Amanheceu. Cake abriu os olhos lentamente e esticou seu corpo, esfregou os olhos e reparou que só ela estava acordada. Olhou pela a janela e contou os segundos para a gritaria começar no andar de cima.

– 3... 2... 1... E... É agora que eu morro. - Cake disse olhando para a escada

Fionna tapava os olhos com sua mão por causa do sol que batia em seu rosto, Marshall simplesmente voou da cama, o que a assustou e os dois começaram a gritar.

– MAS O QUE DIABOS ACONTECEU AQUI?- Fionna gritou

– E EU VOU SABER? Você que começou!- Marshall Gritou

– EU?!? Você que... Ah! Você está só de cueca... - Fionna tapou o rosto vermelha

– 1º: Isto é uma Samba canção, 2º Eu não sei quem foi o retardado que deu esse nome, 3º Você está de roupa intima e eu não estou reclamando!

– Não! Por favor, coloca sua roupa!

Os dois colocaram as roupas rapidamente e desceram para o primeiro andar, Fionna congelou ao ver Cake e BMO olhando para os dois. Ela não gosta quando Cake sorri falsamente com o pelo da cauda eriçado.

– Cake... O que você fez... - Fionna disse com os braços cruzados.

– Nada! Por favor, eu não tive nada a ver com o ninho de amor de vocês lá em cima!

– Ninho de que?- Fionna e Marshall disseram ao mesmo tempo.

Cake calou-se, ficou com medo de perder a língua. Marshall olhou pela janela e suspirou.

– Você tem um guarda chuva para me emprestar?- Ele perguntou

– Vish... Tenho, mas está furado...

– Dá para tapar com qualquer coisa?

– Acho que tem esparadrapo aqui na gaveta.

Foi até a cozinha e pegou o esparadrapo, logo pegou o guarda chuva no armário e tapou rapidamente. Entregou a Marshall, perguntando-se está tudo bem assim.

– Não tem problema, eu te devolvo a noite e... - Marshall esfregou a cabeça- Eu quero tentar entender o que aconteceu ontem à noite... – Ele abriu a porta e saiu.

Fionna ficou parada olhando pra porta e encostou a cabeça nela, arrastando seu rosto até o chão. BMO andou até perto dela e tentou cutucar sua cabeça. Não houve reação, Fionna estava completamente desiludida. Um barulho veio do lado de fora, Cake foi olhar pela janela pensando, ou melhor, tendo absoluta certeza de quem seria.

Talvez isso possa melhorar a autoestima dela– Pensou.

Alguém bateu na porta e abriu pedindo licença. A porta acertou a cara de Fionna e ela simplesmente não reagiu. Era o Príncipe Gumball, que entrou e viu Fionna no chão completamente imóvel. Ele entrou em desespero e a tirou do chão, pedindo lhe desculpas.

– Está tudo bem Fionna? Eu bati a porta em seu rosto com muita força?

– Não... Estou bem... Fui eu que caí...

Os dois sentaram no sofá, e Gumball tirou um lenço do bolso e limpou o rosto dela, ele pediu desculpas novamente por vir tão cedo, mas ele queria pedir um favor a ela. Fionna olhava para ele e permanecia em silêncio, lembrando-se do que ouve na noite anterior.

– Tudo bem com você? Parece assustada...

– Não, nada não. – Ela retirou a mão dele de seu rosto – O que houve?

– Ah, eu queria ver com você os preparativos para a chuva de meteoros que vai haver esta noite! Você disse que não chamaria tanta gente.

Fionna havia se esquecido da chuva de meteoros, então pediu ajuda ao Gumbal para terminar os preparativos.

Ela pegou uma lista com certos horários e coisas que poderão fazer. Algumas sugestões para tentarem virar a noite com “estilo”. A chuva de meteoros começaria exatamente a 00h00min, ou seja, teriam o resto da madrugada para se divertir. E ela poderia tentar se acertar com Marshall.

– Eu fiquei encarregado do filme certo?- Perguntou Gumball

– É, mas... Que filme você vai levar?

–Ah, um que eu achei, chamado: O exorcista. - Disse ele com uma cara medonha.

– Não parece assustador... Parece ser um documentário louco. Se for isso, eu tenho outro filme de arrepiar os cabelos! –Disse ela rindo – Acho que até o Marshall se assusta!

– Que tal uma aposta? Se o meu filme assustar o Marshall, você vai ter que... – Disse ele meio confuso.

– Que tal se vestir de galinha por uma hora?

– Beleza! E eu terei que me vestir de princesa se eu perder!

– Apostado! – Os dois deram um tapa um na mão do outro.

Gumball levantou-se e ajudou Fionna a levantar, os dois foram conversando até o último andar da casa da árvore, para terminar os preparativos.

Enquanto isso, Marshall chegava em casa, completamente confuso com o que havia acontecido. Abriu a porta e caminhou lentamente para o sofá, sentou-se e colocou as mãos sobre o rosto. Ficou em silêncio. Suas memórias do que aconteceu rodeavam sua cabeça como uma montanha russa desgovernada. Voltou a pensar sobre a idade dela, e tentou arranjar uma grande explicação para isso, será que foi carência dela e pena dele?

Ele se levantou e pegou a guitarra, ligou na caixa de som, e começou a tocar. A cada nota, ele se lembrava dos beijos que dera nela, dos abraços, do carinho... Uma melodia na guitarra explicou tudo, organizou sua mente, e o fez entrar em desespero.

– Eu realmente estou apaixonado...

Parou de tocar e bateu em seu próprio rosto. Não aceitou aquilo normalmente. Levantou-se e deixou a guitarra no sofá, foi tentar tomar um banho demorado, ver se caía na real, ou simplesmente encarava aquele fato que o perseguira. Ele tinha que tirar isso a limpo primeiro.

– A chuva de meteoros... Eu vou a casa dela hoje à noite. Só assim para eu entender o que está acontecendo.

Marshall tirou a camisa e escutou alguma coisa na porta, um arranhar e um chorinho também. Deve ser o cachorro de alguém- Pensou. Mas aquele barulho persistia, e ele resolveu ver pela janela o que estava acontecendo. Deixou a camisa em cima do cesto e foi abrir a cortina, olhou, não havia nada. A não ser um ponto preto peludo na frente da porta. Marshall abriu a porta e aquilo correu para dentro de sua casa, escondendo-se em seu quarto. Ele foi correndo ver e começou a chama-lo, mas não havia nada. Ouviu um chorinho novamente só que desta vez, vindo de debaixo de sua cama. Ele levantou o lençol e viu dois olhos amarelos, esbugalhados, tremendo de medo.

– Ei camaradinha, pode sair, não vou te machucar não! Qual é o problema? – Disse Marshall sentando no chão e estendendo a mão.

Os olhos se aproximaram da luz e era um filhote de lobo comum. Que olhava para ele com olhos caídos, mas abanando o rabo compulsivamente. Marshall deu-lhe um cafuné na cabeça, fazendo-o cair no chão de barriga para cima.

– Você tem dono?

O lobinho pareceu não demonstrar reação ou pelo menos pareceu que ele balançou a cabeça negando. Marshall assustou-se no inicio, mas deixou para lá.

– Quer ser minha mascote?- Perguntou ele.

O lobinho só pulou em cima dele de tanta alegria. Marshall saiu do quarto e fechou a porta de sua casa e voltou para o banheiro.

– Eu só vou tomar banho, já volto!

Ele pareceu não demonstrar reação, viu Marshall entrando no banheiro e ligando o chuveiro da banheira, e terminou de tirar a roupa. Entrou na banheira, e o lobinho entrou junto.

– Ei! Você não pode entrar! Vai ficar todo ensopado!- Disse Marshall tirando-o da banheira – Espere um pouco ok?

O lobinho deitou no tapete, todo encharcado e esperou o dono terminar. Ao terminar, Marshall colocou uma roupa normal e pegou uma toalha velha para secar o lobinho.

– Você precisa de um nome... Eu nunca pensei que teria que dar nome a alguma coisa, mas acho que não deve ser tão difícil... Afinal, os pais sempre inventam um nome pros seus filhos e... Acho que com os donos é o mesmo...

Marshall disse milhões de nomes, mas nenhum dava certo no final.

– Já sei! Seu nome vai ser Dusk! É um nome legal, não é?

Dusk latiu sem parar, parecia que havia gostado do nome. Marshall pegou a guitarra novamente, e começou a tocar, agora tinha algo para se distrair até o anoitecer.

Eram exatamente 22h00min, hora de todos chegarem. Era: Príncipe Gumball, Marshall, Lorde Monochromicorn, Cake e Ela. Todos iriam dormir no terraço, viriam o filme na sala primeiro, depois subiriam para o terraço para a chuva de meteoros. Gumball foi o primeiro a chegar com Lorde Monochromicorn, trazendo o filme. Cake descia as escadas com um chapéu de dormir que ela quase nunca usa, junto com BMO. Fionna olhou pela janela e viu Marshall vindo, mas não se sentiu muito bem, seu coração disparou novamente, e a deixou meio estranha como naquele dia. Disse a Cake para esperar o Marshall chegar, pois iria lavar o rosto para não ficar com sono. Cake sorriu com o rabo eriçado novamente, e isso estava tirando Fionna do sério.

Fionna entrou no banheiro e trancou a porta, abriu a torneira e lavou o rosto. Acalmou-se, e saiu. Ela viu Marshall de costas e Cake correndo em círculos, gritando “TIRE ISSO DE PERTO DE MIM!”.

– Que está acontecendo e... Que gracinha!

Fionna agachou e acariciou Dusk, perguntou de quem era e Marshall explicou o que aconteceu. Cake não conseguia parar quieta com a presença do lobinho, Fionna disse para ela se acalmar, explicando que era só um filhotinho. Cake suspirou, e resolveu deixar passar, mas não tirava o olho daquele lobinho.

Gumball colocou o filme para rodar pelo BMO, e todos sentaram (Menos Marshall que continuou flutuando, mas pouco importa.). O Filme começou e todos permaneceram imóveis, Cake estava encostada no Lorde, Fionna estava sentada entre Gumball e Marshall, com Dusk no colo dela no sofá.

– Esse filme parece que não vai assustar ninguém. - Disse Marshall

– O filme acabou de começar Marshall, relaxa. – Disse Gumball se ajeitando no sofá.

Passaram se alguns minutos. Cake já estava com a cauda eriçada de tanto medo e ansiedade. Todos olhavam atentos para a tela até que começou os sustos...

– O que está acontecendo com a menina...- Cake olhava com os olhos esbugalhados

– E eu vou saber? Ela foi possuída pelo Lich?- Fionna disse

Mais um pouco do filme se passou, Cake estava quase roendo as garras de tanta aflição, junto com Fionna, que já destruiu quase todas suas unhas. Gumball ficava olhando para a parede de vez enquanto, diferente de Marshall, que assistia normalmente.

Fionna não aguentava mais, agarrou a mão de Marshall quando ficou um silêncio no filme. Um estrondo fez todo mundo pular (menos Marshall), Fionna o abraçou com força fazendo Dusk sair correndo para cima de Cake, enquanto Gumball conseguiu pular trás do sofá, Cake prendeu-se no teto e Lorde Monochromicorn tapava os olhos discretamente.

– Não cara! Não to aguentando! To por um fio aqui!- Fionna gritou.

– Relaxa Fionna, é só um filme... - Marshall respondeu.

– Você só pode estar brincando... - Gumball levantou-se do chão e sentou no sofá novamente.

– Eu sou incapaz de sentir emoções, mas esse filme está fazendo meus circuitos tremerem... - BMO disse tremendo um pouco.

Fionna tirou Cake do teto e colocou-a no chão junto com o Lorde, Marshall pegou uma almofada e colocou no chão, Fionna pegou outra para sentar junto dele e Gumball continuou no sofá, Dusk voltou ao colo de Fionna logo em seguida.

Marshall estava segurando a mão dela, deixando-a apoiar a cabeça em seu ombro. A cada susto, Fionna cobria o rosto com uma almofada, e Marshall ria da cara da coitada. Quando o filme acabou, todos permaneceram em silêncio. Marshall deu um grito assustando a todos.

– Filha da mãe! Porque você fez isso?- Fionna deu um tapa na cara dele.

– Só tava brincando cara! – Marshall gargalhava.

– Vou brincar de sol pra ver se você gosta! – Cake rosnou.

Ele continuou rindo, Gumball levantou-se e viu a hora, faltava apenas 10 minutos para começar a chuva de meteoros. Todos subiram, e ficaram sentados no terraço enquanto Gumball ajeitava o telescópio. Marshall olhou para Fionna, lembrando-se do que queria fazer, queria ter certeza se ele estava apaixonado por ela. Ele aproximou-se dela e cochichou em seu ouvido: “Eu preciso falar com você, é importante...”.

Fionna olhou para ele e já imaginava o que seria.

– Se for o que eu estou pensando, a culpa não é minha... – Ela disse baixinho.

– Podemos conversar lá em baixo? Temos 10 minutos ainda...

Fionna levantou-se concordando, e os dois desceram do terraço avisando que já voltavam.

– Isso não é bom! Isso não é bom!- Cake disse no ouvido do Lorde

– (O que houve?).

–Cara, eu acho que o Marshall e a Fionna ainda estão sobe efeito da poção! Eu vou tentar impedir que eles façam alguma coisa!

Cake desceu as escadas rapidamente e escondeu-se debaixo da cama. Observando o que iria acontecer.

– Fionna, eu preciso saber de uma coisa, séria. – Marshall disse

– O que foi?

– Fionna, você gosta de mim? – Ele aproximou-se dela

Fionna corou, e olhou para o lado tentando desviar-se de seu olhar, mas ele puxou seu rosto levemente, fazendo-a encará-lo.

– Eu não sei dizer... Aquilo ontem... Eu não sei explicar... – Fionna retirou a mão dele de seu rosto.

Marshall deu um selo em sua boca rapidamente, e perguntou o que ela sentiu.

– Marshall... Eu...

– O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO AÍ EM BAIXO?!?- Gumball gritou lá do terraço – Vocês vão perder em?

Os dois afastaram-se rapidamente com o susto, por um instante, pensaram que o Gumball havia os visto naquele momento. Cake saiu discretamente, mas Dusk mordeu seu rabo fazendo-a gritar.

– Cake, o que você estava fazendo aí? – Fionna perguntou.

– Eu tava procurando o Dusk! E eu acho que o achei!- Ela levantou o rabo com o Lobinho pendurado.

Marshall tirou Dusk do rabo dela, e o carregou no colo, os três subiram as escadas e ficaram no terraço. A chuva começou, riscos atravessavam o céu como estrelas cadentes, chamando a atenção de todos do reino de Aaa. Fionna sorria ao ver aquele espetáculo e Dusk corria em círculos como louco, achando que podia pegar aqueles pontos riscando o céu.

Fionna olhou Marshall e o viu um pouco sério, ela sabia que ele queria uma resposta, então deu. Aproximou do ouvido dele e disse.

– Te amo.