram? – tratou de perguntar logo, não estava entendendo absolutamente nada.

   -Podemos entrar, Hyung? – TaeMin perguntou, ignorando as perguntas de Jong solenemente.

   Aanh, claro. – disse dando passagem para os recém-chegados, coçando a nuca, ainda com o semblante confuso.

   -Vocês bem que podiam responder as minhas perguntas, sabe?

   -Aish, Jong! A gente só saiu. – foi MinHo que respondeu, alargando seu sorriso. E agora era possível ver que seu sorriso era descaradamente malicioso.

   Jong não queria ser grosso ou insensível, mas já estava com a cabeça cheia, e ter aqueles dois com tanta relutância para responder as suas perguntas, o estava tirando do sério.!

   -LE TAEMIN! CHOI MINHO! Posso saber aonde é que os senhores estavam para voltarem as três da madrugada?! – Key estava no meio da escada, que dava para a parte superior da casa - onde ficavam os quartos-, com um olhar acusador, as duas mãos na cintura delgada e um dos pés batendo freneticamente no chão, esperando por uma resposta do casal. Resposta que não veio.

   -Eu até esperava isso do MinHo, mas você TaeMin...!Eu nunca pensei que você pudesse fazer algo assim. – Key continuou sua bronca, enquanto terminava de descer os degraus e caminhava até o casal e JongHyun.

   Jong sentira seu coração falhar uma batida ao ver Key – lindo como sempre – usando um short até o meio das coxas, deixando suas pernas um tanto roliças a mostra, e uma blusa larga de mangas compridas, que chegava a cobrir o cós do short curto. Sentia vontade de puxá-lo pelos cabelos castanhos, de beijar seus lábios, de se declarar...! Mas não podia, e o motivo que lhe impedia, estava ali, atrás de Key, com um sorriso bobo e alegre no rosto.

   Onew não conseguia não achar gracioso e cômico o jeito com que Key tratava os outros, principalmente TaeMin, como se fosse a mãe de todos. E ver MinHo e Tae com aquela expressão de medo e culpa no rosto, era cômico de mais para si.

   -Desculpe, Key-omma. Prometo não fazer de novo. – Kibum abraçou Tae, que já estava com os olhinhos cheios de lágrimas.

   -A culpa não é sua, bebê! Não fica assim, ok? O único culpado é você! – Key disse a última frase fuzilando MinHo com os seus olhos escuros, e foi marchando até parar na sua frente.

MinHo é mais alto que key, mas, no momento, se sentia menor que uma formiga. Parecia que estava diante da mãe super protetora do seu Minnie. E isso era assustador.

   -Você que está levando o meu bebê para o lado mau da força! Eu sempre soube que ia ser assim. Vou te pôr de castigo!

   -Não, por favor, Key! Eu te imploro! Desculpe-me, desculpe! – MinHo se ajoelhou na frente do de short, juntando as duas mãos, como se fosse rezar, fazendo a sua melhor cara de arrependido. – Eu também prometo não fazer isso de novo! Tenha piedade, key!

   Min sabia bem qual era o castigo. Logo na sua primeira semana de namoro, Key o colocou de castigo, só por que estava beijando Taemin na sala, vendo um filme. Mas acontece que já era a hora do almoço, e Key, que tinha saído com Onew, pedira a MinHo para cozinhar, por ser o único que sabia fazer algo na cozinha que estava em casa. Mas, por estar beijando o Tae, perdera a hora, e só percebeu que já estava tarde quando Key estava lhe dando um esporro e lhe colocando de castigo, ouvindo uma gargalhada de Onew, que parecia achar muita graça de sua desgraça. E seu castigo consta em não poder tocar, chegar perto e nem mesmo olhar longamente TaeMin, e também teria que fazer o almoço.

   Isso durou três dias, foram setenta e duas horas de aflição, o pior filme de terror de toda sua vida.

   -Eu vou pensar no seu caso! Mas agora sobe e vai para o seu quarto pensar no que você fez. – key disse tentando ser sério, mas aquele bico quilométrico que se formou nos seus belos lábios, o fazia parecer uma criança manhosa que fora contrariada.

   -Ok... – MinHo falou triste e foi lentamente subir a escada até seu quarto, com a cabeça baixa. Aquela cena era de dar dó em qualquer um, até mesmo em JongHyun, que estava planejando um plano de como torturar e matar Onew, da forma mais cruel possível.

   TaeMin olhou para Key com uma carinha extremamente mordível, com os olhos brilhando, por causa das lágrimas que se formaram, e fazendo beicinho.

   -Bebê, não faz assim! Isso é para o seu bem, ok? Aquele sapo tem que aprender a se comportar. Sabe, eu fiquei muito preocupado. Nem consegui dormir por isso!

   -Eu sinto muito, Key!

   -Etto, eu acho que você pegou um pouco pesado e...Bem, o Min e o Tae já são grandes o bastante para cuidar deles mesmo. – JongHyun disse, se surpreendendo da forma que a sua voz não saiu irritada ou arrogante. Saiu, até de certa forma, carinhosa.

   -Ah, bota ele de castigo sim, amorzinho! – Onew sabia que a única coisa que MinHo sabe cozinhar é frango, ou seja, seria perfeito para ele! Bem, estou falando do Onew, o Chichken Maniac, ele faz tudo por um frango.

   -Aish, Onew-hyung! Você é cruel! Não fale assim, seu monstro!

   TaeMin disse, indo à cozinha, para beber bananna milk. As pessoas quando se sentem deprimidas ou chateadas, geralmente, ou comem chocolate, ou tomam sorvete, bebem bebida alcólica, ou simplesmente comem algo que, provavelmente, as deixará com muito medo de subir na balança. Mas não TaeMin, por que, para ele, não há nada melhor do que um Bananna Milk quando se está deprimido. Dica de um Maknae fofinho com saudades do seu namorado. Mesmo fazendo poucos minutos que estava longe de seu Min, já sentia saudades, ainda mais depois de uma noite tão boa...

   TaeMin pensava, enquanto desfrutava de seu precioso Bananna Milk, suspirando e tratando de terminar logo. Necessitava de um banho quente e longo, e talvez, mas só talvez, desobedeceria Key e iria visitar seu amado. Apesar de que, não se lembrava de Key ter lhe proibido de ir ao quarto do MinHo. E quem estava de castigo era o outro, não ele!

   TaeMin sorriu, e, praticamente, forçou o resto da sua bebida na sua garganta, e tratou de correr para cima, tomar seu banho e ir dormir agarradinho com seu moreno lindo. Agora sua ‘depressão’ estava em um lugar tão distante de si.

   Ainda na entrada, JongHyun mantia-se na mesma posição, vendo Key ‘brigar’ com Onew por ele ter dito aquilo para TaeMin, sobre querer que Min ficasse de castigo. Mas Jong não estava realmente prestando atenção na pequena discussão a sua frente. Ainda estava muito confuso com todos aqueles sentimentos dentro de si. Não sabia como não tinha percebido antes, eles estavam ali, bem na sua frente, mas não conseguia enxerga-los. E ele sempre soube que Onew amava Key, desde o começo. Mas então isso começou a perturba-lo, então Onew resolveu se declarar. E então Key diz que também o amava. E o mundo de Jong parecia ter desabado, bem diante de seus olhos. Como pudera ser tão cego?

   Lembrava que sempre teve uma bela amizade com Kibum, eles nem sempre eram iguais em tudo, mas isso era o mais legal. Gostava de ver Key se descontrolar e quase se matar para provar que seu ponto de vista que estava certo. Às vezes JongHyun fingia concordar com ele, quando percebia que o mesmo não estava muito bem, ou apenas para ver aquele sorriso lindo que ele sabia que sempre aparecia quando ganhava as briguinhas bobas e sem importância. E também adorava o jeito manhoso que o outro tinha, principalmente de manhã. Ou o jeito que suas bochechas coravam quando alguém o elogiava de mais, e como ele sempre fazia o possível e o impossível para conseguir o que quer. E o jeito bondoso do mesmo, a forma carinhosa e preocupada que se portava com as pessoas que amava. Amava tantas coisas no outro, que talvez tivesse que ficar a vida inteira para enumerar todas!

   Pensando bem, ele realmente sempre amara Kibum. E ele estava começando a se odiar por ter percebido isso tarde de mais!

   Mas uma vez, naquele trágico dia, fora tirado de seus devaneios de uma forma bruta de mais.

   Emily, que a pouco estava dormindo no sofá, passara correndo entre Onew e Key, quase derrubando este último, e indo em direção a porta, mas antes fora segurada por Jong.

   -O que foi que aconteceu, sua louca? – Jong disse, segurando a garota que é alguns centímetros mais altos que si, pelos ombros.

   -Nada não, Jongas! – Emily disse, tirando as mãos que estavam em seus ombros de lá, e se postando na frente da porta, colocando seus longos dedos na maçaneta. – É que eu recebi uma ligação um tanto importante e urgente, se é que você me entende? – terminou sua fala dando um sorriso extremamente malicioso e piscando um dos olhos, deixando bem claro suas intenções.

   JongHyun a olhou desconfiado, e quando abriu a boca para falar algo, foi interrompido pela fala rápida da garota:

   -Pode deixar, eu não esqueci o nosso trato. Você sabe que eu nunca te deixei e nunca deixarei na mão, nee priminho? – Em disse, dando uma rápida e discreta olhada em direção ao casal, que estava observando atentamente a conversa dos primos.

   -É, Em, eu sei disso. Bem, boa sorte no seu encontro então!

   -Você sabe que eu não preciso de sorte, mas eu agradeço mesmo assim. Bye, bye!

   Assim que Emily saiu, JongHyun trancou a porta com a chave, e quando olhou para o casal atrás de si, ambos o olhavam com curiosidade, mas quem fez a pergunta foi Key:

   -Que trato é esse, hein Jong? – era possível ver claramente o quanto Key estava curioso com isso. Todos sabiam que Key adorava uma fofoca, mas isso não vem ao caso.

   -Ah, não é nada de mais! Bem, boa noite pra você, que eu já vou dor... – Jong tentou fugir do assunto, mas ninguém pode com o Key.

   -Nem vem Jongas! Eu ouvi muito bem o que aquela sua prima louca disse, e me parece muito interessante. E se não é ‘nada’ como você diz ser, o que é que custa você contar pra mim, hein? – Key disse com um pequeno bico nos lábios, como sempre fazia quando queria alguma coisa. Mas dessa vez JongHyun não poderia dar essa ‘coisa’ a Key.

   -Aaannh.... – Jong olhou para todos os cantos, menos para o ser a sua frente, tentando achar alguma boa desculpa para dar a Key.

   -“Aaanh” o que JongHyun? Você também quer ficar de castigo? – o bico de Key aumentou, e agora ele estava com as duas mãos na cintura. É, era melhor JongHyun encontrar uma boa desculpa ou correr para as colinas.

   Mas parece que o Mundo resolveu girar a favor do Dino, pois seu celular, que estava no bolço traseiro da calça apertada e escura, começou a tocar. JongHyun rapiramentre pegou o celular, e o colocou diante dos olhos do casal.

   T-ta tocando! Acho melhor eu atender lá em cima, aqui não pega muito bem... – Jong disparou a falar e a correr para as escadas na mesma hora, deixando Onew com um Key curioso e irritado. Era melhor Onew se cuidar!

   Já no quarto, Jong olhava ainda olhava para o seu celular, com uma cara de agradecimento, logo soltando o ar que nem tinha percebido ter prendido.

   Jong atendeu a ligação, afobado, com vontade de dar um beijo em quem fosse. Mas, para seu espanto, era engano! Talvez os Deuses estivessem do seu lado, só podia ser isso. Quais são as chances disso acontecer, justo em um momento como esse. Nunca teve tanta sorte assim. Ainda nem conseguia acreditar nisso.

   Mas agora estava morrendo de sono. Seu relógio mostrava ser 3:47 da manha, pelo menos amanha não precisaria acordar cedo.

   Antes de se jogar na cama para finalmente dormir, tomou um banho quente e rápido, vestiu uma calça de moletom preta, e foi dormir sem camisa mesmo, deixando seus músculos dos braços e das costas a mostra, juntamente com seu abdome levemente definido, nada bruto de mais. Bem, é assim que suas fãs gostam, não é? (N/A: Sim Jong, é assim mesmo que gostamos!! ‘faz cara de safada’) 

Continua...